quinta-feira, 13 de agosto de 2015
Coca Cola sob fogo por financiar estudos que desvalorizam os riscos da má alimentação
Fonte: Diário de Notícias
por Bárbara Cruz
Fotografia © Arquivo DN
Companhia terá pago mais de 5,5 milhões de dólares a cientistas para que transmitissem à opinião pública que a culpa da obesidade é do sedentarismo, e não de uma dieta pouco saudável.
Começou tudo no domingo passado, com um artigo publicado no New York Times: a Coca Cola, maior produtora mundial de refrigerantes, foi acusada de financiar estudos que apresentam uma nova solução para combater a epidemia de obesidade que alastra a nível mundial. Na prática, para manter um peso saudável - defendem os investigadores cujos trabalhos foram patrocinados pela Coca Cola - importa mais fazer exercício do que cortar nas calorias.
A Coca Cola, refere o New York Times, conseguiu estabelecer parcerias com cientistas influentes nos Estados Unidos da América, e são eles quem tem passado a mensagem de que é o sedentarismo, e não a má alimentação, o principal responsável pela obesidade. Para fornecer apoio logístico e financeiro a estes investigadores, a empresa apoia uma organização sem fins lucrativos, chamada Global Energy Balance Network, que tem promovido a ideia de que os americanos preocupados com um estilo de vida saudável estão mais fixados nas quantidades de comida e bebida que ingerem, quando deviam realmente preocupar-se com o exercício físico.
Já os cientistas do outro lado da barricada garantem que esta mensagem é errada e faz parte da estratégia da Coca Cola para desvalorizar o papel que tem sido atribuído aos refrigerantes no aumento da obesidade e da diabetes tipo 2. Garantem que a empresa está a usar a organização sem fins lucrativos para convencer a audiência de que a atividade física pode compensar uma alimentação pouco saudável, ainda que já tenha ficado provado que o impacto do exercício na saúde é menor quando comparado com alterações na dieta habitual.
A polémica surge numa altura em que, tanto nos Estados Unidos como noutras regiões do globo, se verifica um esforço da comunidade médica e científica para incentivar a aplicação de taxas sobre os refrigerantes. Em Portugal, o diretor do Programa Nacional para a Diabetes já veio defender que as bebidas com elevado teor de açúcar devem ter uma referência aos malefícios que provocam, "tal como acontece para o tabaco e devia existir para o sal". A posição de José Manuel Boavida vai no sentido das recomendações que a Assembleia da República aprovou recentemente, no sentido da adoção de medidas de prevenção, controlo e tratamento de diabetes. Estas medidas visam, sobretudo, limitar o consumo de bebidas e outros alimentos açucarados aos menores de idade, impondo limitações também nos anúncios dirigidos às crianças.
Ao New York Times, Michele Simon, uma advogada na área da saúde pública, disse que a estratégia da Coca Cola é uma "resposta direta" às perdas da companhia. A Coca Cola fez, por outro lado, um investimento substancial na nova associação sem fins lucrativos: só no ano passado, para formalizar a Global Energy Balance Network , a empresa deu 1,5 milhões de dólares - cerca de 1,3 milhões de euros.
Ler Artigo Completo (Pág.1/2)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Alimentos que parecem saudáveis, mas não são
Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto 14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado: Tem uma grande qu...
-
Imagem por StockSnap na Pixabay Hoje o meu papo é com as meninas, apesar que os meninos também sofrem por causa dela: a Menopausa. Ans...
-
Fonte: RFI Publicado em 15-08-2017 Modificado em 15-08-2017 em 14:42 REUTERS/Hannibal Hanschke/Illustration Photo Mesmo após o escân...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá que bom vc estar aqui, em que posso ajudar?