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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Orgânicos não é um “agronegocinho”

Fonte: Negócio Rural
Publicado em 25/06/22

O consumo de produtos orgânicos tem crescido nos últimos anos, principalmente durante a pandemia da Covid-19. Da mesma forma, tem aumentado a variedade de itens. Para falar mais sobre esse setor que tem atraído cada vez mais consumidores, o diretor executivo da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), Cobi Cruz, concedeu uma entrevista à Revista Negócio Rural.

De acordo com o representante da Organis, em 2020 o setor teve um salto de 30%, e a expectativa é de que a demanda se mantenha firme. “Esse setor movimenta cerca de 120 bilhões de dólares em todo o mundo, e o Brasil representa apenas 1% desse movimento financeiro. Não se trata de um ‘agronegocinho’, como dizem”, destaca.

Revista Negócio Rural – Como surgiu a Organis e quais são os objetivos da entidade?

Cobi Cruz – Temos um histórico de promover os orgânicos fora do Brasil desde 2005, em parceria com a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Federação das Indústrias do Paraná, já que a nossa sede é em Curitiba. Foram 12 anos levando brasileiros para fora do Brasil, montando estandes em feiras e vendendo o conceito de um Brasil orgânico.

Até que nos demos conta de que, para o Brasil crescer lá fora, precisa crescer aqui dentro. E aproveitando essa expertise, começamos a desenvolver ações no Brasil. Então, há seis anos nasceu a Organis, que é uma entidade de marketing dos produtos orgânicos brasileiros.


“Em todo o mundo, o setor movimenta 120 bilhões de dólares, e o Brasil representa 1% desse total”

Nosso trabalho é criar, viabilizar e executar ações em diferentes frentes, com o objetivo de fortalecer toda a cadeia produtiva dos orgânicos (produtores, prestadores de serviço, processadores, indústria e varejistas). Reunimos mais de 70 empresas, que oferecem mais de mil produtos criados em respeito aos princípios, valores e melhores práticas orgânicas.

Durante a pandemia da Covid-19, cresceu a procura pelos produtos orgânicos?

Em 2020, o mercado de orgânicos cresceu cerca de 30%, com uma movimentação financeira de cerca de R$ 5,8 bilhões. Ainda estamos contabilizando os dados de 2021, mas o crescimento foi menor. Infelizmente esse crescimento veio muito por uma questão do medo em relação à doença, além da busca por alimentos mais saudáveis.

Com certeza o Brasil ainda tem muito a crescer. Em todo o mundo, o setor movimenta 120 bilhões de dólares, e o Brasil representa 1% desse total. Não se trata de um “agronegocinho” como muitos ironizam. Os maiores produtores são Estados Unidos, Alemanha e França. A quarta posição fica entre Inglaterra, Canadá e Itália, e em seguida vem a China.



Eu não conheço um lugar do mundo onde o orgânico não passou a crescer. E essa pressão por saúde já acontecia antes da pandemia no mundo inteiro. E isso não tem volta. O Brasil é o celeiro do mundo e tem toda uma história agroecológica desde os anos 70, e tínhamos que estar muito mais avançados.

Muita gente que não se dispunha a pagar o preço dos orgânicos, até quem sempre criticou, mesmo tendo condições de pagar, começou a entender o valor, e consequentemente ter uma predisposição de pagar pelo seu preço.


“Se antes o consumidor olhava o produto e achava “feinho”, hoje ele tem dúvida se uma fruta bonita de fato é orgânica”

Nosso site oficial, que tinha de 10 a 12 mil visitas por mês, saltou para 25 mil durante a pandemia. Muita gente no interior do Brasil passou a querer saber como distribuir orgânicos para atender a uma demanda que surgia.

E o número de produtores de orgânicos tem conseguido acompanhar a demanda?

Mesmo com o crescimento de 30% no consumo em 2020, tivemos um aumento de cerca de 5% de novos registros no Ministério da Agricultura. Isso demonstra que os produtores estão prontos para atender a essa demanda, e alguns tiveram que triplicar ou até quadriplicar a sua produção.

Até hoje a oferta tem atendido bem o mercado, mesmo que de uma forma um pouco desorganizada. Temos o varejo, com uma certa dificuldade em achar produtores de orgânicos, e temos produtores com certa dificuldade de escoar seus produtos. O que acontece muito é que muitos produtores não têm um preparo para atender a formalidade e as exigências do varejo, e às vezes ele se frustra e passa raiva.

Quais os Estados que mais produzem orgânicos no Brasil e quais são os principais produtos?

Os Estados do Rio Grande do Sul e Paraná são os maiores produtores de orgânicos do Brasil. Em cada um desses Estados há mais de quatro mil agricultores cadastrados no Ministério da Agricultura. Esses dois lugares representam quase 30% de todas as unidades produtivas de orgânicos do Brasil.

Cerca de 70% da produção orgânica é de pequenos produtores, e depois vem os médios e os grandes. E apesar de o Brasil representar apenas 1º do mercado de orgânicos no mundo, um dado interessante é que o país é o maior produtor mundial de acerola orgânica, devido a um trabalho feito no Nordeste. E esse trabalho é feito em comunidades de várias cidades.

Outro importante destaque é a produção de açúcar. A maior fazenda de cana-de-açúcar orgânica está no Brasil. E por ser produzida por grandes indústrias, a diferença do preço do açúcar convencional não é tão grande, e esse é um dos produtos orgânicos mais consumidos no país.

Também temos o café, a erva-mate, as castanhas, a noz-pecã, o açaí, entre outros. Sem dúvida as verduras, legumes e frutas são os mais consumidos, com destaque para as verduras, até mesmo pelo tempo mais curto de produção. Também é produzida matéria-prima para cosméticos, e a Amazônia é o destaque.

Por serem mais caros se comparado com os produtos tradicionais, a crise econômica que o país atravessa pode prejudicar a comercialização dos orgânicos?

Em uma pesquisa recente que realizamos com consumidores de orgânicos, 79% dos entrevistados consideram o preço dos orgânicos mais caros ou muito mais caros, comparado com os convencionais. Entretanto, desse público, 71% disseram que é um preço justificável, porque eles entendem que o processo produtivo é diferente, demanda mais mão-de-obra e que há um trabalho de conservação do meio ambiente e de benefícios para a saúde.

Eu classifico o consumidor em quatro perfis: um é o consumidor engajado, que é aquele que entende, conhece o orgânico e levanta essa bandeira. Entretanto, nesse perfil existe o protegido e o restrito. O restrito está com mais dificuldade financeira, seja porque está desempregado ou devido ao aumento dos custos. Os protegidos são aqueles em que o poder de compra não foi muito afetado.

Há ainda aquele perfil “o melhor para a minha saúde”, que é a porta de entrada, que é quem entra para o orgânico pensando no benefício individual, mas depois vai entendendo o benefício coletivo, ambiental e social. Outro perfil é de quem consome parte de orgânico e parte convencional. E tem o outro público que é o “nem aí”. E podemos trazer esse público ao orgânico? Podemos!


“Se você disser que um produto é orgânico, vender como orgânico e ele não for orgânico, isso é crime”

A Organis ouviu produtores rurais, indústria, distribuidores, feirantes, varejistas de todas as regiões do país e a análise dos dados demonstra que os orgânicos conseguiram se adaptar aos impactos sociais e econômicos provocados pela pandemia.

O levantamento confirma a adaptação dos orgânicos ao cenário atual e a persistência do consumidor na escolha dos produtos saudáveis, provando que o crescimento de 30% em 2020 não foi apenas um movimento fora da curva, mas a demonstração de uma tendência.

Os dados mostram que os orgânicos ainda têm muito espaço para se movimentar. A demanda continua alta, o que abre oportunidades de negócios. A gente vê que o mercado ganha corpo ano a ano, com aumento de produção e entrada de novos players neste movimento orgânico.

Podemos dizer que está cada vez mais fácil produzir orgânicos, devido às novas tecnologias e mais conhecimentos do setor?

Sem dúvida as tecnologias e o conhecimento avançaram muito. A variedade de produtos também cresceu. Hoje é possível produzir alimentos mais bonitos e ter uma produtividade bem melhor que anos atrás. Atualmente vemos um preconceito ao contrario de antigamente. Se antes o consumidor olhava o produto e achava “feinho”, hoje ele tem dúvida se uma fruta bonita de fato é orgânica.

Mudar a produção convencional para o orgânico requer dedicação, e uma mudança de conceitos. É preciso entender que durante o processo de transição, a renda vai cair, porque há uma mudança na produtividade e não é possível vender como orgânico durante esse período, que pode levar um ano ou até mais, dependendo do tipo de produção.

Se quisermos contar com um Brasil cada vez mais orgânico, temos que contar com os convencionais de hoje, que vão fazer a sua transição para os orgânicos. Temos que trabalhar melhor o tema com o produtor. Temos que mostrar um caminho de segurança e dar apoio técnico para essa mudança de cultura e da forma de trabalhar.

Onde vemos que o crescimento flui de uma maneira mais orgânica, é onde tem estrutura de conhecimentos mais desenvolvida, ou seja, uma boa extensão rural. Não é apenas levar assistência técnica, mas é entender e trocar conhecimento.

O consumidor pode confiar que o produto orgânico é de fato orgânico? Como ter essa segurança?

Há órgãos fiscalizadores em todos os Estados brasileiros, mas um dos pontos centrais do orgânico é que ele é uma lei, a Lei dos Orgânicos, que é a 10.831. E por isso existem normativas. Portanto, se você disser que um produto é orgânico, vender como orgânico e ele não for orgânico, isso é crime. O consumidor também deve fazer a sua parte, e existem mecanismos para saber se o que ele está comprando é de fato orgânico.

No supermercado é mais fácil, porque normalmente tudo é embalado e é só verificar o selo de certificação. E se o produto não for embalado, deve haver uma informação que permite identificar o produtor. E o consumidor tem o direito de pedir a nota de compra do estabelecimento, inclusive de restaurantes de alimentos orgânicos.

Hoje existem três mecanismos de garantias. São duas certificações e uma declaração. Há a certificação por auditoria, que é feita por uma empresa credenciada, e a certificação participativa, essa que pode ser feita por um grupo, em que todos se responsabilizam mutualmente. Nas embalagens dos produtos há a informação se a certificação é por auditoria ou participativa.

A terceira maneira é por declaração. Nesse caso, o produtor precisa fazer parte de um mecanismo de controle social, que normalmente é ligado a um centro de organizações estaduais. Ele declara que está seguindo as regras, mas essa declaração serve apenas para a venda direta do produtor ao consumidor final ou para compras governamentais. Eu digo que esse é uma passagem transitória.








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Publicado em 25/06/2022

segunda-feira, 1 de abril de 2019

GRUPOS DE CONSUMO: COMO APOIAR UM AGRICULTOR E AINDA SÓ COMER ORGÂNICOS

Fonte: Jardim do Mundo



Cada vez mais falamos de consumir local, de conhecer o nosso produtor, de como todo produto é feito por pessoas. Pode parecer difícil praticar essas relações na cidade grande, mas estão se tornando cada vez mais disponíveis modelos que as fomentam.

As feirinhas de revenda, como, em São Paulo, a do Bixiga (aos domingos pela manhã e começo de tarde), já são velhos conhecidos de quem gosta de comprar diretamente de pessoas e não de grandes lojas. As feiras de artesanato (como Jardim Secreto e Feira Rosenbaum) também vem crescendo. Mas a grande novidade fica por conta dos grupos de consumo que estão se formando.

Grupos de consumo responsável

A filosofia por trás do grupo de consumo responsável é que, independentemente do que as condições climáticas favorecerem, um grupo de pessoas sustentará uma comunidade de produtores.

Os grupos de consumo de orgânicos são organizados da seguinte forma: um grupo de pessoas, em contato com uma comunidade de produtores, estabelece um valor mensal ou semanal a ser pago, invariavelmente. Os produtores, por sua vez, organizam-se para entregar seus melhores produtos, que variam e não podem ser previstos com antecedência. No dia da entrega, cada um dos apoiadores/consumidores montam sua cesta com sua cota de orgânicos.

Grupo de consumo na USP, foto de @gobattifotografia

Casa da quebrada

Como é de se imaginar, a produção de alimentos demanda espaço e terra, o que não costuma estar disponível no centro das cidades. Com raras exceções (como o Sítio Semente, em Brasília), os produtores estão em geral nas periferias. E isso tem uma mágica consequência: o acesso de orgânicos à periferia é muito facilitado e muito mais barato do que nos grandes centros.

A Comunidade que Sustenta a Agricultura é o grupo do Grajaú/Parelheiros/Cidade Dutra. Organizados em torno da casa Ecoativa e do Sítio Paiquerê, primeira produção certificada orgânica da região, eles foram criados depois de perceberem que os produtos ali produzidos em quantidade e qualidade só estavam sendo consumidos pelo centro. Uma vez por semana, as 20 famílias que, contribuindo mensalmente, tornaram-se coprodutoras, buscam sua cota dos melhores produtos orgânicos na Ecoativa, pequeno paraíso cultural na Ilha do Boreré.

Montagem das cestas de orgânicos da Ecoativa

Já o Armazém Organicamente foi criado como um delivery de orgânicos da Zona Sul, especialmente do Campo Limpo. Os produtores entregam semanalmente, na casa de seus consumidores, uma cesta de produtos colhidos no mesmo dia ou, no máximo, na noite anterior. Eles também entregam em outras zonas de São Paulo, mas com taxas diferenciadas dada a distância e necessidade de mais trabalho de logística.

Em outras regiões de São Paulo, também há produções de orgânicos que produzem e atendem a periferia. Em São Mateus, Zona Leste da capital, são diversas as hortas urbanas, pequenos paraísos orgânicos que ocuparam zonas abandonadas. Moradores da região entram nas hortas para conversar com os produtores, e frequentemente saem com uma muda de planta medicinal para ajudar na saúde da família. Um pé de hortaliça, da mão do agricultor, não sai por mais de R$ 0,50.
Horta urbana em São Mateus
Centro

Quem mora no centro também nunca sai perdendo. São diversas as lojas que vem se organizando para oferecer os produtos desses mesmos produtores da cidade.

O Armazém do Campo fica nos Campos Elísios e, além de uma área de feirinha orgânica, tem um delicioso café e uma seção de livros. O Chão, na Vila Madalena, também disponibiliza produtos direto da terra e alguns processados, como geleias e farinhas.

Quem não pode se deslocar semanalmente para nenhum desses lugares para comprar sua comida fresquinha e de verdade também pode ser atendido pelo Bica Orgânicos. Sebastião e Gisele enviam semanalmente uma lista com seus produtos mais frescos e entregam em quase todo o centro de São Paulo, em 3 dias da semana.

Essas ações para levar mais alimentos orgânicos às mesas das pessoas não existem só em São Paulo. Pesquise na sua cidade ou região que, com certeza, você encontrará pessoas que promovem a venda de produtos orgânicos, seja por meio de um clube de assinaturas ou feiras.

Aliás, acesse o site Feiras Orgânicas e encontre um mapa com os locais perto da sua cidade onde são comercializados produtos orgânicos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sempre sonhou em ter um sítio? Não precisa mais: na Sta. Julieta Bio é possível ser “sócio” da produção

Fonte: Projeto DRAFT
Priscilla Santos - 19 de novembro de 2018





Rafael Coimbra fala como largou uma agência de publicidade para produzir cestas de alimentos livres de agrotóxicos em um sistema colaborativo e com compradores conscientes do propósito do negócio (foto: Daniel Ferreira).

Uma conexão entre economia colaborativa, sustentabilidade e comer como ato político. Esta é uma maneira de resumir a empreitada do paulistano Rafael Coimbra, 33, à frente da comunidade de produção de alimentos orgânicos Sta. Julieta Bio desde janeiro de 2017. Localizada em Santa Cruz da Conceição (SP), a cerca de 200 quilômetros da capital, a fazenda de lazer da família teve parte de seus lotes ocupados pela plantação de alimentos sem agrotóxicos e certificados pelo Instituto Biodinâmico (IBD).

Atualmente, as folhas e frutos da época são vendidos em cestas para 201 famílias de seis cidades do estado — a capital, Leme, Pirassununga, Araras, Porto Ferreira, além da sede da fazenda. Os valores mensais vão de 115 a 240 reais, conforme a localidade e o tamanho (P, com cinco ingredientes, ou G, com nove). Mas o negócio vai muito além do convencional delivery de orgânicos em domicílio.

A começar pelo fato de que a entrega não é feita em casa, mas sim em um local único pré-combinado, onde as pessoas vão retirar as cestas, cujos itens elas só conhecem cerca de três dias antes. São basicamente eleitos os alimentos com “mais vitalidade” da colheita da semana. O intuito de todos irem para a retirada é prover o encontro entre produtores e co-produtores (mais do que consumidores, os usuários são vistos como parceiros de negócio).

Isso porque a Sta. Julieta Bio segue o sistema de CSA (do inglês, Community Supported Agriculture ou comunidade agrícola sustentada, em tradução livre). Os interessados iniciam sua relação com a fazenda assinando um termo em que prometem pagamentos mensais adiantados, preferencialmente por períodos semestrais ou anuais, embora seja possível sair da comunidade a qualquer momento (basta avisar com uma semana de antecedência).

A cada troca de estação, os membros são convidados para uma visita à fazenda, onde há apresentação dos investimentos feitos, os plantios que vão ser finalizados e iniciados — respeitando-se a época das estações — além de um café da manhã de confraternização e atividades educativas e de plantio para crianças e adultos. Quem quiser ver as contas, checar a folha de pagamento e carteira de trabalho dos funcionários também pode se sentir livre para pedir.

Assim, mais que consumidores, é como se os participantes fossem co-proprietários da fazenda, em uma forma de compartilhamento da terra. “Para um futuro mais consciente, precisamos mudar a maneira como consumimos. Isso já está acontecendo com o entretenimento, via Netflix, com as casas, no AirBnb, e com o deslocamento nas cidades, com o Uber. O CSA é você plantar o seu alimento sem ter uma fazenda”, afirma Rafael.

Não basta, no entanto, abrir um aplicativo e clicar em comprar para um cesto de cenouras aparecer em meia hora na sua porta. O envolvimento é mais profundo, sempre seguindo a disponibilidade dos interessados. O fundador fala mais a respeito:


“O usuário pode viver esse universo, acompanhando a rotina de trabalho da fazenda. Pode ir lá plantar, levar os filhos, ter essa relação com a terra, mas sem ter a terra”

A vantagem para o agricultor é a tranquilidade de que sua produção está paga e que o tempo dele — em vez de ser desperdiçado correndo atrás de comercialização, cobranças e afins — é gasto apenas em trabalhar na terra. Com o pagamento adiantado, a fazenda também consegue planejar novos investimentos, como a compra de ferramentas e de um carro refrigerado, usado nas entregas. Porém, a opção pelo CSA não foi algo simples. Antes, Rafael precisou dar uma guinada na vida.

UM PULO: DO MUNDO DIGITAL DIRETO PARA A TERRA

Nascido em uma família com tradição no plantio de café, ao contrários dos irmãos, Rafael não havia se interessado em trabalhar na empresa do clã, que ainda se mantém na indústria cafeeira. O que herdou do avô — um dos pioneiros na comercialização dos grãos com a China — foi o tino empreendedor.

Os produtores da Sta. Julieta Bio privilegiam os ingredientes de maior vitalidade colhidos na semana. Uma caixinha de surpresas para quem compra (foto: Daniel Ferreira).

Quando se formou em Publicidade e Propaganda pela FAAP, ele trabalhou em agências e chegou a abrir a própria, de monitoramento de redes sociais. O experimento com a terra só veio anos depois: “Se você tivesse sentado comigo aqui nessa mesa dez anos atrás, eu seria outro. Com 40 quilos a mais, problemas para dormir e olheiras”, diz à reportagem.

Após uma consulta em que ouviu do médico “não sei o que você está fazendo na vida, mas mude”, Rafael buscou uma alimentação mais balanceada e se interessou pelos orgânicos. Deixou os clientes na agência e seguiu com os planos. Vale destacar que o fato de atender duas marcas de adoçante e uma de chá verde, que também continha adoçante, entre outros químicos, foi mais um empurrãozinho para mudar.

Nesse entremeio, assumiu um posto na empresa de café da família e passou a frequentar feiras de orgânicos, assinar uma cesta de alimentos semanal da Fazenda Santa Adelaide, conversar com produtores e visitar sítios. Foi oferecendo carona em uma dessas viagens que ele conheceu Ana Letícia Sebben, 32, hoje co-gestora da Sta. Julieta Bio. Ele conta:

“Já não estava mais preocupado só comigo, mas com a pegada de carbono do que comia, com o quanto de água tinha sido gasto no plantio, a remuneração dos trabalhadores etc.”

Ele prossegue: O ato de comer já era muito mais profundo e pouca gente ao meu redor entendia isso”. Um dia, ao abrir o livro Em Defesa da Comida, de Michael Pollain, Rafael se deparou com a frase: “Cozinhe. Se puder, plante uma horta”. Fechou o livro, pegou o carro e dirigiu até a fazenda Santa Julieta, levando, em uma sacola, um punhado de legumes orgânicos que havia comprado no mercado. “Quando desci do carro, naquele pôr do sol alaranjado e olhei para aqueles tomates no porta-malas, pensei que aquilo não tinha sentido. Resolvi, então, fazer uma horta”, diz. No dia seguinte, chamou o administrador da fazenda e deu início ao projeto, com o investimento inicial de 44 mil reais.

Hoje, após o aporte de 270 mil reais, a fazenda tem três principais plantações orgânicas. Além da horta original, em formato de mandala, seguindo os preceitos da permacultura, há uma agrofloresta (tipo de plantio em que produtos agrícolas são cultivados lado a lado de árvores frutíferas e não frutíferas, como forma de recuperar solos degradados). Os eucaliptos (normalmente demonizados, mas só problemáticos em monoculturas) têm raízes que chegam a seis metros de profundidade e capturam água de lençóis freáticos quando não chove. “Assim, não precisamos de sistema de irrigação nenhum nesse plantio”, diz. As folhas são cortadas e lançadas ao solo, como adubo, mimetizando o que ocorre em uma floresta naturalmente.

Agrofloresta em área separada do CSA. O plantio de árvores frutíferas e não frutíferas na Sta. Julieta Bio é uma estratégia para recuperação do solo (foto: Daniel Ferreira).

A agrofloresta foi implementada com o auxílio de Richard Charity, consultor em sistemas agrícolas sustentáveis e cadeias de produção regenerativas. Foi ele, também, quem ajudou a selecionar o terceiro terreno para plantio na fazenda e falou para Rafael, pela primeira vez, sobre o sistema de comunidade agrícola sustentada.

A sigla CSA surgiu em meados dos anos 1980, nos Estados Unidos, com a proposta levada por produtores europeus que seguiam a agricultura biodinâmica e distribuição baseada na co-produção desde a década anterior. Mas são os japoneses os verdadeiros “inventores” dessa história, em um movimento denominado Teikei, que inclui atualmente 20 milhões de pessoas no país (mais de 1/4 da população). “Os Teikei surgiram por uma preocupação das donas de casa japonesas com segurança alimentar”, diz Rafael.

Hoje, a rede internacional de CSAs conta com cerca de 2 milhões de membros. No Brasil, a ideia começou a ser implementada nos anos 2000, no Nordeste. Richard foi um dos criadores de um CSA no Ceará, que se mantém ativo até hoje. “Quando ele me falou do conceito, fiquei com receio. Em São Paulo, as pessoas querem facilidade, comodidade, receber em casa. Nesse sistema, não se escolhe o que vem na cesta, o cliente precisa fazer a retirada e ainda tem a relação com produtor. Mas pensei: se essa é uma opção para não ser o orgânico que não quero ser, com atravessadores, vamos tentar.”

COMO COMUNIDADE, RISCOS E PROBLEMAS TAMBÉM SÃO COMPARTILHADOS

O primeiro grupo de CSA da Sta. Julieta Bio, com cerca de seis membros, surgiu em junho de 2017, na cidade de Leme (a cerca de dez quilômetros da fazenda). A proposta começou em um restaurante saudável da cidade, após uma palestra sobre orgânicos para cerca de 60 pessoas. Alguns moradores levantaram a mão, dizendo que queriam fazer parte de uma comunidade assim. O ponto de distribuição passou a ser a garagem da casa de um dos membros — algo semelhante ao que acontece hoje com a comunidade da Vila Olímpia, na capital paulista, onde existe até um membro do grupo, um advogado, que se voluntaria na entrega das cestas em seu horário de almoço.

“Nos primeiros encontros, não ia quase ninguém. Foi quando resolvemos procurar um público com quem sabíamos falar a mesma linguagem e apareceram as surpresas”, diz Rafael. Ele comentou com a professora de yoga sobre o projeto e daí começaram uma série de experimentos de co-produção e distribuição, tendo como ponto de encontro inicial a escola de yoga. Primeiro, tentaram desenvolver um aplicativo que conectasse produtores e consumidores. Depois, resolveram fazer um teste com um grupo de mães praticantes de yoga, que serviram como beta testers, não apenas dos alimentos, mas do sistema CSA como um todo.

Até que, enfim, chegaram ao jardim de infância Quintal do João Menino, na Vila Madalena. Conversaram com a diretora, fizeram uma palestra inicial explicando a proposta para os pais e teve início a primeira comunidade em São Paulo, que segue na ativa. Hoje, alguns dos 201 membros da Sta. Julieta Bio já fazem pagamentos adiantados de três, seis meses e até um ano, justamente por entenderem a fundo a proposta. Mas isso não é obrigatório. Rafael diz:

“Entendemos que existe certa resistência a compromissos de longo prazo no Brasil. Por isso, não pressupomos prazos maiores que um mês no termo de adesão das cestas”

Ele continua: “Temos que funcionar com cabeça de startup, no sentido de que estamos começando um mercado novo”. Os riscos também são compartilhados. Se houver uma geada e toda uma produção de tomates for perdida, por exemplo, as pessoas precisam entender.



Encontro na Sta. Julieta Bio entre produtores e co-produtores a cada virada de estação, com café da manhã de confraternização, apresentação de investimentos e planejamento de plantios (foto: Daniel Ferreira).

E os percalços acontecem. Desde os da natureza (porcos e javalis já atacaram a plantação de mandioca e batata doce, o excesso de chuva prejudicou a aparência das cebolas) passando pelas tentativas e erros de um empreendedor que tem experiência em negócios, mas não em agricultura.

Já houve plantios que não deram certo, como da couve-de-bruxelas, que não se adaptou às condições locais. Mesmo assim, Rafael agora tenta plantar pêssegos e figos, que também costumam ser importados.

Sem contar a epopeia com grão-de-bico, leguminosa que o fundador não entendia porque nunca encontrava orgânico, se era um alimento como o feijão, tão comum por aqui. “Achamos uma semente de grão-de-bico desenvolvida pela Embrapa e insisti muito para que o cientista me enviasse uma amostra para teste. No dia do meu aniversário, chegou uma caixa com as sementes. Fizemos o primeiro plantio, colhemos, tudo perfeito”, fala. Aí, avisaram às pessoas da comunidade, fizeram lista de espera de interessados, conseguiram mais sementes, plantaram, mas acabaram perdendo a produção toda por uma falha no calendário…

O PRINCIPAL ADUBO PARA UM CRESCIMENTO SAUDÁVEL É O DIÁLOGO

Essas questões são resolvidas com a comunidade com muito diálogo, ao vivo ou por WhatsApp. Os atropelos são comunicados e, normalmente, compensados com envio de um produto diferente ou aumento de quantidade de algo que já fosse da cesta. Além dos avisos e comunicados da previsão de colheita para a semana seguinte, os grupos são usados para trocas de receitas entre os membros e tomada de decisões conjuntas, como passar a devolver a caixa de papelão em que vêm os produtos para ser reutilizada.

Após os custos com as embalagens serem abertos, os próprios membros tiveram a ideia de devolver o material e ainda passaram a enviar caixas de tamanhos similares que tinham em casa para serem utilizadas. Quando foi anunciado, por exemplo, que havia tomates “feinhos” em uma semana, foi proposto compensar o item da cesta com outro produto, mas a maioria disse que os receberia assim mesmo, como conta Rafael:

“Os co-produtores sabem que sua escolha alimentar é uma escolha política. Eles estão ‘votando’ em nós em vez de dar seus subsídios para grandes organizações”

Os planos para o futuro incluem ampliar a produção e, assim, conseguir recuperar o investimento, o que está previsto para 2022. A meta é vender 400 cestas semanais — hoje são 200 (com faturamento mensal de 35 mil reais). E as expectativas são positivas, visto que o projeto saiu de seis para 201 co-produtores em um período de 15 meses. Agora, para duplicar a renda, será preciso aumentar a área de produção. Há também testes com ferramentas novas para roçar a terra ou cortar folhas finas e delicadas, o que pode acelerar processos.

“Existem exemplos de CSA fora do país que lucram de 60 a 100 mil dólares por acre anualmente. Temos certificados 30 hectares, mas de plantação, de fato, hoje são apenas três. Ainda dá para expandir muito dentro da fazenda e acreditamos que vamos escalar quando conseguirmos passar esse modelo para outros produtores”, diz o empreendedor. Ele já recebeu convites de associações agrícolas para a implementação de projetos similares, mas ainda não se sente preparado para esse passo: “Achei que ainda estava um pouco verde para isso”, afirma Rafael, pedindo perdão pelo trocadilho.

DRAFT CARD
Projeto: Sta. Julieta Bio
O que faz: Plantação e venda de orgânicos
Sócio(s): Rafael Coimbra
Funcionários: 11
Sede: Santa Cruz da Conceição (SP)
Início das atividades: Janeiro de 2017
Investimento inicial: R$ 44.000
Faturamento: R$ 35.000 por mês
Contato: tanaepoca@stajulieta.bio




quarta-feira, 16 de maio de 2018

São Paulo ganha nova feira orgânica – e por que isso é muito importante

Fonte: Revista Boa Forma
Quanto maior o número de adeptos dos alimentos sem defensivos, menor o risco da liberação de novos agrotóxicos
Por Eliane Contreras
6 maio 2018

(a_namenko/Thinkstock/Getty Images)

Prepare a sacola sustentável: a partir desta sexta-feira (18/05), o mapa de feiras orgânicas de São Paulo ganha mais um novo endereço – desta vez, no espaço da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). As barracas de pequenos produtores certificados serão montadas uma vez por semana, sempre às sextas, das 7 da manhã às 13 horas.

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A promessa é de preços acessíveis para desmistificar a ideia de que os orgânicos são necessariamente mais caros. “Queremos que mais pessoas conheçam os alimentos orgânicos e queiram entrar nesse estilo de vida“, diz André Pereira, um dos sócios da Plural Bio e da Só Orgânicos – empresas parceiras na criação e organização da feira.

Por coincidência, a Feira Orgânica Ceagesp surge no momento em que os adeptos da alimentação livre de defensivo agrícola se mobiliza contra a PL dos Venenos – Projeto de Lei 6299/2002 em curso na Câmara Federal que defende a liberação de mais substâncias nocivas no cultivo agrícola. E várias delas são proibidas há anos nos Estados Unidos e na Europa pelos prejuízos comprovados à nossa saúde e à natureza.

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Os ativistas alertam para mais um retrocesso na legislação dos defensivos agrícolas, a PL3200, que sugere alterar o nome de “agrotóxico” para “defensivos fitossanitários”. “A mudança de nome desinforma e mascara o risco que esses venenos trazem para a nossa saúde e o meio-ambiente. As pessoas podem achar que não é perigoso e que existe um uso seguro, o que é absolutamente falso”, ressalta a especialista em agricultura e alimentação Marina Lacôrte, do Greenpeace Brasil. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) já afirmaram que não há nível de consumo seguro para essas substâncias.

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Só para constar: por causa da economia baseada no agronegócio (monoculturas), desde 2008 o Brasil é o primeiro no ranking de países que mais empregam agrotóxicos nas plantações. Que venham mais feiras orgânicas para que essa história possa ser mudada e a nossa comida de todo o dia chegue à mesa livre de substâncias nocivas.

Endereço Feria Orgânica Ceagesp: Av. Dr. Gastão Vidigal, Vila Leopoldina (Zona Oeste), portão 7, entrada gratuita.


Nota:

Previamente divulgada para dia 11/5 e, posteriormente, para 18/5, a inauguração da 1ª Feira de Orgânicos da CEAGESP de São Paulo foi suspensa por tempo indeterminado por conta de atrasos na análise da documentação dos agricultores participantes para legalização da feira orgânica.

“Queremos finalizar os trâmites legais para que a feira esteja em pleno funcionamento o mais rápido possível. Assim que a data for definida, haverá ampla divulgação. Pedimos desculpas por qualquer inconveniente”, diz porta-voz da Plural, uma das empresas organizadoras da feira.

A primeira Feira Orgânica da CEAGESP é uma iniciativa de pequenos produtores orgânicos certificados e acontecerá semanalmente, às sextas-feiras, no Varejão da CEAGESP.

Fonte: Plural
Telefone: (11) 2977-4304
Site: www.pluralbio.com.br

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Não existe comida ruim, e, sim, maus hábitos

Fonte: Folha PE

Estudos apontam que orgânicos podem não ser mais nutritivos que processados
Por: Juliana Almeida, de Diversão & Arte em 01/01/18 

Questionamentos sobre itens industrializados são recorrentes Foto: Da editoria de Arte

Se somos aquilo que comemos, é melhor escolher bem o que vamos ingerir. Com essa preocupação em mente, muitas pessoas têm procurado um estilo de vida mais natural, consumindo menos produtos industrializados e procurando mais os orgânicos.

Segundo o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), os alimentos orgânicos correspondem a 1% do mercado no Brasil. “É um mercado que vem crescendo 10% ao ano. É um incremento expressivo, porém sobre uma base pequena”, comenta o pesquisador e geneticista do ITAL, Airton Vialta.

O grupo, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, realizou uma pesquisa recente que aponta que os alimentos orgânicos, embora mais caros, não apresentam maior valor nutricional do que os demais. “De maneira geral, do ponto de vista científico, não podemos dizer que os alimentos orgânicos são mais nutritivos ou saborosos que os convencionais”, afirmou.

Porém, a produção com defensivos naturais foi defendida pela nutricionista Isis Graziela. “Sabe-se que agrotóxicos estão ligados ao aumento do risco de câncer e outros males. Então, se você pode escolher, é melhor optar pelo mais natural possível”, argumenta.
Para Vialta, nenhum é melhor que o outro desde que sejam feitas de acordo com as boas normas. “Não comparamos um produto com outro, mas o universo dos orgânicos com o universo dos produtos convencionais. E, se forem produzidos com normas de segurança, tanto um quanto o outro servem ao consumidor”, defende. ?!?!?

“Há uma tendência de as pessoas se polarizarem, mas não tem como produtores de orgânicos produzirem em larga escala a ponto de suprirem a demanda toda”, pondera.

O instituto lançou um site que defende os benefícios dos alimentos processados. No portal, eles afirmam que até 2050, 70% dos alimentos mundiais vão ser produzidos através de melhorias tecnológicas.

Para Graziela, devido à possibilidade permanente de irregularidades na fiscalização, uma defesa do consumidor é conhecer de perto os produtores, saber como ocorre o processo. “No mais, num mercado, é fundamental olhar as embalagens.

Procure aqueles que têm nomes de ingredientes que você conheça. Os nomes mais complicados costumam ser químicos, corantes e aditivos”, ensina.

Nota do Blog Alimento Puro:
"Não apresentam maior valor nutricional do que os demais". Supondo, eu disse, SUPONDO, que isso seja verdade, e o não envenenamento do solo? E a saúde dos agricultores? E a água, os animais, a biodiversidade que é protegida? E a saúde do consumidor? Tudo isso não vale a pena?

Mais caros? Nos supermercados é claro! As feiras orgânicas estão aí com preços bem competitivos e ainda por cima com produtos bem fresquinhos.
Vamos pensar melhor sobre essas pesquisas que nos levam a pensar torto?

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Mapa de Feiras aproxima consumidores e produtores orgânicos

Pesquisa realizada pelo Idec constata que 40% dos participantes encontraram locais de venda que buscavam

Fonte: IDEC
17/11/2017



Um mês após lançar a nova versão do Mapa de Feiras Orgânicas, o Idec realizou uma pesquisa com os usuários para saber qual a opinião sobre os novos conteúdos e funcionalidades disponíveis, além de avaliar para qual finalidade o site é utilizado.

Das 280 pessoas participaram da avaliação, 40% afirma ter encontrado no Mapa uma iniciativa que frequentam ou que já conheciam, o que indica que parte significativa dos participantes já tem proximidade com a temática ou com o consumo de alimentos orgânicos.

A pesquisa também constatou que

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Aplicativo mostra as feiras de orgânicos mais próximas à clientela

Fonte: Gazeta do Povo
19/09/2017

Mapa interativo, que tem cadastradas feiras de todo o país, permite achar o ponto de venda mais perto do cliente; ferramenta torna os orgânicos mais acessíveis

Daniel Castellano /AGP

Segundo o Idec, um levantamento realizado em 2016 constatou que uma cesta de produtos orgânicos é, em média, 50% mais barata nas feiras do que nos supermercados.

Quem quiser conhecer mais sobre os alimentos orgânicos tem agora a chance na palma da mão. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumir (Idec) fez melhorias no aplicativo “Mapa de Feiras Orgânicas”, que existe desde 2012 e é voltando para que os consumidores possam ter acesso aos orgânicos por um preço mais acessível.

A novidade agora é que, além dos pontos de venda, o cliente encontra receitas e uma biblioteca com informações detalhadas sobre agroecologia e produção orgânica.
Feira de smartphone

São quase 650 pontos de comercialização de orgânicos e agroecológicos cadastrados em todo o país. O aplicativo, cujo mapa também está disponível no site do Idec, oferece as melhores escolhas, encurtando o caminho entre o agricultor familiar e o consumidor, tornando mais barato na banca e mais lucrativo para o produtor.

Todos os pontos são identificados com a ajuda da geolocalização no site, que é colaborativo. É possível, ainda, traçar rotas para chegar ao local escolhido.

São quase 650 pontos de comercialização de orgânicos e agroecológicos cadastrados em todo o país.

“Quando o Mapa foi criado, havia cerca de 100 feiras cadastradas no Brasil. Cinco anos depois, já são cerca de 500 feiras disponíveis, o que demonstra o crescente interesse da população por produtos orgânicos e a importância de aprimorar a ferramenta”, avalia Mariana Garcia, nutricionista e pesquisadora do Idec.

Mariana destaca que o Mapa de Feiras é uma forma de criar relações mais próximas e saudáveis entre os consumidores e agricultores e estimular a economia local. “Para que as informações se mantenham atualizadas e corretas, é importante que os usuários participem e enviem informações sobre novas feiras, mudança de local ou horário”, acrescenta.

Orgânicos, mas salgados

Segundo o Idec, um levantamento realizado em 2016 em diversos comércios do Brasil constatou que uma cesta de produtos orgânicos é, em média, 50% mais barata nas feiras do que nos supermercados. 

Em outra pesquisa mais antiga, realizada pelo Idec em 2012, a diferença verificada foi ainda maior: um mesmo produto custava até 430% mais no supermercado do que nas feiras especializadas. “O Mapa de Feiras Orgânicas surgiu dessa necessidade e é por isso que ele continua sendo importante: para mostrar que o consumo de orgânicos pode ser, sim, barato e de fácil acesso”, conclui a nutricionista.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pessoal de Recife: Pesquisa revela que produtos orgânicos custam menos que convencionais

Fonte: TV Jornal


Reprodução/TV Jornal

As feirinhas de produtos orgânicos estão se tornando cada dia mais populares. No Recife, já são 28 cadastradas pela Secretaria de Agricultura de Pernambuco. Tanta oferta está fazendo cair um mito: o de que produto orgânico é mais caro que os produzidos na agricultura convencional com o uso de agrotóxicos.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Federal Pernambuco junto com Centro Sabiá, legumes, verduras e frutas orgânicas comercializadas nas feiras são em média 56% mais baratas que os convencionais vendidos nos mercados. Comparado com os produtos de feiras populares, os orgânicos ainda custam 19% menos.

Percorrendo as bancas de uma feirinha é fácil comprovar. As folha de uma maneira geral custam R$ 1,50, o quilo do repolho custa R$ 3, a porção da vagem R$ 2 e o rabanete que nem é tão fácil encontrar nos supermercados também é vendido por R$ 1,50.

A explicação para a diferença dos preços é a eliminação da figura do atravessador. Os produtores vendem diretamente para os consumidores. Além da vantagem no bolso e da ausência de veneno, os orgânicos trazem uma série de vantagens nutricionais que a longo prazo podem significar menos doenças.

"O Orgânico ou agroecológico é mais rico em micro nutrientes. Passa o tempo certo no solo. Não existe acelerador do processo, respeitando a natureza. Já há pesquisas da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) de um conjunto de doenças que vem por conta de alimento com agrotóxicos. O próprio câncer. Só 10% dos casos são relacionados a fatores genéticos e 90% fatores externos, o estilo de vida. A alimentação é um desses fatores", avalia a agrônoma Maria Cristina Aureliano, coordenadora pedagógica do Centro Sabiá.

Saiba onde encontrar esses produtos

Feira Agroecológica da Juventude do Cordeiro
Avenida Caxangá, 2200 – Madalena.
Ás sextas-feiras, das 5h às 11h

Feira do Colégio Fazer Crescer
Av. Santos Dumont, 167 - Graças
Ás quintas e sábados, das 5h às 12h

Espaço Agroecológico do Sítio da Trindade
Sítio da Trindade - Estrada do Arraial, 3129 - Casa Amarela
Aos sábados, das 5h às 11h

Feira de Economia Solidária e Agroecológica UFPE/CCSA
Campus da Universidade Federal de Pernambuco, ao lado do prédio do Centro de Ciências Sociais Aplicáveis – CCSA - Cidade Universitária
Ás quartas-feiras, das 5h às 13h

Feira Gervásio Pires
R. Gervásio Píres, 436-470 - Santo Amaro, Recife – PE
Às quartas-feiras, pela manhã

Feira Agroecológica Chico Mendes
Praça Farias Neves, em frente ao LAFEPE - Dois Irmãos
Quartas-feiras, das 6h às 12h

Feira Orgânica do Condomínio Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste)
Praça Ministro João Gonçalves de Souza - Engenho do Meio
Sextas-feiras, das 13h às 16h

Feira do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
Av. Mário Melo, 343 - Santo Amaro
Quintas-feiras, quinzenalmente das 6h às 10h

Feira do Tribunal Regional do Trabalho – 6a região
Caminho do Apolo, 925 - Bairro do Recife
Quarta-feiras, das 7h às 12h

Feira de Orgânicos do Shopping Recife – Projeto Pernambuco Agroecológico
Rua Padre Carapuceiro , 777 (Área C do estacionamento, próximo à entrada P) - Boa Viagem
Sábados, das 5h às 10h

Feira do Fúrum des. Rodolfo Aureliano
Av. Des.Guerra Barreto, S/N - Ilha Joana Bezerra
Quintas-feiras, das 10h às 16h

Feira Agroecológica do Espinheiro
Rua do Espinheiro, 26 - Graças
Sextas-feiras, das 10h às 17h

Espaço Agroecológico das Graças
Graças Recife, em frente ao Colégio São Luiz, Sem número - Graças
Sábados, das 5h á 11h

Feira Agroecológica da Justiça Federal
Av. Recife, 6250 - Jardim São Paulo
Sextas-feiras, das 10h ás 15h

Espaço Agroecológico de Boa Viagem
Praça Jules Rimet, por trás do 1º Jardim de Boa Viagem - Boa Viagem
Sábados, das 6h ás 11h

Feira Agroecológica da Praça de Casa Forte
Praça de Casa Forte - Casa Forte
Sábados, das 5h ás 10h

Feira Agroecológica de Olinda
Rua do Bonfim – Carmo
Aos sábados, das 5h ás 12h

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Campanha do menos é mais ....


Em questão de alimentação, sempre menos é mais: menos agrotóxico, menos transgênicos, menos aditivos químicos, menos carne, menos açúcar, menos sal.


Em contrapartida, mais saúde, mais verduras, legumes e frutas, mas comida caseira, mais famílias reunidas em volta da mesa, mais atenção, mais consciência dos nossos atos.

Para participar da Campanha primeiro temos que dizer não ao Projeto de lei que retira símbolo transgênico de rótulos que já foi aprovado na Câmara de Deputados. Nós temos o direito de saber o que estamos comendo.

Ainda temos o símbolo de transgênicos nas embalagens de vários alimentos, que tal perguntar às Empresas porque elas estão usando matéria prima transgênica nos seus produtos, já que não existem pesquisas suficientes para saber se são seguros ou não? 

Que tal não comprar mais nada de milho ou soja se não forem orgânicos, já que mais de 80% dessas plantações no Brasil são transgênicas. Podemos viver sem milho e soja, claro que sim. Fim da rotulagem dos alimentos transgênicos: diga não!

Que tal comprar frutas, verduras e legumes em feiras orgânicas direto dos produtores? Estaremos ajudando os agricultores familiares e garantindo saúde para todos em nossa casa, diminuindo as consequências dos agrotóxicos para o meio ambiente. 

Quantas vezes você não pensou em poder participar de um projeto que ajudasse as pessoas e fizesse diferença no Mundo? Pois então, coma orgânicos, pelo menos 3 vezes ao dia você está patrocinando um Projeto de Responsabilidade Social, diminuindo o êxodo rural, dando oportunidades de trabalho no campo e preservando a biodiversidade. Isso tudo só... comendo. Não é incrível? Saiba onde tem uma feira orgânica pertinho de você.

Nos supermercados leia os ingredientes do industrializados, não o que eles têm de gordura, sódio, açúcar, mas do que são feitos. Veja a receita que nos industrializados são chamados de ingredientes. O que aparece nos primeiros lugares estão em maior quantidade e aquelas coisas com nomes esquisitos são os aditivos químicos, responsáveis por doenças que vão desde uma simples alergia até um câncer que pode ceifar vidas. Esse assunto é muito sério para você dizer que não lê os ingredientes porque não enxerga direito e usar óculos dá muito trabalho.

Produtos industrializados não são alimentos, foram criados para imitar os alimentos e para não estragar e gerar muitos lucros para as Empresas, e a saúde do consumidor não é fator de muita importância para elas. Por isso dá-lhe conservantes, aromatizantes, acidulantes, umectantes, acompanhados de muita gordura vegetal hidrogenada e glutamato monossódico. Uma boa campanha publicitária com pessoas lindas, magras e ricas, e “voilá” está prontinho o coquetel que vai viciar seu paladar e acabar com suas papilas gustativas. E você ainda paga por isso. Parabéns!

Aliás campanhas publicitárias tem o dom de mostrar a felicidade e o amor entre mães e filhos, marido e mulher, sempre com o alimento como coadjuvante. E porque nas casas de verdade isso não acontece? Não com fornos de micro-ondas e alimentos prontos, mas com a comida de verdade, comprada com critério de qualidade e não econômico, feita com temperos frescos e servida com carinho. Para comer comida de verdade precisamos resgatar os conhecimentos da culinária, reaprender a alquimia que envolve essa arte. E isso deveria ser matéria obrigatória nas escolas, ou você acha normal crianças da era do pacotinho que não conhecem os alimentos?

Precisamos sair da nossa zona de conforto, exigir qualidade no que realmente é importante, porque nossa vida, nossos filhos, nosso Planeta está em jogo. Até quando vamos empurrar literalmente com a barriga os problemas que a má alimentação vem causando?

Deixo aqui algumas colocações que a nutricionista Denise Carreiro brilhantemente apresentou na Coletiva de Imprensa da BioBrazil Fair 2015 que aconteceu agora em junho em São Paulo. Vale a pena pensar nisso!

“A única coisa que forma uma célula é nutriente e a única coisa que nos forma são células. É tudo o que vemos, mas principalmente o que a gente não vê: hormônios, enzimas, neurotransmissores. Nossa renovação celular é feita a partir do que a gente absorve, da matéria-prima que se coloca dentro do organismo.

“O pico do desenvolvimento do cérebro humano ocorre entre o terceiro trimestre de gravidez aos 18 meses da criança. Até os 5 anos, foi desenvolvido 75% do órgão. "

“Na infância temos a formação do sistema nervoso central e isso interfere para o resto da vida. Com o que isso é formado? Com substâncias presentes nos refrigerantes, que vemos nas mamadeiras? Com iogurte de morango, que acham que estão dando morango?”.









sexta-feira, 5 de junho de 2015

Impactos da Lei da Alimentação Escolar Orgânica em debate na Bio Brazil Fair



O município de São Paulo ganhou este ano a Lei da Alimentação Escolar Orgânica, sancionada pelo prefeito Fernando Haddad em abril, que prevê a inclusão de produtos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação da rede escolar municipal, onde são servidas diariamente mais de 2 milhões de refeições. No próximo dia 10 de junho, especialistas no tema atualizam dados e apresentam informações sobre a importância da lei e seu impacto sob a ótica da educação, saúde, economia e meio ambiente. Os efeitos positivos vão do apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar orgânica e fixação do homem no campo aos benefícios nos processos cognitivos das crianças e jovens.

A abertura será feita pela presidente da AAO - Associação de Agricultura Orgânica, Maluh Barciotte, seguida de debate com os seguintes especialistas: Denise Carreiro, nutricionista clínica e autora de publicações sobre nutrição, que mostrará o impacto de uma alimentação saudável para as crianças, implicando numa maior expectativa e qualidade de vida; Monica Pilz Borba, pedagoga e fundadora da ONG Instituto 5 Elementos – Educação para a Sustentabilidade, que falará sobre os impactos da lei na educação; Fernando Ataliba, produtor orgânico do Sítio Catavento, que irá revelar os impactos da lei no meio ambiente; e Nelso Krupinski, da COOTAP - Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre, responsável pelo primeiro fornecimento de arroz orgânico às escolas municipais de São Paulo, que abordará o impacto no crescimento da agricultura familiar e na produção de orgânicos.




A nova lei determina que as compras públicas priorizem sempre o alimento orgânico de base familiar, para só então atingir o pequeno e médio produtor, com o pagamento de até 30% a mais que o valor de alimentos similares convencionais, principal forma de garantir a introdução desses produtos, com amplo impacto na produção orgânica. Hoje, o município já compra produtos de base familiar e orgânica, que representam cerca de 17% das aquisições para a alimentação escolar, a exemplo das frutas cítricas, sucos de uva e laranja integral, iogurte, óleo de soja, carne suína, arroz orgânico e feijão carioca e preto.




“Do ponto de vista do movimento orgânico, é a maior conquista dos últimos 20 anos, abrindo amplo horizonte para o apoio aos agricultores orgânicos e agroecológicos e grande impacto na saúde pública. São Paulo é a grande vitrine do país e uma legislação desse tipo abre portas para as pessoas entenderem o que é uma alimentação saudável, revelando sua importância para toda a população. O desafio hoje está no desconhecimento dos orgânicos pela sociedade, ainda vistos como alimentos de elite, o que não corresponde à realidade, a exemplo das possibilidades de compra direta da agricultura familiar ou em feiras orgânicas e hortas urbanas”, afirma a presidente da AAO, Maluh Barciotte. Ela ressalta ainda recente dado divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) relacionando os agrotóxicos aos riscos à saúde e, especialmente, às causas do câncer.




Estudos clínicos já demonstram que uma alimentação saudável e equilibrada pode fazer a diferença na saúde, ao mesmo tempo que alimentos convencionais, com agrotóxicos, possuem até 50% menos de vitaminas e fitoquímicos, segundo Denise Carreiro. O consumo excessivo de alimentos industrializados também vem implicando no aumento de doenças como diabetes ou hipertensão, cada vez mais comuns em crianças. Segundo o IBGE, uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos hoje no Brasil está com sobrepeso.




O fortalecimento da produção orgânica também já vem acontecendo no campo, a exemplo da atuação da COOTAP - Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre, que hoje se coloca como a maior produtora brasileira de arroz orgânico, com 15 mil toneladas na última safra. Nesse sentido, a nova lei surge como instrumento importante no estímulo ao crescimento da produção e das cooperativas de produtores em diferentes regiões.




Assessoria de Imprensa – AAO – Associação de Agricultura Orgânica

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Da série: A melhor maneira de ajudar uma pessoa é ensiná-la a pensar - Alimentos Longa Vida


A embalagem cartonada (conhecida também por longa vida), criada na década de 1970, trouxe enormes benefícios à sociedade, que pode armazenar alimentos por um longo período de tempo sem que os mesmos apodrecessem. Benéfica do ponto de vista logístico – foi adotada em larga escala para armazenar toda sorte de alimentos e bebidas imagináveis -, no entanto, tornou-se um grande problema ambiental: é um composto de papel, plástico e alumínio humanamente inseparável, o que impede sua reciclagem integral. 

(Entenda todo o processo no site  Como tudo funciona)

Já que a melhor maneira de ajudar uma pessoa é ensiná-la a pensar... Pensemos juntos

1) A embalagem Longa Vida é difícil de reciclar

2) Ela armazena os alimentos por um longo tempo para que eles não fiquem podres!!!! 

3) Se eu deixar um leite, um suco, um creme de leite ou qualquer outro alimento fora da geladeira numa prateleira por 6 meses, o que acontece?

4) Claro que para ele durar 6 meses sem apodrecer tem que passar por algum processo, o que acontece com os nutrientes desse alimento, será que é a mesma coisa um suco de laranja feito na hora e um de caixinha? E o leite então? 

5) Quanto custa o kilo da laranja e uma caixinha de suco longa vida? Quanto de laranja mesmo tem no litro de suco industrializado? E a vitamina C como fica?

6) Ah mas é  muito mais prático! Sera mesmo? Quanto tempo se leva para espremer 3 laranjas para fazer um copo de suco de verdade? 



7) Na questão do leite. Claro que não é possível para a maioria de nós ter uma vaquinha no quintal, mas tem as feiras orgânicas onde você pode comprar laticínios direto do produtor e de quebra abasteça sua geladeira com verduras diretas da horta. Tem os produtores orgânicos que entregam em sua casa. Tem os leites frescos vendidos no supermercado e que ficam na geladeira, assim como o creme de leite fresco sem aditivos químicos. Todos podem ser congelados. Você então pode comprar para a semana.

8) A ultrapasteurização é um processo no qual o leite é aquecido a temperaturas muito altas, acima de 140C. A essa temperatura, praticamente todos os microrganismos presentes no leite são eliminados, mas, com eles, algumas vitaminas e outros nutrientes também são perdidos. O leite é considerado fonte de outras coisas, como cálcio e proteínas. A perda de vitaminas e lactobacilos não é importante segundo a indústria de Leite Longa Vida.

9) O aquecimento a altas temperaturas no processo UHT é realizado para acabar com todas as bactérias e os microrganismos presentes no leite. Isso torna possível a armazenagem do produto sem refrigeração, desde que em embalagens apropriadas, por cerca de seis meses.( as bactérias e os microorganismos ficam lá  boiando mortinhos?)

10) O Leite Pasteurizado recebe um tratamento térmico suave de 72ºC, que garante a destruição de bactérias patogênicas. Com esta temperatura:
-As vitaminas do grupo B são praticamente inalteradas.
-As proteínas e açucares do leite não sofrem dano.
-Os lactobacilos benéficos para a flora intestinal permanecem vivos.Estes lactobacilos acidificam o leite em 5-7 dias, ou em muito menos se o leite não é conservado em frio. O que é um probiótico excepcional para a saúde, quando o leite é fresco, se torna um prejudicial da qualidade quando o leite é velho ou mal conservado.
-O leite pasteurizado pode ser conservado em qualquer embalagem (vidro, plástico).


Entendendo melhor os processos de Pasteurização e UHT:

O Leite UHT (Ultra Hight Temperature) sofre um tratamento térmico violento de 140ºC que destrói todas as bactérias, as patogênicas e as probióticas. 

Com esta temperatura:
-As vitaminas do grupo B são destruídas a níveis do 50%.
-As proteínas e açucares são alterados interatuando entre si (reação de Maillard), por isto o leite de caixinha tem sabor de queimado.
-Os lactobacilos probióticos são totalmente destruídos.
O leite UHT pode ser conservado por 180 dias sem frio, mas o forte impacto térmico e enzimas resistentes ao aquecimento fazem que os componentes, nutricionais e físicos, fiquem se deteriorando dia a dia. Por isto o leite de caixinha precipita, muitas vezes antes da validade.

O leite UHT é conservado em embalagens (caixinhas) de varias capas
(cartão, alumínio e plástico) de muito difícil reciclagem e de custo muito elevado.
-O leite UHT utiliza conservantes.
  • Citrato sódico. É usado como um anticoagulante em transfusões de sangue. Ele continua a ser usado hoje em tubos de coleta de sangue e para a preservação de sangue em bancos de sangue. O íon citrato seqüestra íons de cálcio no sangue, rompendo com o mecanismo de coagulação. É usado para tratar desconforto em infecções no trato urinário, tais como cistite, para reduzir a acidose vista em distal acidose renal tubular, e pode também ser usado como um laxativo osmótico.
  • Fosfato trissódico. Vendido como um enema, agindo como um laxativo para tratamento de constipação. Os enemas de fosfato de sódio são vendidos como “medicamentos de balcão” nos EUA.
  • Monofosfato monossódico. É usado como um laxativo e, em combinação com outros fosfatos de sódio, como um tampão de pH. Usado também na limpeza e tratamento de superfícies metálicas, no tratamento de efluentes, em processos da indústria farmacêutica.
  • Tripolifosfato de sódio. É utilizado como agente de flotação, dispersante, emulsificante, estabilizante de solos, seqüestraste e como reforçador em produtos destinados a limpeza, como detergentes e sabões em pó. Encontra aplicações em ramos de atividade e indústrias tão variados quanto na agricultura, argila e pigmentos, borracha, cimento e cerâmica, construção civil, sanitários, detergentes e produtos de limpeza, lubrificantes, papel e celulose, pastas para os mais diversos fins, indústrias petrolíferas, têxtil e formuladores têxteis, tintas e vernizes, tratamento de água, vidraria, tratamento de superfície e formuladores.
  • Outros conservantes similares utilizados no leite:
  • - Citrato trissódicoTrifosfato de sódio
    - Monofosfato de sódio
    - Difosfato dissódico
    - Difosfato de sódio

Fonte: Qualitat

Quer aprender a fazer leites vegetais????

E agora, pensando melhor para quem as embalagens Longa Vida 
são um excelente negócio? 
Para vc ou para a indústria de "produtos alimentícios" e pontos de venda?


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Mapa de Feiras Orgânicas cresce 340% em dois anos


Fonte: IDEC


Ferramenta idealizada pelo Idec já tem mais de 400 feiras mapeadas e 49 grupos de consumo cadastrados. Por mês, mais de 10 mil pessoas acessam o site.

O Mapa de Feiras Orgânicas, idealizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com o objetivo de aproximar o consumidor dos alimentos orgânicos, cresceu cerca de 340% no número de feiras cadastradas, desde 2012. Há dois anos, eram 119 feiras e 29 grupos de consumo. Hoje, são 413 feiras e 49 grupos de consumo cadastrados na ferramenta.

O Mapa de Feiras Orgânicas é uma ferramenta de busca rápida que mapeia e cadastra feiras orgânicas e grupos de consumo responsável voltada para estimular consumidores interessados em acessar alternativas de alimentação mais sustentáveis. Por mês, cerca de 10 mil pessoas acessam o mapa. De acordo com o cadastro, já são mais de 130 cidades em 24 estados do Brasil.

“Esse crescimento é um ótimo resultado e demonstra o aumento do interesse por parte dos consumidores por alimentos orgânicos. A ideia é que cada vez mais esse número cresça e tenhamos um mapa repleto de iniciativas” afirma Renata Amaral, pesquisadora do Idec.

No site, o consumidor pode encontrar o endereço de feiras especializadas e grupos de consumo responsável, informações de horários de funcionamento e dos produtos regionais encontrados nesses locais. Além disso, o mapa mostra quais são as frutas, verduras e legumes da estação em cada região.

O mapa, em breve, mostrará ao consumidor produtores, associações e cooperativas de produtos orgânicos ou agroecológicos. Para cadastrar esses atores, é só preencher o formulário no site ou enviar um e-mail parafeirasorganicas@idec.org.br.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Hortas orgânicas podem ser uma boa dica para ter lucro através do próprio quintal

Fonte: Cenário MT
Publicado Sexta-Feira, 26 de Dezembro de 2014, às 15:05

Uma dica para fazer sua própria cultura sem gastar muito com a produção são os cultivos de hortas orgânicas. Comuns na agricultura familiar, os alimentos orgânicos exigem pouco do produtor, apenas um solo limpo e bem regado. Pés de alfaces, cebolinha, coentro, rúcula, entre outros podem ser comercializados em feiras livre e mercados.

Como o próprio nome representa as hortas orgânicas não possuem em sua composição do solo itens como agrotóxicos e adubos químicos, geralmente utilizados em grandes agriculturas como as plantações de soja, algodão e café para ajudar no combates de pragas que prejudicam a lavoura.

Os alimentos produzidos em hortas são ricos em vitaminas e proteínas que podem ser benéficas para a saúde humana. Algumas delas se proliferam com apenas um semestre semeadura, como o coentro. Elas são vendias em média a R$ 2,00 o pé de cada cultura.

Veja abaixo como deve ser seguir a plantação de cada cultura:

Alface



A alface é cultivada em todas as regiões brasileiras e é a principal salada consumida pela população, tanto pelo sabor e qualidade nutricional quanto pelo preço reduzido para o consumidor. A região Centro-Oeste é um dos principais cultivadores, produzindo anualmente mais de 160 mil de toneladas desta hortaliça.

A temperatura ideal para o plantio da alface é entre 10°C e 24°C, embora exista cultivares que toleram temperaturas mais altas e outras toleram climas mais baixas. A alface necessita de boa luminosidade, preferencialmente com luz solar direta, mais é tolerante a sombra parcial.

O solo precisa ser bem drenado, rico em matéria orgânica e fértil. A irrigação com frequência é necessária para manter o solo úmido, mas sem que permaneça encharcada. A alface pode ser cultivada em vasos e jardineiras e também é uma hortaliça cultivada em sistema hidropônico.

Rúcula

A rúcula é uma planta anual cuja folha é consumida crua, cozida ou refolgada, sendo utilizada em diversos tipos de receitas culinárias. Suas folhas poessuem sabor picante e amargo. Vem apresentando um aumento de produção no país. Esta hortaliça produz folhas ricas em vitaminas A e C e sais minerais, principalmente cálcio e ferro. As regiões que mais produzem são o Sul e Sudeste do Brasil.

Para o cultivo da rúcula ela deve ser produzida em canteiros, a colheita é feita de 30 a 35 dias após a semeadura, de uma vez só, arrancando-se manualmente as plantas inteiras (folhas e raízes). A rúcula deve ser plantada em temperatura em torno de 16°C a 22°C. Em temperatura alta a planta pode ser prejudicada. O solo deve ser bem drenado, fértil, rico em materiais orgânicos com PH (Potencial Hidrogeniónico) entre 6 e 7. A irrigação deve ser frequente.

Cebolinha

A cebolinha verde e a salsinha, chamados também de temperos ou cheiro-verde, são os condimentos mais apreciados por quase toda a população brasileira. Podem ser aproveitadas no uso medicinal e contém ferro e vitaminas diversas e estimulante do apetite, além de auxiliar a digestão. Ajuda no combate à gripe e nas doenças das vias respiratórias.

Seu cultivo da cebolinha é indicado para regiões de clima amenas, entre 8°C e 22°C. Para outras regiões com temperatura mais altas, a época recomendado para o plantio é entre fevereiro a julho.


Sua plantação é feita através dos perfilho das touceiras. A adubação deve ser por ocasião do plantio definitiva, com compostos orgânicos, seguindo a recomendação baseado na analise do solo. A irrigação desfavorece a praga proporcionando um melhor desenvolvimento da planta. Sua colheita é feita entre 55 e 60 dias após o plantio.

Couve

As couves são plantas da mesma espécie que o repolho, couve-flor e o brócolis. Essas hortaliças são produzidas para o consumo humano e também para a alimentação animal. As folhas da couve são normalmente consumidas cozidas ou refogadas, mas também podem ser consumidas cruas. São nutritivas e contêm glicosinolatos que pode ser preventivos contra o câncer.

A couve cresce melhor em clima ameno ou frio. Durante o período de calor reduz seu crescimento e a qualidade das folhas. O solo deve reter bem a umidade, mas deve ser bem drenado, ser fértil, com boa disponibilidade de nitrogênio e rico em matérias orgânicas. Deve ser mantido sempre úmido, mas sem que fique encharcado, pois isso poderá prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de doença.



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Vamos ajudar o IDEC a atualizar o Mapa das Feiras Orgânicas do Brasil?


O Mapa de Feiras Orgânicas do Idec é um sucesso! 

Já temos mais de 370 Feiras e 45 Grupos de Consumo cadastrados, além de 10.000 pessoas por mês, em média, acessando nosso Mapa em busca de alimentos mais saudáveis e sustentáveis. 

Já são mais de 130 cidades em 24 estados do Brasil com feiras orgânicas… E a nossa torcida é que esse número só aumente! E você faz parte desse sucesso! Obrigad@! 

Para comemorar, estamos atualizando o Mapa de Feiras, incluindo as categorias:
• Produtores/Agricultores Orgânicos ou Agroecológicos
• Associações de Produtores Orgânicos ou Agroecológicos 
• Cooperativas de Produtores Orgânicos ou Agroecológicos

Então, pedimos sua ajuda mais uma vez. Se souber ou conhecer produtores e grupos de produtores que gostariam de constar no Mapa, preencha esse formulário (http://www.idec.org.br/feiras-organicas-cad-produtores/) ou envie um email para: feirasorganicas@idec.org.br 

A nossa ideia continua sendo aproximar produtor do consumidor e revolucionar nossa alimentação! 
Conheça mais em:
www.feirasorganicas.org.br

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Carioca terá alimento mais saudável e barato na mesa

Fonte: Sinfazerj

Com investimento em produtos orgânicos na Ceasa, agricultores esperam baixar preços em 10%. Levantamento aponta que 80% das empresas são familiares


Rio - O Rio terá seu primeiro mercado de alimentos orgânicos, aqueles cultivados sem produtos químicos, como as hortaliças que já são encontradas nos supermercados. A iniciativa pretende incentivar o segmento e tornar o produto, no mínimo, 10% mais barato. A proposta faz parte da modernização da Central de Abastecimento do Rio (Ceasa), em Irajá. De acordo com um levantamento inédito, 80% da produção vendida no local são de empresas familiares. 
O Pavilhão Orgânico será montado em uma área de 348 metros quadrados. As etapas para instalação do centro orgânico foram discutidas no último dia 15 de julho entre técnicos da Ceasa, integrantes da Comissão da Produção Orgânica do Rio (CPOrg) e de associações ligadas ao setor. A inauguração do espaço deve acontecer até o fim deste ano.
“Nós queremos fazer um grande mercado atacadista com esses alimentos para baixar os preços dos produtos”, adianta o coordenador do escritório Zona Norte do Sebrae, Leandro Marinho.
Segundo o consultor, a demanda do produto orgânico é grande, mas a ausência de mais estímulos faz o alimento ter preço elevado. 

“Na Zona Norte, por exemplo, não há referências de estabelecimentos de produtos orgânicos, apesar de haver público consumidor”, esclarece o coordenador. Os produtos orgânicos são mais caros do que os convencionais em função do maior trabalho com os alimentos, explica a presidenta da União das Associações e Cooperativas de Pequenos Produtores Rurais do Estado do Rio de Janeiro (Unacoop), Maria Helena Timóteo dos Santos. 
“O cultivo do produto orgânico precisa de um cuidado especial, como um filho recém-nascido”, compara. “Se o segmento for incentivado, acredito que, de início, o preço pode ficar 10% mais baixo em comparação ao preço atual”, afirma. “Se o consumidor final for até a Ceasa, o desconto pode ser maior, porque não há o preço do frete”, acrescenta.
Segundo dados do programa de Assistência Técnica e Extensão Rural, o estado tem 20 mil produtores com a Declaração de Aptidão ao Pronaf, que dá ao agricultor familiar o acesso à políticas públicas de incentivo. Desse total, dois mil têm potencial para o sistema orgânico. Isso significa que 10% dos agricultores podem migrar para modalidade alternativa. 
Para investir em negócios de orgânicos, as empresas se mostram preparadas juridicamente. Segundo levantamento do Sebrae feito em junho, 98% das microempresas são formalizadas e 99,2% das de pequeno porte estão na mesma situação. Por outro lado, a maioria dos empreendedores individuais (60%) é informal. “Temos a possibilidade de formalizar todos. Também queremos regularizar os trabalhadores que encaixotam os produtos e os carregadores, além do entorno do mercado”, diz Marinho. 
A maioria das empresas atende até 500 clientes por dia e 23% chegam a mais de mil. Diariamente, 47% comercializam até R$ 5 mil, e 20% superam R$ 20 mil em suas vendas diárias. Em um levantamento mensal, 19,3% superam R$ 500 mil em suas vendas e 9,7% ultrapassam R$ 1 milhão. A média de funcionários formais que trabalham na Ceasa é de 15 trabalhadores, e a de informais é de 3. Contudo, 61,1% das empresas não têm interesse em ampliar o número de pessoal.
Produtos frescos o ano todo
Outro ganho em prol da agricultura foi a recuperação do Pavilhão 30, que vai destinar 80% do espaço para o fomento da agricultura familiar, permitindo a comercialização gratuita para os produtores. Desde maio, a Ceasa assumiu diretamente o pavilhão, concedendo a facilidade para estimular as vendas. 
Ainda pensando no agricultor familiar, a Ceasa inaugurou em abril deste ano, no mercado de Irajá, o Pavilhão de Produtos Sazonais. O espaço ocupará uma área de 1.710 metros quadrados e será usado para a venda de produtos de todo o Estado do Rio que estejam na safra. 
A criação de um local específico para esse grupo era uma antiga reivindicação dos agricultores, que enfrentavam as dificuldades de vender sua produção sob sol e chuva. Os produtores comemoraram e já batizaram a área como “pavilhão da couve-flor”, por conta do produto que é vendido, praticamente, o ano todo. 
Mas para esse sucesso, os pequenos receberam auxílio do Sebrae. Foi o que aconteceu com Azildo Pereira Genevy, produtor rural em Santo Antônio de Pádua, que já colhe frutos de uma boa safra. Antes, Azildo só plantava tomates e fazia uso indiscriminado de agrotóxicos em sua plantação. “Depois da orientação, passei a plantar hortaliças, legumes e frutas”, explica Azildo. “Minha renda aumentou e até ampliei minha casa (de quatro para nove cômodos). Agora quero comprar uma caminhonete”, planeja o produtor.
Restaurantes já compram orgânicos
Foi lançado no último sábado o programa Parceiro do Agricultor. A iniciativa do Instituto Maniva em parceria com o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) pretende incentivar a comercialização da produção agrícola orgânica no Rio. Apoiado pelo governo do estado e prefeitura, o projeto tem o objetivo de fortalecer o papel dos agricultores familiares que, muitas vezes, têm dificuldades de vender diretamente seus produtos nos centros urbanos.
“Este programa possui uma lógica reversa. O sistema atual é focado na oferta e não na demanda. Queremos agora estimular os restaurantes a participarem desta iniciativa”, explica a chef de cozinha Teresa Corção, fundadora do Maniva. 
Agricultora orgânica familiar, Fátima Anselmo fornece seus produtos a vários restaurantes cariocas. “Acredito que este programa fortalecerá a agricultura familiar em todo o estado. Isso dará condições aos agricultores de vender seus produtos e de se manter no campo. Vendo para vários restaurantes da alta gastronomia no Rio de Janeiro”, conta Fátima. Segundo ela, o Circuito de Feiras Orgânicas tem sido fundamental para ajudar os produtores. “Estamos chegando diretamente ao consumidor”, diz.
Fonte: O DIA Online

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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