Fonte: Aliança pela alimentação
Por: Juliana Waetge
A Copa do Mundo é um dos maiores eventos esportivos que existem. Como sabemos da importância que a atividade física tem para a saúde, era de se esperar que o mais importante torneio de futebol do mundo fosse relacionado apenas a hábitos saudáveis, certo? Mas não é isso que acontece.
O patrocínio de empresas de produtos não saudáveis, como a Coca-Cola e o Mcdonalds, está presente no evento há anos. Para chamar a atenção para esta contradição, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável está apoiando uma campanha regional em parceria com organizações da sociedade civil de vários países da América Latina.
Contexto
Já se sabe que as bebidas com adição de açúcar são muito prejudiciais para a saúde. Dentre essas bebidas, incluem-se os refrigerantes. Elas contribuem para o surgimento de problemas como a obesidade e o diabetes, e até mesmo o câncer. Além disso, são completamente supérfluas e não trazem nenhum benefício em termos de saúde e nutrição.
Mas, ainda assim, elas estão presentes em eventos esportivos como a Copa do Mundo. Por meio do estabelecimento de parcerias e patrocínios, empresas como a Coca-Cola tentam associar seus produtos a um estilo de vida saudável – o exato oposto do que eles são na realidade.
E o problema não para por aí: com o patrocínio da Copa, a Coca-Cola consegue uma plataforma para fazer propaganda de seus produtos e aumentar suas vendas. Em um mundo que sofre com o aumento constante dos índices de obesidade e sobrepeso (e problemas relacionados a eles), estabelecer parcerias que promovam produtos que contribuem para esse aumento, como faz a Fifa (Federação Internacional de Futebol), é, no mínimo, uma grande irresponsabilidade.
Campanha: Queremos uma #CopaSemCoca!
Pelos motivos descritos acima, organizações de saúde da América Latina se reuniram para pedir que a Fifa retire o patrocínio de produtos não saudáveis de seus eventos.
Faça parte desse movimento! Foi disponibilizada uma página para participação, na qual é possível enviar mensagens ao presidente da Fifa e aos membros do Conselho de Direitos Humanos da entidade solicitando o fim da parceria.
Pela saúde de nossas crianças, devemos exigir à Fifa que esses produtos não sejam propagandeados em seus eventos esportivos! Queremos uma #CopaSemCoca!
Juliana Waetge é membro da Aliança e parte da equipe de Comunicação da ACT Promoção da Saúde.
Várias multinacionais, como a Coca-Cola, PepsiCo, General Mills, Monsanto e DuPont, estão investindo pesado para derrotar a proposta de Lei 37 na Califórnia, EUA. A Lei obriga às multinacionais a rotularem todos os produtos especificando o uso de transgênicos nos alimentos. Um referendo foi convocado para o mês de novembro. A pressão popular a favor da rotulagem aumentou depois do anúncio da aprovação do primeiro salmão geneticamente modificado, o que seria o primeiro animal transgênico, modificado exclusivamente para se tornar alimento.
Por mais de uma década, quase todos os alimentos processados nos EUA (cereais, salgadinhos, molhos de salada) contêm ingredientes de plantas cujo DNA foi manipulado em laboratório, com consequências desconhecidas sobre a saúde humana.
O milho, a soja e a canola estão entre os ingredientes derivados de sementes geneticamente modificadas de maior consumo nos EUA. Há mais de 10 anos que, nos EUA, esses produtos são comercializados sem qualquer tipo de identificação.
A aprovação da Lei abriria precedentes para os outros estados, nos EUA, e no mundo.
O receio das multinacionais é que, caso a Lei for aprovada, elas não poderão continuar propagandeando os produtos como "naturais". A busca por lucros a qualquer custo tem disparado devido ao aprofundamento da crise capitalista mundial. Os mínimos e mais óbvios direitos democráticos da população, como seria o direito a saber explicitamente a origem de um determinado alimento, são pisoteados sem qualquer escrúpulo. Em nenhum momento a Lei lhes impede de continuar alimentos altamente envenenados, como são os transgênicos ou hiper contaminados por agrotóxicos. É o típico modo de operar imperialista que se manifesta em todos os âmbitos da vida social.
A Monsanto juntamente com a DuPont, são as duas multinacionais que vem encabeçando a campanha para impedir a aprovação da Lei. A Monsanto publicou em seu site um slogan que diz "Sob o direito de saber é uma campanha de marketing enganosa que visa estigmatizar a produção moderna de alimentos ".
Multinacionais usam a falsa propaganda da "produção moderna de alimentos" para controlarem os alimentos
A Fundação Rockefeller foi quem criou a chamada "Revolução Verde", nos anos 1960 e 1970, através da qual distribuíram sementes da Monsanto nos países atrasados. Nelson Rockefeller e Henry Wallace, ex-secretário da Agricultura e fundador da Hi-Bred Seed Company, foram os impulsionadores desse movimento sob a propaganda de "resolver o problema mundial da fome".
Com a distribuição de sementes da Monsanto, a família Rockefeller pretendia monopolizar a produção mundial de alimentos, da mesma maneira que tinha feito na indústria petrolífera meio século antes, por meio do controle das multinacionais Exxon Mobil, Royal holandesa Shell, a BP Amoco e Chevron Texaco.
O então todo-poderoso secretário do Departamento de Estado, Henry Kissinger, declarou nos anos 1970, "se controlarmos o petróleo, controlamos o mundo; se controlarmos os alimentos, controlamos a população".
As sementes transgênicas foram introduzidas sem serem submetidas aos testes adequados. Nos Estados Unidos, quase todo o milho e a soja são geneticamente modificados. O gene introduzido na semente torna a soja resistente a um herbicida utilizado no controle de pragas, e faz com que o milho produza o seu próprio inseticida. Após ingerido, o milho continua produzindo agrotóxicos por meio de uma bomba biológica no corpo dos seres humanos. A cada ano que passa, observamos que o uso de agrotóxicos tem aumentado, indo contra a propaganda de que os transgênicos, supostamente, utilizariam menos venenos. Com o aumento do uso de agrotóxicos as multinacionais criaram também o monopólio dos venenos, pois suas sementes exigem o uso dos agrotóxicos fabricados, principalmente, por elas mesmas.
Os governos foram pressionados pela multinacionais para não exigirem testes e muito menos leis de rotulagem nos alimentos. Nos EUA, a FDA (órgão que regulamentos os alimentos e medicamentos) é controlada pela Monsanto conforme é de conhecimento público.
No Brasil, o governo Lula criou a CNTBio responsável pela aprovação de mais de 30 sementes transgênicas sem qualquer tipo de testes. O próprio financiamento da agricultura, o Pró-Agro, exige notas fiscais que somente são fornecidas para a comercialização das sementes e agrotóxicos das multinacionais.
Apenas em alguns países na Europa existem leis de rotulagem para transgênicos, mas, mesmo assim, com o aprofundamento da crise capitalista tem passado a aprovar o uso de sementes transgênicas.
O capitalismo é incompatível com o bem-estar e o cuidado com a saúde das pessoas. A principal lei que regula esse sistema decadente, e cada vez mais parasitário, é a busca do lucro a qualquer custo.