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domingo, 8 de agosto de 2021

Interesse por alimentação saudável aproxima pequenos produtores e consumidores

Iniciativas se adaptam para atender alta na demanda; entenda o papel da agricultura familiar na promoção da segurança alimentar

A Tribuna
Por Nayara Zanetti, estagiária sob supervisão do editor Eduardo Valente

Com o cultivo livre de componentes químicos, como agrotóxicos, antibióticos e fertilizantes, os alimentos orgânicos e agroecológicos têm sido, cada vez mais, inseridos na alimentação. De acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), a venda de produtos orgânicos aumentou em mais de 50% no primeiro semestre de 2020 no Brasil. Além de proporcionar alimentos mais nutritivos com um maior benefício para a saúde, seu cultivo contribui com o manejo correto das culturas, respeitando os recursos naturais.

Em Juiz de Fora, iniciativas tiveram que se adaptar na pandemia de Covid-19 para facilitar o acesso a alimentos orgânicos. As redes sociais se tornaram o principal meio de conexão entre pequenos produtores e consumidores, que compartilham informações na intenção de conscientizar a forma como nos relacionamos com a comida e fortalecer o consumo sustentável.

O hábito de destinar uma parte da manhã para ir na feira, realizar as compras da semana ou até mesmo tomar um suco natural enquanto observa o movimento ao redor, foi mais um dos comportamentos interrompidos pela pandemia. As tradicionais feiras locais, que fazem parte da história cultural e gastronômica de Juiz de Fora, foram suspensas por um período, acatando às medidas restritivas para conter a transmissão do coronavírus. Porém, o seu propósito de aproximar pequenos produtores a consumidores e conscientizar sobre o consumo de alimentos saudáveis se propagou durante esse tempo.

Esse foi o caso da associação Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico (MOGICO), uma iniciativa de comercialização conjunta oficializada em novembro de 2013. Com o objetivo de incentivar a produção e o consumo de produtos orgânicos, além de promover ações orientadas para a sustentabilidade, surgiu a feira orgânica Mogico, que, atualmente, acontece todos os sábados, de 8h ao meio-dia, na Praça Bom Pastor.

Antes da pandemia, a feira também era realizada no estacionamento do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, mas, em março de 2020, foi suspensa. Dessa maneira, o coletivo criou a Cesta Coletiva Mogico, como alternativa para apoiar os produtores associados e os clientes neste período de distanciamento. Os pedidos das cestas são feitos pelo site do projeto. O cliente monta sua própria cesta de acordo com os produtos disponíveis no intervalo de 17h de sábado até as 20h de domingo e a entrega acontece na terça-feira entre 9h e 16h em toda Juiz de Fora. Até o momento, já foram entregues mais de 5.300 cestas coletivas.

O presidente da associação, Waltencir Carlos da Silva, conta que o contato com o cliente mudou bastante. “A feira era um espaço de bate-papo, aprendizado, troca de informações, de abraços, e, com os protocolos acerca da pandemia para evitar aglomerações, o tempo de permanência dos clientes automaticamente foi se reduzindo. Sendo assim, o contato com o produto tornou-se limitado.”

Mesmo diante desses impactos, muitos clientes se mantiveram fiel à Mogico. “Nós notamos uma mudança de hábitos dos consumidores e, entre as ondas Roxa, Laranja e Amarela, alguns clientes se adaptaram ao delivery, outros no processo de compra na feira e teve os que utilizaram as duas operações conforme disponibilidade”, comenta Waltencir.

Além disso, o coordenador informa que a associação conseguiu alcançar clientes que anteriormente não participavam de nenhum processo de compra, buscando os produtos benéficos à saúde e ao meio ambiente, o que aumentou a demanda do coletivo.

Frutas, verduras, legumes, queijos, broa, plantas alimentícias não convencionais (PANCS), entre outros produtos orgânicos são comercializados no Mogico, que é composto por 12 unidades produtivas distribuídas em Juiz de Fora e municípios ao entorno. “Acreditamos que a valorização local é um grande incentivo ao pequeno produtor.”



Tradicional Feira do Mogico movimenta Praça do Bairro Bom Pastor, aproximando produtores de alimentos orgânicos com consumidores em busca de frutas e verduras mais saudáveis (Foto: Leonardo Costa)


(Foto: Leonardo Costa)
Cada vez mais conectados

As redes sociais conectaram os produtores rurais aos interessados em consumir uma alimentação mais saudável. O aumento da procura de produtos orgânicos e agroecológicos foi percebido pelo projeto Cestas Agroecológicos JF, uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Agricultura familiar estimula o consumo e fortalece a economia


Busca por uma alimentação mais saudável tem incentivado também o mercado de orgânicos
Fonte: Correio do Estado
26 AGO 19





O incentivo à agricultura familiar tem sido não apenas um forte estímulo ao consumo saudável, mas também um poderoso instrumento de fortalecimento da economia regional. E é de pensar que grande parte dos alimentos que chegam à mesa das famílias brasileiras vem dos pequenos agricultores. É pelas mãos de pessoas como Vanderlei Fernandes e da esposa, Maria Conceição, por exemplo, que produtos como alface, rabanete, beterraba, cenoura, abobrinha, cheiro-verde, brócolis, couve e rúcula são retirados da terra como alimentos prontos para consumo.

Madrugar para fazer as feiras de produtos orgânicos em Campo Grande é uma rotina que já dura dez anos para os dois, enquanto os filhos cuidam da produção de três hectares no Indubrasil. “Lá em casa, é eu, minha esposa, dois filhos e um sobrinho”, conta. Segundo ele, 100% da renda da família vem dos produtos orgânicos. “A única renda que a gente tem é essa. A gente trabalha com a produção e a comercialização”, descreve, enquanto atende a clientela.

O casal faz parte de um grupo de 580 famílias campo-grandenses atendidas pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), que, além da parte técnica, tem papel fundamental na qualificação e no suporte com equipamentos. “A Agraer tem sido um parceiro muito importante, principalmente na assistência técnica, né? Buscando emendas parlamentares para pequenos produtores, para maquinário”, afirma Vanderlei.

Desde 2015, a Capital já recebeu do governo do Estado equipamentos como rotoencanteirador, ensiladeira, plantadeira de mandioca, terraceador 14 discos e roçadeira hidráulica, além de seis patrulhas completas, totalizando investimentos de R$ 891 mil só em equipamentos para a agricultura familiar.

PRODUÇÃO

Comprar diretamente do agricultor incentiva a rede de produção e estimula o consumo sustentável. Com isso, as feiras são uma oportunidade não só de levar saúde para casa, mas também de estimular a economia regional.

Sempre que pode, Aline Nascimento deixa a filha na escola e passa na feirinha da Praça do Rádio para fazer a compra semanal. “Tenho dado preferência. Pelo menos nessa parte que a gente consegue achar orgânico. Porque não é tudo que a gente consegue comprar orgânico; arroz, feijão, essas coisas são mais difíceis. Então, o que tem orgânico eu procuro comprar. É acessível ao bolso também, né? Antes, era mais difícil, e aqui o preço é bom”, conta.

O músico Geraldo Espíndola é outro consumidor fiel dos orgânicos. “As feirinhas de orgânicos são iniciativas fantásticas. Porque acaba pegando todo mundo que está plantando em volta da cidade. Que trabalha com isso e necessita disso. A comida é pura, é orgânica, é isso que a gente precisa para ter equilíbrio biológico. Nem só de boi vive o homem, a gente tem de comer muita verdura e fruta”, diz o compositor, que esbanja saúde aos 66 anos.

ORGÂNICOS E SAÚDE

Luis Carlos Cobalchine trocou a medicina veterinária pela agricultura, após uma experiência que não deseja para ninguém. “Minha filha hoje tem 27 anos, mas, quando ela tinha 3 aninhos, eu quase a perdi, por intoxicação de moranguinho com agrotóxicos. E aí o tratamento médico, que a internou para tentar curar, estava acabando de matar por intoxicação medicamentosa. Eu falei: ‘Tá tudo errado!’ Aprendi tudo sobre doença como veterinário e não sei o que é saúde. Aí começou a revolução. Hoje, sou agricultor e trabalho pela saúde, oficialmente”, detalha o agricultor, que cuida de área com 140 canteiros no Rita Vieira.

Ele acredita que a sociedade está aos poucos adquirindo conhecimento. “A questão do orgânico, ela está acontecendo num processo de consciência, as pessoas estão entendendo aos poucos que a alimentação é metade da saúde delas. Podemos dizer hoje que, na Capital, com certeza, na pior das hipóteses, 20% da população quer ter acesso ao orgânico” avalia.

Ao ser questionado a respeito de viver da produção de orgânicos, Luis é enfático. “Eu vivo isso! Então, isso é o todo, é uma prática, é uma consciência, é um processo de integridade, é a minha resposta como cidadão a essa sociedade que está aí, de que a gente tem essa compreensão de que as coisas podem ter outro fluxo muito mais inteligente no uso de conhecimento e que a gente está aqui para viver bem melhor e usufruir a saúde”.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Horta de Penitenciária Feminina de Manaus tem primeira colheita




Ação faz parte de projeto de ressocialização. Detentas fazem parte de projeto de ressocialização

Fonte: Diário do Piauí

As internas da Penitenciária Feminina de Manaus (PFM), localizada no km 08 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), comemoram a primeira colheita da horta com produtos orgânicos da unidade. Frutas, verduras, legumes e hortaliças foram plantados e cultivados por seis detentas que fazem parte do projeto de ressocialização “Trabalhando a Liberdade”, criado neste ano pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

A primeira safra rendeu 90 pés de alface, 40 pés de chicória, quatro quilos de coentro e três quilos de pepino. Segundo o diretor da PFM, capitão Paulo Sérgio Cordeiro, a segunda colheita promete uma diversidade maior de produtos. “Nossa horta tem apenas quatro meses, e estamos felizes com o resultado que alcançamos com o trabalho das internas”, afirmou.

Em pouco tempo, segundo Cordeiro, a unidade colherá tomate, quiabo, maxixe, berinjela, rúcula, couve, cebolinha, alface, mamão, banana e maracujá. “Tudo está sendo feito pelos internas, desde o preparo da terra, o plantio, os cuidados e a colheita dos produtos”, afirmou ele, acrescentando que a produção está sendo utilizada no preparo das refeições para consumo do sistema prisional.

Cooperação

As internas da PFM contaram com a orientação e supervisão dos reeducandos do Centro de Detenção Provisório Masculino 2 (CDPM 2), que ensinaram as técnicas de plantação, inclusive com o uso da compostagem (reciclagem dos resíduos orgânicos).

A remição por meio do trabalho está prevista na Lei de Execução Penal (LEP), de nº 7.210, garantindo um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

ONU lança guia sobre gestão de recursos em alimentação escolar e agricultura local

Fonte: ONUBR Nações Unidas do Brasil
Publicado em 18/09/2018

Com o guia, a ONU espera difundir informações entre governos, academia, sociedade civil, organizações de base e setor privado, ampliando o debate e o aprendizado sobre alimentação escolar. O volume também traz exemplos de iniciativas de cooperação Sul-Sul.


Agências da ONU lançaram neste mês um novo guia sobre o uso de recursos em políticas públicas que combinam as demandas da alimentação escolar com a oferta de agricultores locais. Publicação traz orientações para profissionais que trabalham na elaboração, implementação e monitoramento dessas estratégias.

O documento aborda conceitos e experiências associados a essa modalidade de alimentação de escolar — quando governos e outros atores optam por comprar de agricultores familiares a comida servida em centros de ensino. Isso garante o fornecimento de alimentos seguros, nutritivos e diversos, além de estimular a economia local.

Com o guia, a ONU espera difundir informações entre governos, academia, sociedade civil, organizações de base e setor privado, ampliando o debate e o aprendizado sobre alimentação escolar. O volume também traz exemplos de iniciativas de cooperação Sul-Sul (entre países em desenvolvimento) e trilateral (com a participação de um terceiro ator, como um país desenvolvido ou organização internacional) na área de alimentação escolar.

A publicação é resultado de um esforço colaborativo iniciado e coordenado pelo Programa Mundial de Alimentos. O texto foi preparado por um time de especialistas das agências da ONU com sede em Roma – a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o PMA e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

A equipe também contou com representantes de outras instituições — o Centro de Excelência contra a Fome, a Fundação Global para Nutrição Infantil, a Parceria para o Desenvolvimento da Infância e a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África.

A publicação está disponível em inglês, em duas versões.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O supermercado é político




Por: Samantha Buglione - Jurista e professora/ buglione@antigona. org.br


Falar que o "supermercado é político" é dizer que o mais privado dos atos, o de buscar alimento e garantir necessidades primárias, não se encerra na hora de pagar a conta. A escolha do produto até pode se dar por razões econômicas, busca de qualidade ou, ainda, ideologia. Contudo, ao escolher um produto também se escolhe, querendo ou não, uma forma de produção, um tipo de relação de trabalho, um determinado impacto ambiental. Em suma, comprar algo é trazer para casa, além do produto, a sua cadeia de fabricação e as conseqüências. Ignorar esses fatores é se proteger de dois elementos do conhecimento: liberdade e responsabilidade.

Dados de recentes pesquisas demonstraram que produtos orgânicos possuem mais nutrientes que os alimentos da produção linear. Ou seja, não é apenas uma questão de quantidade, mas de qualidade. Pode até ser que a agricultura orgânica não produza tanto quanto a linear, mas alimenta mais. O artigo "Comparação da qualidade nutricional de frutas, hortaliças e grãos orgânicos e convencionais”, publicado no "Jornal de Medicina Alternativa”, relata que produtos orgânicos, em média, contêm 29,3% mais magnésio, 27% mais vitamina C, 21% mais ferro, 26% mais cálcio, 11% mais cobre, 42% mais manganês, 9% mais potássio e 15% menos nitratos. Indo mais além, conforme relatório do "Environmental Group", atualmente, ao completar um ano de vida uma criança já recebeu, por conta do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela Organização Mundial de Saúde de oito pesticidas altamente carcinogênicos para uma vida inteira.

Além das questões nutricionais, alimentos orgânicos e de agricultura familiar contribuem para a empregabilidade no campo. O que evita o êxodo rural, e, por conseqüência, o aumento de favelas em centros urbanos.

Um outro dado importante é que quem produz alimento para o brasileiro não é a produção convencional ou linear ou o agronegócio, mas a agricultura familiar e orgânica. Mais da metade do feijão vem da produção familiar; no caso do arroz, mais de um terço; e, da mandioca, 90%. Essas são algumas informações que demonstram a importância do setor na economia brasileira, um setor responsável por uma média de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

E, mais, o que realmente alimenta é a produção de grãos, vegetais e hortaliças. A carne de suínos, aves e bovinos não é o alimento mais completo em nutrientes ou que vai estar na mesa de todos os brasileiros. O Brasil é campeão de exportações. E Santa Catarina orgulha-se dos seus números. No entanto, ao exportar a carne produzida por aqui também se exportam a água potável, os milhões de hectares utilizados para alimentar os animais, as florestas queimadas. A única coisa que fica são os resíduos. A Epagri de SC revela que as fezes dos 5,6 milhões de suínos que existem no Estado produzem 9,7 toneladas de dióxido de carbono por dia. Para 1 kg produzido de carne de suíno ou bovino é gerado o equivalente a 8 kg de excremento. Imagine levar tudo isso para casa ao comprar um inocente pacotinho de presunto para o sanduíche? Não levamos.

Desde 2005, no Brasil, há mais bois e vacas que homens e mulheres, 200 milhões de bovinos ocupam um espaço três vezes maior do que toda a área cultivada no País e consome quatro vezes mais água.

Se for uma questão de aumento da riqueza nacional e de estratégia para matar a fome dos brasileiros, a nossa matemática não está bem certa. Afinal, o agronegócio nem emprega tanta gente assim e os custos ambientais com a poluição de rios, solo, mananciais e emissão de metano são revertidos ou para o preço final do produto ou para o Estado, que terá mais gastos com saúde e políticas para despoluição. Aí, quem paga a conta somos todos nós, querendo ou não, sabendo ou não.

Foi-se o tempo em que comprar mandioquinha, feijão ou ovos era só comprar mandioquinha, feijão ou ovos. Quando se leva ovo para casa, o da produção convencional, se está chancelando, incentivando e financiando um processo que trata animais como coisa; que ignora que sentem dor e que possuem uma forma própria de viver a vida. Além de fazê-los viver de forma confinada e sendo alimentados com uma ração que contêm tantos aditivos que os transformam mais em uma pasta química do que em um ser vivo.

Nem o peitinho de frango se salva.

Ir ao supermercado é fazer política. É fazer escolhas. É dizer que tipos de produção de alimentos querem e que tipos de empregos querem financiar. O ato de escolher e comprar o que se vai consumir pode ser silencioso, mas é muito poderoso.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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