segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Industrializados: você sabe o que está comendo?

Fonte: Bonde
Carolina Avansini - Grupo Folha - 18/09/2016


Embalagens bonitas e chamativas, com rótulos extensos e selos de origem, nem sempre são suficientes para garantir a qualidade dos alimentos contidos nas latas, caixas, bisnagas, bandejas ou garrafas dispostas nas prateleiras dos supermercados. Apenas entre os meses de julho e setembro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu lotes de diferentes alimentos por estarem em desacordo com as regras de segurança alimentar previstas. Queijo ralado, pão de mel falsificado, extrato de tomate, molho de tomate, catchup, peixe congelado, bala e café são alguns dos alimentos que foram tirados das prateleiras recentemente por oferecerem possíveis riscos ao consumidor.

A nutricionista Juliana Dias, pesquisadora da associação de defesa dos direitos de consumidor Proteste, explica que o controle de qualidade é obrigatório em todas as etapas da produção de alimentos industrializados, mas nem sempre as regras são seguidas. O resultado do "descaso" são produtos com pelo de roedores ou restos de insetos acima do previsto pela lei, presença de micro-organismos que podem causar doenças ou mesmo produtos químicos como formol, antibióticos ou agrotóxicos em volume maior que o permitido. Quando a Anvisa fiscaliza os produtos e suspende os lotes, o consumidor não consome. O problema é quando a fiscalização falha e eles chegam à mesa das pessoas.

Juliana esclarece que segurança alimentar envolve risco de perigos microbiológicos, químicos ou físicos. A contaminação de cinco marcas de produtos derivados de tomate por pelos de roedores se enquadra na última classificação. "Outros perigos físicos são insetos, pedras como encontramos no feijão, cabelo e até vidro, muitas vezes decorrente de uma lâmpada que quebrou em local sem proteção", detalha. A pesquisadora esclarece que, há alguns anos, a lei não permitia qualquer quantidade de "matérias estranhas nos alimentos". Em 2014, porém, uma mudança nas regras passou a considerar a presença de "matérias estranhas inevitáveis" nos produtos, em quantidades limitadas.

Conforme nota da assessoria de imprensa da Anvisa, "as matérias estranhas indicativas de risco à saúde humana e indicativas de falhas nas boas práticas não são permitidas nos alimentos. Já as matérias estranhas inevitáveis são aquelas que estão presentes no processo de produção do alimento e se mantêm apesar de todos os procedimentos de boas práticas, onde qualquer ação adicional para tentar excluí-las poderia levar a prejuízos ao alimento e ao consumidor. Para essas matérias se estabeleceu limites de tolerância." Ainda segundo a agência, nenhuma "matéria estranha" pode causar repugnância, ou seja, não pode ser visualizada a olho nu. "O estabelecimento dos limites considera a realidade de cada produto, sua forma de extração, produção e processamento industrial. De toda forma, os limites adotados no Brasil são compatíveis ou mais rígidos na comparação com os países que estabelecem este tipo de referência", explica a nota.

Juliana discorda da flexibilização da lei. "Quando há pelos de ratos, significa que o animal passou pelo local em algum momento. E ratos transmitem doenças importantes, como a leptospirose", critica. Ela comenta que os fabricantes de produtos à base de tomate, por exemplo, justificam que o problema não é na indústria, mas na produção da matéria-prima, sobre a qual não têm controle. "Eles invertem a culpa", diz, lembrando que, na dúvida, o melhor é fazer o próprio molho de tomate em casa. "É mais gostoso e mais saudável."

Reprodução/Pixabay

Biológicos e químicos

Já os perigos biológicos são mais relacionados à higiene, o que inclui manipulação do alimentos, controle de temperatura, contaminação cruzada em equipamentos que não foram limpos corretamente. "Os perigos biológicos decorrem de erros na cadeia produtiva e podem causar vários danos, dependendo do micro-organismo presente", afirma a nutricionista Juliana Dias, lembrando que idosos, grávidas, crianças ou pessoas com problemas de imunidade são os mais vulneráveis a esse tipo de contaminação. "As consequências podem ser desde uma simples diarreia ou vômito até casos graves de paralisia e óbito", comenta.

Juliana esclarece que os perigos biológicos são mais recorrentes em produtos como frango e ovos, suscetíveis à salmonela. "Também há riscos nos pontos de venda, onde condições de temperatura e higiene, por exemplo, favorecem a proliferação de micro-organismos. Como as alterações nem sempre são vistas à olho nu, o ideal é sempre observar as condições do local e a aparência do produto", ensina.

Os riscos químicos mais presentes no mercado brasileiro são o uso de agrotóxicos ou antibióticos acima do volume permitido ou ainda produtos não indicados para a cultura dos legumes, verduras e frutas em questão. "Não há estudos conclusivos, mas indicações de que agrotóxicos em excesso podem causar câncer. Outro risco é o de intoxicação. Já os antibióticos usados indiscriminadamente aumentam o risco de resistência bacteriana", diz.

Por fim, a nutricionista cita que os alimentos industrializados recebem aditivos como corantes e conservantes que, apesar de permitidos, podem fazer mal à saúde. "Na dúvida, o melhor é evitar", defende.

Mudar os hábitos

A nutricionista e cozinheira Valéria Mortara, de Londrina, é uma entusiasta do ato de aprender a preparar os próprios alimentos para ter uma boa saúde. Ela ressalta, porém, que alimentação saudável depende da dedicação de um certo tempo para o preparo das refeições. "É uma ilusão achar que existe uma pessoa na indústria lavando tomate por tomate que será usado para fabricar o molho. Fazer em casa é mais gostoso e mais saudável, mas é claro que dá um pouco de trabalho", diz.

Ela adverte que ter hábitos de alimentação mais saudáveis implica em realizar algumas mudanças no estilo de vida, inclusive reservando um tempo para cozinhar. "Ou a pessoa muda de hábito e vai para a cozinha ou segue acreditando que as regras da Vigilância Sanitária são suficientes para garantir comida saudável à mesa. São escolhas", compara.

Entre os riscos de consumir muitos alimentos industrializados, Valéria destaca o excesso de aditivos. "Sal, açúcar e gordura têm ação conservante e são adicionados aos alimentos para manter o tempo na prateleira. Já o leite UHT não tem bactéria alguma, apesar delas serem importantes para o nosso organismo. Sempre digo que comida boa é aquela que estraga", brinca, esclarecendo que a comida é "viva" e passa por um ciclo até ficar imprópria para consumo.

Outra preocupação é que o consumo de alimentos processados cria um paladar "viciado" em açúcar e sal, apesar da Organização Mundial de Saúde recomendar o consumo moderado destas substâncias. "Suco de caixa ou achocolatado são excessivamente doces e deixam as crianças acostumadas com esse sabor", exemplifica. Aditivos como corantes e conservantes também podem ser nocivos. "O consumo exagerado pode estar relacionado com câncer, alergias, gastrites, problemas intestinais e circulatórios", avisa.

Por entender que não dá para cortar todos os industrializados da mesa, Valéria ensina a ler o rótulo dos produtos e tentar evitar aqueles cuja lista de ingredientes contém muitos itens que não reconhecemos como "comida". "Pão integral industrializado, por exemplo, tem muitos aditivos", diz.

A dica para incorporar "comida de verdade" à mesa é se organizar para preparar os alimentos em casa no dia a dia. "Não funciona fazer tudo no fim de semana, pois a pessoa vai ficar cansada e desistir", acredita. Começar preparando molho de tomate, geleia, pão, bolo e bolacha são as dicas de Valéria para quem quer comer melhor. "Quem consome alimentos saudáveis regularmente é claro que pode comer 'porcarias' eventualmente. O que não pode é acumular resíduos que o corpo não reconhece. O que diferencia o remédio do veneno é a dose", cita.

Produtos naturais

A infância e adolescência vividas em Santa Catarina deixaram a fotógrafa Michele de Melo "mal acostumada" com as comidas caseiras preparadas pela mãe. Na cidade natal, a família sempre comprou leite, manteiga e ovos de produtores locais, assim como verduras, frutas e legumes consumidos no dia a dia. Muita coisa também era cultivada na horta que a mãe mantinha em casa e até os remédios eram preferencialmente caseiros. Por isso, quando se mudou para Londrina para estudar, Michele não se adaptou ao hábito de comer em restaurantes ou mesmo consumir produtos industrializados.

"Comecei a trazer os produtos de Santa Catarina e fui aprendendo as receitas da minha mãe. Hoje preparo quase tudo o que consumo", conta ela, que sempre dá preferência a alimentos comprados de produtores locais. "Não me acostumo com o sabor muito doce ou muito salgado dos alimentos prontos."

Entusiasta dos doces, ela sempre prepara as receitas com açúcar demerara orgânico e aromatiza com favas de baunilha para não exagerar no açúcar. Leite condensado, uma unanimidade da confeitaria brasileira, não entra na cozinha de Michele. "Acho muito doce. Prefiro passar horas dando o ponto no creme feito com leite e açúcar", conta. Alfajor e pão de mel são as especialidades da fotógrafa, que usa mel comprado direto do produtor e doce de leite argentino. "Só não faço doce de leite caseiro porque ainda não conheço produtores de leite em Londrina. Mas não como os que vêm em potes e nunca fiz brigadeiro", revela ela, que também dá preferência para o trigo integral nas massas. "Faço meu próprio macarrão, mas quando não dá tempo, compro integral", ensina.

As especialidades de Michele podem ser conferidas no instagram "Cozinha da quinta", onde ela posta fotos das receitas. "Adoro cozinhar e fotografar", destaca ela, que considera a cozinha uma "terapia". "Agora estou tentando criar meu próprio fermento para fazer pão, mas o clima não está ajudando."

Os resultados dos bons hábitos alimentares são sentidos no prazer de comer comidas sempre frescas e também na saúde. "Meu pai sempre diz que a boa alimentação melhora a imunidade. Acredito que seja verdade, pois quase nunca fico doente."



terça-feira, 6 de setembro de 2016

Após crítica, hospital especializado em câncer coloca lanches veganos para doadores de sangue

Fonte: Vista-se

Doe sangue: o hospital fica em São Paulo, perto do Metrô São Joaquim.
Fabio Chaves
Do Vista-se



O A.C.Camargo Cancer Center é um hospital especializado na prevenção e tratamento de diversos tipos de câncer. Fundado 1953 e localizado no bairro Liberdade, em São Paulo, o local é uma referência mundial e um dos maiores centros oncológicos integrados. Somando as 4 unidades que o hospital possui, a equipe conta com mais de 4 mil profissionais e são feitos mais de 3,5 milhões de atendimentos por mês.

Todo esse know-how não foi suficiente, no entanto, para uma observação muito importante a respeito dos lanches oferecidos a quem vai ao hospital para doar sangue. Como em todo banco de sangue, os doadores do A.C.Camargo são encorajados a comer algo antes de sair do local, para evitar quedas de pressão e possíveis acidentes.

Embora seja um centro voltado para o combate ao câncer reconhecido mundialmente, os restaurantes internos do A.C.Camargo Cancer Center praticamente só servem produtos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como cancerígenos. O anúncio da OMS sobre carnes estarem na lista dos cancerígenos, feito em outubro de 2015, foi motivo de matéria aqui no Vista-se (relembre aqui).

Em junho deste ano, Fabio Chaves, fundador do portal Vista-se, doou sangue para o banco de sangue do A.C.Camargo Cancer Center e constatou que não havia nenhuma opção de lanche vegano após o procedimento. Nem mesmo frutas ou bolachas sem ingredientes de origem animal havia. Dos sucos em caixinha – pouco recomendados por nutricionistas –, havia apenas uma opção sem o corante cochonilha, que é feito a partir de insetos.

No dia 30 de junho, uma crítica foi feita de forma pública na página oficial do hospital no Facebook (leia aqui). Na ocasião, o hospital respondeu que entraria em contato por meio de sua ouvidoria para tentar melhorar o atendimento aos doadores de sangue. Ao contrário do que possa parecer, eles realmente levaram a questão a sério e deram andamento.

Dois meses e alguns telefonemas depois, o A.C.Camargo Cancer Center nos enviou uma nota informando que a crítica foi aceita e que já foram incluídas 4 opções veganas para qualquer doador de sangue que colaborar com o hospital.

Ainda é questionável o fato de lanchonetes e restaurantes internos do hospital servirem carnes processadas e outros produtos de origem animal sabidamente cancerígenos às pessoas que estão ali para prevenir um tratar um tumor cancerígeno.

Mas, diante da postura humilde e profissional do A.C.Camargo Cancer Center, vale um voto de confiança para a equipe. Eles mostraram que realmente estão abertos às críticas e que podem evoluir ainda mais o atendimento ao público, que já é tido como exemplar.

Convidamos todos os leitores do Vista-se a doarem sangue para ajudar no tratamento dos pacientes do A.C.Camargo Cancer Center. De quebra, ainda tem lanches veganos de graça quando acabar a doação.

Serviço

Todas as informações sobre como doar sangue, horário e endereço estão no site do hospital. Fica a 500 metros do Metrô São Joaquim, não deixe de ir (clique aqui).

Confira a nota enviada ao Vista-se na íntegra:



Ir para a capa do Vista-se (clique aqui).

A alimentação e a nutrição inadequadas são classificadas como a segunda causa de câncer que pode ser prevenida.


Fonte: INCA



A alimentação e a nutrição inadequadas são classificadas como a segunda causa de câncer que pode ser prevenida. São responsáveis por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e por aproximadamente 35% das mortes pela doença.

Uma alimentação rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas açucaradas, podem prevenir de 3 a 4 milhões de casos novos de câncer a cada ano no mundo.

Caso a população adotasse uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física, mantendo o peso corporal adequado, aproximadamente um em cada três casos dos tipos de câncer mais comuns poderiam ser evitados. Ou seja, para cada 100 pessoas com câncer, 33 casos poderiam ser prevenidos.

Confira no menu à esquerda as recomendações sobre alimentação e prevenção de câncer. Pessoas que superaram o câncer também devem seguir essas recomendações. Neste momento, cuidar da alimentação, praticar atividade física e buscar manter o peso adequado é essencial para recuperar a saúde e prevenir recidivas. As informações são baseadas nos relatórios do Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer (WCRF) e do Instituto Americano de Pesquisa em Câncer (AICR), entre outras pesquisas. Além disso, veja as dicas para uma alimentação saudável, os mitos e verdades e acesse as publicações, legislação e vídeos sobre o tema.

Confira também as recomendações referentes ao consumo de bebidas alcoólicas, peso corporal e atividade física.

Ministério da Saúde reconhece alimentação vegana como saudável e alerta sobre produtos de origem animal como carnes, laticínios e ovos

Fonte:Vista-se
Fabio Chaves 07/12/2014
Do Vista-se



No Guia Alimentar Para a População Brasileira, lançado em novembro de 2014, o governo brasileiro admite que produtos de origem animal podem ser prejudiciais à saúde e certamente são prejudiciais ao meio ambiente. O documento será distribuído em escolas e hospitais gratuitamente e também está disponível no endereço eletrônico http://bvsms.saude.gov.br (se preferir, utilize o link direto para o PDF, clique aqui).

O novo material, que substitui o guia lançado pelo Ministério da Saúde em 2006, muda completamente o tom em relação à alimentação que não inclui produtos de origem animal. O texto de 2014 – atualizado por pesquisas oficiais publicadas ao longo dos anos em todo o mundo – trata a alimentação sem nada de origem animal de forma mais natural e cotidiana. O novo guia reconhece que não é necessário consumir carne, laticínios ou ovos para ser saudável, embora mantenha o posicionamento presente no guia antigo de que vegetarianos precisam ter atenção na hora de combinar os alimentos.

“Por diversas razões, algumas pessoas optam por não consumir alimentos de origem animal, sendo assim denominadas vegetarianas. A restrição pode ser apenas com relação a carnes ou pode envolver também ovos e leite ou mesmo todos os alimentos de origem animal. Embora o consumo de carnes ou de outros alimentos de origem animal, como o de qualquer outro grupo de alimentos, não seja absolutamente imprescindível para uma alimentação saudável, a restrição de qualquer alimento obriga que se tenha maior atenção na escolha da combinação dos demais alimentos que farão parte da alimentação. Quanto mais restrições, maior a necessidade de atenção e, eventualmente, do acompanhamento por um nutricionista.” – alega a página 84.

O Ministério da Saúde continua indicando que a população brasileira consuma carnes, ovos e laticínios, mas cada vez menos. Na versão 2014, o Ministério alerta que, embora sejam boas fontes nutricionais, produtos de origem animal podem ser fortes colaboradores para a obesidade, para doenças do coração e para outras doenças crônicas. O posicionamento se alinha perfeitamente aos grandes estudos de nutrição da última década.

“Alimentos de origem animal são boas fontes de proteínas e da maioria das vitaminas e minerais de que necessitamos, mas não contêm fibra e podem apresentar elevada quantidade de calorias por grama e teor excessivo de gorduras não saudáveis (chamadas gorduras saturadas), características que podem favorecer o risco de obesidade, de doenças do coração e de outras doenças crônicas.” – diz a página 30.

Outro ponto importante que o guia aborda é a questão do meio ambiente. Sobre este assunto, o Ministério da Saúde é enfático em dizer que a produção de produtos de origem animal é um dos maiores problemas ambientais do Brasil e motivo de preocupação. O guia aponta danos desde o desmatamento para abertura de pastos e uso intenso da água até os problemas causados pelas monoculturas de soja e milho utilizadas para a fabricação de ração para animais da pecuária.

“A diminuição da demanda por alimentos de origem animal reduz notavelmente as emissões de gases de efeito estufa (responsáveis pelo aquecimento do planeta), o desmatamento decorrente da criação de novas áreas de pastagens e o uso intenso de água. O menor consumo de alimentos de origem animal diminui ainda a necessidade de sistemas intensivos de produção animal, que são particularmente nocivos ao meio ambiente. Típica desses sistemas é a aglomeração de animais, que, além de estressá-los, aumenta a produção de dejetos por área e a necessidade do uso contínuo de antibióticos, resultando em poluição do solo e aumento do risco de contaminação de águas subterrâneas e dos rios, lagos e açudes da região. Sistemas intensivos de produção animal consomem grandes quantidades de rações fabricadas com ingredientes fornecidos por monoculturas de soja e de milho. Essas monoculturas, por sua vez, dependem de agrotóxicos e do uso intenso de fertilizantes químicos, condições que acarretam riscos ao meio ambiente, seja por contaminação das fontes de água, seja pela degradação da qualidade do solo e aumento da resistência de pragas, seja ainda pelo comprometimento da biodiversidade. O uso intenso de água e o emprego de sementes geneticamente modificadas (transgênicas), comuns às monoculturas de soja e de milho, mas não restritos a elas, são igualmente motivo de preocupações ambientais.” – explicam as páginas 31 e 32.

O Conselho Regional de Nutricionistas da 4ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo) publicou um boletim eletrônico sobre o novo guia destacando como primeiro ponto para uma alimentação saudável uma dieta predominantemente de origem vegetal (leia aqui).

O Guia Alimentar Para a População Brasileira é o material mais importante do país e o posicionamento oficial do governo a respeito da alimentação dos brasileiros. Serve também para formar a opinião de milhares de profissionais de saúde como médicos e nutricionistas. Por isso, o novo jeito do Ministério da Saúde encarar a alimentação praticada pelos veganos é uma excelente notícia, principalmente para os animais.

Ir para a capa do Vista-se (clique aqui).

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

PepsiCo entra na onda natural e Gatorade agora é orgânico


Fonte: Exame Abril

A PepsiCo está lançando uma versão do Gatorade com certificação orgânica do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), testando se um produto criado em laboratório com sabores artificiais pode se adaptar ao crescente movimento dos alimentos naturais no país.

Após dois anos de pesquisas, a empresa agora está vendendo o G Organic de morango, limão e frutas vermelhas em alguns supermercados Kroger, disse Brett O’Brien, vice-presidente sênior e gerente-geral da Gatorade. Leia o artigo na íntegra

Gatorade orgânico????

Vamos pensar qual é a necessidade de um isotônico na vida de uma pessoa:
  1. A grande maioria que toma Gatorade não é atleta. Um relatório da Universidade da Califórnia, Berkeley diz que bebidas esportivas podem ser melhores do que água para crianças e atletas que se dedicam a atividade física vigorosa, prolongada por mais de uma hora, especialmente em condições climáticas elevadas.
  2. Segundo os mesmos pesquisadores de Berkeley uma porção de 354 ml de Gatorade contém 21 gramas de açúcar. Num quadro de obesidade infantil como vivemos atualmente  se você não for atleta Gatorade engorda.
  3. Além do açúcar contém eletrólitos como sódio e potássio. O sódio extra pode aumentar o risco de hipertensão arterial.



No artigo do NY Times sobre o assunto, Lindsay Moyer, nutricionista do Centro para a Ciência no Interesse Público , que promove um sistema alimentar mais saudável e nutritivo, comenta que o Gatorade G Organic descarta os corantes alimentares artificiais o que é uma vantagem, mas ainda é uma bebida açucarada - cada frasco  de 500ml de G Organic tem 07 colheres de chá de açúcar, que é mais do que o limite diário recomendado pela American Heart Association. (leia o artigo na íntegra)

A melhor forma de ficar hidratado é tomando água

Sendo orgânicas ou não as bebidas esportivas, como são chamadas, não devem ser consumidas por crianças ou adultos que não fazem exercícios  prolongados, hidratar é com água, substituir eletrólitos se faz com alimentos frescos orgânicos de preferência como frutas, verduras e legumes.


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Como saber se os alimentos são orgânicos mesmo?


Como saber se um alimento é orgânico de verdade

Fonte: ZH Vida

Por: Greyce Vargas
20/04/2015 - 04h07min


Foto: Diego Vara / Agencia RBS


Mais do que estar livre de agrotóxicos, os alimentos orgânicos, sejam in natura ou processados, precisam passar por constante processo de auditoria para serem certificados como, de fato, orgânicos. 

Desde que entrou em vigor, em 2003, a Lei 10.831 determina os mecanismos de avaliação da qualidade orgânica dos alimentos. Hoje, apenas um único selo (do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica) garante que um produto processado ou embalado está mesmo de acordo com a lei. Para receber o selo, o Ministério da Agricultura por meio de certificadoras, garante que um produto não recebeu adubos químicos, agrotóxicos, hormônios, antibióticos, insumos geneticamente modificados, radiação ou qualquer aditivo sintético.

Confira quem pode certificar produtos orgânicos no Brasil
Alimentos orgânicos têm mais antioxidantes
Saiba tudo sobre os alimentos orgânicos


Produtores que vendem diretamente na feira os alimentos sem embalagens, não precisam de selo, mas devem apresentar a declaração de conformidade orgânica que também garante que o item passou por todo o processo exigido pela lei. Quem chega na banca de Nei Behenck Dimer não precisa pedir o documento. O produtor rural de Três Cachoeiras ampliou e imprimiu em lona sua declaração para estampar a área em que vende os produtos nas feiras ecológicas.


Assista ao vídeo com os produtores certificados que participam da Feira Ecológica de Porto Alegre:

– A lei exige que a gente carregue o certificado na banca. Essa declaração é, para mim, um troféu e uma gratificação para o meu cliente. O consumidor da feira já tem segurança em relação ao alimento que produzimos e vendemos. Ele convive com a gente, sabe como queremos o bem de quem come o que criamos com tanta dedicação e cuidado – conta.


Saiba como obter o selo oficial de garantia de produtos orgânicos

O Brasil tem hoje oito empresas que podem ser contratadas pelos agricultores para fazer a auditoria das propriedades e dos alimentos cultivados. O serviço prestado por elas pode chegar a R$ 15 mil por ano.

– Ela deve ser credenciada no ministério e obedecer critérios internacionais de reconhecimento orgânico e atuar de acordo com os requisitos técnicos estabelecidos pela legislação do país – afirma Rogério Dias, coordenador de agroecologia do Ministério de Agricultura.

Além delas, há outros 13 coletivos autorizados a atuar dentro do Sistema participativo de garantia. Nesse modelo, produtores, consumidores e técnicos formam um grupo de responsabilidade compartilhada.

– Os produtores têm que ter disponibilidade para abrir sua propriedade para auditoria do coletivo e do ministério e, ainda, visitar outros agricultores para analisar o processo de produção deles – aponta Dias.


Em Manaus, empresa cria serviço delivery para alimentos orgânicos.


Interessados pelo serviço podem realizar cadastro pela internet. Entrega acontece às quartas-feiras, em todas as zonas da capital.

Fonte: D24am
sexta-feira 26 de agosto de 2016 - 1:00 PM

Isabelle Marques / portal@d24am.comEntrega dos alimentos acontece às quarta-feiras.Foto: Divulgação

Manaus - A busca pela alimentação de qualidade e vida saudável tem colocado mais alimentos orgânicos na mesa dos manauaras. Essa procura foi uma das motivações para a criação do primeiro delivery de alimentos livres de agrotóxicos e que envolve técnicas de agricultura orgânica em Manaus, oferecido pelo Sítio Orgânico Santo Expedito. De acordo com o coordenador do serviço, o engenheiro agrônomo Diego Carvalho, a entrega acontece às quartas-feiras, em todas as zonas da capital.

“Há alguns anos, as pessoas não procuravam tanto esses alimentos. Elas já tinham se acostumado a sair e comer só fast food. Agora os alimentos orgânicos têm sido bastante divulgados e as pessoas estão se preocupado mais com a saúde”, disse o coordenador.

“O principal benefício desse alimento é a saúde, além de ser mais saboroso, ter a textura diferente e durar mais. É um trabalho natural e que respeita a ecologia”, completou. Ele conta que desde a última terça-feira (23) a quantidade de cadastros aumento exponencialmente.

O coordenador explica que os interessados pelo serviço devem preencher um formulário, encontrado na página no Facebook da Feira da Associação dos Produtos Orgânicos no Estado do Amazonas (APOAM), ou por este link. O formulário também pode ser disponibilizado por meio do contato 9 8825-1195.

“No cadastro, a pessoa terá a opção de informar por onde gostaria receber a lista dos nossos alimentos enviada semanalmente. Ele terá a opção pelo Whatsapp, e-mail, SMS ou ligação. A nossa oferta muda dependendo da quantidade e sazonalidade”, explicou Carvalho acrescentando que o cliente pode fazer o pedido e tirar duvidas sobre o alimento e seus benefícios.

Carvalho informa que, para a entrega, a compra mínima é de R$30 e a taxa de entrega é de R$ 9,90. Já sobre as opções da horta oferecida os valores variam entre R$3 e R$7. “Existe um tabu de produtos orgânicos são bem mais caros que os com agrotóxicos, porém o valor aumenta em 30% e no máximo a 50%. Isso acontece, pois o custo para produzir é maior, é um cultivo quase artesanal, não é apenas encher a lavoura”, disse. Ele conta que a empresa é familiar e conta com cinco envolvidos em sítio da família no Bairro Jorge Teixeira, que pertencia ao avô de Diego.

“Ali próximo, havia um cultivo grande de cheiro verde e como sempre passávamos por ali, víamos os efeitos do agrotóxico que era bastante visível. Então, meu pai começou a cultivar as hortaliças para o nosso consumo, há onze anos, e acabou que os amigos começaram a se interessar e pedir também. As vendas acabaram se expandindo e o meu pai se especializou em agricultura orgânica, inclusive frequentando eventos nacionais”, completou.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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