segunda-feira, 19 de junho de 2017

Fotojornalista argentino retrata vítimas da contaminação por agrotóxicos em cultivos transgênicos

Fonte: RESUMO FOTOGRÁFICO




O fotógrafo Pablo Piovano percorreu mais de seis mil quilômetros no litoral e norte da Argentina para conhecer pessoalmente as vítimas do que considera tratar-se de “um genocídio silencioso”. Na série “O Custo Humano dos Agrotóxicos”, Piovano retrata e denuncia as vítimas das politicas e atividades das multinacionais do agrotóxico.

A obra documental é o resultado de cinco viagens que o fotógrafo argentino fez a regiões agrícolas do país para retratar vítimas de contaminação por venenos que são usados em cultivos transgênicos. São imagens de pessoas com manchas e caroços na pele, mãos, braços e pernas deformadas, crianças com problemas resultantes de malformações fetais.

Em entrevista para o jornal Sul21, Piovano contou que a ideia para o projeto surgiu em 2014, após ser apresentado a dados médicos sobre a contaminação de pessoas pela utilização de agrotóxicos. “O que acontecia é que logo após pulverizações de agrotóxicos, as salas médicas se enchiam de crianças. Com o tempo, perceberam que os casos se tornavam cada vez mais perigosos”, disse.

Ele contou ainda que a força dos grandes latifundiários que utilizam agrotóxicos e dos fabricantes desses produtos é muito grande na Argentina, por isso, o tema da contaminação não é pauta na imprensa tradicional do país, apenas em veículos independentes.

No final de 2014, com recursos próprios, ele partiu para uma viagem pelas regiões norte, litoral do Pacífico e central, principais áreas agrícolas do país, onde se produz especialmente soja. Esta viagem inicial durou cerca de um mês. “Ali, me dei conta que o tema era muito sério”, diz.






Antes de iniciar suas viagens, Piovano conta que realizou um trabalho de produção e investigação em que se relacionou com cientistas, médicos e ativistas que foram lhe ajudando a identificar as personagens de seu trabalho. Uma vez lá, no entanto, descobriu que o contato com a maioria das famílias atingidas era fácil, porque elas “sentiam a necessidade de terem suas histórias narradas”. “Centenas de portas foram abertas para mim e isso é muito delicado, porque é a intimidade das pessoas”, relata.

Nessas conversas, percebeu que, salvo exceções, a maioria dos agricultores não utiliza os equipamentos de proteção adequados. “Eu entrevistei uma pessoa que pilotava um avião pulverizador. O filho tinha câncer e seguia dizendo que não acontecia nada. Diante de mim, tomou uma tampinha com glifosato. Isso aconteceu em 2014. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde declarou que o glifosato é possivelmente cancerígeno. Voltei a vê-lo, o discurso era outro e não voltou a tomar o veneno”, relata Piovano. Segundo ele, na época, não soube se o homem tinha problemas de saúde, mas sabe-se que a região em que mora, San Salvador, tem alta incidência de câncer.







O fotojornalista não conseguia publicar o material na Argentina. “Tive que fazer a dupla tarefa de divulgá-lo”, afirma, salientando que passou então a postular a possibilidade de captar financiamentos e apresentar o trabalho já realizado em festivais internacionais. Acabou conseguindo o financiamento no meio das viagens e, atualmente, prepara um livro a ser publicado ainda este ano na Alemanha.

Ao longo do caminho, contou com a companhia de jornalistas que escreveram textos para acompanhar suas fotos, publicadas na Argentina e no exterior. Conseguiu ainda exibir o trabalho em um museu de Buenos Aires, mas, quando foi realizar uma segunda exposição em outro local, foi avisado dois dias antes do lançamento que tinha sido cancelada.

A soja transgênica e o uso do glifosato foram autorizados na Argentina em 1996. Em duas décadas, 60% da área cultivável do país passou a ser ocupada por lavouras transgênicas que recebem, anualmente, mais de 300 milhões de litros de agrotóxicos.













































































Para conhecer mais sobre o trabalho de Piovano, acesse: pablopiovano.com.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

"SUS deve ser projeto civilizatório de cuidado integral", avalia médico"

Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares promoveu debate na 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária

Juliana Gonçalves
Fonte: Brasil de Fato | São Paulo (SP),07 de Maio de 2017 às 19:56

Debate uniu especialista da área da saúde e da alimentação / Miriam Martins


"O SUS [Sistema Único de Saúde] não pode ser apenas uma grande estrutura de assistência e tecnologia, mas sim um projeto civilizatório de cuidado integral da pessoa humana". A opinião é de Stephan Sperling, médico especialista em Medicina de Família e Comunidade, membro da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP) e do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES). Ele participou como palestrante do debate "SUS: não queremos assistência, queremos cuidado", realizado neste domingo (7), durante a 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, na capital paulista. A atividade foi promovida pela RNMMP.

Sperling aponta as três evoluções do SUS desde sua criação, em 1990. São elas: a concepção do cuidado de doenças, a incorporação da tecnologia para o tratamento e, por fim, a que acontece neste momento, em que há desmonte e cortes de financiamento. "Cada vez mais a gente percebe que os projetos políticos e técnicos da saúde devem cuidar da pessoa humana integralmente", considerou o médico.

Com relação ao tema específico da saúde do trabalhador rural, é preciso mais atenção do poder público e da sociedade, segundo José Erivalder Guimarães, médico especialista em Medicina do Trabalho pela USP (Universidade de São Paulo) e diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo. "A atenção à saúde do trabalhador rural precisa ser melhor aprofundada e passar a ser parte da reivindicação do movimento social", afirmou. Para ele, as reformas trabalhistas e da Previdência trazem impactos negativos que vão afetar a qualidade de vida e saúde dessa população.

Guimarães acredita que muitas vezes os aspectos sociais e econômicos da vida do trabalhador rural não é considerado nos debates de saúde. "Não há apenas o problema dos agrotóxicos", ponderou. "A saúde não pode ser vista apenas como o cuidado da pessoa, mas sim o que a Organização Mundial de Saúde [OMS] preconiza que é o bem-estar social", concluiu.

Erika Fischer, ex-coordenadora de Alimentação Escolar da Prefeitura de São Paulo e articuladora da Política de Atendimento Integral à Primeira Infância "São Paulo Carinhosa", trouxe informações sobre os programas de alimentação escolar. "A experiência com alimentação escolar em São Paulo foi digna de replicação por aplicar a Lei 11947/2009 que preconiza a compra da agricultura familiar pela prefeitura e estado e, para além disso, por efetivar programas de educação alimentar que ultrapassam os muros da escola", afirmou. Como legado da gestão anterior, a prefeitura possui um plano de metas que privilegia os alimentos orgânicos e pretende, progressivamente, modificar a alimentação das crianças para que ela seja substituída integralmente por alimentos orgânicos.

Fischer ressaltou, no entanto, a preocupação no que se refere ao sinais de retrocessos na alimentação escolar saudável da capital paulista, na gestão atual de João Doria (PSDB). "As compras da chamada pública da agricultura familiar e orgânica envolve para além de recursos, vontade política", criticou ela, ao afirmar que o governo municipal culpa a crise para justificar o não cumprimento da Lei 11947/2009.

Veja trechos do debate neste vídeo
Edição: Luiz Felipe Albuquerque

terça-feira, 25 de abril de 2017

O retrocesso no controle dos agrotóxicos no Brasil – artigo de Fernando Carneiro

Fonte: ABRASCO
24 de abril de 2017 Fernando Carneiro *



O Brasil continua sendo o maior consumidor de agrotóxicos do planeta. Entre os anos de 2009 e 2012, as análises de resíduos de agrotóxicos em alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) detectaram contaminação de 60 a 70% dos alimentos e pelo menos 30% de amostras impróprias para consumo humano, como analisado no ‘Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde’. Mas, de repente, em 2017, o Brasil virou o país dos “alimentos seguros”.

Como a Anvisa colaborou para tamanha boa notícia? Simples: alterou seus métodos de análise e conclusões. Agora, 1,11% dos alimentos apresentam risco agudo, o que mesmo assim não é pouco. A cada 100 pessoas, uma pode passar mal intoxicada ao ingerir um dos produtos monitorados. Antes, a metodologia dava destaque as amostras impróprias para consumo humano, que nesse último relatório foram de 19,7% em média.

O agronegócio aproveitou a oportunidade para criar uma nova narrativa dos resultados. A tão questionada Anvisa virou a avalista do modelo químico dependente da grande monocultura para a exportação de commodities.

Nessa mesma direção, o IBGE anunciou que irá cortar 50% das perguntas do novo Censo Agropecuário, deixando apenas uma sobre os agrotóxicos e retirando por completo as questões relacionadas à agricultura familiar. O Censo de 2006 retratou que 70% dos alimentos que chegam à população brasileira vem dos pequenos produtores. Este dado quebrou um dos mitos do discurso de que o agronegócio alimenta o Brasil, mas agora a série histórica será quebrada. O Censo Agropecuário foi atrasado por falta de recursos e vai ser financiado com cortes, salvo por uma desinteressada emenda parlamentar articulada em uma Comissão do Senado dominada pela bancada ruralista. A melhor forma de se curar a febre está sendo quebrar o termômetro.

Enquanto isso, no Congresso Nacional, a bancada ruralista busca aprovar um novo marco legal para os agrotóxicos no Brasil. O foco é reduzir o papel das áreas de saúde e ambiente e concentrar no Ministério da Agricultura as atribuições do registro, criando uma CTNAGRO nos moldes da CTNBIO, comissão que aprovou 100% dos pedidos de liberação de transgênicos que chegaram para análise.

Para tornar o quadro ainda mais grave, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), juntamente com representantes das industrias de agrotóxicos estão elaborando uma proposta de Medida Provisória (MP) onde é previsto que agrotóxicos que causem efeitos crônicos como o câncer, distúrbios hormonais e reprodutivos ou malformações possam ser comercializados no Brasil. Na base dessa proposta está a metodologia de avaliação de risco, cujos princípios foram utilizadas na nova versão do PARA/ANVISA.

Um movimento semelhante de ofensiva do agronegócio também pode ser observado nos estados. No Ceará, o governo estadual está para enviar uma proposta de lei de agrotóxicos para a Assembleia, que retrocede as salvaguardas da lei vigente desde 1993. Um retrocesso de 24 anos, onde as questões de saúde, ambiente e participação social são totalmente esquecidas face a liberalização e desregulamentação de interesse do setor.

É hora de mobilizar toda a sociedade brasileira contra esse golpe ao direito à informação e à alimentação saudável. Uma boa iniciativa neste sentido é a plataforma chegadeagrotoxicos.org.br, apoiada pela Fiocruz e Abrasco, que coleta assinaturas pela redução dos agrotóxicos no Brasil.

* Fernando Ferreira Carneiro – pesquisador da Fiocruz Ceará e membro do GT de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – GTSA/ABRASCO

Nota: os negritos foram colocados pelo Blog, chamando atenção para as barbaridades que se faz com a saúde das pessoas no Brasil.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Conheça os perigos da dioxina e saiba como preveni-los

Fonte: ECYCLE


Presente em papéis que passaram por processo de branqueamento e em certos artigos íntimos femininos, substância pode causar câncer e se acumula no corpo

Talvez você nunca tenha ouvido falar dessa substância química, mas ela está em seu corpo (mesmo que em pequena quantidade) e é perigosa. A dioxina é um subproduto industrial de certos processos, como produção de cloro, certas técnicas de branqueamento de papel e produção de pesticidas. A incineração de lixo também libera dioxina (queima de plástico, de papel, de pneus e de madeira tratada com pentaclorofenol), pois muitos produtos são tratados com cloro em sua fabricação.

As dioxinas são acumuladas nos tecidos adiposos, ou seja, nas regiões em que nossos corpos e os de animais têm mais gordura (veja mais neste artigo – em inglês). Por meio de um processo chamado biomagnificação, elas também acompanham o desenvolvimento da cadeia alimentar, de acordo com artigo da Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR), dos EUA. Se você come a carne de um animal que contém muitas dioxinas, elas serão acumuladas no seu corpo. A partir de então, seu organismo tentará se livrar delas por um bom tempo.

Não há nível saudável de dioxinas e até uma quantidade pequena pode ser perigosa, exatamente porque ela se acumula no organismo. Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a União Européia estabeleceram a dosagem de 2,3 pg/kg/dia (picograma/quilo/dia - 1 picograma equivale a 10-¹² grama ou um trilionésimo de grama) como limite. A americana Enviromental Protection Agency (EPA), discorda, apontando 0,7 pg/kg/dia como quantidade máxima recomendável. São limites que significam quantidades muito baixas, o que pode ser aferido por orientação da própria EPA, que descreve o uso de filtro simples de papel para coar café feito com papel branqueado industrialmente, por exemplo, como suficiente para exceder os “níveis aceitáveis” de dioxina por toda uma vida.


História e processos industriais

A expansão das dioxinas se liga à utilização do cloro na Segunda Guerra Mundial. Até esse período, o produto foi usado, juntamente com outras substâncias químicas, como forma de armamento. Com o fim do conflito, havia uma grande produção, mas a demanda sofreu uma queda abrupta. Assim, a indústria química buscou novos mercados para inserir o cloro. Essa empreitada foi bem sucedida, mas o subproduto dioxina não estava nos planos.

Uma fonte de cloro, uma fonte de matéria orgânica e um ambiente térmico ou quimicamente reativo em que os materiais citados possam se combinar é o que gera a dioxina nos processos industriais, de acordo com o Greenpeace. Portanto, tanto a produção de cloro, como o tratamento de outros produtos com cloro geram o indesejado subproduto.

Emissões de dioxinas

A tabela abaixo, divulgada pelo Portal São Francisco, mostra quais são os processos formadores das dioxinas e quais são os emissores primários. Veja:



Problemas causados pelas dioxinas

As dioxinas podem afetar o organismo humano, principalmente, de três maneiras:

-Má formação: as dioxinas são substâncias teratógenas (causam má formação fetal), mutagênicas (causam mutações genéticas, algumas das quais podem causar câncer) e suspeita-se que sejam carcinogênicas para humanos (podem causar câncer). Devido a essas propriedades, as dioxinas mexem com a regulação de crescimento celular, induzindo ou bloqueando a morte de células;

-Câncer: segundo a ATSDR, as dioxinas são comprovadamente causadoras de câncer em animais. O mesmo efeito parece ocorrer com humanos. E o mais grave é que as dioxinas agem como carcinogênicos completos, que não precisam de outros elementos químicos para atuarem no organismo. Elas podem causar tumores e aumentar o risco de todos os tipos de câncer, de acordo com a OMS e o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), dos EUA;

-Outros: as dioxinas alteram receptores de estrogênio, podem ser tóxicas para o crescimento e o desenvolvimento, podem causar danos no fígado, nos nervos e alterações indesejadas em glândulas, de acordo com a ATSDR. Problemas relacionados aos sistemas reprodutivo e imunológico, além de alterações no neurodesenvolvimento também podem ocorrer devido às dioxinas (veja mais aqui - em inglês). As substâncias também são suspeitas de causarem problemas respiratórios, câncer de próstata, além de dois tipos de diabetes.




Exposição

Novamente de acordo com a ATSDR, as dioxinas são encontradas em praticamente todas as amostras de pele e sangue de pessoas sem conhecimento sobre terem exposição à substância.

Como as dioxinas perduram na cadeia alimentar e se acumulam em tecidos adiposos, a alimentação é responsável por 96% de toda a acumulação de dioxinas da qual estamos sujeitos. Os principais tipos de alimento que as contêm, de acordo com a ATSDR, são os seguintes: gordura animal presente em carne, laticínios ricos em gordura, peixes gordurosos (arenque, cavala, salmão, sardinha, truta e atum) e produtos que tenham sido expostos a pesticidas.

A contaminação também pode ocorrer quando ingerimos alimentos que tiveram contato direto com embalagens que possuam dioxinas (principalmente as feitas com papel branqueado industrialmente, como pratos de papel e caixas de comida feitas de papel). Também é possível que produtos íntimos femininos que passaram por processo de branqueamento liberem dioxinas, como absorventes internos.

Outra maneira de o organismo humano ser invadido por dioxinas é a respiração de gases, vapores e outras emissões provenientes de lixões que costumam incinerar seus resíduos. Plantas industriais, como fábricas de papel, de cimento e de fundição de metais também podem liberar dioxinas no ar. Viver numa região próxima a esse tipo de estabelecimento pode acarretar exposição crônica a dioxinas via respiração (apesar de a maior parte entrar no corpo humano via alimentação).

Alternativas


Se os parques industriais de todo o mundo deixassem de produzir dioxinas, ainda levaria cerca de 30 anos para que os seres humanos diminuíssem consideravelmente o nível da substância em seus corpos. Como alternativas, algumas empresas tentaram substituir o cloro nos processos industriais utilizando dióxido de cloro, menos nocivo, o que pode ser aferido em produtos que exponham o selo ECF (Elemental Chlorine Free). Essa alteração se deu principalmente nas indústrias de papel e celulose e foi seguida por outra inovação, chamada TCF (Total Chlorine Free), em que não há nenhum tipo de cloro na composição do material. Ele é substituído por oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio.

No Brasil, um projeto de lei de 2008 tentou fazer com que a indústria de papel só pudesse fabricar modelos livres de cloro (TCF), mas foi rejeitada. A maior parte da indústria nacional de papel utiliza ECF, mas é possível encontrar produtos TCF (clique aqui).

O Greenpeace defende que as dioxinas deixem de ser produzidas, mas há um debate na sociedade. Há posições que defendem o uso dos ECF, alegando que não há diferenças entre os dois modelos.

Como evitar a exposição?

As dioxinas já estão presentes não só em nossas gordurinhas, mas nas gordurinhas de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, é possível seguir alguns conselhos básicos para evitar a exposição a essa perigosa substância:

-Produtos de papel: opte por papéis branqueados naturalmente ou não branqueados, especialmente para produtos que entram em contato com comida ou com partes íntimas – filtros de café, toalhas de papel e absorventes internos;

-Alimentos: escolha alimentos orgânicos e com baixa quantidade de gordura. Se a carne for imprescindível na sua dieta, procure saber se o animal foi criado de maneira sustentável – alimentado com poucas quantidades diárias de gordura ou pasto/ração livre de pesticidas. É comprovado que mães que comem menos carne têm menos dioxinas em seu leite materno;

-Plásticos: quando for esquentar algum produto no microondas, certifique-se de que ele foi feito especialmente para essa finalidade. Mesmo assim, dê preferência a recipientes de cerâmica e vidro. Com o calor, os plásticos podem liberar dioxinas diretamente no alimento. O mesmo vale para o filme plástico que recobre comida. Tire-o antes de levar o alimento ao microondas. No caso do PVC, evite qualquer forma de queima ou aquecimento intenso do material (fato comum em obras, para dar elasticidade ao cano).

Veja também:
-Microondas: aquecer alimentos em recipientes de plástico pode liberar dioxinas
-Videoclipe para evitar “estado plástico da mente”

O supermercado que cultiva ervas e temperos orgânicos dentro da loja — você colhe logo antes de levar para casa

Fonte: Autossustentável
6 • 04 • 17

Imagine só: você está fazendo compras e lembra que precisa de um manjericão, hortelã ou uma salsinha. Estica o braço dentro da estufa e colhe, na hora, o que precisa levar para casa. Simples assim! Fresco, saudável, prático e sustentável. Essa é a ideia da rede de supermercados Metro, em Berlim: uma fazenda interna que cultivará ervas e temperos localmente, sem uso de pesticidas.

Infarm, a empresa por trás do projeto tecnológico, garante que o modelo é eficiente e pode finalmente tornar uma fazenda orgânica interna acessível em larga escala. A instalação da loja de Berlim é o primeiro teste, que se bem sucedido será aplicado nas demais lojas da rede Metro.

Para tornar a tecnologia o mais eficiente possível, a Infarm utiliza cada centímetro disponível para o cultivo. “Não há desperdício de espaço ou de energia”, explica Guy Galonska, cofundador da startup. Entre os benefícios da tecnologia estão o cultivo local e rápido, a economia de espaço, a não necessidade de transporte e o uso reduzido de água e fertilizantes.

Apesar do cultivo do atual protótipo estar focado em ervas e temperos, o supermercado planeja lançar um espaço com a mesma tecnologia para criar tomates e pimentões. A rede de supermercado americana WholeFoods já é adepta do conceito de produção local e produz 150 toneladas de alimentos todos os anos.

Fazendas verticais urbanas são tendência no mundo inteiro. No Japão, é possível cultivar verduras 2,5 vezes mais rápido utilizando luz de LED.

Clique aqui para assistir ao vídeo que conta mais sobre a iniciativa da rede Metro, em Berlim.

INCA e Pró-Vita lançam vídeos educativos sobre alimentação e prevenção do câncer


Fonte: SEGS
Sexta, 07 Abril 2017 

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), em parceria com a Associação Pró-Vita, lança hoje quatro vídeos educativos sobre os temas alimentação saudável, atividade física, controle do peso e relação de tais fatores com o câncer. Os vídeos já estão disponíveis no canal do INCA no Youtube e poderão ser compartilhados nas redes sociais pela população. O dia 7 de abril foi escolhido para o lançamento porque nesta data se comemora o Dia Mundial da Saúde.

No ano passado, a Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA lançou um site com foco na alimentação. Nele são publicadas dicas de saúde, preparo saudável de alimentos e esclarecimento de dúvidas sobre a relação entre alimentação, nutrição e câncer. O trabalho fez tanto sucesso que deu origem à ideia de produzir os vídeos. A iniciativa é fruto de parceria com a Associação Pró-Vita, instituição que apoia pacientes que necessitam de transplante de medula óssea.

A responsável pela área de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA, Maria Eduarda Melo, destaca que a ação é muito significativa, já que a internet viabiliza um alcance maior e os compartilhamentos ajudam a disseminar o conteúdo, contribuindo para o reconhecimento social da relação entre a alimentação, nutrição e prevenção de câncer. “É importante quando a população tem acesso à informação correta, baseada nas melhores evidências. A Internet é um meio rápido de proporcionar isso, de amplo alcance e, especialmente neste caso, vai levar um conteúdo de qualidade às pessoas”, diz ela.

“Nós estivemos em um evento do INCA no ano passado e o tema alimentação saudável foi bastante abordado. É um debate importante. As escolhas que fazemos na nossa alimentação podem evitar o surgimento de diversos tipos de câncer. Com a produção destes vídeos, a ideia é fomentar mais debate e levar informação de qualidade sobre o tema nutrição”, explica Artur Santos, coordenador da Associação Pró-vita.

“Temos investido nesse tipo de ação, que consideramos algo estratégico para o controle do câncer no país. Nossa missão é levar a informação ao maior público possível e, por isso, tem sido fundamental investirmos também nos vídeos, que contam com recursos audiovisuais. A alimentação é uma questão central de saúde pública e a população ainda tem muitas dúvidas sobre mitos e verdades. Praticamente todo dia surge uma nova questão. E nossa missão é esclarecer. Falando especialmente do câncer, o tipo de alimentação pode ser fator de risco ou de proteção, por isso é uma questão tão relevante”, avalia a chefe do Serviço de Comunicação Social, Monica Torres.

O alerta vale para toda a população, e, em especial, para quem tem vida sedentária e histórico de câncer na família.

Veja os vídeos aqui






terça-feira, 11 de abril de 2017

Mago da vida saudável dá dicas de como se alimentar melhor e driblar as armadilhas

Na opinião do médico Mohamad Barakat, que acaba de lançar seu primeiro livro, é preciso haver uma mudança de comportamento urgente por parte da população

Fonte: A Crítica
09/04/2017 às 12:10

Esta semana, Dr.Barakat lançou seu primeiro livro, em evento concorrido em São Paulo
Artur CésarManaus (AM)

Todos os dias nós sabotamos o bom funcionamento do nosso organismo por meio da ingestão de alimentos nocivos à saúde e nem nos damos conta de como isso pode afetar nosso bem-estar a longo prazo. Notícias envolvendo problemas de fabricação e conservação de alimentos, como a levantada pela recente Operação “Carne Fraca” da Polícia Federal, nos despertam a atenção para o perigo que corremos.

Na opinião do médico Mohamad Barakat, fenômeno das redes sociais com mais de 700 mil seguidores e que esta semana lançou seu primeiro livro, “Pilares para uma vida saudável”, é preciso haver uma mudança de comportamento urgente por parte da população. “As pessoas têm que procurar conhecer o produtor e sua criação e/ou plantação e buscar alternativas para consumo na agricultura familiar, limpa e orgânica. Evitar produtos industrializados, que para atender a demanda em larga escala usam de química e outros ingredientes que podem ser nocivos ao consumo humano”, destaca o médico fundador do Instituto Dr.Barakat de Medicina Integrada.

Reconhecido por defender a bandeira do conceito de comida de verdade, ou seja, uma alimentação isenta de industrializados, embutidos, conservantes, corantes e outros artifícios utilizados pela indústria alimentícia, Dr.Barakat explica que somos o País que mais consome agrotóxico. E isso tem um preço: nossa saúde. “Buscar uma mudança alimentar livre desses itens será de grande valia no balanço final desta equação ‘alimento e saúde’. Você sentirá a diferença no paladar e na saúde de seu organismo. As informações estão aí na nossa frente. Cabe a nós escolher saber mais sobre o que estamos ingerindo e, assim, poder tomar decisões mais conscientes”, analisa.

Vilões


Para Dr.Barakat, a maioria das doenças que assolam a humanidade nos dias de hoje são oriundas de uma alimentação repleta de equívocos, em que os industrializados são os verdadeiros vilões. “O rótulo dos alimentos pode conter muitas armadilhas que levam o consumidor a ingerir produtos maléficos à saúde. É preciso ficar atento às informações dos produtos e, principalmente, interpretar os dados nutricionais, essencial para se alimentar corretamente. Saber identificar os ingredientes e suas propriedades é uma maneira de descobrir se o produto é realmente saudável ou não, por exemplo”, ensina o médico.

Mas na correria do dia a dia, com tantos afazeres para cumprir, como manter uma dieta equilibrada? “Para ajudar na correria do dia a dia eu sempre digo que o melhor é sempre optar pelo consumo de alimentos in natura, como frutas, cereais, nozes, verduras e legumes e excluir definitivamente determinados alimentos do cardápio, como açúcar branco e farinha de trigo refinados, refrigerantes, sucos de caixinha, óleos de cozinha, leite e glúten, entre outros”, explica Dr. Barakat. De acordo com o profissional, os benefícios de comer alimentos frescos, ricos em nutrientes, “menos embalados e mais descascados”, são infinitos. “O velho ditado ‘você é o que você come’, fala claramente sobre a importância da qualidade do que você ingere”, sentencia o médico.

vida saudável Dr. Barakat
Como se alimentar melhor

segunda-feira, 20 de março de 2017

Projeto “Composteira na Minha Cidade” acompanhou famílias do município que toparam reduzir a produção de lixo orgânico


Em Sertãozinho, projeto sustentável diminui produção de lixo em 10 vezes

Fonte: REVIDE
18 MAR 2017

Em Sertãozinho, um projeto-piloto para destinação sustentável do lixo orgânico conseguiu diminuir em mais de 10 vezes a produção deste tipo de lixo. O Projeto “Composteira na Minha Cidade” é fruto da parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente do município e de duas ONG’s Agir Ambiental e Florespi, e visa à conscientização sobre o reaproveitamento de resíduos orgânicos, transformando-os em adubos sólidos e líquidos, ocasionando a redução de material orgânico que é descartado e enviado para a coleta domiciliar e aterros sanitários.

A experiência aconteceu durante o ano de 2016, mas teve os resultados divulgados na última semana. Durante o período de dois meses, as 13 famílias que aceitaram participar da atividade foram assessoradas pelas ONGs. Cada uma delas recebeu um kit contendo uma composteira e utensílios para auxiliar a manutenção do trabalho de reaproveitamento dos resíduos, como baldes e pás.

Durante os dois primeiros meses do Projeto, as 13 famílias participantes produziram 282,5 kg de resíduos orgânicos, uma média de 0,3 kg de resíduos por pessoa ao dia. E na comparação com uma família que não utiliza a composteira, o resultado é emblemático:

Enquanto uma família de cinco pessoas, que utiliza o método, gerou 4,89 kg de resíduos orgânicos em 60 dias, outra família composta por somente 2 pessoas gerou 56,2 kg. Os produtos despejados na composteira eram restos de alimentos, cascas de frutas, borras de café e guardanapos e papel toalha já utilizado.

“As famílias dedicam apenas 30 minutos por semana aos cuidados com a composteira, com o envolvimento de vários de seus membros, o que gera uma união em torno da tarefa. O desperdício também é um fator sobre o qual as famílias participantes puderam refletir durante o processo”, analisou o diretor do Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos, Aluísio Edson Moraes Júnior.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alexandre Ribeiro Gomes, destacou a importância da prática em várias frentes, já que ele ajuda, inclusive, na diminuição dos gastos do município, caso seja ampliado, na coleta de lixo, por exemplo. “A prática leva o cidadão a abandonar o discurso e praticar a sustentabilidade de fato. Além disso, temos vários outros pontos positivos, com destaque para a redução da quantidade de resíduos orgânicos direcionados aos aterros sanitários de forma desnecessária, que gera economia ao município”, afirmou.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Idec e outras organizações lançam plataforma Chega de Agrotóxicos



Petição quer apoio dos consumidores para aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos e para barrar PL que facilita uso dessas substâncias no País

O Idec e outras 14 organizações lançam hoje (16) a plataforma #ChegaDeAgrotóxicos, que tem como objetivo buscar apoio da população para a aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara), proposta pelo Projeto de Lei (PL) 6.670/2016.

Além disso, ao assinar a petição disponível na plataforma, os consumidores também demonstrarão seu interesse em barrar o PL 6.922/2002, conhecido como PL do Veneno, iniciativa que pretende facilitar o uso dessas substâncias no Brasil.

Entre as organizações responsáveis pela plataforma estão, além do Idec, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o Greenpeace, o Movimento Slow Food e a Articulação Nacional de Agroecologia.

A nutricionista do Idec Mariana Garcia lembra que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, o que reforça a importância da plataforma. “Seu objetivo é fazer pressão no Congresso Nacional e mostrar que a sociedade brasileira quer a redução dos agrotóxicos no país”, destaca.

Além da petição, a página #ChegadeAgrotóxicos lista os motivos pelos quais a população deve apoiar a iniciativa, como os riscos à saúde de consumidores e agricultores; a contaminação do solo e de cursos d’água e a ameaça à soberania alimentar.

Política de redução de agrotóxicos x PL do Veneno
O PL que cria a Pnara foi apresentado em novembro de 2016 à Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.

A política, que estimula modelos alternativos, como agroecologia e a produção orgânica, recebeu o apoio do Idec. Ela foi elaborada com base no Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), aprovado em agosto de 2014, mas que até hoje não foi lançado oficialmente.

Já o PL do Veneno vai na direção contrária e busca flexibilizar a atual Lei de Agrotóxicos. O projeto propõe alterar o termo “agrotóxico” para “produto defensivo fitossanitário e de controle ambiental”, por exemplo, o que demonstra uma tentativa de “suavizar” a imagem negativa que essas substâncias têm na sociedade.


Fonte: IDEC
Data: 19/03/2017

sábado, 18 de março de 2017

Alimentação incorreta é grande causa de mortes por doenças cardiovasculares

A alimentação desajustada responde por 45% das mortes por doenças cardiovasculares nos EUA, sendo o sódio o maior causador de complicações. Especialistas ressaltam que a ingestão incorreta de nutrientes também é uma realidade brasileira

Diário de Pernambuco - Por: Paloma Oliveto - Correio Braziliense
Publicado em: 08/03/2017 10:30 Atualizado em: 08/03/2017 10:53




Arte: Valdo Vigo/CB/D.A. Press

Ajustes na alimentação poderiam evitar metade das mortes por doenças cardiovasculares. De acordo com um estudo divulgado ontem na revista da Academia Americana de Medicina, a deficiência ou a ingestão exagerada de 10 fatores dietéticos, como sódio, carne vermelha, nozes e grãos integrais, explicam 45% dos 702.308 óbitos registrados nos Estados Unidos em 2012 por infarto, derrame e diabetes 2. Esses dois primeiros estão no topo do ranking da mortalidade global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Entender a relação entre os componentes dietéticos individuais e doenças cardiometabólicas em nível populacional é essencial para identificar prioridades, guiar planejamento de políticas públicas, criar estratégias para alterar esses hábitos e melhorar a saúde”, justificou, em nota, a nutricionista e epidemiologista Renata Micha, pesquisadora da Faculdade de Políticas e Ciência da Nutrição Trufts Friedman, de Boston (EUA). De acordo com a principal autora do artigo publicado no Jama, não se estabeleceu, até agora, uma associação concreta entre os padrões de ingestão alimentar e enfermidades específicas dos sistemas cardiovascular e metabólico.

No estudo, a equipe da especialista criou um modelo estatístico com dados das Pesquisas Nacionais de Saúde e de Investigação Nutricional norte-americanas dos períodos 1999-2002 e 2009-2012 e cruzou essas informações com registros de óbito oficiais. Eles também usaram dados de estudos e ensaios clínicos. Então, examinaram a associação da mortalidade por doença cardíaca, derrame e diabetes 2 com o consumo de 10 alimentos/nutrientes que podem reduzir ou aumentar os riscos: frutas, vegetais, nozes/sementes, grãos integrais, carne vermelha não processada, carne processada, bebidas açucaradas, gorduras poli-insaturadas, gorduras ômega-3 provenientes de frutos do mar e sódio.

Independentemente de sexo, idade e etnia, os hábitos não saudáveis tiveram forte relação com o risco de mortalidade. Contudo, essa associação foi maior entre pessoas mais jovens, negros e hispânicos e pessoas com nível educacional baixo/médio. Entre os fatores dietéticos avaliados, o que mais influenciou negativamente na saúde foi o sódio, seguido por carnes processadas, bebidas açucaradas e carne vermelha não processada.

Por outro lado, o consumo adequado de nozes/sementes, gorduras ômega-3, vegetais, frutas e grãos integrais, nessa ordem, foi associado aos índices mais baixos de mortalidade. Quanto à idade, bebidas como refrigerante foram o fator mais impactante na morte por doenças cardiometabólicas entre pessoas de 25 a 64 anos. Acima de 65, o sódio excessivo foi quem desempenhou esse papel.

Redução de risco
O cardiologista Fausto Stauffer, diretor de pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia e coordenador de Cardiologia do Hospital Prontonorte, avalia que a principal mensagem do trabalho é mostrar o impacto que uma dieta adequada pode ter na redução dos riscos cardíacos. “Qualquer tipo de intervenção mais fácil, como mudar a dieta, é boa para diminuir essas doenças e o diabetes tipo 2, que, por si só, é um fator de risco independente para doenças cardiovasculares”, diz.

A nutricionista Simone Rocha, presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal (ANDF), acredita que as políticas públicas no Brasil vão ao encontro dessa realidade. “Nós avançamos e estamos à frente das políticas norte-americanas. Por exemplo, com a criação do guia alimentar Comer comida de verdade, do Ministério da Saúde, focado na prevenção”, diz. Segundo a especialista, principalmente para a população carente, esse manual tem um grande impacto. “Ele é o livro de bolso dos agentes de saúde”, conta. Ainda assim, Simone Rocha e Fausto Stauffer concordam que as falhas alimentares cometidas pelos brasileiros são parecidas com as constatadas no estudo norte-americano.

Outro marco destacado pela nutricionista é o acordo do ministério com a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia) que resultou na redução da quantidade de sódio dos alimentos prontos. “No geral, o que há de maior prejuízo à saúde cardiovascular é o aumento do consumo de sódio. No estudo, o sódio foi considerado o alvo-chave. Atitudes como educar a população e envolver a as indústrias para reduzirem lentamente o teor de sal devem ser tomadas”, diz.

O cardiologista Fausto Stauffer, contudo, acredita que o Brasil tem muito mais a fazer. “Falta muita política para melhorar o lanche nas escolas. As campanhas falam em reduzir a gordura, mas existe um questionamento de que, talvez, o carboidrato tenha um papel muito mais importante”, diz.

Milhões de anos perdidos
O artigo publicado no Jama vai ao encontro de outra pesquisa apresentada ontem no congresso de epidemiologia e prevenção da Academia Americana do Coração. Usando inquéritos nutricionais e dados de estudos anteriores sobre o impacto do consumo baixo de frutas e vegetais, os pesquisadores da Universidade de Washington calcularam os anos de vida perdidos (DALYs, sigla em inglês) — medida que se refere aos anos saudáveis perdidos para uma doença ou morte — em 195 países. De forma geral, descobriram que a ingestão deficiente de frutas está diretamente associada a 53,7 milhões de DALYs, e a de vegetais, a 44,6 milhões. Países com maiores níveis de desenvolvimento socioeconômico têm os menores índices de doença cardiovascular atribuídos à falta de consumo de hortaliças.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Alimentação escolar é tema de oficina com profissionais da área em Alegre

Fonte: FolhaVitória 02/03/17
Os produtores que fazem parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), responsáveis pelo fornecimento de grande parte da merenda, também participaram

Folha Vitória - Redação Folha Vitória


A oficina teve como proposta discutir e fortalecer a melhor qualidade da merenda nas escolas em Alegre
Foto: ​Divulgação/Prefeitura

A alimentação escolar em Alegre foi tema de uma oficina, realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, que reuniu departamentos da Prefeitura Incaper, produtores rurais, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, representantes de Associações de produtores rurais, professores do CCAUFES e profissionais da educação.

Com a proposta de discutir ações que aprimorem a lista de compras de alimentos produzidos no município, a oficina teve objetivo oferecer ações que garantam maior qualidade de vida para os alunos.

A consultora do Sebrae, Fabrine Schwanz, falou da importância da melhoria na alimentação escolar e das principais diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que visam a geração de renda para os produtores e o desenvolvimento local. “A oficina pretende ampliar a participação dos produtores para melhorar o fornecimento do PNAE, otimizar questões de logística e fortalecer a agricultura familiar de Alegre que é a principal base do programa. Já mapeamos a sazonalidade do que é produzido aqui para aperfeiçoar todo o processo da construção de uma lista de compras que seja efetivamente funcional nas escolas e que beneficie os produtores”, explica.

O secretário Carlos Reutemann destaca que a proposta é que Educação e Desenvolvimento Rural construam juntos a lista de compras de 2018 com as ações e sugestões apresentadas na oficina. “Integrar todos os setores deste processo é fundamental para estimular o crescimento do município, o aumento da produção da agricultura familiar e a qualidade da alimentação escolar”, completa.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

A sujeira por trás dos trangênicos

Mesmo estando presente no mundo todo, pouca gente sabe quem é a Monsanto ,o que são os Transgênicos e como estes alimentos foram parar em nossos pratos. Se você ainda não sabe sobre os alimentos geneticamente modificados, sugiro que procure saber. Esse vídeo é uma compactação do documentário : "O Mundo segundo a Monsanto" que está disponível na internet em sua totalidade.





O companheiro liberou: o caso dos transgênicos no governo Lula


Fonte: ASPTA

9 /02/ 2017

Estudo de caso de Gabriel B. Fernandes publicado em dezembro de 2005 pelo IBASE. 

Apresenta a forma como esse tema foi tratado pelo governo desde a legalização de plantios clandestinos até seu empenho para aprovar uma lei de biossegurança que sofreu forte oposição da sociedade civil organizada e recebeu aplausos de ruralistas e das empresas de biotecnologia.

Disponível aqui (pdf 1,2 MB)

sábado, 28 de janeiro de 2017

Hospitais públicos oferecem terapias alternativas com recursos do SUS

Fonte Portal Brasil

O Sistema Único de Saúde (SUS) agora oferece terapias alternativas, como meditação, arteterapia, reiki, musicoterapia, tratamento naturopático, tratamento osteopático e tratamento quiroprático.

Por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) , o Ministério da Saúde reconhece oficialmente a importância das manifestações populares em saúde e a chamada medicina não convencional, considerada como prática voltada à saúde e ao equilíbrio vital do homem.

Os serviços são oferecidos por iniciativa local, mas recebem financiamento do Ministério da Saúde por meio do Piso de Atenção Básica (PAB) de cada município.

“O campo das práticas integrativas e complementares contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar”, diz nota do ministério.

Para o diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Allan Nuno, a medida será útil para o desenvolvimento de programas para formação de trabalhadores e investimentos na área.

“O que a gente está colocando é a possibilidade de realização e registro no sistema de informação do ministério para reconhecer formalmente esse tipo de procedimento no SUS e monitorar as ações, a partir disso, vamos conseguir inclusive desenvolver ações de formação dos trabalhadores”, disse Nuno.

De acordo com o diretor, não é necessariamente o médico que prescreve esses procedimentos. “Por exemplo, a homeopatia, para você ser habilitado a fazer você pode ser médico, enfermeiro, fisioterapeuta, professor de educação física.”

Algumas terapias já eram oferecidas na categoria “práticas integrativas”, como práticas corporais em medicina tradicional chinesa, terapia comunitária, dança circular, ioga, oficina de massagem, auriculoterapia, massoterapia e tratamento termal.

De acordo com a OMS, terapia alternativa significa que ela é utilizada em substituição às práticas da medicina convencional, já a terapia complementar é utilizada em associação com a medicina convencional, e não para substituí-la. O termo integrativa é usado quando há associação da terapia médica convencional aos métodos complementares ou alternativos a partir de evidências científicas.

“Historicamente, a gente focou muito no médico e na alopatia. A gente tem essa cultura, sentiu qualquer coisa, procura o médico, e ele passa um remédio. Mas existem outras terapias reconhecidas pela ciência que diminuem sofrimento e melhoram as condições de saúde. A gente não privilegiava tanto essas alternativas, e passamos agora a privilegiar mais”, afirmou Nuno.

Saiba mais sobre esses tipos de terapia:

Meditação: A palavra “meditação” vem do latim “meditatum”, que significa ponderar. Trata-se da prática de concentração mental com o objetivo de harmonizar o estado de saúde.

Arteterapia: Faz uso da arte como parte do processo terapêutico.

Reiki: A técnica japonesa se baseia na prática de imposição das mãos por meio de toque ou aproximação para estimular mecanismos naturais de recuperação da saúde.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Pesquisas e Difusão do Reiki, o método é um sistema natural de harmonização e reposição energética que mantém ou recupera a saúde. É um método de redução de estresse, captando, modificando e potencializando energia.

Musicoterapia: Usa a música e seus elementos como terapia, o som, ritmo, melodia e harmonia.

Tratamento naturopático: É o uso de recursos naturais para recuperação da saúde. A naturopatia encara a doença como um processo: a prevenção, o combate das causas das doenças e a estimulação da inerente capacidade de cura do organismo. O método valoriza a integração das áreas da saúde, as terapias naturais, como também a inata "sabedoria" do corpo humano, determinada pelos genes e a evolução da espécie, para auxiliar no restabelecimento da saúde.

Tratamento osteopático: É uma terapia manual para problemas articulares e de tecidos. A Osteopatia é fundamentada no exame clínico, por meio da anatomia, fisiologia e semiologia. Essa técnica é indicada para alterações dolorosas no sistema musculoesquelético, como é o caso das lombalgias, cervicalgias, hérnias de disco, dores de cabeça e nas articulações, alterações de sensibilidade e limitações articulares.

Tratamento quiroprático: É a prática de diagnóstico e terapia manipulativa contra problemas do sistema neuro-músculo-esquelético. O objetivo do método é avaliar, identificar e corrigir as subluxações vertebrais e os maus funcionamentos articulares, que podem causar irregularidades no mecanismo da coluna e na função neurológica.

Em vez de prescrever medicação, o profissional de quiroprática busca o funcionamento correto da mecânica do corpo e a nutrição adequada. O objetivo é corrigir a causa do problema, e não os sintomas.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Relatório do Parlamento Europeu mostra benefícios dos orgânicos





Fonte: Brasil de Fato
Campanha Contra os Agrotóxicos
26 de Janeiro de 2017 às 11:27Documento analisa 381 referências sobre temas que envolvem alimentação, produção de plantas e de animais, impactos na saúde, entre outros / Reprodução

Consumo de orgânicos reduz exposição a agrotóxicos e riscos de intoxicação

Em dezembro de 2016, o Parlamento Europeu, através do Painel de Avaliação de Opções em Ciência e Tecnologia, divulgou um relatório sobre os impactos para a saúde pública do consumo de alimentos orgânicos e também da agricultura orgânica. O relatório chama-se “Human health implications of organic food and organic agriculture” e pode ser acessado aqui.

O documento analisa 381 referências sobre temas que envolvem alimentação, produção de plantas e de animais, impactos dos agrotóxicos na saúde e meio ambiente, resistência a antibióticos, padrões de alimentação, além de apontar caminhos e políticas públicas e suas possíveis consequências na Europa.

De acordo com o relatório, o consumo de alimentos orgânicos reduz a exposição a agrotóxicos, e portanto, os riscos de intoxicações agudas e crônicas. O relatório enfatiza que, apesar das análises de risco que são feitas antes da aprovação de agrotóxicos, existem grandes lacunas nos estudos. Gera grande preocupação, por exemplo, que sejam desconsiderados estudos epidemiológicos que mostram os efeitos negativos da exposição a baixas doses de agrotóxicos no desenvolvimento cognitivo de crianças.

Em relação aos fertilizantes, os estudos mostraram as consequências negativas do uso massivo e prolongado do mineral fósforo na agricultura convencional. O principal efeito é a elevação da concentração de cádmio no solo, e portanto nos alimentos produzidos neste local. A alimentação, inclusive, é uma das principais vias de exposição ao cádmio, que provoca câncer e diversas outras doenças.

Sobre a criação de animais, foi detectada uma maior concentração de ácidos graxos ômega 3 no leite, ovos e carne de animais criados no sistema orgânico. Isso decorre da alimentação à base de forragem, e não de rações concentradas. O capim possui alto índice de ômega 3 e, no caso do leite orgânico, foi detectada a presença 50% maior deste ácido graxo.

Outro ponto analisado foi a resistência a antibióticos. De acordo com o Organização Mundial de Saúde (OMS), a utilização excessiva deste medicamento na criação animal é um dos fatores que influenciam na existência de superbactérias resistentes a antibióticos. Na criação orgânica, o uso de antibióticos é reduzido, pois há menos doenças em sistemas não-confinados, e há grande restrição ao uso preventivo, comum na criação de animais convencional.

Ao final do relatório são apresentadas 5 opções de políticas públicas a serem consideradas daqui em diante. A primeira delas seria não tomar nenhuma atitude, e assim perder a oportunidade de obter ganhos para a saúde da população.

A segunda opção está relacionada às políticas de segurança alimentar, como por exemplo o controle da concentração de cádmio nas sementes. Além disso, na Europa está em vigor desde 2009 uma política de “uso sustentável” de agrotóxicos, que inclusive proíbe a pulverização aérea no continente. Finalmente, a União Europeia já se colocou favorável ao banimento do uso profilático de antibióticos na criação animal.

A terceira opção se refere a aumentar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação voltadas para agricultura orgânica. Este caminho poderia aprimorar os sistemas de cultivo, aumentando a produtividade e gerando mais comida de boa qualidade com práticas agrícolas sustentáveis.

A quarta opção aponta para a melhora do ambiente de negócios da agricultura orgânica através de incentivos fiscais. Considerando que as doenças causadas pela agricultura convencional representam uma carga para os sistemas de saúde, e que este custo não está incluído no preço dos fertilizantes e agrotóxicos, seria justo uma taxação maior para estes produtos. Estas taxas poderiam ser utilizadas para o desenvolvimento da agricultura orgânica.

A quinta e última opção se refere ao incentivo de práticas de consumo sustentáveis. Atualmente, o consumo de carne na Europa é elevado, enquanto cereais integrais, frutas e legumes ficam abaixo dos índices recomendados. O relatório afirma que o padrão de consumo de quem se alimenta de orgânicos é mais saudável em comparação com a média da sociedade. Assim, regras licitatórias que favoreçam a compra de orgânicos em escolas, hospitais e restaurantes públicos podem melhorar o padrão alimentar da população.

Importância do Documento

Mesmo que o relatório não traga grandes novidades, o reconhecimento do parlamento Europeu de que a agropecuária convencional representa um problema de saúde pública, e que além disso, a agricultura orgânica é uma solução para este problema, já é um fato a ser comemorado.

Ainda que por certa herança colonial, decisões políticas tomadas na Europa e nos EUA têm grande apelo no Brasil. O banimento da pulverização aérea na Europa, o fato de que 22 do 50 agrotóxicos mais consumidos aqui são proibidos lá, e agora este relatório, são argumentos de peso em nossa luta contra os agrotóxicos e as consequências nefastas do agronegócio.

Orgânicos na Europa

Obviamente, o contexto Europeu em relação aos orgânicos – chamados lá de biológicos ou somente bio – é completamente diferente do nosso. O movimento da agricultura biodinâmica (Demeter) já existe desde os anos 1920 na Alemanha. Hoje, encontra-se uma grande oferta de orgânicos em qualquer supermercado (mesmo os mais baratos), e há mesmo redes de supermercados que só vendem orgânicos.

Além das frutas, legumes e verduras, são oferecidas carnes, lácteos, salsichas, cosméticos e até roupas orgânicas. É possível encontrar máquinas agrícolas adaptadas e outros tipos de facilidades para aumento de produtividade com mão de obra escassa. Há críticas de que a agricultura orgânica na Europa já foi completamente dominada pelas grandes cadeias de alimentos, e concentra renda da mesma forma que o cultivo convencional.

Nos países mais ricos da Europa (EU-28), 5,7% das terras é cultivada de forma orgânica, num mercado que rende 24 bilhões de Euros (quase R$100 bilhões).

O panorama é bem diferente daqui. A estimativa de ocupação das terras orgânicas certificadas é de menos de 1%, e a movimentação financeira estimada é de R$2,5 bilhões. Além disso, por aqui colocamos como fundamental o projeto da Agroecologia, que inclui outras dimensões além do cultivo sem agrotóxicos, fertilizantes e transgênicos (aliás, na Europa o uso de transgênicos é restrito a poucos países).

Por aqui, não há possibilidade de discutir a agricultura orgânica sem tocar na questão agrária, que é a raiz de diversos outros problemas como a pobreza e a insegurança alimentar no campo, além do próprio êxodo rural e inchaço das cidades. Por isso, lutar pela agroecologia significa lutar pelas condições subjetivas e objetivas para se produzir sem veneno: equidade de gênero, educação e saúde do campo, pesquisa, crédito, logística, agroindústria sob controle camponês e tudo mais que for preciso para se viver e produzir de forma saudável no campo.

O relatório do Parlamento Europeu deve ser lido e estudado, e ser utilizado como mais uma ferramenta de luta nas diversas batalhas que nos esperam em 2017, a começar pela derrubada do PL do Veneno, e pela aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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