sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Agricultura biodinâmica leva em conta fases da lua e signos do zodíaco

Fonte: Revista Globo Rural
Ramo da antroposofia, método foi criado em 1924 por Rudolf Steiner

POR THUANY COELHO, DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA (SP) I EDIÇÃO: VIVIANE TAGUCHI


Gabriel Vidolin, chef, proprietário do Restaurante Leao Vermelho com Elizabeth M. Scheichl, proprietária da Fazenda Alegre / Foto: Rogerio Albuquerque (Foto: Rogério Albuquerque/Ed. Globo)

A pedra fundamental da agricultura biodinâmica foi colocada por Rudolf Steiner em 1924, durante o Congresso de Pentecostes, na Polônia, quando ele apresentou um ciclo de oito palestras para agricultores. “A filosofia mais ampla se chama antroposofia. E ela abrange várias áreas do conhecimento. A agricultura biodinâmica é um ramo da antroposofia”, conta o chef Gabriel Vidolin, do restaurante Leão Vermelho, em São João da Boa Vista, que trabalha com esse método em sua horta.

A antroposofia é uma forma de conhecimento que aborda o ser humano em diversos níveis, como o físico, o vital, e o espiritual, e mostra a inter-relação deles. “No caso da agricultura, é entender de maneira mais profunda quais são as relações do homem, da terra e da existência”, diz o chef. “Ele pega todo o conhecimento folclórico dos povos europeus e aplica na agricultura”.

A teoria ainda faz relação entre os signos e os meios de cultivo, utilizando um calendário celestial. De acordo com o biodinamismo, dependendo do signo da época, algumas plantas se desenvolvem melhor que outras. “Nós dividimos em quatro: água terra, fogo e ar. Os signos de água são mais propícios para plantas que a gente vai usar o caule. Os de terra, as raízes; os de fogo, as frutas; e os de água, as folhas e as flores”, explica.

As fases da Lua também estão presentes no calendário da agricultura biodinâmica. “A gente sempre semeia em lua nova, porque nesse momento a energia da semente está mais interiorizada. Na crescente, ela começa a se desenvolver; na lua cheia, a planta está em plenitude e na minguante, é quando a gente não pode abusar da colheita”, afirma. “E a gente sempre faz a colheita ou às 10h ou às 16h, que são os horários em que a terra está mais propícia e os hormônios da planta estão no ápice”.


Na antroposofia, os adubos são preparados com plantas medicinais, silício e esterco para serem absorvidos pelo solo de acordo com as influências do planeta (Foto: Rogério Albuquerque/Ed. Globo

Outra parte importante da filosofia biodinâmica são os preparados, espécie de adubos naturais elaborados a partir de plantas medicinais, esterco e silício, enterrados no solo para serem submetidos às influências da Terra. Eles podem ser divididos em dois grupos; os que são pulverizados no solo e nas plantas, e os que são inoculados em composto ou outras formas de adubos orgânicos como biofertilizantes e chorumes. Os preparados são numerados de 500 a 508, como uma forma de facilitar a comunicação internacional.

O mais famoso deles é o 500, cuja função é ajudar no desenvolvimento da planta. Segundo o chef do Leão Vermelho, o preparado é feito sempre no solstício de inverno, “quando as forças de cristalização da terra estão mais acentuadas”. “Pega-se chifre de animais mortos e coloca esterco, depois enterra dentro de um buraco. No próximo solstício, desenterra e mistura”.

Fazenda Alegre

Os preparados que Gabriel utiliza são produzidos na Fazenda Alegre, também no município de São João da Boa Vista. “No biodinâmico, você presta mais atenção nas coisas, isso que é legal. O efeito está lá porque você se preocupa”, ressalta a alemã Elizabeth Scheichl, proprietária da fazenda. .

No local, ela planta café, palmeiras exóticas, cria bezerro para consumo interno e javaporco, cruzamento de porco e javali, característico de climas temperados. Além disso, reflorestou metade da área com espécies nativas da região. “Essa era a condição do meu marido quando compramos a fazenda 18 anos atrás”.

Há seis meses, Elizabeth e Gabriel trabalham em parceria para comercializar o café produzido na propriedade. Já com embalagem pronta, ele deve começar a ser vendido na região nessa primeira fase de testes. “É um café puro, seco no terreiro. É muito honesto”, diz Elizabeth sobre o sabor. Ela, que ainda não consegue lucrar com o cultivo, conta que começou a investir na agricultura orgânica há 10 anos, mas “sempre esbarra no preço, que não é muito mais alto que o convencional na hora de vender”.

Na fazenda, o biodinamismo está também na harmonia das relações entre as espécies. As teias de aranhas são deixadas intactas, como forma de equilibrar a cadeia. “Elas são inimigos naturais até do mosquito da dengue”, afirma Elizabeth.

Leão Vermelho

Depois de estagiar em renomados restaurantes como o El Bulli de Ferran Adrià e o D.O.M. de Alex Atala, Gabriel decidiu abrir seu próprio restaurante, três anos atrás, com uma proposta bem diferente e misteriosa: a cada noite, serve apenas quatro pessoas. Seu menu degustação tem 24 passos e varia a cada temporada, que dura em média seis meses - este ano começa no dia 13 de dezembro e custa R$ 365 por pessoa.

No restaurante, do ovo ao peixe, quase tudo vem de produtores locais. Na sua horta, cultiva ervas e flores comestíveis. Com a seca, das 130 espécies sobraram apenas 60. Trabalhando sozinho, além de cozinhar, Gabriel também é o marceneiro do lugar. Todos os móveis foram idealizados e feitos por ele, que aprendeu o ofício com um amigo.

No próximo ano, Gabriel faz planos para movimentar a cena gastronômica da cidade: “quero receber um jovem chef para cozinharmos a quatro mãos”. Além disso, ele planeja um acampamento de novos cozinheiros e um almoço aos domingos voltado para os moradores de São João da Boa Vista. “A maioria das pessoas que vem ao restaurante não mora aqui”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Com o estilo das cafeterias de Nova Iorque, pequeno café no centro de Floripa se diferencia com produtos naturais e orgânicos



Fotos: Natalia Steinbach

A cafeteria Café Kiwi surgiu há oito anos propondo ser um café diferente, com estilo de cafeteria de cidades grandes, como Nova Iorque e com a atenção voltada para ingredientes naturais e orgânicos. Localizado ao lado da Catedral, no Centro, em Florianópolis, o café se difere por ser pequeno e, além de simples, aconchegante.





Situada em um espaço antigo da capital, o café é todo decorado com mimos, lustres e pinturas em quadros e possui um pequeno espaço em um mezanino com uma mesa, ao qual se chega por uma escada de arabescos de ferro.

O cardápio prioriza a qualidade dos produtos usando ingredientes não artificiais, como manteiga ao invés de margarina, azeite de oliva, ovos caipiras e legumes e salada verde orgânicos. A cafeteria serve cardápio de almoço e todos os dias oferece risoto, lasanha e salada. Na segunda sem carne o cardápio conta com opções vegetarianas e na sexta traz bacalhau. Todos os pratos acompanham salada de verdes orgânicos da feira do produtor e o café é feito com uma marca de grão artesanal adquirido direto com a fazenda produtora em São Paulo.



Os doces da cafeteria são equilibrados quanto ao açúcar e feitos com ingredientes naturais, como o bolo de cenouras orgânicas, nozes e cobertura cream cheese, o suspiro de pistache moído recheado com um chantilly feito pela casa, os cookies e os cupcakes feitos com ovos caipiras e baunilha em fava. De salgado, algumas das opções mais pedidas são o pão de queijo sem lactose, feito com queijo de ovelha, e as quiches. Já as bebidas mais pedidas são o cappuccino italiano e o chá gelado da casa que oferece um tipo diferente a cada dia.





O que aparece na estufa é sempre uma surpresa. As quiches, por exemplo, são feitas com o que há de mais fresco no dia, e podem ser de tomate-cereja, manjericão, peito de peru ou bacalhau. Como o local prioriza qualidade, não são feitas grandes quantidades de opções.



Para o café da manhã ou da tarde gasta-se em torno de R$ 10,00. Uma opção é a promoção de café mais cupcake, que sai a R$ 8,00 ou um café mais um muffin, R$ 10,00. Já para o almoço o gasto de uma pessoa é de em torno do R$ 27,00. As opções para o almoço também variam de acordo com o dia. Não há cardápio fixo, então os pratos são diferentes a cada dia. A casa lança no cardápio opções como carreteiro de linguiça artesanal campeira (R$ 28,00), lasanhas (R$ 25,00) lasanha de camarão (R$ 28,00), cuscuz marroquino com rosbife ou legumes grelhados em cama de verdes orgânicos (R$ 25,00) e bacalhau (R$ 35,00). O local é climatizado e aceita todos os cartões e vales refeição.



Serviço – Café Kiwi

Onde: R. Padre Miguelinho, 93 - Centro, Florianópolis – SC. Ao lado da Catedral.
Como chegar: A pé do Mercado Público ou de carro. O acesso à rua se dá a pé.
Horário de funcionamento: de segunda à sexta das 08h30 às 17h30
Telefone: (48) 3224-0155
Facebook: www.facebook.com/CafeKiwiFloripa
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

Desde os 6 anos ela cultiva horta em casa para alimentar moradores de rua

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Hailey Fort, 9 anos, é dessas crianças que são educadas para pensar sempre nas necessidades dos mais desfavorecidos. Pequena no tamanho, gigante no seu desejo de mudar o mundo para melhor.

A frase de abertura do seu site é “Nós existimos para ajudar aqueles que precisam!”. Desde os 6 anos, a “brincadeira” preferida da menina é cultivar uma horta em casa para alimentar moradores em situação de rua.

No início, a plantação tinha apenas alguns pezinhos de tomate, pepino e blueberry. Mas, hoje, ela já produz mais de 100 kg de comida por ano que alimenta quem mais precisa.

Hailey não apenas cultiva como também entrega os alimentos aos moradores em situação de rua para conhecer sua história e necessidades (cobertores, escovas de dente e roupas, entre outros itens que a menina tenta arrecadar através de doações).

Mas, a pequena não acha suficiente o trabalho que faz. Ela quer ajudar mais pessoas! Por isso Hailey criou uma campanha no site de financiamento coletivo GoFundMe para arrecadar dinheiro e triplicar a produção da sua horta. Em pouco tempo, o projeto Hailey’s Harvest (Colheita da Hailey) arrecadou US$ 41 mil, superando as expectativas da menina.
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Fotos: Hayley’s Harvest

via [The Greenest Post]


Os norte-americanos não querem salmão transgénico no prato



Um salmão geneticamente modificado numa imagem da empresa AquaBounty
Fonte: DN - Sociedade


Foi o primeiro animal transgênico legalizado nos EUA - na UE, são proibidos. Mas os consumidores não querem 'Frankenfish'

O primeiro animal transgênico legalizado nos Estados Unidos para consumo humano é um salmão, mas apesar de autorizado pelas autoridades tem enfrentado a contestação dos opositores aos organismos geneticamente modificados.

Apesar da recente autorização da agência norte-americana dos alimentos e medicamentos (FDA), o salmão da empresa AquaBounty voltou a pôr em confronto os defensores e opositores dos organismos geneticamente modificados (OGM).

A decisão da FDA foi tomada após anos de polêmica em torno deste peixe - um salmão do Atlântico ao qual foi injetado um gene importado de outra espécie para o fazer crescer duas vezes mais depressa do que da forma natural.

Devin Bartley, especialista em pesca da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, citado noticiosa espanhola EFE, considera que se trata de "um passo em frente" para conseguir responder às necessidades de uma população mundial que aumenta.


Greenpeace lança aplicação que permite detetar alimentos com ingredientes transgénicos

O perito sublinha que são necessárias "alternativas criativas, socialmente aceitáveis, inócuas e respeitadoras do ambiente" para responder ao aumento das necessidades de pescado numa população mundial em crescimento e que, neste sentido, a engenharia genética é uma "opção real".


Recordou ainda que este novo salmão passou por vários controles que garantiram a
segurança do seu consumo e que os riscos ambientais não são nulos em nenhum sistema, apesar de as autoridades terem exigido que o salmão se crie em instalações terrestres e não no oceano.

Apesar da comunidade científica pretender continuar estas investigações, cadeias de supermercados e de distribuição nos Estados Unidos já manifestaram a sua intenção de não vender por enquanto este salmão, já chamado como 'Frankenfish'.

Na União Europeia, a Autoridade de Segurança Alimentar não permite o comércio de animais transgénicos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Novo empreendimento de 'padaria online' vende pães orgânicos, artesanais e de fermentação natural

Fonte: Olhar direto
Da Redação - Isabela Mercuri
Foto: Reprodução / Lucio Almeida
Imagine comer um pão feito somente com ingredientes orgânicos, grãos inteiros, fermentação natural, feito artesanalmente e com especiarias que dificilmente são encontradas em Cuiabá. Agora imagine comprar este pão via internet, com a praticidade do ‘e-commerce’ e buscá-lo uma vez por semana, ainda com a possibilidade de fazer planos mensais para facilitar. Essa é a proposta do “The Bread Lab”, novo empreendimento do Chef Boulanger Lúcio Almeida.

Lúcio saiu de Cuiabá para estudar engenharia civil em São Paulo, mas a ideia não durou nem o primeiro ano: “Comecei a morar sozinho, fui gostando de cozinhar, e aí eu fiz um semestre de engenharia e fui estudar gastronomia”, conta o Chef.
No meio do curso, que fez na Anhembi Morumbi, ele foi convidado por Rogério Shimura – um dos maiores padeiros de São Paulo, e seu professor de panificação – para trabalhar com ele e Alex Atala na “Em nome do pão”. Ao terminar a faculdade, Lúcio foi fazer pós-graduação em panificação artesanal no renomado San Francisco Baking Institute.

De volta a Cuiabá, trabalhou durante um ano na Padaria do Moinho e prestou consultorias e treinamentos. “Depois eu comecei a bolar um plano de negócios. Mas eu esbarrava no alto investimento e as pessoas não conheciam meu projeto por aqui”, explica. Depois de muito conversar, principalmente com os amigos dos Estados Unidos, ele decidiu arriscar e investir no The Bread Lab. “Eu pesquisei muito e tive a ideia de fazer um site, com venda online, e entrega em algum lugar. Procurei um local onde havia um público que eu quero atingir... pesquisei sites de e-commerce, fiz dois cursos online e montei o site”.


(Foto: Thiago Suíço)

A padaria virtual entrou em funcionamento nesta segunda-feira (9), e durante toda a semana os clientes podem escolher e comprar seus produtos. No sábado (14) eles serão entregues na Rua 24 de Outubro, dentro do Espaço Magnólia, das 8h às 14h.

Nesta primeira semana, Lúcio disponibilizou quatro tipos de pães: Sourdough Orgânico, Sourdough Multigrãos, Sourdough Centeio e Ciabatta. O Chef explica: “O sourdough é uma massa mais azeda, feita em fermentação natural, e por isso é menos doce. O processo demora mais de 24 horas para fermentar, o que faz com que ele seja digerido mais facilmente, e também que dure mais - cerca de uma semana”.

A partir desta massa, são feitas as variações. O ‘orgânico’ é feito somente com ingredientes orgânicos, o de centeio tem mais de 51% da sua composição com este grão, o multigrãos tem sementes de girassol orgânica, gergelim orgânico, linhaça dourada orgânica e farinha de centeio orgânica, farinha de trigo branca orgânica e farinha de trigo integral orgânica. E a ciabatta é o produto mais ‘conhecido’, que leva farinha de trigo branca orgânica, farinha de trigo integral orgânica, água, azeite de oliva extra virgem e sal marinho.

Nas próximas semanas, o The Bread Lab trará novas opções, como pães saborizados (de cabernet sauvignon, de azeitona kalamata, de chocolate belga, pecan e de passas ao rum), além de opções como pão de quinoa, pão de tapioca e trigo germinado, baguette, focaccia e até mesmo pão de hambúrguer. “Eu não diria que são pães fit, mas são pães saudáveis”, afirma Lúcio.


Os preços variam de R$15 para os pães mais ‘comuns’, a R$30, para os mais elaborados. Lúcio explica que todos os ingredientes são de primeira qualidade, importados. No futuro, ele pretende vender também geléias e outros acompanhamentos.

Quem quiser conhecer mais sobre o chef, as receitas e os pães, pode acessar também o BLOG do Lúcio, no qual ele posta todas as quartas-feiras. As compras devem ser feitas pelo SITE, e os pães são entregues aos sábados, das 8h às 14h, no Espaço Magnólia (Rua 24 de Outubro, 937).


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

1 em cada 3 chocolates vendidos não é chocolate real

Fonte: Economia UOL

Armando Pereira Filho/UOL


Cacau de fazenda de Ilhéus (BA); para ser considerado chocolate, produto precisa ter ao menos 25% do fruto

Um em cada três chocolates comuns vendidos no Brasil, produzidos pelas grandes indústrias, não pode ter esse nome de chocolate porque não é feito com o percentual mínimo de cacau exigido pela legislação.

Segundo as regras, para ser considerado chocolate, é preciso que o produto tenha pelo menos 25% de cacau, mas muitos não chegariam nem a 5%.

A denúncia é de Marco Lessa, 43, produtor de cacau, presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (BA) e organizador de feira de chocolate, que reúne agricultores e pequenas indústrias.

"O que o brasileiro encontra nas prateleiras de supermercados, vendido como chocolate, é apenas doce, não chocolate", afirma. "Estimo que um terço dos chocolates estejam nessa situação. Esses não devem ter nem 5% de cacau."

Lessa também diz que muitos chocolates amargos, com suposto alto teor de cacau (de 50% a 70%), produzidos pelas grandes indústrias e vendidos no mercado nacional por preço maior não têm esse percentual declarado.

"Dizem que têm 70%, mas não têm. Não existe fiscalização para confirmar esse percentual", declara. Ele não apresentou nenhuma pesquisa ou teste que comprovem essa avaliação, mas diz que o problema se manifesta no próprio sabor dos produtos.

"Basta comer algumas vezes um bom chocolate para saber que muitos dos vendidos por aí não têm o teor de cacau prometido." Além do sabor considerado melhor e menos doce pelos especialistas, os chocolates com maior teor de cacau também são tidos como benéficos à saúde. Por terem porcentagem reduzida de gordura, açúcar e leite, fazem bem bem para o coração.

A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) emitiu uma nota, dizendo que os produtos feitos com menos de 25% de cacau são considerados doces com "sabor de chocolate".

"A Abicab reforça que, de acordo com portaria da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], somente é chocolate o produto que possua pelo menos 25% de cacau. Abaixo disso, o produto é considerado com sabor de chocolate", registra o documento.

A entidade, que representa as grandes indústrias, como Nestlé e Garoto, não comentou a suposta irregularidade no percentual de chocolates amargos informado nos produtos nacionais.


Falta informação nos rótulos, conclui pesquisa do Idec

Pesquisa divulgada em março de 2013 pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) conclui que falta informação nos rótulos dos chocolates brasileiros.

Entre 11 marcas de chocolate ao leite pesquisadas, apenas uma informou o percentual de cacau na embalagem. As outras dez não fizeram nenhuma menção à quantidade.

De acordo com o Idec, ainda não existe nenhuma lei que obrigue as empresas a colocarem esse dado na embalagem, mas, para o instituto, seria "razoável que essa iniciativa partisse dos próprios fabricantes".

"Seria muito importante que o teor de cacau viesse impresso no rótulo. Fica a sensação de que essa informação é uma estratégia de marketing, usada apenas quando isso é conveniente aos fabricantes", afirma Ana Paula Bortoletto Martins, nutricionista do Idec, em documento divulgado na época da pesquisa.

O teor de cacau também não é estampado nas embalagens de muitos chocolates meio amargo e amargo. Segundo o Idec, dos oito chocolates meio amargo pesquisados, apenas três têm a informação indicada no rótulo.
Definição oficial de chocolate não limita gordura estranha ao cacau

A definição oficial de chocolate da Anvisa é a seguinte: "Chocolate: é o produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L.), massa (ou pasta ou liquor) de cacau, cacau em pó e ou manteiga de cacau, com outros ingredientes, contendo, no mínimo, 25 % (g/100 g) de sólidos totais de cacau. O produto pode apresentar recheio, cobertura, formato e consistência variados".

Uma regra anterior, de 1978, exigia um percentual maior de cacau (32%), mas isso foi mudado em 2005 para os 25% atuais.

Para o Idec, a regra atual tem uma outra falha, que é não limitar a adição de "gorduras equivalentes" (gorduras com propriedades físicas e químicas muito parecidas com as da manteiga de cacau, mas que não são de cacau).

A norma anterior proibia qualquer adição de "gordura e óleos estranhos" ao chocolate.

(O jornalista Armando Pereira Filho viajou a convite da MVU Eventos, organizadora do 5º Festival Internacional de Chocolate e Cacau de Ilhéus)

domingo, 1 de novembro de 2015

Transgênicos não são alimentos, são mercadorias, diz médico argentino

FONTE: Vermelho
1 de novembro de 2015 - 8h26

O médico argentino e membro da Rede Popular de Médicos da Argentina, Javier Balbea, esteve no Brasil para participar do seminário “A realidade dos agrotóxicos e transgênicos no Brasil e seus impactos sobre a saúde humana e ambiente”, que ocorreu durante Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

"As tecnologias não são neutras. Elas são instrumentos políticos e algumas servem a determinados poderes para implementar determinadas ações"

Em entrevista ao Saúde Popular, Balbea critica o uso dos transgênicos e agrotóxicos, pois acredita que eles são uma tecnologia que serve ao propósito de dominar os territórios dos países produtores.

Para o médico, o ato de comer e produzir alimentos está ligado diretamente à cultura dos povos, e isso está sendo ameaçado. “A produção transgênica é de mercadoria, não de alimentos. Isso vai na contramão da cultura dos povos”.

Confira abaixo a entrevista de Javier Balbea ao Saúde Popular:

Qual o propósito de uma tecnologia como os transgênicos?
As tecnologias não são neutras. Elas são instrumentos políticos e algumas servem a determinados poderes para implementar determinadas ações.

Se uma tecnologia tem apoio de toda a indústria, vai ser criado um processo de legitimação social para que as pessoas a aceitem.

No caso dos transgênicos, eles servem para a dominação de alguns territórios pela produção de commodities [produtos primários] a favor do capital.

Você disse que comer é um ato cultural. Como os transgênicos mudam nossa forma de comer e produzir?

O alimento é muito mais que nutrientes. Às vezes, comemos sem ter fome, por uma relação social que se estabelece ao redor de produzir e preparar os alimentos.

Quando deixamos de produzir alimentos e passamos aos produtos transgênicos, que são mercadorias, não existe essa relação, porque é uma produção que vai na contramão da cultura dos povos.

Na Argentina, por exemplo, não temos a cultura de comer soja, mas temos uma expansão da fronteira agrícola baseada no cultivo de soja. No Brasil é o mesmo. É uma produção feita, especialmente, para a exportação, que atende ao interesse de outras nações.

Além disso, vários estudos mostraram que ingerir produtos transgênicos gera doenças, como mudanças no tubo digestivo, além da química associada ao produto geneticamente modificado: não há transgênico que não tenha em sua composição agrotóxicos.
Por que países como Brasil e Argentina continuam a usar agrotóxicos comprovadamente perigosos, que foram banidos em outros países?

Esses países, principalmente na Europa, decidiram por pressões populares e outros motivos que esses venenos causam danos à saúde. Mas em países como Brasil e Argentina, onde é mais fácil manipular a política, o uso continua.

São países que não são verdadeiramente soberanos, não podem articular suas próprias políticas; eles respondem às políticas que se desenvolvem nos países capitalistas centrais. Dependem dessa economia que se decide em outro lugar e é aplicada nos seus territórios. Há uma liberdade e impunidade que permite atravessar o direito dos povos.

Por que há um silêncio da comunidade científica sobre muitas denúncias e questionamentos em relação aos transgênicos?
Acredito que por é falta de conhecimento, pelo tipo de formação que existe, que naturaliza essas tecnologias como algo indispensável para a economia e a sociedade.

É o paradigma de que a economia pesa mais que a vida. Toda nossa vida passa pelo consumo. O econômico tem um valor que está acima de qualquer outro direito, é a forma de funcionar da sociedade.

E quando se pensa que não há alternativa, é uma vitória para essa forma de pensar dominante, que não nos deixa acreditar que há formas de produzir sustentáveis e que a saúde é algo utópico.

Mas, cada vez mais, o debate se vai dando de forma maior, em lugares mais importantes. O acúmulo de informação e o mal estar social que vai se gerando através desse tema já não permite que alguns olhem para o outro lado [e ignorem o assunto].

E como a rede de médicos da Argentina contribui para esse debate?
Quando os cientistas vão contra os interesses da indústria, eles são perseguidos, deixados de lado de cargos e carreiras, apenas por publicar o que acreditam ser correto.

É preciso ter um espaço onde os médicos, os profissionais da saúde e outras disciplinas se sintam seguros de poder investigar e compartilhar a informação.

Já realizamos três congressos de saúde ambiental, com pessoas que participaram de discussões sobre transgênicos, agrotóxicos, de modelos produtivos diferentes.

Esse processo criou uma união de cientistas comprometidos com a saúde e a natureza da América Latina. A rede tem sido um espaço que permite criar e contestar, sem que essas pessoas se sintam perseguidas pela indústria, tenham apoio e espaço para pensar outra ciência que esteja a favor dos interesses do povo.

Fonte: MST

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