sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A cidade que come local

POR SUSANA BERBERT, DE MADISON (ESTADOS UNIDOS)

Madison, nos Estados Unidos, tem a cultura de consumir o que é orgânico, sustentável e produzido na própria região

Mulher compra verduras durante a Dane County Farmers' Market, em Madison (Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

“Esse é meu jardim. Foi assim que eu comecei minha manhã”. A fazendeira Jeane Martin segurava orgulhosa o celular. Na tela do equipamento, aparecia a imagem do vale onde fica sua fazenda, e com as unhas sujas de terra ela apontava os detalhes da paisagem. 

As flores que podíamos ver em primeiro plano haviam brotado há algumas semanas, ela disse, e já estávamos no meio da primavera. Ao fundo da fotografia, duas montanhas se encontravam e o espaço entre elas formava um "V", mostrando o céu e a luz do sol ainda tímida que surgia com o crepúsculo. “Esse lugar é lindo. Eu sou muito grata pela vida que tenho.”

De abril até novembro, mais de 300 produtores se revezam na Dane County Farmers' Market

Naquele sábado, Jeane e o marido, Michael Martin, haviam acordado às três horas e meia da manhã para chegarem até a Dane County Farmers' Market, a feira de produtores locais mais famosa de Wisconsin, Estados Unidos, localizada na cidade de Madison, a capital do Estado. 

Há vinte anos, durante o verão, eles repetem a mesma rotina: às quintas começam a se preparar para ir à feira, separando beterrabas, cenouras e realizando a colheita do alface. Nas sextas, colhem mais folhagens e verduras. Vendem tudo aos sábados, das seis da manhã às duas horas da tarde.

Jeane e o marido acordam às três horas e meia da manhã para chegarem à feira (Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

A barraca da fazenda Jones Valley Farm é uma das cerca de 160 que cercam o capitólio da cidade quando o inverno passa e a temperatura se aproxima dos 20 graus celsius. De abril até novembro, mais de 300 produtores se revezam no espaço, provendo aos moradores da cidade e região produtos alimentícios, artesanatos e flores locais e de alta qualidade, enquanto preenchem a paisagem, antes branca e vazia, com cores vivas e movimentos.

A feira encanta desde os que passam por ela pela primeira vez até os que já a frequentam por décadas.“Temos compradores que nos acompanham desde que começamos na feira, em 1996, e que não faltam nenhum sábado”, conta Jeane. “Aqui as pessoas preferem comida local e são dedicadas ao fazendeiros. Elas querem saber o que temos de diferente e de novo, então chegam logo cedo porque têm medo que alguém compre e nosso produto acabe.” 

Enquanto conversávamos, a mulher ocasionalmente interrompia a fala para abraçar compradores conhecidos e me oferecia diferentes tipos de alfaces para experimentar. “Nós trazemos o melhor que temos. Nós investimos em coisas diferentes, que crescem em diferentes locais, como no mediterrâneo.”

A barraca de Wili Lehner é uma das mais disputadas do local 
(Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

A algumas barracas de distância, Willi Lehner conversava animado com os clientes enquanto vendia seus queijos. Quando perguntei se ele poderia me contar um pouco sobre sua experiência como vendedor na feira, ele respondeu: “É claro! Essa é a melhor parte!”. 

O senhor de 60 anos oculta de seus compradores a idade com disposição de menino durante todo o dia de venda, em que comanda sozinho sua barraca, uma das mais disputadas do local. “Faço yoga todas as manhãs. Hoje acordei às três e meia e fiz antes de vir”, contou. 

Há 30 anos na Farmers Market, Willi é um dos produtores de queijo mais respeitados de Wisconsin, que é conhecido mundialmente pela sua imensa variedade do laticínio: com mais de 600 tipos, em 2015 o Estado produziu 1,5 bilhão de quilos do produto, que dominam cardápios de restaurantes locais e supermercados.

Wisconsin é conhecido mundialmente pela variedade de queijos, com mais de 600 tipos

Comprar queijo local, mais do que qualquer outro item, é uma obrigação e um orgulho para os naturais do Estado. O prazer em consumir o que vem de casa ficou claro quando, em meio à nossa conversa, uma compradora interrompeu a fala do homem, dando-lhe um abraço efetuoso, e disse: “Eu comprei queijo aqui com o Willi por 25 anos. Hoje moro na Califórnia e quando venho pra Wisconsin levo o produto dele pra casa. Ele é um mestre. Há bons produtores de queijo na Califórnia, mas não chegam perto dos que são feitos aqui. E o Willi é o melhor! O melhor!”

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A excelência do homem vem de herança familiar. Filho de suíços que se mudaram para Wisconsin em 1952, Willi aprendeu o ofício com o pai, que era produtor de queijo, e aprimorou suas técnicas quando, na juventude, viveu por 10 anos no país europeu. 

Hoje, ele produz seus queijos utilizando espaço e equipamentos de fábricas de terceiros e utiliza apenas leite local. “Não ter minha fábrica pessoal me permite ter flexibilidade.Eu tenho tempo para vir aqui e vender direto para os consumidores. Eu amo estar aqui. Eu sou grato por ter um mercado como esse. Eu não conseguiria fazer meus queijos e apenas os vender em lojas, sem saber quem vai comprar. Eu preciso dessa conexão, conhecer os fazendeiros que me fornecem o leite e conhecer os consumidores, que estão felizes com meu trabalho.”

Um dos vendedores da Dane County, em Madison (Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

A cidade

Foi no meu último final de semana em Madison, depois de viver na cidade de janeiro a junho, que fui até a Farmers’ Market decidida a conversar com alguns produtores para saber mais sobre suas experiências de troca direta com os consumidores. O mercado ao ar livre, que já foi considerado o maior dos Estados Unidos em número de produtores locais, é só uma visão ampliada da cultura de consumo da cidade, voltada aos pequenos fazendeiros.

Nas primeiras impressões que tive sobre a região que me acolhia, ficou especialmente marcada essa peculiaridade do hábito de seus habitantes. Em minha estreia no supermercado, por exemplo, Mariana Vieth, prima que me recebeu no país, avisou: “Eu escolho o supermercado pela quantidade de produtos locais e orgânicos que ele oferece. Eu amo abastecer minha casa, vamos fazer isso sempre juntas!” No fim, a atividade tornou-se uma de minhas favoritas. 

A preferência pelo local entre as pessoas ficou ainda mais clara quando, em nossas idas aos restaurantes, escolhíamos estabelecimentos que tinham o cardápio alterado de acordo com os produtos oferecidos pela região e que, por isso, eram os mais disputados. Os ingredientes eram cuidadosamente comprados pelos chefs diretamente dos fazendeiros locais e apresentados aos clientes. “É capaz deles nos dizerem o nome da galinha que iremos comer”, brincava Mariana toda vez que nos traziam os pratos.

"Fomos muito longe com a industrialização e tudo está no controle de poucas pessoas"

É principalmente na região do capitólio, onde fica a feira, que esses estabelecimentos se concentram. De restaurantes sofisticados a simples cafeterias, a mensagem do “Eat Local” (coma local), “Drink Local” (beba local) e “Locally Owned” (proprietário local) são vistas, seja em quadros nas paredes, em avisos no menus que dizem “este estabelecimento apoia produtores locais” ou em placas na frente das lojas convidando os que passam a entrar. 

A demanda é pelo que é feito em casa, então a oferta é grande. E foi pensando exatamente nela, que André Darlington, com mais dois sócios, abriu em maio deste ano o “The Field Table” (A Mesa do Campo) em frente ao prédio do Estado.


André Darlington, sócio do The Field Table (Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

Do campo para a mesa


André me recebeu no restaurante em uma manhã de sexta-feira. No fundo do estabelecimento, a mesa vinda direto da fazenda de uma das sócias e que passou por três gerações estava cheia de papeis. “É aqui que trabalho. Ruim, não?” me disse com um sorriso. O dia mal havia começado e os produtos locais que ficam na pequena venda no estabelecimento já estavam quase no fim.“Essa foi uma das razões de abrir um restaurante com ingredientes locais junto a um pequeno mercado desses produtos. Tirando a Farmer’s Market, não temos como comprá-los no centro da cidade, só temos restaurantes que os oferecem em seus pratos. Então, além de virem aqui para comer, as pessoas vêm aqui para comprar”, contou.

Jornalista que atuou por 15 anos na área da indústria alimentícia avaliando restaurantes e escrevendo livros sobre gastronomia, André aprofundou-se na temática local e soube que não haveria erros ao abrir seu primeiro restaurante com essa filosofia. “Antes, inaugurar restaurantes com a lógica da fazenda para mesa era o começo de um movimento, uma tendência. Hoje é algo esperado.” 

Para o jornalista, há um apelo da população por esses alimentos porque os consumidores querem trabalhar com produtos e fornecedores que confiam e estão preocupadas com questões ambientais. “Além disso, após a crise em 2008 eu acredito que cresceu a ideia de que se apoiarmos nossos fazendeiros locais, apoiaremos nossa economia local. Fomos muito longe com a industrialização e tudo está no controle de poucas pessoas. É basicamente comida de fábrica e nós queremos retomar isso para perto de nós, e retomar de forma mais sustentável.”

A equipe do The Field Table (Foto: Susana Berbert/Editora Globo)

A noção de comunidade vai para dentro da cozinha. Quando perguntei para a chef do restaurante, Trísh Davis, se eu poderia tirar um retrato seu, ela respondeu “Sim, mas eu prefiro que seja uma foto de toda a equipe. Eu não faço nada sozinha.” Segundo ela, estar em contato com os fazendeiros e seus funcionários é o mais importante para a finalização bem-sucedida de um prato. “Não é só cozinhar. 

Eu me relaciono com os 38 fazendeiros locais dos quais compramos, digo o que espero da comida que será colhida, como quero fazer o menu. Para mim é muito prazeroso ver o ingrediente saindo da terra e se transformando em um prato e eu passo isso para as pessoas que trabalham comigo.”

Mesmo com todo o cuidado na escolha dos alimentos e no acompanhamento do processo, o preço do restaurante é bem acessível. Isso porque, para André, trabalhar com local é mais do que um negócio, é o estilo de vida de quem sonha com mudança. “Queremos chegar até as pessoas. Eu acredito que posso mudar algo, que posso mudar a maneira como elas comem. Ser orgânico, sustentável e local não é caro. Temos que ser acessíveis”, disse. 

No "compre local", grandes redes de alimentos saem perdendo em Madison

Nessa filosofia de suporte ao que vem de casa, grandes redes de alimentos saem perdendo em Madison. McDodanlds e Starbucks dão lugar ao fast food de hambúrgueres, o Culver´s, e à cafeteria Colectivo, ambos do Estado. 

O Culver’s foi criado em 1984 por uma família de fazendeiros de Wisconsin e tem seus bifes todos produzidos por produtores do Meio-Oeste e queijos oriundos apenas do Estado. Já o Colectivo, inaugurado em 1993 na cidade de Milwakee, além de grãos de Wisconsin, utiliza lotes do mundo inteiro e mensalmente produz um jornal contando um pouco sobre as fazendas que fornecem os produtos. A brasileira “Fazenda São Domingos”, de Araponga (MG) está entre elas.

+ Veja a galeria de fotos sobre os costumes da cidade

Até loja voltada aos animais de estimação com produtos sustentáveis faz sucesso em Madison. A Bad Dog Frida oferece alimentos orgânicos e locais para cachorros e gatos e tem até um espaço a granel para os donos escolherem os melhores aperitivos para seus bichos. “Tudo que conseguimos encontrar de local, oferecemos. 

Temos que nos ajudar”, disse a funcionária Kaitlyn, quando fui até a loja com minha prima para comprarmos comida para o Drake, cachorro de Mariana que me acompanhou nesses meses fora.

Nas paredes, há placas que convidam o comprador a conhecer mais sobre o fazendeiro (Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

O coletivo em primeiro lugar

O espírito coletivo da cidade, além da feira, tem sua expressão máxima na Willy Street Co-op, supermercado aberto há 40 anos por moradores do bairro onde é localizado e gerenciado pelos próprios clientes. 

Quem compra no local pode adquirir um “ownership”, título de dono, por 58 dólares anuais, o que confere descontos e poder de voto no estabelecimento. “Hoje temos mais de 30 mil donos em nossas duas lojas, uma aqui em Madison e outra em Middleton. Essas pessoas votam em nove representantes que tomam decisões administrativas da cooperativa”, explicou Kirsten Moore, diretora de serviços da Co-op.

"Quando eu compro local, orgânico, eu não cuido apenas de mim, mas da Terra"

Tudo que é vendido no supermercado vai de acordo com pedidos dos compradores e na entrada há um aviso dizendo quanto dos produtos disponíveis no dia são locais e quantos são orgânicos. “Nós apoiamos nossos fazendeiros e produtores sustentáveis. A demanda por isso é muito grande. 

As pessoas estão preocupadas se os trabalhadores que fazem seus produtos vivem em condições dignas e se esses produtos respeitam o meio ambiente. Elas também querem apoiar a economia local”, disse Kirsten. Ela mesma só consome esse tipo de alimento. “Na verdade eu dou preferência ao local. Se tem uma alface certificada como orgânica, mas da Califórnia, eu vou comprar de nossos fazendeiros”, contou, antes de declarar seu amor pelo trabalho. “Nós somos muito abençoados de termos um local como esse.”

“Eu amo estar aqui porque estou em um lugar que vai me oferecer os melhores produtos" (Foto: Susana Berbert/Ed. Globo)

São mesmo. Ao entrar na loja fica evidente que você está comprando em um lugar preocupado com o outro. Pelas paredes do estabelecimento há fotos dos fazendeiros seguidas de pequenos texto sobre eles, convidando os compradores a conhecê-los. 

Todos são gentis, todos estão dispostos a ajudar, e foi com esse espírito que Yaani Drucker, compradora, conversou comigo em meio às prateleiras. “Eu amo estar aqui porque estou em um lugar que vai me oferecer os melhores produtos, vindo de pessoas que se preocupam em os fazer com qualidade e cuidar da natureza. São coisas que farão bem ao meu corpo, ao meio ambiente e à economia do meu Estado. 

Aqui estão pessoas que não querem beneficiar apenas a própria vida. Quando eu compro local, orgânico, eu não cuido apenas de mim, mas da Terra. Eu transformo muitas coisas além da minha vida”, me contou.

+ Veja a galeria de fotos sobre os hábitos de Madison

Assim como a Farmers' Market e a Willy Street Co-op é uma visão ampliada da cultura local da cidade, Yaani é um exemplo individual de seus moradores. 

Em um mundo em que o "eu" está na frente do "nós", aprendi com os habitantes de Madison que o consumo é bom quando feito pensando no coletivo. 

Comprar é um ato político, e a cidade todos os dias me lembrou da importância de olhar para o ambiente, para os pequenos, para o futuro.

Como é a alimentação dos estudantes da USP?

Fonte: Jornal do Campus USP
07?11/16


De acordo com pesquisa realizada pelo JC, um terço dos alunos gostaria de se alimentar melhor



“A correria da vida acadêmica não deixa a gente tomar muito cuidado com a nossa alimentação”, diz Thiago Ferreira Vieira, estudante do Instituto de Relações Internacionais. Essa tem sido a restrição de muitos alunos da Universidade sobre sua alimentação. 

A pesquisa realizada pelo Jornal do Campus com alunos da USP revelou que cerca de 40% dos entrevistados não regulam a própria alimentação e 32% gostariam de se alimentar de maneira mais saudável. A reportagem investigou os perfis de alimentação que há na Universidade e as motivações dos alunos para seu planejamento alimentar.

O Bandejão é uma opção predominante para os alunos da USP durante o almoço: quase metade dos participantes da pesquisa dizem almoçar predominantemente no local. Já durante o jantar, o número é expressivamente menor, com cerca de 22% dos alunos. Para os entrevistados, essa escolha é consequência do número de atividades acadêmicas e extracurriculares do dia. “Esse negócio de você ter pouco tempo, e também das atividades extras que a gente faz – seja com o CA ou com atividades de extensão, muitas vezes na janta, ou no almoço. Então, fica muito mais difícil, e aí tem vezes que não dá pra ir pro Bandejão, pega só um lanche, um salgado e come na aula ou na reunião”, afirma Maria Caroline Santos, aluna do Instituto de Biociências.

Como são os hábitos alimentares dos alunos? | Infográfico: Vitor Andrade

De acordo com os dados coletados, a grande parte dos alunos que pratica refeições nos Bandejões o faz pelo fator econômico, mas não se sentem satisfeitos nutricionalmente com a variedade do cardápio. Estruturalmente, muitos reclamam das longas filas e da distância dos restaurantes para institutos mais afastados. “Muitas vezes você tá na correria e não tem tempo de bandejar, porque tem fila, porque falta funcionário. Só quatro bandejões é pouco pro tanto de gente que tem aqui. Antes, quando a gente entrou aqui em 2014, tinha sempre um funcionário pra cada setor, agora acontece de ter um só e a pessoa mesma se serve. E isso demora, é mais tempo, mais fila” relata Maria.

Para Clarissa Fujiwara, nutricionista graduada pela Faculdade de Saúde Pública e pesquisadora da USP, os dados da pesquisa reforçam a importância de haver um restaurante universitário. “O bandejão garante uma refeição com custo acessível, nutricionalmente variada, propicia grupos alimentares diferentes. Então o almoço, sendo o pilar das refeições desse jovem, já que grande parte não faz o café da manhã, é de extrema importância para que ele tenha um bom desempenho nas suas atividades ao longo do dia”, explica.

Quando questionada sobre a falta do café da manhã na dieta do uspiano, Clarissa diz ser consequência de diversos fatores. “Um deles, que acaba se misturando a todos os outros, é a falta de tempo. Lembrando que o universitário sai do período da adolescência, alguns saem da casa dos pais, e começam a adquirir mais independência e aí a responsabilidade da alimentação, dentre outros compromissos, acaba sendo só dele. Por isso talvez tenha essa reclamação de que a qualidade alimentar não seja a melhor.”, diz, citando também a porcentagem de alunos que mostram insatisfação com a atual alimentação.

Infográfico: Aline Naomi

Jefferson Viana, aluno de Educação Física na EEFE-USP, mora no Crusp, almoça e janta no Bandejão regularmente. “Faltam mais opções pra quem não tem uma renda grande, mas isso é reflexo de quem ingressa na USP de fato. Pra quem precisa se alimentar no fim de semana, mora no CRUSP ou ou em repúblicas, a região é péssima por causa dos preços altos e a quantidade de locais para se alimentar. Melhor opção nesse caso é fazer sua própria comida.”

Essa é uma recomendação da própria Clarissa. De acordo com a nutricionista, “considerando que o universitário está adquirindo mais responsabilidade com a alimentação, uma opção é se programar para cozinhar num fim de semana ou num dia que ele tenha mais disponibilidade, e congelar essas porções.” 

Para ela, há um impacto muito grande na vida do universitário quando ele sai dos cuidados de alimentação da família e tem a autonomia de decidir o que comer, tornando essa rotina mais desorganizada. Cozinhar os próprios alimentos auxilia neste ponto, além de dar maior controle às pessoas com algum tipo de restrição alimentar, seja ela movida por questões de saúde ou ideológicas.

Bruno Backes, aluno do Instituto de Física, diz que a escolha de ser vegano torna mais difícil comer na USP. “Existem [opções]. Na Física, só tem comida vegana cara em uma das lanchonetes, e na outra não. Seis reais por um salgado pequeno, só porque é vegano”. 

Além disso, o estudante revela que as opções para veganos no Bandejão são limitadas. “Gosto das misturas quando não têm leite e margarina, e podia ser substituída por óleo. Macarrão, algumas vezes é só de sêmola de trigo, alguns tem ovo, tenho sempre que perguntar.”, afirma. “Mas o pior mesmo é o composto PVT (Proteína Vegetal Texturizada), que raríssimas vezes está bom mesmo. É sempre PVT, todo dia.”

Por conta dessas questões, muitos dos alunos optam por jantar em casa. Dentre os entrevistados, a maior parte afirma não fazer refeições estruturadas no período noturno, consumindo lanches mais leves e pratos menores. Clarisse vê que há uma tendência, não só dos universitários, de optar por uma refeição mais prática de montagem, como um sanduíche, pela falta de disponibilidade de cozinhar. “Se nós fôssemos desmembrar esse sanduíche, poderíamos ter um carboidrato bom, complexo, pão de forma integral, por exemplo. A gente poderia incluir também, ao invés de ser só um pão com manteiga ou um pão com queijo, poderia ser um patê de atum, de frango. Há a opção de um hambúrguer caseiro assado, dá pra pensar em algumas alternativas, incluindo nesse pão também alguns vegetais”.

Para a nutricionista, esse cenário pode ser alterado com pequenas mudanças possíveis no cotidiano, seja com atividades físicas leves (como descer um ponto antes do ônibus, caminhadas curtas e a limpeza da casa) ou com a própria conscientização, o que ela encara com positividade nos dados, considerando o número expressivo que gostaria de mudar seus hábitos alimentares ou que já os regula de algum modo. Entretanto, a nutricionista não deixa de pontuar que esse perfil de alimentação não é pessoal. “Eu entendo que essa questão em torno da má qualidade da alimentação não é algo que é só individual, a gente não quer culpabilizar, não é a pessoa que está decidindo não comer aquilo. A gente tem n fatores e eles estão colocados aqui [na pesquisa] também: o custo, a disponibilidade e o acesso”.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Mais de 70 marcas de comidas e bebidas se reúnem em feira

Fonte: Paladar Estadão
02 novembro 2016 - por Redação Paladar

Com foco em pequenos produtores, segunda edição do Sabor Nacional ocupa o jardim do Museu da Casa Brasileira nesta sexta (4) e neste sábado (5); a entrada é gratuita.

O jardim do Museu da Casa Brasileira está se tornando um ponto de encontro frequente para quem gosta de comer e beber. Nesta semana, o local receberá a segunda edição da Feira Sabor Nacional, nos dias 4 e 5, com foco em pequenos produtores e artesãos que vão levar seus queijos, chocolates, catchups, geleias, granolas, pães, chás e outros produtos.

Em setembro, o lugar recebeu a terceira edição do Mercado Manual, evento que também reúne marcas artesanais de comidas e bebidas, além de trabalhos em moda e decoração. Intercalando Mercado Manual e Sabor Nacional, cuja primeira edição foi em julho, o museu tem movimentado o jardim com os estandes e food trucks, para quem quiser comer e beber ali mesmo, além de levar embalagens para casa.



Vista do jardim do Museu da Casa Brasileira Foto: Victor Neco|Divulgação

Entre os 78 estandes e food trucks confirmados até agora estão marcas como:

- Borriello (azeites feitos em Andradas-MG)

- Capitu (cervejas)

- Capril do Bosque (queijos feitos em Joanópolis-SP)

- Cia dos Fermentados (kombuchas e conservas)

- Empório Poitara (farinhas, tucupi e temperos do Norte)

- Il Casalingo (utensílios para mesa e cozinha)

- La Mitad (geleias)

- Maní Sorvetes (sabores como chocolate, gengibre, manga e goiaba)

- Mocotó (receitas nordestinas)

- Santa Adelaide (legumes e hortaliças orgânicos)

- Strumpf (catchups)




Carrinho de sorvetes do Maní Foto: Roberto Seba|Divulgação

Entre os produtos, destaque para marcas de chocolates como Amma, Amado e Isidoro (todas da Bahia) e Java (feita em Belo Horizonte com cacau do Pará). Amado e Java, especificamente, estarão representadas no estande da Chocolatar, enquanto as outras terão estande próprio.

A feira, com entrada gratuita das 10h às 20h, ainda terá palestras, como a de horta caseira em pequenos espaços (com a Sabor da Fazenda, sexta às 17h30) e a de como tratar o queijo em casa (com A Queijaria, sábado às 12h).
SERVIÇO
2ª edição da Feira Sabor Nacional
Museu da Casa Brasileira
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705, Jd. Paulistano
Dias 4 e 5/11, das 10h às 20h, entrada gratuita

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Halloween ou dia do Saci. Que tal fazer essa festa com carinha de Brasil?

Pois é, o Brasil não tinha a tradição de comemorar o Halloween, mas de uns anos para cá até as escolas organizam essa verdadeira orgia de doces. Gostosuras, mas que na verdade são travessuras bem sérias para o organismo dos pequenos.

Muitos de vocês com certeza não sabem que nesse dia aqui no Brasil se comemora o Dia do Saci, uma tentativa de se criar um dia especial para as nossas figuras folclóricas.

O Saci é travesso, muito brincalhão, diverte-se com os animais e com as pessoas. Moleque acaba levando a culpa de coisas que acontecem nas casas: esconder coisas, fazer a comida queimar, etc.

Reza a lenda, que o Saci vive nos redemoinhos de vento e pode ser capturado com uma peneira, mas para garantir a sua obediência precisa esconder o seu capuz e prendê-lo numa garrafa. Outra lenda é que os Sacis nascem em brotos de bambus, vivem sete anos e, após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida das pessoas e dos bichos, quando morrem viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.

Eu brinco muito com os Sacis quando somem as coisas em casa eu sempre digo: Seu Saci devolve o que eu perdi ou te amarro no pé da mesa. Coincidência ou não as coisas sempre aparecem, rs.

Mas vamos à culinária, que tal fazer essa festa das Bruxas ou dos Sacis com um toque bem mais saudável e ao mesmo tempo engraçado? Andei pesquisando pela Internet e achei fotos bem interessantes:

Cansados da tradicional abóbora?



Quer idéias de carinhas?






















Pipoca feita na panela (pipoca de micro-ondas ninguém merece!) e servida em baldinhos coloridos e com carinhas. Boa opção para comer e decorar.

Bruxas não podem faltar ou pelo menos seus chapéus


Vamos brincar com as frutas, sempre saudáveis cheias de fibra  e sucos?

Que tal uma mousse de abacate com chocolate para rechear as laranjinhas?


Bananas e mexericas também podem ficar 
assustadoramente atraentes para a criançada!

Que tal essas uvas com olhinhos?

Está na hora dos salgados: Pizza sempre é bem recebida por todos




Ovos de aranha, que medo!!!

Olha a bruxa da novo, agora com sua vassoura de queijo.

Mas se a preferência é um sanduíche bem gostoso que tal esses de aranha 
ou um Hamburguer caseiro bem especial?






















Sabe aquela abóbora que você usou na decoração? 
Pode virar um docinho bem gostoso. 


Se você optou pela melancia ou abacaxi, cortadinhos em pedaços também podem virar esses potinhos tão bonitos e fáceis de fazer.

Bolo de chocolate não pode faltar


Bem legal não é, gostosuras e travessuras podem andar juntinhas. Saúde e brincadeira devem estar presentes sempre que o assunto é criança!

Mas se o problema é falta de receita, o meu Blog BioCulinária pode ajudar, são receitinhas bem fáceis de fazer.

Partiu Halloween do Bem?




Imagens: Pixabay e Google

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Hospital Adventista e a preocupação com a alimentação dos pacientes para recuperar saúde

Entrevista concedida a Nadia Cozzi, Consultora, Escritora, Culinarista e Blogueira da Consciência na Alimentação e agora fundadora do grupo no Facebook “Comida de Hospital é Alimento?, que tem como finalidade debater o tipo de alimentação que está sendo servida nos hospitais e as consequências dessa alimentação quase que totalmente industrializada na recuperação da saúde dos pacientes. 
Hospital Adventista e a alimentação de seus pacientes 
Respeito a Deus e à saúde humana 


Os adventistas são reconhecidos internacionalmente por sua longevidade, merecendo até uma pesquisa realizada pela USP sobre sua saúde e seus hábitos alimentares. 

Para eles um estilo de vida saudável, propicia mais qualidade de vida, cria condições para um melhor desenvolvimento do potencial humano e facilita o contato do homem com as realidades espirituais. 

Baseado nesses conceitos os alimentos servidos no Hospital Adventista tanto para pacientes como para funcionários, devem atender 3 requisitos básicos: 

1. Saudáveis: Boa qualidade, boa combinação, nutritivos. De preferência alimentos vegetais ou ovo-lacto-vegetarianos, frutas em abundância e alimentos integrais e naturais. Sucos de frutas, sem aditivos químicos ou conservantes, quando industrializado preferimos os sucos da SUPERBOM, (empresa adventista no ramo de alimentos saudáveis voltados ao público vegano/vegetariano do Brasil), que não coloca nenhum aditivo químico na bebida. E ofertam Cevada instantânea e não café. 

2. Saborosos: É dada prioridades para os temperos frescos e consideram o mel uma opção saudável para adoçar. A comida deve ser apetitosa, ser saudável, mas sem perder o sabor. 

3. Atraentes: O paciente está debilitado, precisa de incentivo para se alimentar. Então aparência, apresentação com criatividade são fatores importantes para a aceitação da refeição



Fui recebida com muita simpatia e carinho pela Silvana Simões, Nutricionista clínica do Hospital Adventista que fica na Aclimação aqui em São Paulo, que me explicou como funciona a alimentação dos pacientes e de cara perguntei a ela: Comida de Hospital é Alimento?

“Aqui no nosso Hospital, com certeza. Servimos carne, somente em casos excepcionais. A cada 50 pacientes, temos uma média de 2 recebendo carne moída ou filé de frango.

Utilizamos a proteína vegetal, em diversos pratos como, panquecas, almôndegas. Os pacientes raramente percebem a diferença. Priorizamos as frutas sempre presentes no desjejum, lanche da tarde e no jantar. No jantar, sempre servimos sopa”. Os colaboradores que se alimentam aqui também têm o mesmo tipo de alimentação. Alguns colaboradores almoçam em outro refeitório, onde consomem suas próprias marmitas.

E quanto aos industrializados?

Servimos iogurte natural, ofertamos sucos Superbom, e também sucos de frutas ou polpas. Aliás, as frutas merecem nossa atenção: banana e mamão sempre no desjejum. No lanche da tarde também tem a opção de fruta, no jantar a fruta mais uma vez se faz presente.

No lanche da tarde pode ser leite liquidificado com banana e aveia ou um mingau tendo o mel como opção. Suco industrializado, chá, bolacha ou torrada no lanche da tarde geralmente é padrão, mas muitas vezes como no caso do idoso pode apresentar dificuldades de deglutição, as adequações são realizadas. Então oferecemos outras opções. O pão ofertado, é o integral que é fabricado todos os dias no local, geralmente não servimos pão francês. Não utilizamos nenhum tipo de tempero pronto, aqui é alho, cebola, manjericão, salsinha e outros temperinhos frescos. Servimos arroz integral com o arroz branco de opção.

Somos em 2 nutricionistas e sempre tentamos atender as solicitações que por ventura aconteça, pois o cardápio sem carne, é diferenciado.

A que você atribui a terceirização presente cada vez mais em todas as áreas dos hospitais, principalmente no caso da alimentação?
Hoje em dia é muito comum terceirizada e mais difícil ter auto-gestão. O custo pode ser uma das razões de maior adesão, entre outras.

Hospital tem que priorizar custo nessa área tão importante para a recuperação do paciente?
A contenção de custos ocorre em todos os setores, hoje em dia, creio que todos passam por adequações.

Acreditação dos hospitais
Estamos em processo de visitas para avaliação com o objetivo de acreditação ONA - 
Organização Nacional de Acreditação.

Em tempo: “Acreditação como um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde. Tem um caráter eminentemente educativo, voltado para a melhoria contínua, sem finalidade de fiscalização ou controle oficial/governamental, não devendo ser confundida com os procedimentos de licenciamento e ações típicas de Estado.”

Esse diferencial na parte da alimentação é muito importante?
Sim, pois será importante para os clientes e para o Hospital em si.

A Gastronomia aplicada ao paciente inapetente:
Muitas vezes o paciente está inapetente, e a preocupação é grande, pois se o paciente não aceita a alimentação, maior é o risco de desnutrição e de comorbidades. Por isso o monitoramento de aceitação da dieta, e o acompanhamento nutricional, devem ser efetivos para minimizar esses riscos.

Qual o conselho para um paciente cuidador e acompanhante que querem uma atenção maior à qualidade da alimentação servida nos hospitais?
Feed back para o serviço de atendimento ao cliente, caixinhas de sugestões, avaliação do atendimento, são ferramentas importantes.

Como lidar com o “contrabando” de comida nos hospitais feito pelos familiares dos pacientes?
Eu converso com as famílias, quando eles querem um alimento especial, uma fruta por exemplo eu peço para não trazerem os alimentos sem o nosso conhecimento. E as frutas, nós higienizamos na SND do hospital. Temos que minimizar os riscos, cercar de todas as formas. Por isso busco estar presente junto ao paciente e família, variamos as frutas, os sucos, buscamos cada vez mais atender suas expectativas. O risco de trazer alimentos externos, é um pouco complicado, pois deve haver um bom monitoramento.

Como você enxerga o nível das nutricionistas hoje em dia nos hospitais em função dessa avalanche de alimentos industrializados?
Não tenho muito conhecimento sobre isso, cada instituição adota o tipo de alimentação conforme lhe apraz e política da instituição. Nós temos o Centro Universitário Adventista de São Paulo. O UNASP com a Faculdade de Nutrição que segue essa linha sem carne, mais baseada em vegetais.

Realizamos Feiras de Saúde na Praça da Sé para promover o ensino prático dos 8 hábitos saudáveis, um programa oficial do Ministério da Saúde da Igreja Adventista do Sétimo Dia, sem fins lucrativos e que é realizado por voluntários. (8 hábitos: Luz Solar, Água, Nutrição, Qualidade de Vida (Temperança), Ar, Exercício, Descanso e Confiança em Deus)

O objetivo deste programa é colaborar para o estabelecimento de um estilo de vida muito mais saudável e feliz, gerando não apenas mais saúde, mas significativa economia para governos e famílias em gastos relacionados à saúde.

“Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino - eis os verdadeiros remédios...”

A Ciência do Bom Viver

Serviço:
Hospital Adventista de São Paulo
Rua Rocha Pombo, 49 – Aclimação - São Paulo, SP. (11) 2838-7000 / (11) 3340-6990
UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo
Minhas considerações:

Em primeiro lugar agradeço muito à Silvana Simões pela atenção e disponibilidade para mostrar sua cozinha, seus conceitos sobre alimentação e também as dependências do Hospital Adventista de São Paulo.

Considero muito interessante essa visão religiosa do alimento, do respeito ao corpo, do respeito ao Universo. Comungo bem com essa visão.

Vi pessoas muito interessadas e realmente comprometidas com o propósito de recuperar a saúde das pessoas. Todos uniformizados, atentos, interessados.

Tem ainda alimentos industrializados? Sim, mas mesmo esses industrializados são escolhidos por terem menos aditivos químicos e você pode escolher outra coisa no lugar. Existe também a perspectiva de aumentar a cozinha para possibilitar que outros alimentos possam ser produzidos ali, como o iogurte por exemplo.

Tem soja na alimentação, num tempo em que 90% das plantações de soja no Brasil são transgênicas? Sim, mas novamente você pode optar por outro tipo de alimento, até porque pode ter problemas de alergia ou intolerância à soja.

Isso só é possível em hospitais pequenos? Talvez, mas será que esse modelo de mega hospitais, com estruturas lindas e suntuosas, não está dando sinais de que não é esse o caminho? Que essa estrutura linda e poderosa em um interior cheio de problemas e desrespeito à saúde?

Tive conhecimento de que existe uma acreditação dos hospitais, quais serão os processos de avaliação da qualidade dos serviços dessas empresas do setor de saúde? Pesquisando sobre isso, descobri que uma das avaliações nacionais do setor mais abrangente é a certificação para acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), que possui instituições acreditadas em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal.

A ONA é uma organização privada que surgiu em 1999 com o objetivo de coordenar o Sistema Brasileiro de Acreditação, um conjunto de regras e procedimentos de certificação dos serviços de saúde no Brasil criado por uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com entidades que representam o setor. “Taí um contato a ser feito e tem página no Facebook!”


Estamos apenas começando e fico feliz em ter encontrado um Hospital que tem como slogan “Salvar é a nossa Natureza”.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

O mundo inteiro pode ser abastecido por alimentos orgânicos

Fonte: Organic Food Fest

Notícia | 08/06/2016


A universidade estadual de Washington realizou um estudo que mostra que a produção orgânica pode atender a demanda geral da população do planeta. os resultados mostram que ao mesmo tempo em que as condições dos trabalhadores orgânicos e o clima melhora, a produção deste tipo de alimento também é favorecida.

O relatório “agricultura orgânica para o século 21”, tem como base examinar a eficiência da agricultura ecológica que toma como referencia os pilares da sustentabilidade econômica, social e ambiental. Liderado pelo professor de ciência do solo e agroecologia john regalnold e pelo doutorando jonathan wather, o estudo apresenta analises detalhadas de outros estudos acadêmicos que abordam a mesma temática.

Segundo especialistas, o ideal seria mesclar as tecnologias usadas nos plantios tradicionais com os métodos orgânicos. destacam-se: diversificação agrícola e pecuária, rotação de culturas, gestão natural de pragas, adubação verde, animais e melhoras na condição do solo a partir de uso de compostagem.

Segundo eles “fazendas orgânicas têm o potencial para produzir altos rendimentos em consequência da capacidade mais elevada de retenção de água nos solos cultivados sem agrotóxicos”. os autores garantem que independente das mudanças climáticas a agricultura orgânica é capaz de atender todas as necessidades do mundo.

As evidencias apontam que os benefícios da produção orgânica são muitos, pois eles garantem um maior beneficio social, um ganho ambiental relevante e a melhora da qualidade da saúde da população. em contra partida, os ganhos em termos econômicos não são tão rentáveis, já que o uso de pesticidas é menor – o que acaba barateando parte da produção.

Fonte: Ciclo Vivo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Você conhece a roda dos 7 reinos?

Fonte: INC





A roda dos 7 reinos é um guia ilustrado e divertido, desenvolvido para ensinar crianças menores de 10 anos sobre o que é uma alimentação saudável e sua importância para nossa saúde.

Antes de apresentarmos os 7 reinos é importante esclarecer que a alimentação saudável é fundamental para termos saúde e boa disposição para brincar, estudar e fazer todas as atividades divertidas que tanto gostamos. Para isto, precisamos prestar atenção na qualidade, variedade e quantidade do que comemos, pois cada alimento tem sua importância para o nosso corpo, ou melhor, cada alimento tem seu nutripoder. Um dica simples é que uma alimentação saudável é sinônimo de refeição colorida e variada, como encontramos nos 7 reinos, portanto, para fazermos boas escolhas alimentares precisamos dar preferência a alimentos naturais, ricos em diversas cores e sabores maravilhosos, preparados de forma caseira, e evitar o máximo possível produtos alimentícios altamente processados pela indústria, como os diversos tipos de salgadinhos, embutidos, bebidas adoçadas, produtos prontos para o consumo, fast food, guloseimas, etc.

Vamos entender quem é quem nos 7 reinos?

Reino Amarelo

Neste reino estão os alimentos energéticos, fontes de um nutriente chamado “carboidrato”. São eles que dão energia para brincar, correr, pular, praticar esportes, estudar, etc. Assim, o nutripoder deste reino é o da “Energia”. Os alimentos que compõem este reino são conhecidos como cereais, são eles: o arroz, o trigo, a aveia, o milho, a batata, a mandioca, mandioquinha, cará, inhame, etc. Com estes cereais podemos fazer pães, bolos, macarrão, massas, etc. Um dica muito importante é preferir os cereais integrais ou os alimentos preparados com o cereal integral (exemplo: arroz integral, pão integral, macarrão integral, etc) pois eles contém um tipo de energia que tem mais nutripoder, ela dura muito mais que dos cereais comuns (refinados).

OBS: Existem alguns produtos alimentícios produzidos pela industria que se disfarçam do reino amarelo e prometem muita energia, mas cuidado, não se deixem enganar! Muitos deles possuem muito mais componentes dos sub-reinos da gordura, açúcar e sal do que alimentos do reino amarelo e, assim, em vez de dar boa energia acabam tirando a nossa energia e nos deixando cansados, indispostos e com uns quilinhos a mais! São eles salgadinhos de pacote, bolos e bolachas recheadas industrializados, macarrão instantâneo, lanches rápidos, etc

Reino Laranja

Neste reino estão todas as frutas, elas possuem muitas vitaminas, minerais, fibras e agua, que auxiliam no bom funcionamento geral do nosso corpo, prevenindo uma série de doenças e nos dando muita disposição. Na roda dos 7 reinos o nutripoder das frutas é a “Magia”. Para garantir este nutripoder ao nosso corpo é importante consumirmos3 porções de frutas variadas por dia. Temos diversas opções, como laranja, banana, maça, pera, melancia, figo, atemoia, manga, abacaxi, limão, caqui, morango, melão, uva, goiaba, jaca, lichia, caqui, caju, kiwi, pêssego, etc. Uma boa dica é comer frutas após as refeições e também acrescentar no lanche da escola!

OBS: Não se deixem enganar por alguns produtos “mascarados e encaixotados” que tentam entrar disfarçados neste reino, estamos falando de produtos industrializados como os “sucos de caixinha” que afirmam ser de frutas, porém a maioria possuem muito mais componente do sub-reino do açúcar do que alimentos do Reino Laranja e acabam por roubar o nutripoder das frutas. Ao comprar produtos industrializados fiquem de olho nos rótulos e prefiram sempre frutas de verdade!

Reino Verde

Os alimentos que compõem este reino são todas as verduras (couve, alface, chicória, espinafre, alface, rúcula, agrião, escarola, acelga, brócolis, couve flor, etc) e os legumes (tomate, aboboras, abobrinha, cenoura, beterraba, pepino, vagem, berinjela, jiló, pimentão, etc). O nutripoder destes alimentos é a “Recuperação”, pois ajuda o nosso corpo a evitar doenças e se recuperar mais rapidamente quando adoecemos. Eles possuem muitas vitaminas, minerais e fibras que ajudam na boa saúde. Para conseguirmos obter todo o nutripoder deste reino é importante comer pelo menos 3 porções por dia de alimentos do Reino Verde. Uma boa dica é garantir tanto no almoço quanto no jantar uma salada de folhas verdes e um legume cozido ou assado. Estes alimentos também podem ser acrescentados em sucos e nos lanches da escola. Aproveitem!

Reino Vermelho

O reino Vermelho é conhecido pelo seu nutripoder da “Força”, principalmente porque eles contêm muita proteína, ferro, além de outros minerais, que são nutrientes que dão uma força especial para o nosso corpo e nos ajudam a crescer bem. Os alimentos que contem este nutripoder são as carnes (bovina, suína e de aves) e os ovos. Para garantir este nutripoder todo dia precisamos consumir pelo menos uma porção de alimentos deste grupo por dia!

OBS: Existem alguns alimentos que se disfarçam de reino vermelho para nos enganar, são eles os embutidos, nuggetts, hambúrguer industrializados, salsichas, linguiças, fiquem atentos, eles só tem um pouquinho do reino vermelho e um montão do sub-reino do sal e da gordura! Fiquem atentos!

Reino marrom

O nutripoder deste reino é a força “Turbo”, os alimentos deste reino que dão este poder turbo são as leguminosas, como todos os tipos de feijões, lentilha, grão de bico, ervilha, etc. Semelhante ao reino vermelho eles também contém proteínas e ferro e também fibras que ajudam a regular nosso corpo. Para obter este nutripoder todos os dias é importante comer pelo menos 1 porção destes alimentos todos os dias. Eles combinam muito bem com os outros alimentos que comemos no almoço ou no jantar.

Reino Azul

Neste reino estão os peixes e frutos do mar (caranguejo, camarão, lula, ostra, etc). O nutripoder deste reino é a “Inteligência”, pois contém nutrientes muito importantes para a nossa mente, como proteínas, ferro, zinco e uma gordura muito boa conhecida como ômega 3, presente principalmente em peixes do mar. Para obtermos este nutripoder devemos consumir peixes pelo menos 1 vez por semana em substituição aos alimentos do grupo vermelho.

Reino Branco

Neste reino está o leite e todos os seus derivados, como queijos, iogurtes, requeijão, etc. Estes alimentos tem um nutripoder muito especial que é o da “Resistência”, pois contém nutrientes importantes como proteínas e cálcio, o qual é fundamental para garantir a boa resistência dos ossos e dentes e, assim, promover um bom crescimento físico. Para garantir este nutripoder todos os dias precisamos consumir 3 porções de leites e derivados por dia.

OBS: Algumas crianças possuem alergias aos alimentos do reino branco e nestes casos devem contar com a força especial dos alimentos dos outros reinos que também contém proteínas e calcio, como por exemplo dos alimentos do reino verde e do reino marrom.

Reflexão importante!

Esta roda dos 7 reinos foi criada pela equipe do projeto Nutri Ventures, que atuam por meio de atividades lúdicas, como jogos, músicas e desenhos animados para estimular entre as crianças a prática da alimentação saudável, o comer “comida de verdade”, conforme orienta o novo guia alimentar brasileiro. A estória dos episódios dos Nutri Ventures foi criativamente baseada nas transformações sofridas no mundo real, onde a indústria e o marketing agressivo de produtos alimentícios, está transformando negativamente as escolhas alimentares e a forma de se alimentar, levando-nos a consumir exageradamente produtos embalados prontos para o consumo, apoiados na praticidade, rapidez e estimulo sensorial intenso, com produtos cada vez mais “hiperpalatáveis”, para não dizer, carregados de açúcar, sódio e gorduras.

O desenho animado

Os heróis da história, Teo, Lena, Ben e a pequena Nina, vivem em uma cidade cinzenta, onde não existem alimentos. Isto porque 30 anos atrás, Alex Grand, o terrível vilão, mandou o seu exército de G-Squads destruir todos os tipos de comida que existiam e obrigou a população a alimentar-se unicamente de Genex 100, um composto calórico fabricado na Corporação Grand, da qual ele é o dono.

Contudo, antes que o Alex pudesse destruir todos os alimentos, Neus, um sábio nutricionista, encarregou os seus sete colaboradores mais experientes de fugirem para longe com a ajuda dos Gugas, pois deste modo cada um deles poderia preservar um grupo de alimentos. Tornaram-se, assim, os Nutri Mestres e vivem, até hoje, isolados em seus reinos longínquos, onde conservam os alimentos que lhes foram confiados.

Caberá a Teo, Lena, Ben e Nina a empolgante missão de descobrir esses Reinos fantásticos e devolver ao mundo a diversidade alimentar que o Alex fez desaparecer. Ao longo da sua aventura, eles vão saborear alimentos desconhecidos, experimentar os seus incríveis Nutri-Poderes e travar duras batalhas, sempre acompanhados do seu Guga Púrpura!

A Instituição Nutri Ventures

A Nutri Ventures é a primeira instituição de entretenimento infantil no mundo a promover, exclusivamente, a alimentação saudável. A empresa portuguesa foi criada em 2010, por Rodrigo Carvalho, paraense, naturalizado português, e Rui Lima Miranda, e desenvolve conteúdos de entretenimento infantil que estimulam a alimentação saudável. Enquanto projeto, a Nutri Ventures conta com parcerias com instituições como a Organização Mundial de Saúde e está presente até o momento em mais de 23 países, entre eles o Brasil. A instituição é muito mais do que desenho animado é um movimento e uma causa, e acredita que só com a participação de todos poderemos vencer a pandemia do século XXI (que é o excesso de peso e doenças crônicas associadas a má alimentação) e criar um futuro mais saudável para as nossas crianças!

Para saber mais sobre o projeto acesse o site: http://www.nutri-ventures.com

Salsicha, hambúrguer “carnes processadas” são consideradas cancerígenas pela OMS.

Fonte INC



A Agencia Agência Internacional de Investigação de Cancer (IARC), órgão ligado a OMS, publicou nesta segunda (26 de outubro) os resultados de uma avaliação feita por 22 cientistas de 10 países sobre a carcinogenicidade do consumo de carne vermelha e carne processada. Traduzimos aqui as informações principais do relatório publicado na revista The Lancet.

A carne vermelha não processada refere-se a músculos de mamíferos (carne bovina, vitela, porco, cordeiro, carne de carneiro, cavalo ou cabra, etc). Já a carne processada é a carne que foi transformada através de salga, cura, fermentação, defumação ou outros processos para melhorar o aspecto sensorial ou melhorar a preservação, como exemplos temos as salsichas, linguiças, hamburguers, embutidos (presunto, salame, etc).

O processamento de carne, como a cura e a defumação, pode resultar na formação de produtos químicos com potencial cancerígeno, incluindo os compostos N-nitrosos (NOC), hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP).

Cozinhar melhora a digestibilidade e a palatabilidade da carne, mas pode também produzir substancias conhecidas ou suspeitas de serem cancerígenas, incluindo aminas heterocíclicas (AHC) e hidrocarbonos policíclicos aromáticos (HPA). A alta temperatura de cozimento, obtida ao fritar (com ou sem óleo), grelhar ou no churrasco, produz as maiores quantidades destas substancias químicas (2,3).

A ingestão média de carne vermelha (entre os que consomem) é estimada em 50-100 g por pessoa, por dia, e considera-se um consumo elevado quantidades superiores a 200 g por pessoa, por dia (4). Quanto a carne processada existe pouca informação a respeito da porção usualmente consumida.

Como foi feita a avaliação?
O Grupo de Trabalho avaliou mais de 800 estudos epidemiológicos que investigou a associação de câncer com o consumo de carne vermelha e carne processada ​​em muitos países, e, em vários continentes, com diversificada etnias e dietas. Para a avaliação, o maior peso foi dado aos estudos prospectivos de coorte, de base populacional. Estudos de caso-controle de base populacional de alta qualidade forneceram evidências adicionais. Para ambos desenhos, os estudos considerados mais informativos foram aqueles que consideravam a carne vermelha e carne processada separadamente, possuíam dados dietéticos quantitativos obtidos a partir de questionários validados, um grande tamanho amostral, e foi controlado para os principais fatores de confusão em potencial para o tipo de câncer avaliado. O maior corpo de dados epidemiológicos foi para o câncer colorretal.

O que eles encontraram?


Carne vermelha e câncer colorretal

– Em estudos de coorte: Associações positivas foram observadas na comparação entre o alto e o baixo consumo de carne vermelha em metade dos estudos avaliados, incluindo uma coorte de dez países europeus e outros grandes grupos na Suécia e Australia (5-7).

– Em estudos caso-controle: Dos 15 estudos de caso-controle considerados, 7 relataram associações positivas entre câncer colorretal e consumo de carne vermelha (alto e baixo consumo).

Carne processada e câncer colorretal

– Em estudos de coorte: Associações positivas de câncer colorretal com o consumo de carne processada foram relatados em 12 dos 18 estudos de coorte avaliados, incluindo estudos na Europa, Japão e dos EUA (5,8-11).

– Meta-analise: Uma meta-análise de câncer colorretal, feita a partir de 10 estudos de coorte, relatou uma relação dose-resposta, estatisticamente significante, verificando aumento de 17% no risco de câncer para um consumo 100 g/dia de carne vermelha e um aumento de 18% para um consumo de 50 g/dia de carne processada (12).

-Em estudos caso-controle: As provas de apoio vieram de 6 dos 9 estudos caso-controle considerados.

Outros tipos de câncer:

Os dados também estavam disponíveis para outros 15 tipos de câncer.

– Associações positivas foram vistas entre consumo de carne vermelha e câncer de pâncreas e próstata (principalmente câncer de próstata avançado), em estudos de coorte e de caso-controle de base populacional.

– Associações positivas entre o consumo de carne processada e câncer de estômago.

Conclusões:

O Grupo de trabalho julgou que existem provas suficientes, em seres humanos, para considerar que “o consumo de carne processada tem potencial efeito cancerígeno” (colorretal e estomago) classificando-a como Grupo 1 de risco.

O Grupo não atribuiu o mesmo grau de confiança ao potencial cancerígeno para o consumo de carne vermelha, uma vez que nenhuma associação clara foi observada em vários estudos de alta qualidade. Portanto, o Grupo concluiu que há evidências limitadas para afirmar o potencial cancerígeno em seres humanos da carne vermelha não processada, e, classificou “o consumo como de carne vermelha comoprovavelmente cancerígeno para os seres humanos” (Grupo 2A).

É importante esclarecer que a carne vermelha não processada é rica em proteínas de alto valor biológico e muitos micronutrientes importantes como ferro, vitaminas do complexo B e zinco, importantes para boa saúde. Desta forma, a entidade alerta que não é necessário parar de comer carne, o importante é atentar para a quantidade, evitando o consumo excessivo e optando por formas de preparo mais saudáveis. Quanto as carnes processadas (salsichas, linguiças, embutidos, hambúrguer, etc) é necessário reduzir de forma substancial a quantidade e a frequência de consumo.

Entenda o que significa o Grupo da classificação de risco da OMS:

-Grupo 1 – O agente é carcinogênico a humanos. Quando há evidências suficientes de que o agente é carcinogênico para humanos.

-Grupo 2A – O agente provavelmente é carcinogênico a humanos. Quando existem evidências suficientes de que o agente é carcinogênico para animais e evidências limitadas ou insuficientes de que ele é carcinogênico para humanos.

O relatório original publicado na revista The Lancet está disponível em:http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lanonc/PIIS1470-2045(15)00444-1.pdf

Link para o IARC:

http://www.iarc.fr/

http://www.iarc.fr/en/media-centre/iarcnews/pdf/Monographs-Q&A_Vol114.pdf

Referências citadas:

1 International Agency for Research on Cancer. Volume 114: Consumption of red meat and processed meat. IARC Working Group. Lyon; 6–13 September, 2015. IARC Monogr Eval Carcinog Risks Hum (in press).

2 Alaejos MS, Afonso AM. Factors that aff ect the content of heterocyclic aromatic amines in foods. Comp Rev Food Sci Food Safe 2011; 10: 52–108.

3 Alomirah H, Al-Zenki S, Al-Hooti S, et al. Concentrations and dietary exposure to polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) from grilled and smoked foods. Food Control 2011; 22: 2028–35.

4 Food and Agriculture Organization of the United Nations Statistics Division. Food balance. 2015. http://faostat3.fao.org/browse/ FB/*/E (accessed July 9, 2015).

5 Norat T, Bingham S, Ferrari P, et al. Meat, fi sh, and colorectal cancer risk: the European Prospective Investigation into cancer and nutrition. J Natl Cancer Inst 2005; 97: 906–16.

6 Larsson SC, Rafter J, Holmberg L, Bergkvist L, Wolk A. Red meat consumption and risk of cancers of the proximal colon, distal colon and rectum: the Swedish Mammography Cohort. Int J Cancer 2005; 113: 829–34.

7 English DR, MacInnis RJ, Hodge AM, Hopper JL, Haydon AM, Giles GG. Red meat, chicken, and fi sh consumption and risk of colorectal cancer. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2004; 13: 1509–14.

8 Oba S, Shimizu N, Nagata C, et al. The relationship between the consumption of meat, fat, and coff ee and the risk of colon cancer: a prospective study in Japan. Cancer Lett 2006; 244: 260–67.

9 Bernstein AM, Song M, Zhang X, et al. Processed and unprocessed red meat and risk of colorectal cancer: analysis by tumor location and modifi cation by time. PLoS One 2015; 10: e0135959.

10 Cross AJ, Ferrucci LM, Risch A, et al. A large prospective study of meat consumption and colorectal cancer risk: an investigation of potential mechanisms underlying this association. Cancer Res 2010; 70: 2406–14.

11 Chao A, Thun MJ, Connell CJ, et al. Meat consumption and risk of colorectal cancer. JAMA 2005; 293: 172–82.

12 Chan DS, Lau R, Aune D, et al. Red and processed meat and colorectal cancer incidence: meta-analysis of prospective studies. PLoS One 2011; 6: e20456.

13 Pierre F, Freeman A, Tache S, van der Meer R, Corpet DE. Beef meat and blood sausage promote the formation of azoxymethaneinduced mucin-depleted foci and aberrant crypt foci in rat colons. J Nutr 2004; 134: 2711–16.

14 Pierre F, Santarelli R, Tache S, Gueraud F, Corpet DE. Beef meat promotion of dimethylhydrazine-induced colorectal carcinogenesis biomarkers is suppressed by dietary calcium. Br J Nutr 2008; 99: 1000–06.

15 Santarelli RL, Vendeuvre JL, Naud N, et al. Meat processing and colon carcinogenesis: cooked, nitrite-treated, and oxidized high-heme cured meat promotes mucin-depleted foci in rats. Cancer Prev Res (Phila); 3: 852–64.

16 Aune D, Chan DS, Vieira AR, et al. Red and processed meat intake and risk of colorectal adenomas: a systematic review and metaanalysis of epidemiological studies. Cancer Causes Control 2013; 24: 611–27.

17 Gay LJ, Mitrou PN, Keen J, et al. Dietary, lifestyle and clinicopathological factors associated with APC mutations and promoter methylation in colorectal cancers from the EPIC-Norfolk study. J Pathol 2012; 228: 405–15.

18 Pierre FH, Martin OC, Santarelli RL, et al. Calcium and alpha-tocopherol suppress cured-meat promotion of chemically induced colon carcinogenesis in rats and reduce associated biomarkers in human volunteers. Am J Clin Nutr 2013; 98: 1255–62.

19 Le Leu RK, Winter JM, Christophersen CT, et al. Butyrylated starch intake can prevent red meat-induced O6-methyl-2-deoxyguanosine adducts in human rectal tissue: a randomised clinical trial. Br J Nutr 2015; 114: 220–30.

20 Lewin MH, Bailey N, Bandaletova T, et al. Red meat enhances the colonic formation of the DNA adduct O6-carboxymethyl guanine: implications for colorectal cancer risk. Cancer Res 2006; 66: 1859–65

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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