sexta-feira, 24 de junho de 2022

Cientistas alertam para os perigos e pedem o fim dos transgênicos em todo o mundo

 


Pesquisadores de todo o mundo, preocupados com os perigos que os transgênicos podem levar para a sociedade, lançaram uma carta aberta exigindo a proibição de qualquer tipo de cultivo desses alimentos por, pelo menos, cinco anos – período para que eles façam novos estudos.


No documento, que conta com 29 pontos, eles denunciam os problemas sociais, econômicos e de saúde relacionados ao consumo e ao cultivo de organismos geneticamente modificados.

A carta defende que as patentes dos organismos vivos, dos processos, das sementes, das linhas de células e genes devem ser revogadas e proibidas, e exige uma pesquisa pública sobre o futuro da agricultura e a segurança alimentar para todos.

Os pesquisadores acreditam que os produtos transgênicos não oferecem benefícios aos consumidores e ameaçam a segurança alimentar e violam os direitos humanos básicos.

Além disso, o texto também defende o incentivo a pesquisa e aponta que o cultivo dos transgênicos intensifica o monopólio corporativo, aumentando as desigualdades, ameaçando a agricultura familiar e impedindo a mudança para uma agricultura sustentável.

Dentre as consequências para a biodiversidade e para a saúde, a carta defende que há o perigo da difusão de genes e mudanças nos mesmos, tornando eminente a presença de doenças infecciosas incuráveis, a criação de novos vírus e bactérias que causam doenças e mutações danosas que podem provocar o câncer.

Para confirmar as afirmações, diversos estudos já foram feitos e revelaram a relação entre o consumo desses alimentos e o aumento nos casos de câncer e problemas reprodutivos.

Fonte: Coripa https://www.coripa.org.br/noticias.php?id=673


sábado, 27 de novembro de 2021

Idec critica liberação de venda de farinha com trigo transgênico no Brasil

Instituto vai se reunir com outras entidades representativas do consumidor para definir as ações contra decisão da CTNBio


O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) se posiciona contra a liberação da comercialização de farinha feita com trigo geneticamente modificado, aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), no último dia 11 de novembro. A autorização foi solicitada pela Tropical Melhoramento & Genética (TMG), parceira da argentina Bioceres, que produz o trigo transgênico.

Para o nutricionista e analista em regulação do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, Rafael Arantes, é difícil saber a quem interessa essa autorização, já que “sociedade civil, cientistas e até mesmo indústrias que usam farinha são contrários a ela”. De acordo com Arantes, o receio é o aumento do volume de resíduos agrotóxicos em produtos derivados dessa farinha, como o glufosinato de amônia.

O trigo HB4 tem sido alvo de protestos das indústrias e consumidores argentinos e brasileiros. Algumas entidades brasileiras, como a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados)) e a Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria), alegaram ser contra a liberação da variação do trigo transgênico por não haver motivos comerciais ou de saúde para aceitá-lo no mercado.

Além dessas associações, outras organizações de direitos humanos, como a Terra de Direitos, a Campanha Contra Agrotóxicos e o Movimento Ciência Cidadã, também se posicionaram contra a aprovação dada pela CTNBio. Isso porque não houve transparência durante o processo de aprovação, que isentou a opinião da sociedade civil sobre o tema. Sem contar, também, a insuficiência da única pesquisa da Bioceres em demonstrar que o produto seja confiável.

É importante destacar que o Idec possui uma petição contra a liberação do trigo transgênico, com mais de 16 mil assinaturas de consumidores e entidades. Ela continua aberta e tem o objetivo de conseguir ainda mais assinaturas para continuar pressionando a CTNBio. Isso porque a Bioceres afirmou que buscará a aprovação de outros grandes importadores antes de começar, de fato, a comercialização do HB4.

Como próximo passo, o Instituto vai se reunir com outras entidades representativas do consumidor para definir as ações contra essa liberação da CTNBio.

sábado, 4 de setembro de 2021

Faça sua parte para prevenir a obesidade infantil e acabar com a publicidade infantil

Fonte: Criança e Consumo

No Brasil, a obesidade infantil já atingiu números de uma epidemia. E há diversos fatores que influenciam para que esse cenário seja assim.

A publicidade infantil de produtos alimentícios é um deles, já que, na sua grande maioria, o que é anunciado diretamente para crianças são refrigerantes, fast foods, salgadinhos e guloseimas.

Mas você pode ajudar a mudar essa realidade. Junte-se a nós, ao Instituto Desiderata, à Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável e a outras organizações para apoiar medidas que restringem a venda de ultraprocessados nas escolas e que buscam dificultar o acesso das crianças a esses produtos nos mercados. Apoie a aprovação do PL 1662/2019 que está em pauta na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Assim, você ajuda a prevenir a obesidade infantil e a garantir infâncias mais saudáveis.


Apoie o PL 1662/2019





O projeto estabelece que escolas não poderão vender nem oferecer refrigerantes, sorvetes industrializados, salsichas, salgadinhos de pacote e outros ultraprocessados. Além disso, em estabelecimentos comerciais, esse tipo de produto terá que ficar em prateleiras fora do alcance das crianças e avisos sobre a lei precisarão ser instalados.

Como prevenir a obesidade infantil: uma responsabilidade compartilhada

Não há, de fato, apenas uma razão única para o aumento dos níveis de obesidade em crianças e adolescentes. Alimentos saudáveis não serem acessíveis para todos ou cidades pouco propícias à atividade física, fazem parte do problema. E, inegavelmente, a publicidade infantil também está entre essas causas. Afinal, grande parte dos anúncios direcionados a crianças são de produtos alimentícios ultraprocessados, de baixíssimo valor nutricional e não saudáveis. Mais do que isso, a mensagem publicitária, quando direcionada diretamente a crianças, cria desejos de consumo no público infantil à revelia da mediação de mães, pais e responsáveis. E abordamos isso no infográfico, produzido em parceria com o Instituto Desiderata e o programa Criança e Natureza, “Obesidade em Crianças e Adolescentes: uma responsabilidade compartilhada“.

Crianças têm o direito ao desenvolvimento pleno, saudável e livre de publicidade infantil. Portanto, é responsabilidade de todos – Estado, sociedade e empresas – garantir isso. Faça sua parte para prevenir a obesidade infantil, mostre seu apoio ao PL 1662/2019. Por infâncias mais saudáveis!

15 empresas denunciadas por direcionar publicidade às crianças no YouTube

 


Fonte: CRIANÇA E CONSUMO

Empresas enviam produtos a youtubers mirins para que anunciem às crianças que acompanham seus canais.

A prática de unboxing dos “recebidos” de youtubers mirins, ou seja, abrir, em vídeo, produtos recebidos de empresas, é uma maneira velada de direcionar publicidade ao público infantil. O Criança e Consumo denunciou ao Ministério Público Federal – Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro – 15 empresas de diversos segmentos que adotaram essa prática abusiva e ilegal. As empresas denunciadas enviaram produtos para diversos youtubers mirins, crianças que publicam vídeos no Youtube, para que fossem divulgados em seus canais na rede social.

A publicidade camuflada em canais de crianças no Youtube

Por conta da enorme visibilidade dos youtubers mirins entre o público infantil, e a influência e impacto que exercem sobre outras crianças, as empresas utilizam esses canais para anunciar, de forma velada, seus produtos, serviços e promoções e criar fidelidade e adesão do público infantil. “O objetivo da representação é denunciar as empresas que se aproveitam da hipervulnerabilidade, tanto da criança youtuber como da espectadora, para desenvolver publicidade abusiva para crianças”, explica a advogada Ekaterine Karageorgiadis.

Além da Bic, as outras empresas denunciadas ao órgão são: Biotropic, C&A, Cartoon Network, Foroni, Kidzania, Long Jump, Mattel, McDonald’s, Pampili, Puket, Ri Happy, SBT, Sestini e Tilibra.

O Código de Defesa do Consumidor considera a publicidade abusiva e ilegal quando se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da criança. Assim como a Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que reforça a proteção da criança no mercado de consumo. Portanto, o Criança e Consumo solicita ao Ministério Público Federal que sejam tomadas medidas jurídicas para coibir essas práticas comerciais, a fim de que as empresas cessem com tal abusividade e ilegalidade e deixem de realizar ações semelhantes, bem como reparem os danos já causados às crianças.

O Criança e Consumo continua acompanhando o caso
E nós do Alimento Puro, também.

domingo, 8 de agosto de 2021

Interesse por alimentação saudável aproxima pequenos produtores e consumidores

Iniciativas se adaptam para atender alta na demanda; entenda o papel da agricultura familiar na promoção da segurança alimentar

A Tribuna
Por Nayara Zanetti, estagiária sob supervisão do editor Eduardo Valente

Com o cultivo livre de componentes químicos, como agrotóxicos, antibióticos e fertilizantes, os alimentos orgânicos e agroecológicos têm sido, cada vez mais, inseridos na alimentação. De acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), a venda de produtos orgânicos aumentou em mais de 50% no primeiro semestre de 2020 no Brasil. Além de proporcionar alimentos mais nutritivos com um maior benefício para a saúde, seu cultivo contribui com o manejo correto das culturas, respeitando os recursos naturais.

Em Juiz de Fora, iniciativas tiveram que se adaptar na pandemia de Covid-19 para facilitar o acesso a alimentos orgânicos. As redes sociais se tornaram o principal meio de conexão entre pequenos produtores e consumidores, que compartilham informações na intenção de conscientizar a forma como nos relacionamos com a comida e fortalecer o consumo sustentável.

O hábito de destinar uma parte da manhã para ir na feira, realizar as compras da semana ou até mesmo tomar um suco natural enquanto observa o movimento ao redor, foi mais um dos comportamentos interrompidos pela pandemia. As tradicionais feiras locais, que fazem parte da história cultural e gastronômica de Juiz de Fora, foram suspensas por um período, acatando às medidas restritivas para conter a transmissão do coronavírus. Porém, o seu propósito de aproximar pequenos produtores a consumidores e conscientizar sobre o consumo de alimentos saudáveis se propagou durante esse tempo.

Esse foi o caso da associação Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico (MOGICO), uma iniciativa de comercialização conjunta oficializada em novembro de 2013. Com o objetivo de incentivar a produção e o consumo de produtos orgânicos, além de promover ações orientadas para a sustentabilidade, surgiu a feira orgânica Mogico, que, atualmente, acontece todos os sábados, de 8h ao meio-dia, na Praça Bom Pastor.

Antes da pandemia, a feira também era realizada no estacionamento do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, mas, em março de 2020, foi suspensa. Dessa maneira, o coletivo criou a Cesta Coletiva Mogico, como alternativa para apoiar os produtores associados e os clientes neste período de distanciamento. Os pedidos das cestas são feitos pelo site do projeto. O cliente monta sua própria cesta de acordo com os produtos disponíveis no intervalo de 17h de sábado até as 20h de domingo e a entrega acontece na terça-feira entre 9h e 16h em toda Juiz de Fora. Até o momento, já foram entregues mais de 5.300 cestas coletivas.

O presidente da associação, Waltencir Carlos da Silva, conta que o contato com o cliente mudou bastante. “A feira era um espaço de bate-papo, aprendizado, troca de informações, de abraços, e, com os protocolos acerca da pandemia para evitar aglomerações, o tempo de permanência dos clientes automaticamente foi se reduzindo. Sendo assim, o contato com o produto tornou-se limitado.”

Mesmo diante desses impactos, muitos clientes se mantiveram fiel à Mogico. “Nós notamos uma mudança de hábitos dos consumidores e, entre as ondas Roxa, Laranja e Amarela, alguns clientes se adaptaram ao delivery, outros no processo de compra na feira e teve os que utilizaram as duas operações conforme disponibilidade”, comenta Waltencir.

Além disso, o coordenador informa que a associação conseguiu alcançar clientes que anteriormente não participavam de nenhum processo de compra, buscando os produtos benéficos à saúde e ao meio ambiente, o que aumentou a demanda do coletivo.

Frutas, verduras, legumes, queijos, broa, plantas alimentícias não convencionais (PANCS), entre outros produtos orgânicos são comercializados no Mogico, que é composto por 12 unidades produtivas distribuídas em Juiz de Fora e municípios ao entorno. “Acreditamos que a valorização local é um grande incentivo ao pequeno produtor.”



Tradicional Feira do Mogico movimenta Praça do Bairro Bom Pastor, aproximando produtores de alimentos orgânicos com consumidores em busca de frutas e verduras mais saudáveis (Foto: Leonardo Costa)


(Foto: Leonardo Costa)
Cada vez mais conectados

As redes sociais conectaram os produtores rurais aos interessados em consumir uma alimentação mais saudável. O aumento da procura de produtos orgânicos e agroecológicos foi percebido pelo projeto Cestas Agroecológicos JF, uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

domingo, 21 de fevereiro de 2021

México avança com plano de proibir milho transgênico e glifosato, diz autoridade

Por Reuters - 19/02/2021 - 17:35



As importações representam mais de um terço da demanda do país e abastecem principalmente a indústria pecuária mexicana (Imagem: Pixabay)

O México está avançando com seus planos para deixar de importar milho geneticamente modificado e proibir o uso de um herbicida, disse à Reuters uma autoridade de alto escalão do país, sinalizando o fortalecimento de uma política que agradou defensores do meio ambiente, mas acendeu um alerta entre líderes da indústria.

O plano, decretado no final de 2020, visa substituir até 2024 cerca de 16 milhões de toneladas de milho amarelo importado principalmente de agricultores dos Estados Unidos, sendo quase todo o volume de produtos geneticamente modificados por produção local nova.

As importações representam mais de um terço da demanda do país e abastecem principalmente a indústria pecuária mexicana.

Víctor Suárez, subsecretário de Agricultura e arquiteto do programa, argumentou que o milho transgênico e o herbicida glifosato são muito perigosos, e que a produção local e as práticas “agroecológicas” sustentáveis devem ser priorizadas.

Ele também citou estudos que relacionam o glifosato ao câncer e que dizem que o produto causa danos a polinizadores, como as abelhas. Além disso, alegou que o milho transgênico contamina as variedades nativas do grão mexicano.

A Bayer, uma das principais produtoras do glifosato, defende que décadas de estudos mostraram que a substância é segura para o uso humano.

Já os defensores dos cultivos transgênicos, incluindo do milho, argumentam que eles aumentaram dramaticamente as produtividades agrícolas e que estudos não mostraram efeitos nocivos aos seres humanos.

“Vamos trabalhar nessa direção, e isso tem que ficar claro, ninguém deve pensar que pode apostar que esse decreto não será cumprido”, disse o agrônomo Suárez, aliado de longa data do presidente Andrés Manuel López Obrador.

Suárez descreveu o milho transgênico e o glifosato como “indesejáveis e desnecessários” para que a meta do governo, de tornar o México autossuficiente em alimentos, seja alcançada.

“Temos que colocar à frente da economia e dos negócios os direitos à vida, os direitos à saúde, os direitos a um meio ambiente saudável”, afirmou.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Pazuello e Anvisa liberam agrotóxico cancerígeno banido no mundo

Decisão vai na contramão de tribunais norte-americanos que condenaram a fabricante do glifosato

Fonte: Diário do Litoral
Por Nilson Regalado

Enquanto o mundo discutia vacinas contra a epidemia do século, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde liberaram o uso de dois venenos agrícolas acusados de provocar câncer e má formação de fetos, entre outras doenças. 

A decisão da Anvisa e do Ministério comandado pelo general do Exército Eduardo Pazuello vai na contramão de tribunais norte-americanos que condenaram a fabricante do glifosato. Só nos EUA, a empresa responde a 100 mil processos e desembolsará R$ 11 bilhões em indenizações a pessoas que desenvolveram câncer após manipular o produto. O outro veneno liberado foi a abamectina, que provoca má formação fetal severa e convulsões. A licença para uso dos dois agrotóxicos no Brasil estava em revisão havia anos por pressão de setores relacionados à saúde coletiva.

O glifosato já foi banido na Holanda, Suécia, Áustria e no Vietnã. Na Alemanha, passa a ser proibido a partir de 2023 e no México em 2024. A partir de 2021, o governo francês pagará 2.500 euros a cada agricultor que abandonar o uso do agrotóxico. O Parlamento Europeu aprovou a proibição nos 28 países do bloco, mas a decisão vem sendo contestada pelo setor.

Estudo publicado na International Journal of Epidemiology monitorou 315 mil agricultores nos EUA, Noruega e França por dez anos e constatou que o glifosato aumenta em 36% o risco de câncer, especialmente do linfoma não-Hodgkin. 

O estudo endossou resultados anteriores publicados na Revista Mutation Research, que mostraram que a exposição ao glifosato aumenta o risco de desenvolvimento de linfoma não-Hodgkin em 41%. 

Estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer na década passada indicou que cada brasileiro ingere, indiretamente, oito litros de agrotóxicos por ano. Mas, o glifosato enriquece fazendeiros brasileiros, especialmente em plantios de soja, milho e algodão, onde é associado às plantas geneticamente modificadas (transgênicos). 

O veneno elimina o mato sem prejudicar as plantas transgênicas que resistem a seus efeitos. O uso do herbicida comercializado com o nome de Roundup é proibido nas cidades brasileiras. Porém, sem fiscalização, ele acaba sendo usado largamente no meio urbano, especialmente no interior do País.




Doença ainda desconhecida pelos agricultores faz milho apodrecer antes da colheita

Segundo pesquisadores, o problema teria origem no uso de agrotóxicos e das sementes transgênicas

Fonte: Brasil de Fato
Frei Sérgio Antônio Görgen* e Marcos Antonio Corbari
Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) | 24 de Janeiro de 2021 às 10:45


Agricultores familiares da região do Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, em municípios ao redor da cidade de Erechim, perceberam uma estranha doença que acomete o milho já na formação da espiga. Os grãos, ao invés de se formarem adequadamente, ficam escuros e apodrecem. 

O problema já foi identificado também em Santa Catarina e no Paraná. Alguns citam perdas superiores a 20% de suas lavouras, o que causa um prejuízo significativo. Outros falam em até 60% de perdas, além da péssima qualidade dos grãos ou da silagem resultante das plantas atingidas.

A Rede Técnica Cooperativa (RTC) da Central das Cooperativas Gaúchas de Leite (CCGL) – uma das principais empresas multiplicadoras de sementes de milho no RS, as chamadas “sementeiras” –, emitiu “alerta” e orientação para os produtores e assistentes técnicos dizendo tratar-se de “enfezamento”, que seria causado por vírus, bactérias e fungos transmitidos pela cigarrinha, um inseto comum na cultura do milho. 

A empresa diz ainda que os sintomas aparecem após o florescimento, provocando “morte prematura da planta, redução do tamanho da espiga, enchimento incompleto dos grãos, morte de espigas, chochamento dos grãos e tombamento das plantas”, o que seria ocasionado por “fungos oportunistas Pythum e Fusarium”. A empresa recomenda intervenção química ou biológica com intervalos de 5 a 7 dias. Reconhece, porém, que não há o que fazer depois da área infestada.

Quando os agricultores percebem, há pouco a fazer. Uma das intervenções químicas recomendadas é através de inseticidas a base de “neonicotinóides”, um dos agrovenenos já identificado como responsável pelo extermínio de abelhas e, por isto, já proibido em muitos países.

Hélio Mecca, agricultor e dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), de Chopinzinho (PR), relata que surge “uma doença no miolo do pé, cai e não dá nada, o que se colhe é um milho de péssima qualidade e perde muita produtividade”. O dirigente sindical José Valério Cavalli, Secretário Geral do Sindicato Unificado da Agricultura Familiar do Alto Uruguai (Sutraf/AU), de Itatiba do Sul (Rio Grande do Sul), informa que “na formação da espiga, quando está se formando o grão, o problema aparece e o pé morre”. Outros relatos de agricultores falam em plantas fracas, pouco desenvolvidas e com espigas mal formadas, com mofo, grãos chochos ou podres. “Além da estiagem e da falta de apoio do governo, agora mais este problema”, desabafa Mecca.

De acordo com informações que chegam através de sindicatos, lideranças de movimentos sociais e técnicos de campo, as variedades mais afetadas são o Dekalb 230, o Agroeste 1666, o Agroceres 9025, Morgan 699 e algumas variedades da Pionner. Todas transgênicos, com os transgenes Bt e RR, precoces e super precoces. “Estas variedades foram apresentadas aos agricultores como 'top de linha' pelas empresas e o preço cobrado pelas sementes foi muito elevado”, afirma o sindicalista José Cavalli.

Não há informação de nenhuma semente de variedade de milho crioulo afetada. 

Aparentemente, o fenômeno é conhecido e comum: presença do inseto chamado cigarrinha (Dalbulus maidis), infectando e transmitindo vírus, bactérias e fungos. O que não se sabe ainda, com segurança, é quais são estes micro-organismos e porque a agressividade com que se comportam, já que este tipo de impacto sobre a produção é novo, não é comum, entre os agricultores. Também impressiona a velocidade com que se propaga e a baixa capacidade imunológica apresentada pelas variedades afetadas em contraposição com as variedades crioulas e não transgênicas.

Segundo o professor Rubens Nodari, da Universidade Federal de Santa Catarina, doutor em Genética pela Universidade da Califórnia, “este é um fenômeno que deve ser estudado com atenção. A ocorrência cada vez mais frequente de sintomas que aparecem antes da maturação, como secamento, quebra de plantas e podridão na espiga, parte deles atribuídos ao enfezamento no milho, é mais um alerta de problemas que emergem do sistema agrícola usado na produção de milho.

Há uns 20 anos atrás, muitos cientistas não conheciam e nem tinham como prever os possíveis efeitos da transgenia em plantas. No entanto, vários afirmaram que os piores problemas seriam “os imprevistos”. Aqueles que ocorrem em plantas transgênicas e não nas não transgênicas e não tinham sido previstos. Estes problemas não serão os últimos, mas os danos certamente recaem sobre o produtor. Assim espera-se que os pesquisadores, em particular os fitopatologistas, contribuam para a avaliação holística do que está acontecendo. Cabe uma de tantas perguntas: quanto o sistema de cultivo utilizado e a transgenia contribuem para os problemas citados?”



Agricultores que já foram castigados pela seca, agora têm prejuízos por conta da doença em seu milho / FETRAF

Um fato chama atenção: variedades de milho crioulo não apresentam sintomas da doença

De acordo com o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), Irajá Antunes, doutor em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade de São Paulo (USP), “quando se trata de germoplasma crioulo, mais precisamente, de variedades crioulas, em princípio, por sua intrínseca variabilidade genética, as mesmas apresentam uma significativa capacidade de tolerância frente a fenômenos naturais que possam ser detrimentais às mesmas (maior resiliência), dentre os quais, a ocorrência de doenças, como no presente caso”. Antunes explica ainda que “tal resiliência é fruto dos processos de seleção natural que ocorrem a partir das interações dessas populações de plantas com os ambientes onde são cultivadas, interações estas que são permanentes e dinâmicas”.

Luís Dalla Costa, dirigente do MAB e da Via Campesina, que vem acompanhando a situação, entende que as “empresas de sementes são as responsáveis por venderem como excelentes, sementes que causam enormes perdas aos agricultores e devem indenizá-los por estes prejuízos”.

Rui Valença, Coordenador Geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – Fetraf/RS, que tem acompanhado de perto a situação, entende que o grande problema é o modelo de produção do agronegócio que é imposto aos agricultores, uma vez que “todo ano surgem novas doenças, novas pragas, novas plantas invasoras resistentes”. Valença aponta que há um desequilíbrio causado pelos venenos, chamados equivocadamente de “remédios”. 

Para ele, “as plantas transgênicas têm sua estrutura alterada, pouca resistência, o que torna fácil a infestação de pragas, abre a porta de entrada para inúmeras doenças”. Valença, que afirma ainda que é “preciso fazer um grande debate sobre que tipo de produção de alimentos a sociedade quer”, informa que a Fetraf está solicitando análise de laboratório e identificando a forma de responsabilizar as empresas para que os agricultores sejam ressarcidos em seus prejuízos.

Josuan Schiavon, engenheiro agrônomo, mestre em Produção Orgânica e Agroecologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), defende o uso das sementes de milho crioulo e varietais como a principal alternativa para os pequenos agricultores. 

“O principal problema da produção dos crioulos e varietais, que é a lagarta do cartucho, tem várias soluções através do controle biológico, como por exemplo, o uso do Bacillus thuringiensis ou a vespinha Trichograma. “A qualidade nutricional de um milho crioulo é melhor, o alimento que vem dele é saudável, o custo da semente é menor e o agricultor pode guardar para o ano seguinte”, aponta Schiavon, acrescentando ainda que “a produtividade, como temos constatado, pode ser alta, se assemelhando a alguns transgênicos”. Para ele, levando em conta os prejuízos que estão aparecendo agora, “o milho crioulo produz mais, tem um custo benefício melhor, já que tem alta qualidade e baixo custo de produção”.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul



segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Hospital Galileu renova selo em programa nacional de alimentação sustentável

A certificação Green Kitchen reconhece instituições que trabalham o uso sustentável dos alimentos e o destino consciente dos resíduos orgânicos
12/01/2021 
Por Rafaela Palmieri (HPEG)



As práticas para uma alimentação saudável desenvolvidas pelo Setor de Nutrição e Dietética (SND) do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG) garantiram a renovação do selo Green Kitchen para a unidade. A certificação reconhece atitudes e iniciativas sociais e ambientais nos serviços alimentares oferecidos pela instituição. Além disso, fatores como produção sustentável e o destino adequado dos restos alimentares são avaliados.

“Com a implementação dessas práticas, aplicamos estratégias de desenvolvimento sustentável, buscando reforçar o apelo global que a ONU fomenta em relação ao bem-estar da vida e consolidar a responsabilidade socioambiental da instituição”, explica Thiago Silva, coordenador do SND.

Foto: Ascom / HPEG

A certificação veio após uma avaliação padrão com questões relacionadas a alimentação saudável, sustentabilidade e ambientação natural. “O manejo de resíduos produzidos e treinamentos em sustentabilidade foram alguns dos requisitos avaliados e que proporcionaram a conquista”, ressalta Thiago.

Diariamente, a equipe oferece um cardápio equilibrado e saudável aos pacientes, acompanhantes e colaboradores, priorizando alimentos com valores nutricionais agregados e evitando o uso de produtos industrializados.

Sustentabilidade

O HPEG conquistou o selo Green Kitchen pela primeira vez em 2016. Além da qualidade dos alimentos, a unidade prioriza a sustentabilidade na produção e destino dos alimentos.

Para Joabe Lopes, coordenador de apoio, a conquista é o reflexo do engajamento do serviço de nutrição do hospital. “Conseguimos oferecer uma alimentação de qualidade aos usuários com o mínimo de impacto ambiental e a máxima otimização dos recursos disponíveis”, enfatiza o profissional.

Selo Green Kitchen

Além do HPEG, outras instituições no Pará já conquistaram o selo. São elas: Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência e Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo na região metropolitana de Belém; e os Hospitais Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso, Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna e Materno-Infantil de Barcarena Dra. Ana Turan, no interior do estado.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Alimentação Intuitiva: usando emoção e razão para comer bem

Nosso sexto sentido nos ajuda a nos reconectar com nosso estado natural de saúde e com a comida que consumimos

Accácio Franklin
Fonte: Portal Terra

A gente come o que tem vontade, ou não come porque não pode ganhar peso. Continua repetindo esses comportamentos, provavelmente se sentindo cada vez pior. Passa mal, se olha no espelho, surgem mais espinhas ou estrias, as dores de cabeça ou o desânimo não deixam você continuar o dia normalmente. A Alimentação Intuitiva pode te ajudar a transformar esse mecanismo.


Alimentação Intuitiva: usando emoção e razão para comer bem

Nosso sexto sentido nos ajuda a nos reconectar com nosso estado natural de saúde e com a comida que consumimos



Foto: Personare

Alimentação Intuitiva e o olhar atento às escolhas alimentares

A terceirização da preparação da comida para as indústrias em nome da praticidade, as dietas restritivas e rígidas e o excesso de informações nutricionais muitas vezes confusas, e até mesmo contraditórias, levaram a gente para um comportamento alimentar muito desconectado com nossa saúde, a produção de ingredientes e da comida que consumimos.

Milênios acumulados de experimentos, costumes e sabedoria foram ignorados solenemente em nome do avanço tecnológico desassociado de valores básicos da coabitação no planeta Terra e do bem-estar de corpo e mente do ser humano.

Não existe comer melhor, seja para recuperar a saúde ou para nos sentirmos bem, se nós não refletirmos sobre todos os aspectos que envolvem nossas escolhas alimentares.

A gente come o que tem vontade, ou não come porque não pode ganhar peso. Continua repetindo esses comportamentos, provavelmente se sentindo cada vez pior. Passa mal, se olha no espelho, surgem mais espinhas ou estrias, as dores de cabeça ou o desânimo não deixam você continuar o dia normalmente. A Alimentação Intuitiva pode te ajudar a transformar esse mecanismo.

São inúmeras as maneiras que nos relacionamos com a comida e algumas nos fazem nos sentir muito mal conosco mesmas.

Fora as questões sociais, culturais e políticas envolvidas nesse descompasso, os sintomas físicos desde os simples que se resolvem com um comprimido até os graves que fazem parte de uma doença crônica sistêmica (como diabetes, autoimune, câncer, entre outros).

Nós sabemos exatamente de que maneira a culpa e o mal-estar surgem e imediatamente pensamos na comida como causa deles.

E o que tudo isso tem a ver com sexto sentido? TUDO!

É exatamente essa falta de conexão, de intimidade com nosso corpo e a separação que fazemos dele da natureza como um todo que leva a gente a aceitar como normal uma forma de comer contra-intuitiva.

Como seres humanos, fomos adquirindo conhecimento ao longo de muito tempo sobre o que a natureza já fornecia, e como poderíamos usar nossa capacidade de observação do funcionamento dela e das nossas necessidades como indivíduos e como comunidade.

E esse conhecimento tácito se formou a partir do que foi ficando óbvio pela percepção repetida, bem como de gente e de civilizações que se aventuraram a ir além de seus territórios e do que era perceptível pelos cinco sentidos para encontrar maneiras de consumir de forma segura ingredientes que envenenavam e até matavam as pessoas.

O resgate da sabedoria de nossos ancestrais na Alimentação Intuitiva

Como diz Michael Pollan, autor de vários livros sobre alimentação e um expoente mundial no assunto, prefira comer as comidas que nossos bisavós identificavam como alimento. E se vier em um pacote e conter mais de cinco ingredientes descritos, desconfie.

Antigamente as pessoas sabiam o quê/quando/como/com quem comer. Aprendiam com os mais experientes e com os testes que a curiosidade levava a fazer.

Hoje a alimentação de grande parte da sociedade é guiada por indústrias interesseiras e uma ciência que, em grande parte, visa lucro (que fique claro que existem sim ciência séria e marcas responsáveis que tem como valor principal a regeneração do meio ambiente e o consumo consciente).

A alimentação intuitiva passa, justamente, por resgatar essa sabedoria acumulada por gerações, trazer ela para o contexto contemporâneo.

Ela nos convidar a realizar as transformações necessárias para que a comida volte a fazer sentido para nosso corpo, na forma da expressão do estado natural de saúde, e para o meio ambiente, em forma de modos de produção sinérgicos com o funcionamento pleno dos sistemas naturais.


Para entender a Alimentação Intuitiva precisamos saber o que é a intuição

Alimentação Intuitiva não é achismo, nem uma coisa mística, nem apenas para pessoas mais sensíveis. Intuição, na verdade, tem mais a ver com usar razão e emoção em conjunto para tomar decisões mais alinhadas com o que está acontecendo com seu corpo, sua mente, sua vida.

Segundo a pesquisadora Brené Brown, "intuição não é independente de qualquer processo de raciocínio. De fato, psicólogos acreditam que a intuição é um processo de associação instantâneo e inconsciente - como um quebra-cabeças mental.

O cérebro faz uma observação, escaneia seus arquivos e pareia a observação com memórias, conhecimento e experiências existentes. Uma vez que ele junta uma série de associações, nós temos um pressentimento sobre aquilo que nós observamos", e daí podemos tomar uma decisão de como agir a respeito.

Tem gente que ignora essa "sensação" ou que nem percebe que a teve, e tem gente que não consegue a distinguir de uma criação da imaginação.

Assim como tem gente que usa bastante isso para cada aspecto da vida. No caso da forma como a gente come no dia a dia, é mais comum tomarmos uma de duas decisões:

  • Decisão extremamente emocional, como seguir o desejo por alguma comida simplesmente porque sentiu vontade e não parou para pensar se aquela comida era realmente gostosa, ou se poderia prejudicar o organismo. A vontade é tão forte ou tão inconsciente que se come, sem pensar.

A duas formas costumeiramente nos fazem mal. Se vamos pelo caminho racional, é comum as emoções "sabotarem" nossa força de vontade e disciplina. Se vamos pelo caminho emocional, é comum a racionalidade vir criticar a gente com requintes de crueldade.

Que aspectos emocionais envolvem nossas escolhas?

O culto à estética do corpo e ao consumo, que a cada geração nos dita o que é ser mais atraente, poderoso e aceito; e nos convencem o que é mais desejoso, saudável ou aceitável de comer, exacerbam nossos sentimentos de inadequação, de que não somos merecedores de atenção, afeto e acolhimento. O que obviamente influencia nossas escolhas do que/quando/como/com quem comer.

Sentimos vontade e vamos comer, comemos e sentimos todos esses elementos, que claramente são tóxicos para nosso corpo e mente. Nos sentimos mal, mas não conseguimos nos libertar dessa rodinha do hamster.

Tentamos encontrar uma fórmula de sucesso que vai resolver nossos problemas com a comida, com a forma física e com nossa saúde.

Mas depois somos frustradas pelos resultados não alcançados ou muito difíceis de se manter, quando inevitavelmente a vida vai mudando os contextos e o funcionamento do nosso organismo, e colocamos a culpa na gente mesma.

Vale esclarecer que existem dietas, ou melhor, métodos que nos ajudam a comer de uma determinada forma que buscam o resgate da saúde porque estamos sofrendo com uma doença que precisa de cuidados específicos, e que as pessoas podem se beneficiar demais disso.

Outro caso que vale destacar são as dietas por escolhas éticas, como é o caso do veganismo, frugivorismo, entre outras.

Porém, na grande maioria das vezes, elas não são sustentáveis no longo prazo porque podem trazer malefícios para a saúde física e mental.

Em casos como esse, depois que alcançar o resultado desejado, é importante entrar em um modo de manutenção que considere, com flexibilidade, os sinais do organismo e da mente como tão válidos quanto as recomendações de profissionais de saúde ou de instituições alinhadas com certos princípios.

Alimentação Consciente x Alimentação Intuitiva

Recentemente, o Mindful Eating, ou Alimentação Consciente, começou a ganhar mais visibilidade como uma técnica que nos ajuda a nos reconectar com nosso corpo e mente por meio da comida.

O que é sim um valioso instrumento para começarmos a enxergar a comida como aliada e os sinais e os sintomas como instrumentos valiosos de autocuidado.

No entanto, a Alimentação Intuitiva vai um passo além do Mindful Eating porque amplia nossa percepção dos cinco sentidos e da habilidade consciente de fazer escolhas que vão nos beneficiar.

Ela nos convida a usar o sexto sentido para decidir o que comer evocando a capacidade conjunta de todas as áreas do cérebro combinadas com a do coração e dos intestinos, que são nossos principais centros neurais responsáveis pelas nossas tomadas de decisão, tanto para a sobrevivência quanto pelo bem-estar.

O sentir tem tanta importância quanto o saber, o que as técnicas meditativas ajudam a acessar, como mostra a Alimentação Consciente.

Praticando a Alimentação Intuitiva: pode onde começar?

Agora que você já leu sobre os mecanismos emocionais e racionais que nos levam a comer, vou te ajudar a usar a intuição para fazer escolhas mais saudáveis. Você pode começar a praticar a alimentação intuitiva:

  • Escolhendo questionar a cultura da dieta restritiva, da medicamentalização de ingredientes ou da produção em massa de alimentos.

Como? 
Perceba como nos ensinam a comer de maneira inflexível ou a buscar metas insustentáveis. Como anunciam que vão trazer resultados imediatos e persistentes ou como usa estratégias para manter a gente dependente dessa conveniência.

Podemos usar nossa capacidade racional para avaliar as informações e os resultados que são coletados e analisados com critério. E usar nossos sentimentos para avaliar com profundidade as emoções que surgem a partir das práticas dessas dietas e dessas recomendações, como também do consumo desses produtos.

  • Preferindo cultivar a autocompaixão e o amor próprio, não importando nosso estado de saúde ou a forma do nosso corpo, no lugar de fazer escolhas alimentares a partir do medo, das regras rígidas, dos sentimentos de inadequação.

Acontece um processo muito bonito e leve quando a gente ama todos os pedaços do que constitui nosso ser, incluindo como nosso organismo funciona para nos manter vivos e para nos mostrar que ele gostaria de mais atenção e cuidados, como a sensação de fome e os sintomas incômodos, por exemplo.

Fique tranquila, não vai ficamos acomodadas, vamos sim minimizar o estado de estresse constante que nosso corpo fica por não se aceitar, o que já ajuda demais a diminuir o estado de inflamação generalizada decorrente disso, e contribui enormemente para resgatar o funcionamento dos sistemas do organismo e ter um peso mais compatível com nossa bioindividualidade.

Nossa mente ganha mais espaço e nosso corpo tem mais energia para se movimentar, e inclusive passar a estudar e praticar mais os cuidados de corpo e mente. Ganhamos maior confiança para fazer escolhas adequadas combinando esse conhecimento externo com nosso mundo interno.

  • Praticando a autonomia nos cuidados com a saúde, que é combinar o conhecimento científico, conhecimento das culturas tradicionais, pesquisas idôneas e profissionais que se baseiam em tudo isso com nossas próprias percepções pessoais ao colocar em prática.

Acrescente a curiosidade intuitiva, que surge a partir de uma voz sutil interna que vamos aprendendo a ouvir, que gentilmente nos convida a explorar alguma prática que parece não ter dados e fatos para comprovar antes de praticar, mas que parece fazer sentido emocional.

Quantas vezes sentimos que aquele profissional de saúde era a pessoa que iria nos ajudar, ou que não era alinhada com o que buscávamos?

Quantas vezes olhamos para uma comida e sentimos que vamos passar mal, mesmo sem conter nenhum ingrediente considerado ruim?

Quantas vezes a gente se arrepende de não ter ouvido nossa intuição, em casos como esse?

  • Considerando que os benefícios daquela forma de alimentar precisam expandir da nossa individualidade.

É nos darmos conta que nos alimentarmos em consonância com nossa bioindividualidade vai muito além de saúde e sobrevivência: é honrar os conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores; é nos conectarmos com o momento presente, considerando tudo que afeta nossa escolha do que comer; e é tomarmos decisões que intencionam a sustentabilidade e uma cultura regenerativa que promovem maior qualidade de vida.

Alimentação Intuitiva conecta a natureza interna à externa

Não é pela cobrança, ou pela obsessão por informações, ou pelo medo, pois esses estados mentais indicam desconexão.

Temos a chance de reconexão a cada refeição, a cada compra de ingredientes e utensílios, a cada minuto preparando um prato ou lavando as louças, a cada reação de prazer ou de dor quando estamos comendo ou depois de comer.

Nós podemos amadurecer essa conexão por vários caminhos com escolhas possíveis para aquele momento, sem adicionar a pressão de estar seguindo um modelo à risca, mas nutrindo uma intimidade com sua natureza interna e com a natureza externa para confiar mais nas próximas escolhas alimentares.

Accácio Franklin (a.franklin@personare.com.br)

terça-feira, 3 de novembro de 2020

10 Alimentos que poucos comeriam se soubessem o que realmente há dentro deles

Fonte: TEONOTÍCIAS
29 de outubro de 2020
Carlos Alexandre




Com uma dieta baseada em grande parte nos alimentos industrializados, nem sempre o que compramos no supermercado e acreditamos que estamos consumindo corresponde a real composição do produto.

1 – Cafezinho nosso de cada dia
De acordo com Larry Olmsted, autor de Real Food/Fake Food: Why You Don’t Know What You’re Eating, que trata sobre as coisas que consumimos sem saber, no café é possível encontrar milho torrado e ramos no café que já compramos moído. O ideal, para obter um café moído mais puro, é comprá-lo em grão e moer em sua casa/escritório. Existem diversos moedores elétricos e até cafeteiras que moem o grão na hora de preparar o cafezinho!

2 – Você come silicone, sabia?!
Os nuggets de frango não são feitos totalmente de carne processada. Eles contam com 50% de carne e o restante de ingredientes sintéticos, como o dimetilpolisiloxane, que é um produto químico usado em silicone, incluindo aquele usado em implantes de mama.

3 – Você acha que está comendo Wasabi de verdade?
O wasabi, tempero muito utilizado na culinária japonesa, é extraído da planta wasabia japonica em algumas penínsulas do Japão. 

Porém, a produção da wasabia japonica é muito difícil em escala comercial, dadas as características climáticas em que esta planta se desenvolve. Assim, a maioria do Wasabi que consumimos nada mais é que uma mistura de pastas de mostardas, molhos de raízes fortes e corante verde.

4 – Biodisel aditivado
Encontrado na embalagem dos alimentos descrito como butil hidroquinona terciário (TBHQ), é um aditivo que pode ser encontrado em nuggets e biscoitos de queijo e, se usado exageradamente, pode ser super tóxico. Para você ter uma ideia do perigo, um grama do produto seria suficiente para causar a morte de uma pessoa.

5 – Tem uma mosca na sopa? Não, na verdade tem areia!
Nas embalagens de produtos como sopa e sal, encontramos o ingrediente dióxido de silíco, que nada mais é do que uma substância extraída da areia e usada para controlar a umidade e impedir que a sopa em pó ou o sal fiquem empedrados.

6 – Combustível de avião
Aquele cereal matinal crocante que muita gente come pelas manhãs contém BHT, conhecido também como butil-hidroxitolueno. Essa substância também é usada no combustível do avião, e na comida tem efeito antioxidante e deixa os alimentos fresquinhos por mais tempo.

7 – Secreções anais de castores
Encontrado nas embalagens descrito como Castoreum ou Castóreo, é um aditivo alimentar muito comum em coisas que contém sabor de baunilha e também pode ser extraído de glândulas próximas ao ânus desse animal. Isso porque a dieta do castor, baseada em folhas e cascas, faz com que as secreções tenham um aroma agradável que remete ao de baunilha. O castóreo muitas vezes vem disfarçado na embalagem como “aroma natural”.

8 – Cabelos humanos e penas de pato
Não, não estamos falando de um fiozinho de cabelo que acidentalmente caiu no produto durante o processo de fabricação. Para não dar enjoo nos consumidores, a substância vem descrita nas embalagens como Cisteína e é usada para garantir mais sabor a alguns alimentos, como pães e bolos que compramos das grandes fábricas.

9 – Cerveja
Algumas cervejas brasileiras contém 45% de milho ao invés de cevada – e isso com o aval da legislação brasileira. Isso acontece porque o milho chega a ser 30% mais barato que a cevada. Tradicionalmente, a bebida é feita de água, malte e lúpulo. Se na embalagem da sua cerveja você encontra o misterioso ingrediente “cereais não maltados”, saiba que sua cerveja é feita com milho.
(lembrando que 93% da produção de soja e milho no Brasil é transgênica)

10 – Azeite de oliva óleo
Considerado mais saudável que o óleo de soja, a muitos azeites possuem de uma mistura de óleos refinados.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

ABITRIGO pede que Brasil não libere importação de trigo transgênico da Argentina

 Fonte: Sociedade Nacional de Agricultura

14/10/2020|Tags: 

Imagem: Pixabay


Representantes da indústria de trigo do Brasil vão pedir ao governo que não libere a importação de uma variedade transgênica do cereal aprovada recentemente pela Argentina, informou a associação do setor ABITRIGO nesta quarta-feira.

O movimento vem após uma sondagem mostrar que brasileiros são contrários ao uso de trigo geneticamente modificado (GM) e poderiam até suspender compras do produto argentino no caso de exportações do grão transgênico, indicou a entidade em nota.

“Em pesquisa interna promovida pela ABITRIGO junto aos moageiros brasileiros, 85% não foram favoráveis à utilização de trigo GM e 90% informaram estar dispostos a interromper suas compras de trigo argentino, caso se inicie produção comercial naquele país e sua exportação para o Brasil”, informou a associação.

A Argentina é responsável pelo fornecimento de cerca de 60% do cereal que abastece o mercado brasileiro, sendo complementado pelo produto nacional (30%) e de outras origens (10%).

A associação setorial também ressaltou que pesquisas capitaneadas pela empresa estatal de pesquisa Embrapa e parceiros privados têm promovido avanços em qualidade e produtividade do trigo sem necessidade de tecnologia de modificação genética.

O uso de transgênicos ainda exigiria controles que gerariam custos para os processos de importação e teriam consequências sobre preços, acrescentou.

“Por esses motivos, a ABITRIGO se manifestará contrariamente à comercialização tanto da farinha quanto do trigo transgênicos no curso da audiência pública convocada pela CTMBio, por solicitação da empresa argentina produtora de trigo transgênico”, indicou a associação, que informou que também pedirá veto da venda do produto a autoridades.

O governo argentino aprovou neste mês a variedade transgênica de trigo HB4, da empresa de biotecnologia Bioceres, mas destacou que a comercialização do produto ficaria sujeita à autorização para importações pelo Brasil, segundo publicação no Diário Oficial do país na semana passada.

A variedade do cereal HB4 desenvolvida pela Bioceres e pela francesa Florimond Desprez “confere tolerância à seca e tolerância ao herbicida glufosinato de amônio”, segundo o governo argentino.

Mas a importação de trigo transgênico ainda não foi aprovada por nenhum país, o que deixaria agricultores argentinos com pouco incentivo para plantar a nova variedade.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Agricultura orgânica cresce à medida que número total de propriedades diminui

Por Swissinfo 
13. MAIO 2020 - 16:30


O número de propriedades e de trabalhadores rurais continua a diminuir na Suíça, enquanto as propriedades existentes se tornam maiores por meio de fusões. A agricultura orgânica, por outro lado, está ganhando importância.

Embora o número de bovinos e suínos tenha diminuído, há mais aves, como nesta granja orgânica em Bavois, no oeste da Suíça(Keystone)

Nos últimos 20 anos, quase um terço das propriedades agrícolas da Suíça desapareceram. No ano passado, 50.038 propriedades com uma área agrícola utilizada (AAU) de 1,05 milhões de hectares empregavam 150.100 pessoas. Isso corresponde a uma queda nas propriedades e trabalhadores rurais de 1,6% e 1,5%, respectivamente, em relação ao ano anterior, informou o Departamento Federal de EstatísticaLink externo.

Os cantões de Berna (10.254), Lucerna (4.494), St. Gallen (3.904) e Zurique (3.258) ainda são os que têm mais propriedades, embora só em Berna 142 tenham abandonado a produção agrícola no ano passado. Houve também quedas em Zurique (-88), Valais (-89) e Lucerna (-67).

O órgão de estatísticas informou que a proporção de propriedades com área superior a 20 hectares aumentou para 43% nos últimos 20 anos. Em 1999, apenas um quarto das propriedades rurais tinha esse tamanho.

Orgânico

A produção agrícola está se tornando cada vez mais orgânica. No ano passado, 7.284 propriedades trabalhavam de acordo com as diretrizes orgânicas, 3,6% a mais do que em 2018. A agricultura orgânica é hoje praticada em 16% das terras.

Em 2019, a maior parte da área agrícola consistia em pastos (605.700 hectares ou 58% da área total). A lavoura arável era praticada em 38% da área. Além disso, 13.400 hectares eram de vinhedos e 7.000 hectares de pomares.

O número de vacas leiteiras (-1,7%) e suínos (-4,1%) caiu, enquanto o de aves subiu (+2,5%). Os estoques de ovinos e caprinos permaneceram praticamente inalterados.

Produtos orgânicos são cada vez mais consumidos na Suíça. Em 2016, o número de fazendas especializadas na produção desses alimentos aumentou consideravelmente. Nenhum outro país no mundo gasta mais per capita com orgânicos do que a Suíça. Em média, cada consumidor no país gastou 299 francos com produtos orgânicos. Segundo a Bio Suisse (Associação Suíça de Produtores Orgânicos), é o maior consumo per capita do mundo. A metade dos consumidores compram diariamente ou pelo menos várias vezes por semanas legumes, laticínios e outros produtos com o selo "bio".   PLACEHOLDER No ano passado, a Bio Suisse recebeu 386 novos membros, o maior número desde 1990. No total, 6.144 produtores cumprem as severas regras da agricultura orgânica. O faturamento dos produtores orgânicos aumentou em 7,8%, passando a 2,5 bilhões de francos. Eles ocupam 8,4% do mercado. Na parte francófona da Suíça, o faturamento e o mercado também cresceram consideravelmente. A metade do faturamento é de produtos frescos. Os produtos orgânicos mais comprados foram ovos, legumes e pão fresco.  PLACEHOLDER

segunda-feira, 9 de março de 2020

Degeneração Macular: um Desastre Alimentar

Jornal do Brasil - WILSON RONDÓ JUNIOR - drrondo@drrondo.com
Pessoas, Mulher, Menina, Vestuário, Olho

Imagem Pixabay

A degeneração macular tem se tornado a principal causa de perda de visão. Mas, antes de 1925, os casos não chegavam a 50 em toda a literatura mundial. Após 1940, ela começou a crescer, e a expectativa para 2020 já são 196 milhões de pessoas acometidas. Trata-se de uma destruição irreversível da mácula, (parte de retina), causando a perda da visão central, mas preservando a visão lateral periférica. O primeiro sinal é a visão embaçada, portanto, nestes casos, procure um oftalmologista. O conceito que aprendemos é que é uma consequência inevitável do envelhecimento e da genética, algo que agora se vê de outra forma.

No livro “Estratégia Dietética Ancestral para Prevenir e Tratar a Degeneração Macular”, o Dr. Chris Knobbe, oftalmologista, descreve suas pesquisas com populações distintas. Ele observou que possivelmente a degeneração macular seria mais uma doença do erro alimentar do mundo moderno, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer etc. Ele conclui que os alimentos industrializados são a raiz do problema, ausente em populações que consumiam e consomem dietas ancestrais.

Portanto, a degeneração macular é uma doença induzida principalmente pela dieta da modernidade no ocidente, rica em carboidrato refinado, grãos, especialmente transgênicos, açúcares, frutose, enlatados, doces, confeitaria, óleos vegetais poli-insaturados e gorduras trans. Além disso, proteínas de animais confinados e laticínios pasteurizados. Com isso, perdemos altas concentrações de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K2), hidrossolúveis (complexo B e C) e minerais (magnésio, zinco, cobre, fósforo, potássio).

Desastre alimentar desde 1880 até hoje

As principais alterações dietéticas causadoras das principais doenças metabólicas são:

1. Surgimento em 1880 de óleos processados, hidrogenados ou parcialmente hidrogenados. Em 1961, já se consumiam 9 g por pessoa por dia de óleos vegetais poli-insaturados. Em 2000, eles chegavam a 40 g por dia, e isso só vem aumentando. Eles são geradores de gorduras trans, pró-inflamatórios, indutores de resistência à insulina e causadores de aumento excessivo de estresse oxidativo.

2. Introdução de carboidrato refinado na dieta, chegando nos dias atuais a 85% desses componentes na alimentação.


3. Aumento de consumo de alimentos processados (produtos industrializados, feitos para serem bonitos, cheirosos, atraentes e durarem nas prateleiras) sendo a grande maioria carregada com óleos vegetais processados e açúcares adicionados.

Para se prevenir, é preciso uma alimentação não processada, incluindo frutos do mar e peixes de águas profundas, carne e laticínios (não pasteurizado) de animais a pasto. Enfatize a ingestão de produtos animais como um todo, ou seja, além da carne, também órgãos e tecido conjuntivo (uma boa ideia é caldo de osso e cartilagens). Agindo assim, você certamente vai manter distância da degeneração macular e garantir uma Supersaúde!

-

Referências bibliográficas:

•American Academy of Ophthalmology May 17, 2018

•Bright Focus Foundation January 5, 2016

•Retina. 2015; 35(3): 459-66.

•The Weston A. Price Foundation January 1, 2000

•AllAboutVision.com December 2017

•Cure AMD Foundation, Is Age-Related Macular Degeneration (AMD) Preventable — and Treatable — With Diet?

•Arch Ophthalmol. 2001; 119(10): 1417-36

•JAMA. 2013; 309(19): 2005-15

•Knobbe, Chris. Ancestral Dietary Strategy to Prevent & Treat Macular Degeneration. Springville, Utah: Vervante Corporation, 2016, pp. 98-103.

Vinagre de maçã: Trata os cabelos e pele, emagrece e promove saúde

Fonte: N1
Evelin Brandão 2 de março de 2020 às 10:24



Vinagre de maçã: Trata os cabelos e pele, emagrece e promove saúde – Foto: Reprodução

Vinagre de maçã: Trata os cabelos e pele, emagrece e promove saúde. O vinagre de maçã possui uma série de benefícios para a saúde.

Ele contribui para o emagrecimento, conta com ação antioxidante, protege o fígado, previne o diabetes, câimbras, tem ação diurética e melhora as articulações e a digestão.

O alimento pode ser feito a partir de qualquer alimento que contenha açúcar, como a maçã, uva, framboesa, maracujá, cana de açúcar, kiwi, laranja, tangerina, manga, mel, melado, arroz, malte, milho, vinho, álcool, entre outros.

No caso da versão com a maçã, a fruta sofre um processo de fermentação por leveduras benéficas e por bactérias chamadas acetobacter.

Os açúcares naturais são transformados em álcool e depois ele é convertido em ácido acético. A concentração usual no vinagre de maçã é de 5% de ácido acético e 95 % de água, além de alguns minerais, vitaminas e fitoquímicos, como os polifenóis, que ajudam a proporcionar um sabor diferenciado e seus inúmeros benefícios.
Principais nutrientes do vinagre de maçã

O vinagre de maçã possui boas quantidades de ácido acético. Este ácido inibe a ação de várias enzimas que digerem os carboidratos, entre elas amilase, sacarase, maltase e lactase.

Assim, este ácido é um bloqueador natural da absorção de amidos e açúcar. Quando estas enzimas são bloqueadas, os carboidratos passam direto através do trato digestivo.

Desta maneira, são eliminadas calorias que se tivessem sido absorvidas contribuiriam para o aumento de peso.

O ácido acético ainda melhorará a eficiência dos músculos e a recuperação após os treinos. Além disso, a substância faz com que a glicose seja liberada lentamente no sangue, o que ajuda a prevenir o diabetes.

O alimento também possui boas quantidades de quercetina. Ela é importante porque possui ação antioxidante, melhora a imunidade e ajuda a reduzir os efeitos da histamina, uma substância que causa os sintomas de inflamação e alergia. Outras substâncias com ação antioxidante presentes no vinagre são as catequinas.

O vinagre de maçã conta com traços de fibras, como a pectina, que proporciona saciedade, absorção de gorduras e melhora o trânsito intestinal.

O alimento ainda possui betacaroteno, que evita problemas de visão e protege a pele, e potássio, que é essencial para o funcionamento celular.

Nutrientes Vinagre de maçã – 30 ml
Calorias 6 kcal
Carboidratos 0.28 g
Açúcar 0.12 g
Cálcio 2 mg
Ferro 0.06 mg
Magnésio 1 mg
Fósforo 2 mg
Potássio 22 mg
Sódio 1 mg
Zinco 0.01 mg

Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
Benefícios do vinagre de maçã

O vinagre de maçã possui mais substâncias benéficas do que os demais vinagres. O alimento conta com ácido acético, enzimas, catequinas e quercetinas, que são antioxidantes, traços de fibra solúvel, betacaroteno e minerais, especialmente o potássio. Veja alguns dos benefícios:
Ajuda a emagrecer

Um estudo da Universidade do Arizona e publicado na revista Diabetes Care observou que após ingerirem duas colheres de sopa de vinagre de maçã diluídos em água antes do almoço e do jantar, os participantes perderam em média dois quilos em um mês.

Isto ocorre porque o alimento ajuda a reduzir picos de insulina e o nível de glicose após refeições ricas em carboidratos.

Os picos de insulina são inimigos do emagrecimento porque quando o carboidrato é absorvido rapidamente pelo sistema digestivo, o nível no sangue sobe subitamente.

Assim o pâncreas libera muita insulina que, por sua vez, irá baixar subitamente os níveis de glicose no sangue, levando a uma hipoglicemia reativa e consequente sensação de fome.

Além disso, o ácido acético presente no tempero é um bloqueador natural da absorção de amidos e açúcar.

Quando estas enzimas são bloqueadas, os carboidratos passam direto através do trato digestivo, comportando-se como fibras insolúveis, que não podem ser digeridas.

Assim são eliminadas muitas calorias, que se fossem absorvidas, certamente iriam dificultar a perda de peso.
Cabelos mais fortes e saudáveis

O vinagre de maçã sempre é indicado popularmente como uma alternativa para cabelos quebradiços, porosos ou oleosos.

Na verdade, ele não atua diretamente nesses problemas, mas funciona como um potencializador de cremes com essa finalidade.

O pH dos fios danificados é alcalino e o desgaste pode ser tanto que o creme de tratamento não consegue se fixar aos fios, nessas horas o vinagre de maçã pode ajudar, pois ele ajuda a selar o produto nos seus fios.

O vinagre de maçã contém o pH ácido, o que contribui com o fechamento das cutículas abertas. Ao fechar as cutículas com o vinagre de maçã, os cabelos perdem o frizz e adquirem brilho, porque a luz vai passar a refletir nos fios de forma mais uniforme do que antes.

O ideal é usar o vinagre de maçã em todo o cabelo, podendo inclusive aplicá-lo na raiz, porque ele tem ação antifúngica e de limpeza, levando a uma melhora da caspa, em pessoas com essa predisposição.

Para usar, basta misturar uma colher de sopa do vinagre de maçã em um copo de água filtrada morna. Borrife essa mistura em todo o cabelo, após a limpeza e, na sequência, aplique o creme de tratamento indicado mecha a mecha.

Deixe agir por entre três a cinco minutos com touca térmica ou toalha umedecida em água quente. Ao final, enxágue tudo usando a água com vinagre diluído.

Não se preocupe, pois o cheiro fica completamente disfarçado pela máscara nutritiva. A água com vinagre já deverá estar fria no final do processo e isso vai ajudar ainda mais a selar as cutículas.
Combate a acne

Embora não existam estudos comprovando estes efeitos, o vinagre de maçã possui algumas propriedades que podem ser interessantes para a pele.

O vinagre de maçã contém ácido acético, substância com propriedades antibacterianas que podem ter efeito antisséptico, promovendo erradicação das bactérias que induzem à acne.

Ainda pensando nas espinhas, por ter um pH também é muito semelhante ao da pele, o que mantem ácido o ambiente natural da flora bacteriana da pele, inibindo o desequilíbrio no crescimento de bactérias causadoras da acne.

Essa manutenção do pH também pode ser interessante para reestabelecer a síntese de proteínas essenciais e ácidos graxos da pele, evitando a oleosidade.

O vinagre de maçã também contém alfa-hidroxiácidos que podem agir removendo as células mortas da superfície da pele, e promovendo suave esfoliação da pele, acelerando a descamação das células da epiderme, tendo efeito coadjuvante no clareamento de manchas.

Porém, deve-se ter extremo cuidado ao utilizar o vinagre de maçã devido ao seu pH muito ácido, pode danificar e causar hipersensibilidade e até alergias na pele.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Feiras Orgânicas