terça-feira, 9 de abril de 2013

Alimentação saudável começa na mesa de casa

Escolas têm ajudado pais no processo de adequar os hábitos alimentares de seus filhos, que passam a inserir mais frutas e verduras após acompanhamento nutricional
Por: Diário do Sudoeste

Sejam assados, frituras, industrializados, frutas e legumes, sucos ou refrigerantes, a pergunta é a mesma: o que você e seu filho estão comendo?

Seja em escolas públicas, privadas ou até mesmo na educação superior, os alimentos ofertados são motivos de análise nutricional, sem falar que devem seguir uma série de cuidados para o preparo.

Independente da rede de ensino que o aluno frequenta, todas têm se preocupado cada vez mais em ofertar alimentos que nutram e garantam a saúde de todos, dentro e fora da escola.

Buscando ser um dos impulsionadores e promotores de uma alimentação mais saudável, principalmente ao que se refere a realidade de estudantes das séries iniciais, no últimos anos, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), foi elaborado o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para atender as instituições públicas de educação básica.

O programa, entre outras ações, trata dos cuidados que devem ser tomados quanto ao recebimento, preparo das refeições. Também é por meio do PNAE que está assegurada que 30% da alimentação deve ser adquirida por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Municipal

Chefe da divisão da alimentação escolar, Franciele Cristina Ciechowicz, explica que o cardápio é dividido em até 2 anos de idade para educação infantil e fundamental, composto de carnes, frutas, legumes, arroz, feijão e macarrão, formando um prato base. Ela conta que são 65 agricultores familiares que participam do programa de alimentação escolar no município, com diversos produtos da região.

A preocupação segue também com as estações, sendo que no inverno são servidas refeições quentes, enquanto que no verão são alimentos mais leves. A inserção do pão integral na merenda pode ser contada com uma das novidades positivas.

São oito mil crianças atendidas na rede municipal de ensino, somando 13 mil refeições diárias. O número de crianças matriculadas não se refere ao número de refeições.

As merendeiras também totalizam 85 no município e, duas vezes ao ano, recebem treinamento — no início do ano e na metade — com parceria da Faculdade de Pato Branco (Fadep), trabalhando aproveitamento dos alimentos, manipulação, receitas e higiene.

A nutricionista do município, Bruna Rebonatto, ainda frisa que o cardápio tem que atender as exigências do FNDE, tem que ser fácil, para as merendeiras prepararem o alimento, e ter boa aceitação para as crianças.

A cada tempo é feito teste de aceitação do alimento com as crianças, mas as merendeiras também procuram informar a Secretaria Municipal de Educação sobre o tema. “Quando o alimento não é aceito em um lugar, ele não é aceito em vários, mas é preciso servir várias vezes”, diz Bruna. Uma boa forma de agradar é deixar o prato colorido e variar o alimento, modificando até mesmo a forma de apresentação.

Particular


Órgão que representa as escolas de ensino privado, o Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado (Sinepe) do Paraná também mantém uma postura de recomendação de alimentação para os estudantes. Segundo a diretora de Ensino Fundamental do Sinepe, Esther Cristina Pereira, o aconselhado pelo sindicato é alimentação saudável. “Temos recomendado a prática de alimentação saudável dentro do espaço escolar e o tema vem sendo trabalhado com bastante sabedoria. No entanto, não temos autonomia de averiguação”.

Um bom exemplo de como oferecer um alimento saudável, agradando a todos e integrando os alunos no preparo, é a praticada em uma escola particular de Pato Branco. Conforme conta a coordenadora pedagógica, Gisele Oltramari, o lanche coletivo foi aceito há alguns anos, facilitando a vida dos pais, que precisavam preparar os alimentos, e dos alunos, que têm o lanche saudável garantido.

A cada dia é uma criança que leva o lanche para todos os outros colegas, sempre contendo uma comida, uma bebida e uma fruta. Gisele diz que o formato também dá mais qualidade de higiene e de saúde, pois a escola repassa aos pais todas as formas de envio do lanche, desde o preparo em casa. “Tudo é conversado no primeiro dia de aula e ninguém é obrigado a participar”, garante a coordenadora, que ainda ressalta que tudo é adequado ao que é saudável com o gosto da criança.

Participam do lanche coletivo alunos do 1º ano do ensino infantil até o 4º ano do ensino fundamental, totalizando cerca de 180 crianças.

Estadual

A proibição do consumo de doces, frituras e refrigerantes na rede estadual de ensino é resultado de uma normativa, mas segundo a técnica responsável pela merenda escolar e patrimônio do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Pato Branco, Angélica Caldato, existe ainda a possibilidade de cantina no espaço escolar. “O recomendado são alimentos assados, barrinhas de cereal, sucos naturais e achocolatados”, afirmou Angélica, relatando o que pode ser comercializado. O que se refere à alimentação fornecida pelo Estado, ela afirmou que a base alimentar envolve arroz, feijão, hortaliças, legumes.

Segundo Angélica, outro fator visando deixar a alimentação fornecida gratuitamente nas escolas estaduais são os cursos que estão sendo realizados com as profissionais que a preparam. “Estamos fazendo capacitação com as merendeiras.

Esta semana serão as profissionais do Carmela Bortot. Ao todo, são 24 anos sem o curso de prática. A qualificação feita em 2004 foi teórica”.

Caso UTFPR

Na quinta-feira (4) um caso chamou a atenção pelas redes sociais. Um acadêmico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) - campus Pato Branco, fotografou o que seria um sanduiche comercializado por uma cantina autorizada dentro do espaço acadêmico.

O caso que ganhou notoriedade, foi comunicado para o departamento de Vigilância Sanitária, que esteve no local no dia seguinte para realização de vistoria.

Segundo a diretora do departamento, Edinia Sandra Burile, a denúncia chegou a repartição por volta das 17h. “Nosso setor tem atendimento até às 17h25, e alguns fiscais saem às 17h. Sendo assim, não fomos ao local no dia”, disse ela, relatando que mesmo com o registro fotográfico feito pelo acadêmico não há como precisar o local da comercialização do sanduíche.

De acordo com Edinia, a fiscalização foi feita na manhã seguinte a denúncia. “Os fiscais foram ao local, vistoriaram e não encontraram nada de irregularidade. Estamos elaborando o relatório da vistoria, que será encaminhado para a instituição de ensino”. Ela também lamentou o fato de as provas (o sanduiche) não terem sido entregues ao departamento.

“Outra dificuldade encontrada foi que o sanduíche em questão não foi apresentado para a vigilância, até porque pela foto não fica bem nítido. Teriam que ter trazido para nós ou até mesmo terem ligado, que iríamos ao local para averiguar a situação no momento do fato”.

De acordo com o diretor do campus local da UTFPR, professor Idemir Citadin, a instituição realiza licitação para este tipo de trabalho. Entre as regras do processo estão contemplados temas como oferta de alimentos com higiene, procedimentos certos de manuseio e demais práticas. Segundo ele, a universidade possui ainda comissão interna do campus para averiguação dos alimentos ofertados e todo o apoio quando necessário da Vigilância Sanitária. “Integram nossa comissão interna três servidores e um estudante, que verificam se o contrato está sendo cumprindo e, periodicamente, tem a visita da Vigilância Sanitária”.

Citadin vem lamentando a falta de denúncia. “Preciso que seja feita uma denúncia oficial para que eu possa acionar a comissão e fazermos a advertência, uma vez que esse é o demérito previsto em contrato. Em caso de reincidência, quebra de contrato, mas por enquanto o que temos é o que saiu nas redes sociais e, assim, não podemos tomar nenhuma atitude”.

Ele também fez questão de destacar que existem duas realidades distintas no campus. “São duas empresas atuando na universidade, uma na cantina e outra no restaurante universitário”.

Procuradas para manifestar os critérios exigidos para a exploração das áreas de alimentação das duas faculdades privadas, uma se manifestou afirmando haver uma comissão interna que averigua a qualidade dos alimentos comercializados, sendo qualidade um dos fatores que devem ser atendidos pela carta convite. Já a segunda instituição afirmou não ter uma legislação própria como critério, mas informou solicitar toda a documentação exigida pela Vigilância Sanitária, e que existe, sim, uma preocupação com qualidade dos alimentos.

Opiniões




Neiva Aparecida Pereira, diretora municipal

As crianças aceitam bem o cardápio, inclusive os alunos aprenderam a comer frutas e verduras com trabalho feito em sala de aula e das merendeiras. Eles se alimentam corretamente. A nutricionista faz um cardápio balanceado, elogiado pelos pais, porque os filhos passaram a comer bem em casa.

Marli dos Santos, merendeira

O cardápio é fácil de fazer, o alimento perecível vem uma vez por semana e alimento não perecível uma vez por mês. As crianças comem bem e gostam de repetir pão, arroz e feijão. A verdura ainda é mais difícil, mas com o cardápio os alunos comem mais fácil.

Cristiane Brunoro Dariva, coordenadora de creche

O alimento é ofertado até dez vezes para que a criança se acostume, depois a gente pode dizer que ela gosta ou não do alimento. Os pais estão a par do cardápio, sobre tudo o que é servido durante as seis refeições. Frutas e verduras também são bem aceitas.

Gisele Oltramari, coordenadora pedagógica

O lanche coletivo surgiu da necessidade de adequar aquilo que as crianças comiam, de equilibrar o que elas traziam de diferente de casa e para facilitar a vida dos pais também, que todos os dias precisavam comprar lanche e mandar na lancheira. A cada dia é uma criança que traz o lanche para todos, sendo uma comida, uma bebida e uma fruta, que é servida num período mais tarde, porque elas passam muito tempo na escola, para não ficarem com intervalo muito grande sem comer.

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