sábado, 7 de janeiro de 2012

Inverter o olhar

Amor ao solo e sua recuperação. Segundo Alberto Machado neste vídeo "em vez de querer produtos enormes, precisamos inverter o olhar devemos querer muita vida e muita disponibilidade de vida no solo". Vale a pena assistir: 



Informações: soapasto@ism.com.br - (21) 9988-8607  e (24) 9956-9798.

Alimentos infantis TRANSGÊNICOS

 Alimentos geneticamente modificados são tema de debate entre ambientalistas, pesquisadores, etc. Mas nós consumidores temos o direito de optar em usar ou não produtos que utilizem matérias primas transgênicas e existe uma lei que obriga a colocar o símbolo ao lado nas embalagens. Pena que vem tão pequenininho que a gente mal percebe.

Veja no supermercado e encontrará o símbolo de Transgênicos no fubá, tudo o que leva milho e soja e até no fermento químico, aquele para bolo!



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Por que vale a pena investir em alimentos orgânicos

Os benefícios são ainda maiores para as crianças, que são muito suscetíveis à contaminação e aos efeitos dos agrotóxicos
Revista Crescer por Carmen Guerreiro



Se antes comer alimentos orgânicos era costume só de ecologistas e vegetarianos, agora eles fazem parte da alimentação de muita gente. Até a Casa Branca – quem diria - possui uma horta orgânica em seu jardim.

Tal iniciativa acaba de render seu primeiro fruto. Em abril de 2012, Michelle Obama lançará o livro American Grown: How the White House Kitchen Garden Inspires Families, Schools and Communities (algo como Crescimento Americano: Como a horta da Casa Branca inspira famílias, escolas e comunidades) para contar sobre a experiência com o cultivo de orgânicos, que ela começou em 2009 em uma das casas mais famosas do planeta.

A primeira-dama norte-americana também chama atenção para uma questão que preocupa a todos: oferecer à família alimentos saborosos, nutritivos que não façam mal à saúde e não estourem o orçamento do mês. A professora Sônia Stertz, presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos no Paraná, conduziu sua pesquisa de mestrado sobre a diferença de qualidade de produtos convencionais, hidropônicos e orgânicos, testando os mais diversos legumes, frutas e verduras, e chegou à conclusão de que os orgânicos têm mais nutrientes, como vitamina C, fibra alimentar e outros minerais importantes para a saúde, como o ferro e o selênio. A diferença do produto convencional para o orgânico é sempre benéfica. Pode chegar a 342% mais ferro no caso do morango e 425% mais selênio na cenoura, por exemplo.

Mas isso é o que os orgânicos têm a mais. O que eles têm a menos são justamente osagrotóxicos, que segundo estudo da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, afetam dez vezes mais crianças do que adultos, além de terem efeito cumulativo ao longo da vida. Para completar, crianças de até 2 anos produzem em pequena quantidade uma enzima, que ajuda na detoxificação de pesticidas usados na agricultura convencional.

“A exposição a pesticidas está relacionada à hiperatividade, distúrbios de comportamento, de aprendizado, atrasos do desenvolvimento e disfunção motora”, explica Stertz. Ela comenta também que a presença de agrotóxicos no organismo está associada a diversas formas de câncer, sendo mais comuns em crianças o cerebral e a leucemia.

Mas com tantos benefícios, por que os alimentos orgânicos não fazem parte do prato de todo mundo? A culpa é o preço alto, especialmente nos centros urbanos. A boa notícia é que o abismo entre convencional e orgânico é menor a cada ano e promete cair muito mais. “Com o aparecimento das novas tecnologias, aumenta a produtividade, o que faz com que os custos baixem”, esclarece Vandro Colombo, diretor de Perecíveis do Walmart Brasil.

Compra e preparação dos orgânicos
Hoje o consumidor que mora grandes cidades e não tem acesso direto aos pequenos produtores pode contar com pequenos comércios, feiras (as exclusivamente de orgânicos e as convencionais que cada vez mais trazem produtos orgânicos como opção), bem como as grandes redes de supermercado, que têm investido pesadamente nesse setor. Para quem quer praticidade, existe até papinha orgânica vendida pronta para os bebês. Segundo Stertz, são mais de 4 mil produtos orgânicos no Brasil devidamente certificados, e o consumidor interessado em adquiri-los deve tomar cuidado com inscrições que levam a crer que o alimento é orgânico.Hidropônico, produto natural e sem conservantes não são considerados alimentos orgânicos. Na dúvida, o melhor é garantir que a palavra “orgânico” esteja na embalagem e que haja um selo de certificação.

Não há diferença entre o preparo de um alimento orgânico ou convencional. A maior vantagem do orgânico é que pode ser aproveitado por inteiro sem risco de contaminação. E no final, o pouco que for descartado, pode ainda transformar-se em alimento para os pássaros ou virar composto, por exemplo.

Para evitar os agrotóxicos nos alimentos convencionais
A especialista em orgânicos Sônia Stertz frisa que lavar os alimentos com água corrente não remove alguns tipos os agrotóxicos. Com o uso de hipoclorito nada acontece, enquanto o vinagre retira 10% e o bicarbonato 20% do resíduo pesticida. Por isso, a pesquisadora dá dicas para quem ainda não pode comprar todos os alimentos orgânicos, mas quer reduzir o risco de contaminação de sua família por agrotóxicos: 

- Prefira frutas e verduras da época, que têm menos defensivos e hormônios;

- Descasque legumes e frutas. Você perderá algumas vitaminas contidas na casca, mas terá uma alimentação mais segura;

- Fique atento a legumes muito grandes. Quando produzidos convencionalmente, podem ser resultado de adubação e estimulantes artificiais;

- Dê preferência aos produtos nacionais em vez dos importados. “Frutas e legumes produzidos localmente não requerem tantos pesticidas como aqueles que percorrem longas distâncias e são armazenados por longos períodos de tempo”;

- Retire toda a gordura e pele no preparo de carnes. Os resíduos de pesticidas e outros produtos químicos tendem a se concentrar nos tecidos gordurosos dos animais;

- Escolha laticínios com baixo teor de gordura, pelo mesmo motivo das carnes;

- Dê preferência a folhosas como alface, agrião, almeirão, rúcula, couve manteiga e cheiro verde, que apresentam ciclo curto e por isso recebem menos pulverizações com agrotóxicos;

- Fique atento (e considere a versão orgânica) raízes, bulbos, tuberosas (beterraba, cenoura, cebola, alho, etc), que recebem mais pulverizações do que as folhosas por terem um ciclo de vida maior, assim como frutas e legumes, que são de plantio mais delicado e são mais sujeitas a pragas e doenças, por isso são as que mais recebem agrotóxicos;

- Escolha frutas convencionais com menos risco de contaminação, como caqui, pitanga, abacate, acerola, Jaboticaba, coco, mexericas e nêspera. E evite as de alto risco, como morango, goiaba, uva, maçã, pêssego, mamão papaia, figo, pera, melão e nectarina.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Na medida certa!


Olha que legal! O Bistrô Saúde preparou uma ferramenta que vai auxiliá-lo no preparo de suas receitas sem se perder com as medidas!!! É a tabela de equivalentes de medidas!!

Eles disponibilizam em duas opções para imprimir, e pregar em sua geladeira... O endereço tá logo abaixo da figura.



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pitadas de Sustentabilidade


 Foi uma delícia o nosso encontro Pitadas de Sustentabilidade realizado por nossos amigos Patrícia , Cabral e Luiz da Cacauí Eventos Sustentáveis.
O evento foi dia 17/11 que marca o lançamento do Projeto Pitadas de Sustentabilidade, novo produto da Cacauí em parceria com a consultora em sustentabilidade Patricia Meirelles.


Os participantes foram convidados a vivenciarem uma experiência que combina percepções sensoriais com discussões conceituais sobre sustentabilidade e uma boa mão na massa na cozinha, finalizando tudo isto com a degustação dos pratos produzidos. Além disso, a ideia era que os convidados pudessem avaliar e contribuir para o aprimoramento do produto.


O grupo de participantes era composto por  representantes de Empresas, do 3⁰ setor, Mídia e Movimentos ligados à Gastronomia Sustentável, que encontraram muita afinidade com os temas abordados, o que gerou um resultado bem bacana.


Pode ser uma excelente opção para as confraternizações de Fim de Ano ou para as tradicionais reflexões de início de ano. Os grupos, os temas e os cardápios podem ser trabalhados de acordo com o interesse do Cliente.
Um mundo mais sustentável começa dentro de nós, de nossa casa, em nossos hábitos e claro em nossa cozinha.
Podemos ensinar essas mudanças e ainda por cima aproveitar o sabor das delícias servidas, que tal?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Feira direto com o produtor Teresópolis




Fazenda Constância Orgânicos na Feira Agroecológica de Teresópolis! Para quem ainda não conhece, a feira fica na Rua Tenente Luiz Meirelles, atrás do mercado popular, pertinho da rodoviária.

II Encontro de Educação para Sustentabilidade e o IV Fórum de Lideranças para Sustentabilidade





O Senac, a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a  Envolverde Jornalismo e Sustentabilidade convidam a todos para o II Encontro de Educação para Sustentabilidade e o IV Fórum de Lideranças para Sustentabilidade: desafios para a formação da nova geração de administradores. O evento acontece na próxima quinta-feira, 01 de dezembro, na Mackenzie, no campos Consolação. A ideia é debater o papel das escolas de administração na formação de uma geração de administradores que tem por desafio enfrentar os dilemas sócio-econô ;mico-ambiental.  O encontro é gratuito e aberto a pesquisadores, diretores universitários, coordenadores de cursos de administração, professores, especialistas e outros interessados no tema. O diretor da Envolverde, o jornalista Dal Marcondes, vai mediar os debates.  Para mais informações acesse aqui.

Os bebês e o uso das mãos para comer






Um prato de comida na frente de um bebê é quase um convite para ele colocar as mãos em ação e se divertir tentando comer. 


Apesar da bagunça que resulta, essa é uma importante etapa do desenvolvimento motor fino, antes de ele aprender a usar os talheres. 

E pode ser uma ótima forma de oferecer comidinhas sólidas saudáveis, já que frutas, legumes e verduras são facílimos de cortar. Entre os 6 meses e 1 ano de idade, a alimentação muda aos poucos, da papinha para os sólidos. 

Nesse período, usar as mãos permite o contato mais direto com a comida e o bebê descobre diferentes texturas, cores, aromas, sabores. As resistências variadas de cada alimento estimulam os músculos faciais que têm papel importante na fala.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Alimentação complementar - afinal, como fazer uma papinha?

Muito bom este Post sobre alimentação infantil da minha querida Karine Durães.

Hoje vamos falar sobre a primeira alimentação salgada do bebê, a papinha. Parece um assunto batido, afinal, todas temos alguma receita de papinha, ou mesmo o pediatra indica umas receitas, mas com dicas especiais podemos turbinar ao papinhas com todos os nutrientes essenciais e nutrirmos nossos bebês da melhor forma.



Separamos os ingredientes das papinhas. Toda papinha deve ter, no mínimo, 4 tipos de ingredientes, quando o bebê tem 6 meses, ou 5 ingredientes, quando o bebê já está acostumado, comendo bem o almoço e o jantar, com cerca de 7 meses.


Aí vão os tipos de ingredientes:


Carboidratos, ricos em amidos: são os alimentos que tem a maior densidade calórica e que dão energia para o bebê.

Formam o Grupo 1: batata, batata doce, cará, inhame, quinua, aveia, mandioca, abóbora, mandioquinha, milho.

Legumes e verduras, ricos em vitaminas e minerais e fibras, garantem a saúde do bebê, são divididos em dois grupos necessários

Grupo 2: cenoura, beterraba, couve-flor, abobrinha, brócolis, quiabo, chuchu, berinjela, jiló, rabanete, nabo.


Grupo 3: são as folhas: couve, alface, rúcula, repolho, chicória, almeirão, agrião, escarola, espinafre, broto de feijão, mostrada, moyashi, radite.


As carnes formam o próximo grupo, são as fontes de proteína, elas vão formar as estruturas do corpo do bebê.


Grupo 4: carnes de boi magra, frango, peixe. As carnes tem que ser moídas ou desfiadas e fazer parte da papinha integralmente, e não só o caldo.


Atenção: fígado era muito indicado para sopinhas de bebês. Hoje em dia, eu não indico. O fígado é o orgão ou o local no nosso organismo aonde tudo que é consumido ou absorvido é depurado, portanto, lá passam agrotóxicos, aditivos, hormônios e outras substâncias que nós, nutricionistas, chamamos de xenobióticos. Nos animais não é diferente. Portanto, hoje, o fígado, pode ser um depósito de substâncias não nutritivas e não reconhecidas pelo nosso organismo.

Quando não recomendo o fígado, as mães ficam com receio de não atingir as necessidades de ferro que o organismo de seus bebês necessitam, mas fiquem tranquilas, existem outras fontes ótimas de ferro que dão conta do recado.

Voltando a papinha, refogue temperos naturais como cebola, alho, em um fio de azeite ou um óleo de boa qualidade, cozinhe no mínimo um ingrediente de cada grupo, separademente ou em conjunto.

Tempere com ervas frescas com tomilho, cheiro-verde, coentro, alecrim, sálvia, que dão sabor especial ao prato, além de também possirem propriedades nutricionais. Coloque uma pitada de sal (pitada pequena, bem pequena!). Nada de caldos ou temperos industrializados.






Depois de cozidos e refogados, amasse os ingredientes com o garfo. Também dá para oferecer os alimentos separadinhos, para que o bebê experimente cada tipo de alimento.

Quando a criança está acostumada, adicionamos o último grupo, das leguminosas:


Grupo 5: lentilha, feijões, grão de bico, vagem, ervilhas. Também cozido e amassadinhos no prato.




Com estas dicas, as mamães prepararão as papinhas mais gostosas e nutritivas e terão verdadeiros bebês gourmets fofos e com a saúde em dia.

Muito boa a colocação inclusive falando sobre agrotóxicos e outros aditivos químicos.

A única observação é a troca do sal refinado pelo sal marinho.

Fonte: nutricionistainfantil.blogspot.com/2011/07/alimentacao-complementar-afinal-como.html

O que o leite materno tem a ver com sustentabilidade.

Simone de Carvalho responsável pela Comunidade do Facebook AMS- Aleitamento Materno Solidário  fala sobre isso.





Conheça a Campanha Há cura em suas mamas: 


Um projeto de Lente Materna fotografia, Webfilhos e AMS Brasil



Venha conhecer pessoalmente essas mulheres guerreiras envolvidas nesses projetos no Socorro!Sou mãe de 1ª Viagem na Livraria Saraiva do Shopping Ibirapuera, dia 30 de novembro às 19,30hs.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mais ainda sobre Transgênicos


“Está em curso um processo de desmanche das regras de biossegurança no país”, declara Gabriel Fernandes ao comentar a resolução normativa que autoriza empresas produtoras de transgênicos a pedir isenção do monitoramento dos produtos após a liberação comercial, aprovada nesta semana pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio. Com a mudança, as empresas estão liberadas de monitorar os efeitos dos transgênicos sobre a saúde humana e o meio ambiente. “O não monitoramento pós-comercialização dos transgênicos impede que seus potenciais riscos sejam identificados. Com isso as empresas seguirão dizendo que ainda não foram comprovados danos causados pelo uso de transgênicos”, adverte o pesquisador.

De acordo com o agrônomo, antes de as regras sobre o monitoramento dos transgênicos serem alteradas, as empresas apresentaram suas posições em reunião da CTNBio. “Na prática, a reunião serviu para as empresas apresentarem suas propostas sobre o monitoramento. Quando questionado por um dos integrantes, o presidente da CTNBio disse que os demais interessados poderiam enviar suas sugestões por escrito, mas o texto base para comentário não foi disponibilizado, nem foi aberto prazo para consulta pública”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line (18/11), Fernandes informa que “84% da área total cultivada com sementes transgênicas” está somente em quatro países: Brasil, Estados Unidos, Argentina e Índia. Afirma haver uma falsa ideia de que a transgenia cresce no mundo todo e que essa “é uma imagem que a indústria tenta empurrar. A forte concentração no mercado de sementes explica boa parte dessa expansão, inclusive no Brasil”. A produção de transgênicos apenas será reduzida “quando os consumidores de forma geral passarem a ter mais interesse em saber de onde vem sua comida e virem no consumo uma opção política também”, ressalta.

Gabriel Fernandes é agrônomo formado pela Universidade de São Paulo - USP, e membro da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como você recebeu a notícia de que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio aprovou a resolução normativa que autoriza empresas produtoras de organismos geneticamente modificados a pedirem isenção do monitoramento pós-liberação comercial? O que muda em relação ao controle dos transgênicos a partir da liberação desse procedimento? Quais os riscos?
Gabriel Fernandes - Está em curso um processo de desmanche das regras de biossegurança no país. Aqueles poucos itens da lei que as empresas não conseguiram levar em 2005, quando da disputa no Congresso, estão sendo conquistados agora por meio da CTNBio, que é órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A mudança está no fato de que as empresas daqui em diante poderão se isentar de monitorar os efeitos de médio e longo prazo dos transgênicos sobre a saúde e o meio ambiente. As que porventura o estivessem fazendo poderão pedir sua extinção. O perigo está exatamente no fato de que os riscos desses produtos não serão investigados.

IHU On-Line - Como aconteceu o processo de votação na CTNBio?
Gabriel Fernandes - Antes de mudar as regras de monitoramento, o presidente da CTNBio convidou as empresas para uma reunião em Brasília-DF na qual se discutiriam regras para o tratamento de informações confidenciais. Na prática, a reunião serviu para as empresas apresentarem suas propostas sobre o monitoramento. Quando questionado por um dos integrantes, o presidente disse que os demais interessados poderiam enviar suas sugestões por escrito, mas o texto base para comentário não foi disponibilizado, nem foi aberto prazo para consulta pública. No início da reunião em que o fim do monitoramento foi votado, entidades protocolaram pedido para adiamento da votação até que todos interessados tivessem garantido o mesmo direito de participar. O pedido não foi lido.

IHU On-Line - Posteriormente à comercialização de agrotóxicos, os produtos são submetidos a novos testes e alguns são retirados do mercado em função dos novos resultados. Ocorre o mesmo com os transgênicos? Podes citar exemplos de transgênicos que já foram banidos do mercado?
Gabriel Fernandes - Antes de chegar ao mercado um agrotóxico passa por três órgãos, e mesmo assim, quando a reavaliação é feita anos depois, alguns produtos são banidos e outros têm seu uso restringido em função dos danos que causam. Algo semelhante acontece com os remédios.

No caso dos transgênicos, até antes da aprovação da nova lei de biossegurança em 2005 o procedimento para licenciamento seguia os moldes dos agrotóxicos. A CTNBio já existia, mas era instância apenas consultiva. Essa nova lei foi criada exatamente para dar amplos e terminativos poderes para esta comissão, criando um caso de exceção na administração pública, onde suas decisões criam obrigações para seus órgãos hierarquicamente superiores.

Desconheço algum transgênico que tenha sido banido do mercado após ter sido cultivado por algum tempo. Há casos na Europa de banimentos nacionais em face de liberações no âmbito da Comissão Europeia. Mas, assim como o banimento de agrotóxicos seria inviabilizado caso dessem cabo da reavaliação toxicológica, o não monitoramento pós-comercialização dos transgênicos impede que seus potenciais riscos sejam identificados. Com isso as empresas seguirão dizendo que ainda não foram comprovados danos causados pelo uso de transgênicos.

IHU On-Line - Como vê a postura da CTNBio diante desse assunto, considerando que a Comissão autorizou a comercialização do milho e, recentemente, do feijão transgênico no Brasil?
Gabriel Fernandes - A meu ver, essa comissão foi criada exatamente para funcionar como um cartório, só carimbando os pedidos de liberação. Colocaram nela um nome pomposo para tentar transmitir uma ideia de cientificidade que permitiria legitimar o processo. A questão é que esse ritmo acelerado de liberações só ocorre porque o restante do governo está de costas para o assunto, não quer entrar no debate. O mesmo pode-se dizer da maior parte das entidades científicas. Falta institucionalidade na CTNBio. A maioria de seus integrantes está lá falando por si mesmo; parecem se esquecer que cada um lá dentro deveria representar a posição de um ministério, de um setor da academia ou da sociedade. Se o governo estivesse atento, querendo saber o que fazem seus representantes, ou então se as entidades científicas estivessem acompanhando o debate ou mesmo pedindo algum tipo de “prestação de contas” a seus representantes, a questão poderia ser tratada com um pouco mais de rigor. O descaso é tamanho que a derrubada do monitoramento vai contra orientação de 2008, expedida por 11 ministros e assinada à época pela ministra Dilma, que chefiava a Casa Civil, para que o Ministério de Ciências e Tecnologia criasse grupo de trabalho (que nunca foi criado) envolvendo outros ministérios e que teria como objetivo realizar estudos de monitoramento de médio e longo prazo para avaliar os potenciais danos dos transgênicos.

IHU On-Line - A transgenia tem crescido no mundo? É possível travar a produção dos organismos geneticamente modificados?
Gabriel Fernandes – É preciso destacar que Estados Unidos, Brasil, Argentina e Índia respondem por 84% da área total cultivada com sementes transgênicas. Assim, a ideia de que a transgenia cresce no mundo todo é uma imagem que a indústria tenta empurrar. A forte concentração no mercado de sementes explica boa parte dessa expansão, inclusive no Brasil. Grandes multinacionais como Monsanto, Syngenta e Pioneer vêm há anos comprando empresas menores de sementes e formando um poderoso oligopólio. Como seu interesse é vender sementes transgênicas, elas tiram do mercado as variedades convencionais e o agricultor fica sem opção. Os grandes produtores de soja do Mato Grosso já ameaçaram recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE para tentar barrar essa imposição. Também contribuem para a expansão a grande presença de representantes comerciais das empresas no campo e de convênios de governos estaduais para disseminação das sementes modificadas, como no Rio Grande do Sul e no Acre.

Até hoje os transgênicos não trouxeram nenhum benefício para o consumidor. Não há nenhuma vantagem que o produtor possa ter eventualmente obtido com os transgênicos que não poderia ter sido alcançada com a adoção de outras técnicas de manejo. Assim, os transgênicos serão travados quando os consumidores de forma geral passarem a ter mais interesse em saber de onde vem sua comida e virem no consumo uma opção política também. Na agricultura, especificamente a familiar, a reversão do quadro dependerá dos movimentos do campo (Via Campesina, Fetraf e Contag) colocarem o controle sobre as sementes como prioridade em suas agendas estratégicas e como um caminho para um modelo agrícola que liberte o agricultor de fazer o que faz o agronegócio, só que em menor escala.

IHU On-Line - Como vê a participação da sociedade civil em relação aos transgênicos? Por que não há uma mobilização massiva contra esses produtos?
Gabriel Fernandes - Muitas entidades e movimentos sociais estão atravessando um momento difícil, de indefinições políticas e financeiras. Isso torna necessária a priorização de agendas ou, em muitos casos, o enxugamento de quadros. A questão dos transgênicos já foi um tema mais mobilizador e que ajudou a puxar o debate sobre o modelo dominante de agricultura. Agora os agrotóxicos estão novamente cumprindo esse papel. Mas trata-se, na verdade, de dois lados da mesma moeda, e a tendência é que a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida comece a pautar mais a questão dos transgênicos.

IHU On-Line - Como ficou a diversidade das sementes depois da introdução dos transgênicos?
Gabriel Fernandes - Os produtores que conservam suas sementes próprias estão tendo que assumir o ônus de evitar a contaminação. Isso quer dizer que estão tendo que plantar barreiras em suas propriedades, mudar épocas de plantio ou a localização de suas lavouras. Há casos em que as organizações locais estão comprando kits diagnósticos para averiguar se não houve contaminação das sementes que serão repassadas a outros agricultores ou levadas a feiras de sementes e biodiversidade.

A preservação desses recursos genéticos nas mãos dos agricultores será decisiva para a produção de alimentos em tempos de mudança climática e esgotamento dos recursos naturais. O papel estratégico dessas sementes já é reconhecido há décadas, por exemplo, pelos agricultores do semiárido, que desenvolveram os bancos comunitários de sementes, e agora é também defendido pelo relator especial da ONU para o direito humano à alimentação. No âmbito do programa Fome Zero, o governo tem iniciado ações que permitem a compra e distribuição de sementes crioulas entre os agricultores familiares. É um reconhecimento importante, que permitirá que o agricultor enfrente os transgênicos cultivando suas próprias sementes.

IHU On-Line - Quais são os limites da fiscalização de produtos geneticamente modificados?
Gabriel Fernandes – Para fins de rotulagem dos alimentos, o Ministério da Agricultura deve fiscalizar as plantações; a Anvisa, a indústria de alimentos; e a Justiça, por meio dos Procons, o mercado varejista. Se houvesse cooperação e troca de informação entre esses órgãos, o controle seria mais eficaz e o consumidor poderia estar mais bem informado. Mas infelizmente não é isso o que acontece. Além de ser bem mais caro, o teste em produtos amostrados nos mercados não é totalmente satisfatório, pois em muitos alimentos o processamento torna impossível a detecção do ingrediente transgênico.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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