Fonte: CRIANÇA E CONSUMO
Empresas enviam produtos a youtubers mirins para que anunciem às crianças que acompanham seus canais.
A prática de unboxing dos “recebidos” de youtubers mirins, ou seja, abrir, em vídeo, produtos recebidos de empresas, é uma maneira velada de direcionar publicidade ao público infantil. O Criança e Consumo denunciou ao Ministério Público Federal – Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro – 15 empresas de diversos segmentos que adotaram essa prática abusiva e ilegal. As empresas denunciadas enviaram produtos para diversos youtubers mirins, crianças que publicam vídeos no Youtube, para que fossem divulgados em seus canais na rede social.
A publicidade camuflada em canais de crianças no Youtube
Por conta da enorme visibilidade dos youtubers mirins entre o público infantil, e a influência e impacto que exercem sobre outras crianças, as empresas utilizam esses canais para anunciar, de forma velada, seus produtos, serviços e promoções e criar fidelidade e adesão do público infantil. “O objetivo da representação é denunciar as empresas que se aproveitam da hipervulnerabilidade, tanto da criança youtuber como da espectadora, para desenvolver publicidade abusiva para crianças”, explica a advogada Ekaterine Karageorgiadis.
Além da Bic, as outras empresas denunciadas ao órgão são: Biotropic, C&A, Cartoon Network, Foroni, Kidzania, Long Jump, Mattel, McDonald’s, Pampili, Puket, Ri Happy, SBT, Sestini e Tilibra.
O Código de Defesa do Consumidor considera a publicidade abusiva e ilegal quando se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da criança. Assim como a Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que reforça a proteção da criança no mercado de consumo. Portanto, o Criança e Consumo solicita ao Ministério Público Federal que sejam tomadas medidas jurídicas para coibir essas práticas comerciais, a fim de que as empresas cessem com tal abusividade e ilegalidade e deixem de realizar ações semelhantes, bem como reparem os danos já causados às crianças.
O Criança e Consumo continua acompanhando o caso.
E nós do Alimento Puro, também.