Autor: RedeNutri Published At: Seg 13 de Jan, 2014
08:54 BRST (127 Leituras.
Corantes
artificiais não possuem valor nutritivo e podem causar problemas de saúde, como
alergias.
A pressão das mídias sociais e de grupos de defesa do
consumidor nos EUA tem forçado a indústria de alimentos a trocar alguns
corantes artificiais, associados a alergias, hiperatividade e câncer, por
outros naturais à base de plantas e especiarias.
A estratégia tem sido mais eficaz e rápida do que o envio de
questionamentos às agências reguladoras de alimentos, segundo analistas.
Não há estudos que comprovem riscos à saúde atribuídos a
corantes artificiais, mas países, especialmente na Europa, têm trocado os
aditivos por corantes naturais.
Nos EUA, um caso recente de pressão bem-sucedida foi o da
blogueira Vani Hari, que em 2011 publicava textos sobre os perigos de corantes
e conservantes usados pela rede de fast food Chick-fil-A.
Vani recolheu 200 mil assinaturas. Em dezembro, a empresa
informou que vai substituir o corante amarelo (derivado do petróleo) por outro
de açafrão e páprica.
Outra blogueira, Renee Shutters, de Jamestown (NY),
conseguiu 142 mil assinaturas pedindo a retirada de um corante também derivado
do petróleo do chocolate M&M.A fabricante Mars diz que estuda substitui-lo
por outro extraído de alga marinha.Na Europa, o mesmo doce já leva corantes
naturais.
Os corantes artificiais não possuem valor nutritivo. Os
problemas de saúde mais frequentemente associados a eles são as alergias, que
afetam pessoas suscetíveis.
No Brasil, atualmente a polêmica é em relação aos corantes
tartrazina e caramelo 4, presentes em vários produtos, como energéticos,
cerveja, sucos e refrigerantes.Grupos de defesa do consumidor pediram à Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a substituição do corante após uma
de suas substâncias ter sido classificada como possivelmente cancerígena.
A agência, baseada em estudos toxicológicos e em pareceres
internacionais, concluiu que o corante não é tóxico ou carcinogênico e não
oferece perigo na quantidade em que está aprovado.Mas o Estado da Califórnia,
nos EUA, determinou a redução de corante caramelo 4 em bebidas tipo cola.
"A pergunta é: se pode diminuir a quantidade sem
alterar a qualidade do produto, por que a indústria não adota esse novo padrão
em todo o mundo em vez de expor a população a riscos?", questiona o
químico Paulo Garcia de Almeida, membro da câmara técnica de alimentos do Conselho
Regional de Química de SP.
Outro lado
A indústria nega os riscos. Segundo a Abia (Associação
Brasileira das Indústrias de Alimentação), não há evidência que justifique
alterações no uso dos corantes tartrazina e caramelo 4.
Em 2012, análise de um instituto americano apontou que a
Coca-Cola à venda no Brasil era a que tinha maior quantidade da substância
potencialmente cancerígena (4-MI), do corante caramelo 4.
"A quantidade de corante caramelo 4 utilizada em nossos
produtos é absolutamente segura e está de acordo com os valores definidos pelo
Codex Alimentarius órgão ligado à OMS e pela Anvisa", informa
nota da Coca-Cola.
Entretanto, ao escolher algum produto, é preciso bom senso.
Fonte: Folha
Equilíbrio
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