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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A incrível ciência do vício em junk food

Temos que compartilhar textos assim, precisamos acordar definitivamente para a importância do alimento na nossa saúde. Nutrir é muito diferente de matar a fome.
Nadia Cozzi
Fonte: Infância livre de Consumismo

Texto de Renata Kotscho Velloso*

Meu sogro trabalhou na década de 70 com o então governador de São Paulo. Ele gosta de contar uma anedota dessa época. Diz que o governador estava em campanha em uma cidade do interior e foi convidado para comer um creme de abacate numa casa simples local. Ele experimentou o creme e foi colocando mais e mais açúcar. E por fim declarou: “Muito obrigado, esse creme de abacate estava uma delícia.” Eis que o agricultor respondeu: “Também, dotô, com esse tanto de açúcar que o sinhô botô, até merda é bom.”

Desculpe pelo linguajar, mas a verdade é que o artigo New York Times publicado semana passada, escrito pelo vencedor do prêmio Pulitzer Michael Moss, chega à mesma conclusão que o agricultor acima chegou sobre a nossa alimentação.

O jornalista inicia o artigo contando sobre uma reunião de 1999, quando se começava a discutir a influência da indústria alimentícia sobre os índices crescentes de obesidade e consequentemente de doenças a ela relacionadas nos EUA. Para espanto e revolta dos presentes (todos presidentes de grandes empresas do setor), um dos palestrantes chegou a comparar a indústria de alimentos com a indústria do tabaco, a grande vilã da época. O presidente da General Mills na época resumiu o sentimento dos presentes: “O que vende é o que tem sabor bom, e não vamos mudar as nossas receitas porque meia dúzia de pessoas de avental branco estão preocupadas com a obesidade.” Segundo ele, a indústria oferece o que o consumidor quer, se as pessoas não têm força de vontade isso não é problema dos fabricantes de alimentos.

Michael Moss entrevistou mais de 300 ex-funcionários das principais empresas alimentícias e concluiu que não é bem assim: a indústria de alimentos é, sim, a principal responsável pelo fato de a obesidade hoje nos EUA atingir um terço dos adultos e uma em cada 5 crianças nos país. Segundo ele, milhões de dólares são gastos anualmente em pesquisas e marketing para fazer com que os consumidores sejam viciados em alimentos baratos e convenientes.

1. “Nesse campo eu sou o jogador que faz a diferença”

A primeira história que Michael Moss usa para fundamentar o seu argumento é o da fabricante do Dr. Pepper, um dos refrigerantes mais populares nos EUA. Percebendo que estava perdendo mercado com lançamentos dos concorrentes, a empresa lançou uma nova bebida chamada RedFusion, que foi um grande fracasso. Para reverter o problema, foi então chamado Howard Moskwitz, PhD em psicologia experimental. Moskwitz era conhecido no mercado por “otimizar” alimentos.

Como assim, otimizar? O que ele fazia era testar com muitos consumidores todas as combinações possíveis nos produtos, incluindo sabor, textura, cor, embalagens etc. até atingir a combinação ideal que mais agradasse aos potenciais consumidores. A conclusão a que ele mais chegava era a seguinte: “Quer fazer os consumidores felizes? Adicione açúcar e sal”. E assim foi criada, com a certeza do grande sucesso, a Cherry VanillaDrPepper.

Em entrevista a Michael Moss, Moskwitz, que também “otimizou” o molho de tomate, colocando na receita duas colheres de açúcar e um terço da quantidade diária recomendada de sódio em meia xícara do molho, revela: “Eu fiz o melhor que a ciência me permitia fazer. Estava lutando para sobreviver e não podia me dar o luxo de ser uma criatura moral. Eu era um pesquisador à frente do meu tempo.” Poderia ser o discurso de um traficante de drogas, só que não era.

2. “A hora do almoço é toda sua”

A segunda história utilizada por Moss foi da empresa Oscar Mayer, uma grande produtora de embutidos de carne vermelha. A empresa estava assustada com a crescente pressão que os seus produtos estavam sofrendo pela fama que tinham de aumentar o colesterol e causar doenças cardíacas.

Assim a empresa decidiu focar nas mães, querendo entender o que elas desejavam em termos de produtos alimentícios para o almoço dos seus filhos. A principal reclamação das mães detectada na pesquisa foi a falta de tempo para preparar o almoço dos seus filhos. A maioria das crianças nos EUA fica na escola entre 9 da manhã e 3 tarde, ou seja, almoçam na escola. Nem todas as escolas oferecem serviço de cantina, então a maioria das mães tem que se preocupar com o almoço. Como grande parte dos americanos não cozinha e o jantar ou é comido fora de casa (30% dentro do carro, após passar em drive-thrus de redes de fast food) ou em bandejas prontas de congelados, acaba não havendo a opção de levar no almoço uma “quentinha” do jantar.

O que a Oscar Mayer fez com essa informação? Lançou o produto Lunchables. O produto original é uma combinação de carne embutida, um imitação de queijo, uns biscoitos água e sal e um doce tipo bombom. A combinação contém 9 gramas de gordura saturada (aproximadamente o máximo que uma criança poderia comer no dia todo), dois terços do total de sódio recomendado e inacreditáveis 13 colheres de chá de açúcar! O própria criador do Lunchables revela a Moss que seus críticos costumam alegar que “se você analisar o Lunchables poderá verificar que o guardanapo é o ítem mais saudável do pacote”.

Não satisfeitos em oferecer às mães o que elas teoricamente desejavam, o Lunchables faz um marketing pesado em cima das crianças com o singelo slogan “o dia todo você tem que fazer o que os adultos mandam, mas a hora do almoço é toda sua”.

A filha do dono da Oscar Meyer, ela própria mãe de 3 crianças, entrevistada por Moss revela: “Eu acho que as minhas filhas nunca comeram um Lunchablea. Elas sabem que existe e que o avô que criou o produto, mas aqui em casa nós comemos de forma saudável.” E o vovô completa: “Eu desejaria que o perfil nutricional do negócio fosse melhor, mas vejo o projeto como um todo como uma contribuição positiva para a vida das pessoas.” Então tá.

3. “É o que chamamos de desaparecimento da densidade calórica”

O último caso utilizado por Moss no seu artigo é o da empresa Frito-Lay, divisão da Pepsi que fabrica os famosos “porcaritos”.

O mal que o sal faz para a saúde já foi bastante documentado pela ciência. Na Finlândia a redução a um terço do consumo de sal fez despencar a incidência de derrames e doenças cardíacas no país. Nos EUA, porém, o consumo de sal vem crescendo cerca de 150 gramas por ano. Boa parte dele vem do fato de que o americano consome em média 6 kilos de salgadinho por ano.

Como é possível alguém comer tanto salgadinho? Steven Withery, pesquisador da Frito-Lay, explica: “Isso é possível devido ao que chamamos de desaparecimento da densidade calórica. Se alguma coisa derrete rápido na boca, o seu cérebro entende que não tem calorias ali… e assim você consegue comer aquilo pra sempre”. Lembram do slogan “é impossível comer um só?”. Então a Frito-Lay investe cerca de 30 milhões de dólares por ano em pesquisa, incluindo até uma máquina que simula a boca humana para chegar a esse ponto exato de crocância e derretimento do salgadinho. E aí você é culpado porque não tem força de vontade o suficiente.

Um grande e famoso estudo publicado no New York Journal of Medicine, que acompanha a alimentação, fumo e atividade física demais de 120 mil pessoas desde 1986, chegou às seguintes conclusões. A quatro anos, quando os dados são analisados, percebe-se uma queda na atividade física, um aumento na quantidade de tempo gasto na frente da TV e um aumento médio de dois quilos na amostra estudada.

Os principais alimentos quem contribuem para o ganho de peso, segundo o estudo, são a carne vermelha, principalmente a superprocessada, as bebidas açucaradas e a batata (tanta na forma de batata frita, quanto purê, mas principalmente em forma de salgadinho). A forma como salgadinho de batata é metabolizado no corpo explica parte do problema: ao ser ingerido ele é transformado em glicose mais rápido do que o próprio açúcar, fazendo com que você continue querendo mais e mais.

Percebendo a crescente preocupação com uma dieta saudável, principalmente nas camadas mais ricas e educadas da população, a Coca-Cola lançou uma estratégia dupla: aumentou o marketing dos produtos diet e da sua água engarrafada nas áreas mais ricas e investiu pesado em marketing da Coca-Cola tradicional nos locais mais pobres dos EUA e do mundo.

Moss cita no seu artigo a iniciativa da coca cola nas favelas brasileiras. Com o objetivo de conquistar esses consumidores, a Coca lançou uma versão menor e mais barata do refrigerante, eliminando a barreira inicial do preço que impedia que as pessoas experimentassem o produto. 

A Nestlé tem uma estratégia semelhante no Brasil: leva seus produtos de barco a locais mais pobres e remotos do Brasil, onde a resistência a produtos com algo teor de açúcar e gorduras hidrogenadas é menor. Um ex-funcionário, que se tornou persona non grata na Coca Cola, afirma a Moss: “Essa estratégia me dá vontade de vomitar. Se tem uma coisa que essas pessoas que precisam de tanto realmente não precisam é de Coca-Cola.” É isso aí.

*Renata é mãe de 3 meninas: Luiza, Julia e Clara. Médica formada pela Unicamp, em Campinas, mora há um ano com sua família na Califórnia. Sua filha Julia é autora do blog Chef Juju, com muitas receitas gostosas.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sustagen Kids, saudável e nutritivo?



Texto de Paloma Varón* em Infância livre de Consumismo

No fim de 2012, recebi um release, uma “sugestão de pauta” para o meu blog pessoal – que não é nem nunca foi comercial –, que, dentre tantos outros que recebo quase que diariamente, me chamou a atenção. Era da empresa fabricante do Sustagen Kids no Brasil, que enviava para mim sugestões de lanches saudáveis (sim, saudáveis, era este o apelo) usando o produto deles para eu publicar no meu blog de graça. Que lindo, quanto desprendimento, quanta generosidade…

Já estou acostumada com este tipo de abordagem e nem respondo a estes e-mails. Tá, como jornalista que também já atuou como assessora de imprensa, eu poderia dar um toque e dizer: “Você está fazendo isso errado, amiga”, mas preferi escrever isso aqui, assim o toque fica mais amplo, não só para a equipe de assessoria de imprensa, mas para as outras blogueiras, que como eu, recebem rotineiramente releases semelhantes, e para quem mais se interessar sobre o assunto.


Para começar, a primeira receita é de bicho-de-pé, aquele docinho que parece brigadeiro, mas que é cor-de-rosa. Olha, você pode achar bicho-de-pé bonito, gostoso, a sensação da festa infantil, mas… saudável? Sinto lhe informar, ele não é não. Com ou sem Sustagen Kids na receita, continua sendo um doce com uma quantidade absurda de açúcar. Aliás, fica a dica: um brigadeiro feito com um achocolatado sem açúcar ou mesmo cacau puro é muito menos doce, portanto, menos prejudicial à saúde. Nem vou entrar na discussão dos corantes e de todos os produtos químicos que existem naquela lata. Também não vou discutir o fato de que a receita proposta leva margarina em vez de manteiga.

O ponto mais importante aqui é que Sustagen Kids não é um produto legal – na medida em que é industrializado e não é indicado para qualquer criança “que não come frutas e verduras”, como a propaganda faz parecer – e não vai ser adicionando-o a receitas também pouco saudáveis que vamos, por um passe de mágica. “saudabilizá-las” (neologismo que acabei de criar, deu para entender, né?).

O problema é que o suplemento acima referido, assim como outros do gênero, por meio de anúncios em que a criança não almoça e recebe um copo de Sustagen Kids em troca, caíram nas graças de muitos pais e mães, que acham que eles são a salvação da lavoura, afinal, a maioria dos pais acha que seu filho come menos do que realmente come.

“Se por um lado temos nossa responsabilidade de pais com o que nossos filhos comem, a publicidade também não pode se eximir da responsabilidade dela em anunciar seus produtos de forma a ‘munir’ as crianças com argumentos de convencimento para as compras. A indústria de alimentos também tem uma boa parcela de culpa por produzir alimentos com qualidade nutricional ruim. E o governo, que conta com pouquíssimas iniciativas em favor do consumidor, também precisa tomar a rédea da regulamentação da publicidade de alimentos”, é a opinião da nutricionista Claudia Olsieski da Cruz.

Claudia é mestre em nutrição pela UERJ e doutoranda em Alimentação, Nutrição e Saúde pela mesma universidade. Professora da área de Nutrição Social da Universidade Estácio de Sá, casada e mãe de um menino de 8 anos. Estuda a relação da publicidade de alimentos com o consumo alimentar, bem como a regulamentação do setor. Para saber mais, leia a entrevista que publicaremos na quinta-feira, dia 21 de fevereiro.

*Paloma Varón é mãe de duas, jornalista, blogueira, defensora dos direitos da infância e da mulher, entre outras tantas coisas que a definem. Baiana, idealista, curiosa, agitada, expatriada na Eslovênia.

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Só para dar meu pitaco que tal sabermos os ingredientes presentes no Sustagen Kids?

Baunilha: Ingredientes: Sacarose, leite desnatado em pó, fosfato de magnésio, sólidos de xarope de milho, ascorbato de sódio, sulfato ferroso, sulfato de zinco, niacinamida, inositol, iodeto de potássio, acetato de DL-alfa trocoferila, sulfato de manganês monoidratado, sulfato cúprico, acetato de retinila, fitomenadiona, pantotenato de cálcio, cloridato de piridoxina, colecalciferol, cloridrato de tiamina, cianocobalamina, riboflavina, ácido fólico e biotina. Contém aroma natural e artificial de baunilha. Aromatizado artificialmente.NÃO CONTÉM GLÚTEN.

Chocolate: Ingredientes: Sacarose, leite desnatado em pó, cacau em pó, sólidos de xarope de milho, fosfato de magnésio, ascorbato de sódio, sulfato ferroso, sulfato de zinco, niacinamida, inositol, iodeto de potássio, acetato de DL-alfa tocoferila, sulfato de manganês monoidratado, sulfato cúprico, acetato de retinila, fitomenadiona, pantotenato de cálcio, cloridrato de piridoxina, cloridato de tiamina, cianocobalamina, riboflavina, ácido fólico e biotina. Contém aroma artificial de baunilha e estabilizante carragena. Aromatizado artificialmente. NÃO CONTÉM GLÚTEN.

Morango: Ingredientes: Sacarose, leite desnatado em pó, fosfato de magnésio, sólidos de xarope de milho, ascorbato de sódio, sulfato ferroso, sulfato de zinco, niacinamida, inositol, iodeto de potássio, acetato de DL-alfa tocoferila, sulfato de manganês monoidrato, sulfato cúprico, aceto de retinila, fitomenadiona, pantotenato de cálcio, cloridrato de piridoxina, colecalciferol, cloridrato de tiamina, cianocobalamina, riboflavina, ácido fólico e biotina. Contém aroma artificial de morango e corantes artificiais carmim, eritrosina e azul brilhante. Aromatizado artificialmente. NÃO CONTÉM GLÚTEN.Contém lactose.

Impressionante não é a quantidade de aditivos químicos presentes nesse """ alimento"""
Nadia Cozzi

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Comida pronta é prática, mas vale mesmo a pena?

Alimentos ultra processados prontos para comer, escondem perigos por trás do sabor gostoso. Se consumidos em excesso, trazem riscos à saúde

Fonte: Publicado em 04/12/2012 em M de Mulher
Lydia Minhoto - Edição: MdeMulher
Conteúdo do site VIVA!MAIS




Esquentar lasanha congelada quando estamos sem tempo, tomar suco de caixinha em vez de fazer um natural (e sujar o liquidifcador!), comer barrinha de cereal quando bate fome num dia corrido de trabalho. 


Não há como negar: alimentos prontos e semiprontos para consumo, chamados de ultraprocessados, vieram para facilitar a nossa vida e economizar tempo na cozinha. Contudo, embora práticos e saborosos, escondem alguns perigos. É que eles são resultado de uma série de processos industriais como cozimento, fritura, adição de vitaminas e minerais, salgamento, enlatamento e acondicionamento.

Quer exemplos? Prepara-se, pois a lista é grande!

Pães (até os integrais), biscoitos, achocolatados, iogurtes, bolos, sorvetes, chocolates, barras de cereal, refrigerantes, pratos pré preparados, hambúrgueres, sopa e macarrão instantâneos, requeijão, manteiga, enlatados e embutidos como mortadela, salame, presunto, salsicha...

São produtos com mais açúcar, mais gordura saturada, mais sal, mais substâncias químicas e menos fibras do que o recomendado para uma alimentação saudável, diz Maluh Barciotte, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP. Segundo ela, se consumidos em excesso, aumentam o risco de doenças como colesterol, diabetes, pressão alta, obesidade e até alguns tipos de câncer.

Mas calma! Não é preciso comer só salada e grãos. Entenda os perigos dos alimentos superindustrializados e veja como equilibrá-los na alimentação!

Saber decifrar os rótulos é um passo importante

Conservante, estabilizante, corante... aprenda a identificar tudo isso na embalagem!

Avaliar a embalagem de um produto é um jeito esperto de saber o que ele contém. Por lei, os rótulos devem mostrar os ingredientes em ordem decrescente de quantidade – do que tem mais para o que tem menos. “Alguns bolinhos prontos, por exemplo, têm mais açúcar que farinha. Já imaginou um bolo com mais açúcar que farinha?”, alerta a especialista. Fique de olho também nas seguintes substâncias:

Conservantes

São usados para aumentar a “vida útil” do alimento, ou seja, fazer com durem mais e não sejam atacados por algum micro-organismo. Alguns exemplos que você encontra facilmente nos rótulos e são bastante utilizados são ácido benzoico, dióxido de enxofre e nitratos e nitritos.

Estabilizantes

Mantêm a aparência e as condições do alimento. Conservam o biscoito crocante, evitam que o bolo seque... Exemplos: carragena, extraída de algas marinhas, goma guar, retirada de um tipo de feijão, e carboximetil celulose sódica (CMC), feita a partir de celulose e monocloroacetato de sódio.

Flavorizantes e aromatizantes

Dão a sensação de que o alimento é mais “gostoso”, intensifcando o sabor e o cheiro. Muito usados em salgadinhos chips, que têm sabores como queijo e churrasco. O realçador de sabor glutamato monossódico é usado na maior parte dos ultraprocessados.

Corantes

Dão ou realçam a cor do alimentos como presuntos e balas de goma. “Muitos corantes usados no Brasil são proibidos em outros países”, diz Maluh. Pesquisas dizem que alguns induzem à hiperatividade infantil, como os corantes amarelos crepúsculo, quinolina e tartrazina.

Os perigos que escondem os ultra processados

Pesquisas mostram que nossa sensação de saciedade é afetada por eles. Além de ser mais difícil parar de comer, deixamos de identificar sabores naturais.

- Têm alto poder calórico, mas a energia é zero. Durante o processamento, perdem os nutrientes e mantêm as calorias. Por isso, eles não nutrem. O exemplo máximo disso é o refrigerante, diz Maluh.

- Contêm substâncias que deixam nossos sentidos exacerbados e têm sabor artificial exagerado.

- São alimentos altamente disponíveis para consumo. Em geral, vêm embalados em plásticos, caixas, latas ou conservas e estão prontos ou semiprontos para você comer.

- Contêm excesso de sal, açúcar, gorduras e substâncias químicas, como conservantes, estabilizantes, favorizantes e corantes.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Alimentos não saudáveis podem receber uma taxa extra

Por Blog da Saúde

Última pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostrou que quase 16% da nossa população está obesa. Os Estados Unidos já ultrapassou essa porcentagem e hoje tem 27% dos americanos na faixa de obesidade. Diversos países discutem medidas a serem tomadas para proporcionar uma alimentação mais balanceada à população e reduzir o peso de seus habitantes.
Pesquisadores da Universidade de Oxford e da City University de Londres sugerem cobrar uma sobretaxa de 20% para alimentos que possuem alto teor de gordura, açúcar, sal e refrigerantes. A medida seria acompanhada de subsídios para baixar preços de alimentos saudáveis. Entretanto, o mais viável seria se as empresas reduzissem os teores de sódio e gordura saturada em seus produtos.
Com base em estudos econômicos, pode-se esperar que ocorra uma queda de 3,5% nos níveis de obesidade nos EUA se a medida for adotada.
Entretanto, acredita-se que existem providências mais simples a serem tomadas antes de recorrer à sobretaxa. “É preciso garantir informações nutricionais claras ao consumidor e restringir a publicidade desses alimentos,” defende Lisa Gunn, coordenadora executiva do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor), à Folha.
Na França, além de cobrar uma taxa extra sobre refrigerantes, um novo projeto de lei quer obrigar uma legenda nos cardápios de restaurantes. Informações sobre o prato devem mostrar ao cliente se ele está consumindo algo congelado, enlatado ou fresco.
Um dos países que já aderiu à sobretaxa é a Hungria, onde alimentos considerados não saudáveis, álcool, refrigerantes, energéticos e cafeína já possuem valor elevado. Na Dinamarca, uma taxa extra é aplicada em alimentos com alto teor de gordura saturada.
No Brasil, a Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) juntamente com o Ministério da Saúde já cortaram 230 mil toneladas de gordura trans dos alimentos.
E você? Que medidas tem tomado para garantir uma alimentação mais saudável em sua casa?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

As crianças e a origem dos alimentos





Autor: Sergio Lerrer em seu Blog do portal da Gastronomia Sustentável.

O mundo anda de tal jeito e em tal velocidade que as crianças nascidas e criadas nas grandes metrópoles do mundo passam anos e anos bebendo e comendo sem saber exatamente o que consomem e de onde vêm.


Antigamente uma criança nascida em uma casa em pequenas cidades convivia com algum tipo de plantio no quintal e algum tipo de animal, além dos domésticos como cães e gatos, ao menos uma galinha, quem sabe um coelho.... E quanto maior o quintal ou mais perto do meio rural, talvez mais criação de porcos, patos, cultivo de frutíferas, hortaliças e verduras.

Hoje isso é uma coisa muito distante das crianças de cidade. Para conhecer uma simples galinha elas precisam fazer “estudo do meio”, ou seja, entrar em um ônibus com a escola e ir até uma fazenda. É ali que podem ver de perto um ovo recém posto, uma minhoca, um porquinho recém nascido, uma vaca sendo ordenhada.. Coisas banais, mas que fazem parte do repertório de memória e imagens desta criançada.

Antigamente atravessavam os continentes nas navegações para conseguir especiarias com ervas, pimentas, condimentos.. Hoje é possível encontrar nas grandes cidades mercados que vendem isso provenientes de diversos lugares do mundo, a qualquer momento e qualquer instante. As pessoas deixam de saber o que é de fato de sua região e seu país, e o que é de fato proveniente do resto do mundo.

É o que chamo de caos cultural que, no campo dos alimentos, foi apropriado pela gastronomia que os potencializa em um prato que muitas vezes é um verdadeiro caleidoscópio étnico, viável nos dias de hoje, mas impossível anos atrás. E usufruímos isso como se fosse algo natural e corriqueiro, mas é resultado de um esforço logístico e de ciência proporcionado pela sociedade moderna.





E se a nós tudo está banalizado, imagine para as crianças. Será que elas têm interesse de saber de onde vem o leite? Talvez você fale que venha da vaca e elas não acreditem, imaginem que venha de uma fábrica de refrigerante qualquer...




quarta-feira, 11 de abril de 2012

Quem são os donos do cardápio infantil?


Do Blog Aleitamento.Com
Por: Dra. Noemia Perli Goldraich - Carta Maior

Atraídas por propagandas fascinantes que prometem um mundo de sonhos em um pacote de salgadinhos ou um pirulito, por brindes-brinquedos e pelas intermináveis coleções, as crianças se tornaram as principais vítimas desses alimentos e passaram a influenciar nas compras de toda a família. Quais as conseqüências de seguirmos ao sabor do vento das grandes corporações fabricantes de alimentos? E de não termos controle sobre a publicidade dirigida ao público infantil?
O artigo é de Noemia Perli Goldraich (*).

Há 40 anos trabalho como Nefrologista Pediátrica. Não recordo de ter identificado, antes dos anos 90, um único caso de pressão alta em criança que não estivesse relacionada a algum problema grave como doença nos rins, nas artérias renais, na aorta ou a tumores raros. Pressão alta era uma doença de adultos. Era!

Infelizmente, na última década, mais crianças passaram a sofrer de hipertensão arterial, uma doença crônica, isto é, que se arrasta por toda a vida e que necessita de medicação continuada. E qual a causa dessa repentina mudança? Múltiplos fatores podem causar a pressão alta mais comum - também chamada de hipertensão arterial essencial - mas os principais são a combinação de obesidade e ingestão de quantidades excessivas de sal na alimentação.

Antes de seguir em frente, é preciso que se diga que a pressão alta não é um probleminha qualquer. É fator de risco importante para infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (os derrames cerebrais), entre tantas outras consequências. E o resultado da obesidade iniciada na infância é o aparecimento de hipertensão arterial em crianças e adolescentes, de diabetes melito, doenças vasculares como infarto do miocárdio, tromboses, derrames cerebrais e todas as suas complicações.

Bem, mas não é de hoje que o sal está presente na alimentação humana. Então, por que agora estaria prejudicando também as crianças? O problema não é exatamente o sal, mas sim o sódio presente nele e é esse último que causa o aumento da pressão. É aí que entram os alimentos industrializados ou altamente processados. 

Há muita diferença na quantidade de sal (cloreto de sódio) colocado numa refeição cotidiana preparada em casa e os tais produtos industrializados. Nestes, o sódio está presente, além do sal, na estrutura dos conservantes e aromatizantes, usados para aumentar o período de validade ou para realçar o sabor, resultando em quantidades exageradamente grandes de sódio.

Nesse contexto, é preciso considerar que os hábitos alimentares dos brasileiros mudaram significativamente nos últimos anos. Saímos do feijão, arroz e bife para as comidas congeladas, as pré-prontas, os salgadinhos, os biscoitos e refrigerantes. Atraídas por propagandas fascinantes que prometem um mundo de sonhos em um pacote de salgadinhos ou um pirulito, por brindes-brinquedos e pelas intermináveis coleções, as crianças se tornaram as principais vítimas desses alimentos e passaram a influenciar nas compras de toda a família. Sem entender o que leem ou sem ler o que informam os rótulos, os pais também se seduzem pelos coloridos sinais de adição a anunciar + ferro, + cálcio, + vitaminas. Na verdade, estão comprando gordura, sal e açúcar, crentes de que seus filhos estão sendo bem alimentados. É isso mesmo. Em geral, as fantásticas embalagens coloridas contêm muita caloria e baixíssimo valor nutricional.

Estudos que vem sendo amplamente divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o brasileiro está ingerindo mais que o dobro de sal da quantidade diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 5 gramas, o que equivale a uma colher de chá. O brasileiro, em média, está consumindo 12 gramas ao dia, o equivalente a uma colher de sopa. Muitos produtos que hoje fazem parte da dieta usual de crianças contêm quantidades exageradas de sal, sem que os pais percebam o perigo. Você sabe que um pacote de massa instantânea pré-cozida tipo miojo contém 5g de sal, que é a quantidade máxima diária recomendada para um adulto? Haja rins para dar conta!

Pesquisa publicada neste janeiro por um grupo da Filadélfia, no American Journal of Clinical Nutrition, uma importante revista da área, mostrou a relação entre o desenvolvimento da aceitação do gosto salgado e uma alimentação complementar, administrada a bebês, contendo amido (batatas, arroz, trigo, pão, bolachas). Foram comparados dois grupos de lactentes: um recebeu alimentação complementar com amido e o outro só comeu frutas em complemento ao leite. A aceitação para o gosto salgado já estava presente aos seis meses nos lactentes alimentados com amido e ausente nos que receberam só frutas. Os lactentes do primeiro grupo apresentaram maior probabilidade de lamber o sal da superfície dos alimentos na pré-escola, bem como de comer sal puro. Assim, segundo a pesquisa, experiências alimentares bem precoces (primeiros meses de vida) exercem um papel muito importante em moldar a resposta ao gosto salgado de lactentes e pré-escolares.

Sabemos que a formação do hábito alimentar se dá desde a gestação até cerca de dois anos de idade. E uma vez consolidado o padrão de gosto, fica difícil mudar. A isso, é preciso associar o padrão de uma infância sedentária em frente à televisão, computador e vídeo games. O resultado tem sido a obesidade. Dados do IBGE mostram que o excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, aos cinco anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras.

Houve um salto no número de crianças de 5 a 9 anos com excesso de peso ao longo de 34 anos: em 2008-2009, 34,8% dos meninos estavam com o peso acima da faixa considerada saudável pela OMS. Em 1989, este índice era de 15%, contra 10,9% em 1974-75. Observou-se padrão semelhante nas meninas que, de 8,6% na década de 70, foram para 11,9% no final dos anos 80, e chegaram aos 32% em 2008-09.

O tempo de exposição à mídia também vem aumentando. Em média, as crianças ficam mais de 5 horas diárias em frente à TV, tempo superior ao permanecido na escola, que é de 4h30min. Além disso, o padrão das crianças de hoje é acessar varias mídias ao mesmo tempo e em quase todas há inserção de propaganda, ou seja, as crianças ficam expostas a um bombardeio mercadológico. Estudo feito pela Universidade de São Paulo, em 2007, mostrou que 82% dos comerciais televisivos sugeriam o consumo imediato de alimentos ultraprocessados, 78% mostravam personagens ingerindo-os no ato e 24% dos alunos expostos a tais mensagens apresentaram sobrepeso ou obesidade. Já um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 2009 identificou que apenas 25% das crianças entre 2 e 5 anos e 38% das crianças entre 5 e 10 anos consomem frutas, legumes e verduras. Guloseimas como balas, biscoitos recheados, refrigerantes e salgadinhos ocuparam o espaço de refeições principais.

E a água? De repente esse bem essencial ao bom funcionamento do corpo humano foi sendo esquecido. Em creches, escolas e hospitais é comum não encontrarmos bebedouros. A água não está franqueada justamente a quem deveria receber estímulo constante para ingeri-la. O estímulo está focado nos sucos industrializados e nos refrigerantes.

E agora, já podemos responder quem são os donos do cardápio das nossas crianças? E quais as conseqüências de seguirmos ao sabor do vento das grandes corporações fabricantes de alimentos? E de não termos controle sobre a publicidade dirigida ao público infantil?

Se o que queremos para nossas crianças não é um futuro de obesos desnutridos, precisamos tomar as rédeas da situação e já. A informação continua sendo a chave-mestra e, pais, educadores e profissionais da saúde precisam saber identificar o que está escrito nos rótulos.

Se tomamos tantas medidas para a identificação de pessoas que entram nas nossas casas e nas escolas, porque não adotamos estes mesmos cuidados antes de permitir a entrada de substâncias no nosso organismo e das nossas crianças? Nunca é demais lembrar que bons hábitos alimentares começam a ser transmitidos na vida intra-uterina, que criança até dois anos não deve ser exposta ao sal e que não se deve colocar açúcar em chás e mamadeiras de bebês. Muito menos achocolatados, que contém açúcar e gordura em excesso.

Seguindo orientações da OMS, estão surgindo políticas públicas para redução do sal nos alimentos industrializados, assim como campanhas de esclarecimento ao público. Foram identificadas ações em 38 países, sendo a maioria na Europa. Já o Brasil recém está iniciando algumas medidas nessa área. Em janeiro deste ano, a Anvisa fez recomendações não obrigatórias para a redução, até 2014, em 10% no conteúdo de sal do pão francês.

Também em países europeus, há regras rígidas em relação à propaganda dirigida a crianças. Em terras nativas, dispensam-se comentários. Felizmente a sociedade começa a dar sinais de reação.

Acreditando que um outro mundo é possível, que tal a gente sonhar com uma sociedade em que a saúde das nossas crianças esteja acima dos interesses das megacorporações?

(*) Noemia Perli Goldraich é doutora em Nefrologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pós-doutora em Nefrologia Pediátrica pela Universidade de Londres, professora-associada do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRGS, nefrologista pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Doenças Crônicas na Infância da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS.


Publicado em: 10/4/2012
Quem MANDA no CARDÁPIO das CRIANÇAS?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Sucos industrializados com apenas 1% de fruta na sua composição?

Meu Nutricionista
20/03/2012

Muitas empresas escondem do consumidor a informação sobre os ingredientes e duas empresas também se recusaram a fornecer esse dado ao Idec/ Foto: stevendepolo

Uma pesquisa realizada pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), mostra que embalagens de alimentos industrializados não contêm as quantidades significativas de ingredientes que deveriam.

O Idec fez o levantamento de 18 produtos e 15 marcas de iogurtes, refresco em pó, gelatinas, isotônicos, sorvetes e néctares, e concluiu que em oito deles não existiam vestígios de frutas, e os outros dez haviam quantidades bem pequenas, cerca de 10%, na sua maioria girando em torno de 1%.

Com tudo, boa parte dos produtos possuía imagens reais de frutas que ocupam a maior parte da embalagem, enquanto a lista de ingredientes fica escondida, dificultando a leitura do consumidor. Na maioria dos rótulos as empresas não informam se o alimento contém ou não fruta e o seu percentual em relação ao restante dos ingredientes.

Entre os alimentos pesquisados, apenas três não usam imagens de fruta (fresca ou estilizada): os isotônicos Gatorade e Marathon, e a gelatina Dr. Oetker. Mas eles destacam o nome da fruta que dá sabor ao produto, além de usar cores a ela associadas. No caso do Gatorade, por exemplo, a letra que designa a palavra “tangerina” ocupa 5 mm de altura dos 43 mm do rótulo. Não é tão grande, mas é a segunda maior letra do rótulo, perdendo apenas para a usada no nome da marca.

O istônico Gatorade, é um dos oito produtos que, ao ler a sua lista de ingredientes conclui-se não conter frutas em sua composição. O mesmo ocorre com sorvete Kibon, gelatina Dr, Oetker e o também isotônico Matathon.

Dos refrescos em pó, apenas o Tang, Camp e La Frutta informavam qual o seu percentual de fruta, 1% nos três.

Veja a pesquisa do Idec em pdf
Fonte: Redação EcoD

sábado, 24 de março de 2012

Maionese x Azeite


A propaganda na TV diz que a maionese é mais saudável que o azeite de oliva. Isso é possível? Vamos comparar os ingredientes de cada um? 

Maionese Hellmann's

Ingredientes:
Água, óleo vegetal, vinagre, amido modificado, ovos pasteurizados, açúcar, sal, suco de limão,acidulante, ácido lático, espessante, goma xantana, conservador ácido sórbico, sequestrante EDTA cálcio dissódico, corante páprica, aromatizante (aroma natural de mostarda) e antioxidantes ácido cítrico, BHT e BHA. NÃO CONTÉM GLÚTEN.


Azeite Orgânico Native
Ingredientes: Azeite de oliva extra virgem. Acidez: 0,2%. NÃO CONTÉM GLÚTEN.




Azeite Espanhol Extra Virgem BORGES
Ingredientes:Azeite extra virgem extraído de azeitonas.

É bom deixar claro: qualquer que seja a marca, orgânica ou não, Azeite é alimento. Maionese Hellmann's é um produto industrializado.

Quer uma maionese bem legal? Acesse meu Blog BioCulinária

segunda-feira, 19 de março de 2012

O que é Gordura Vegetal, Trans ou Vegetal Hidrogenada

Biscoito, salgadinhos, sorvete e margarina são uma bomba de gordura trans. Fotos: Alfredo Franco, Pedro Rubens e Luna Garcia/DEDOC

Desde 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga todos os fabricantes a indicar no rótulo a quantidade de gordura trans presente nos alimentos. Por outro lado, o Ministério da Saúde também tenta acabar com a utilização dessa gordura, seguindo o exemplo de países como Suíça e a Dinamarca, onde ela é proibida. A perseguição tem um bom motivo. Estudos científicos comprovaram que essa gordura é extremamente prejudicial à saúde: além de aumentar os níveis de colesterol ruim, o LDL, também diminui a taxa de colesterol bom, o HDL. E isso significa elevar o risco de arteriosclerose, infarto e acidente vascular cerebral.

A gordura trans é o nome dado à gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial. "Algumas carnes e o leite já têm essa gordura, mas em pequena quantidade. O que preocupa mesmo são as gorduras usada pela indústria", explica Samantha Caesar de Andrade, nutricionista do Centro de Saúde Escola Geraldo Horácio de Paula Souza, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

A gordura vegetal hidrogenada faz parte do grupo das gorduras trans e é a mais encontrada em alimentos. Ela começou a ser usada em larga escala a partir dos anos 1950, como alternativa à gordura de origem animal, conhecida como gordura saturada.

Acreditava-se que, por ser de origem vegetal, a gordura trans ofereceria menos riscos à saúde. Mas estudos posteriores descobriram que ela é ainda pior que a gordura saturada, que também aumenta o colesterol total, mas pelo menos não diminui os níveis de HDL no organismo.

Em geral, as gorduras vegetais, como o azeite e os óleos, são bons para a saúde. Porém, quando passam pelo processo de hidrogenação ou são esquentadas, as moléculas são quebradas e a cadeia se rearranja. Essa nova gordura é que vai fazer todo o estrago nas artérias. Esse processo de hidrogenação serve para deixar a gordura mais sólida. E é ela que vai fazer com que os alimentos fiquem saborosos, crocantes e tenham maior durabilidade. O grande desafio atual da indústria é encontrar uma alternativa mais saudável à gordura trans, sem que os alimentos percam suas propriedades.

A gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida nunca. Mas, como isso é quase impossível, o Ministério da Saúde determinou que é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados.

Mesmo tendo isso em mente, um dos grandes problemas para o consumidor é conseguir perceber com clareza quanta gordura trans existe em cada alimento. "A Anvisa determinou que, quando uma porção do alimento possuir até 0,2% da gordura, o rótulo pode dizer que o produto não tem gordura trans, o que não é verdade", explica Samantha Andrade. 


Ou seja, se a embalagem traz os valores referentes à porção de dois biscoitos e esses contiverem 0,2g de gordura trans, o fabricante pode afirmar que o produto é livre dela. Mas, na verdade, se uma pessoa comer 20 biscoitos terá consumido os 2g da gordura. "Por isso, o melhor jeito do consumidor ter certeza do que está comprando é verificar a lista de ingredientes para checar se não existe gordura vegetal hidrogenada na composição do produto", ensina a nutricionista.

Vale lembrar que os alimentos que mais contêm gordura trans são bolachas, pipocas de microondas, chocolates, sorvetes, salgadinhos e todos os alimentos que tem margarina na composição.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A indústria continua nos envenenando!




Alguns dos aditivos alimentares que colorem produtos industrializados podem até não ser tão nocivos, mas existe atualmente uma pressão maior sobre os fabricantes para utilizarem substâncias corantes provenientes de plantas, ao invés de elementos químicos sintéticos, potencialmente lesivos.

O caramelo, o grande precursor dos corantes alimentares, é o mais comum dentre todos. É o que faz com que as bebidas do tipo “cola” adquiram suas cores conhecidas. Existe em quase todos os líquidos bebíveis de cor amarronzada, tais como whisky, alguns sucos, vários molhos à base de soja e muitos vinagres balsâmicos. Também é utilizado em muitos tipos de junk-food, desde cookies até batatas chips. Esse corante provém da caramelização (queima) do açúcar.

Qualquer alimento queimado ou submetido à carbonização (pelo carvão) pode produzir câncer devido à liberação de uma substância denominada acrilamida. O que mais surpreende é que o FDA considera a acrilamida tóxica apenas em grandes doses e sustenta que as pequenas quantidades são insignificantes.

Muitas vezes o caramelo é processado com amônia e isto é indicado no invólucro por alguns códigos. Nos Estados Unidos, apenas o Estado da Califórnia listou todos os produtos corados à base de caramelo como carcinogênicos (passíveis de produzirem câncer).

Outro corante muito usado é à base de carmin, retirado de secreções de besouros. Muitas pessoas são extremamente alérgicas ao carmin e podem apresentar até reações anafiláticas que podem levar a estados de coma e à morte. O carmin é um corante muito utilizado em iogurtes e sorvetes.

Alguns corantes extraídos de plantas naturais começam a surgir no mercado dos alimentos industrializados. Entretanto, infelizmente o FDA, o mais importante orgão mundial na vigilância de quaisquer produtos medicamentosos ou alimentares nos Estados Unidos, mantém a autorização para vários tipos de corantes sintéticos que são, sabidamente, causadores de problemas sérios à saúde.

É importante salientar que alguns pesquisadores renomados do Estado da Califórnia estão fazendo uma pressão forte para que muitos dos corantes não naturais sejam banidos do mercado, demonstrando casos clínicos de crianças que apresentaram graves manifestações clínicas. Muitos dos corantes já foram banidos em vários países da Europa mas, como em outros exemplos bem conhecidos, existe uma força quase indestrutível do poder econômico que não quer saber o que é bom para a saúde, mas, sim, para seus bolsos. Com isso, o FDA continua rejeitando muitas das queixas referentes aos corantes alimentares no que diz respeito à saúde das pessoas, mesmo com os clamores de importantes cientistas.

Por aqui também seguimos o que nos é imposto pelos interessados em lucros apenas e, com isso, continuamos vendo um contingente da população, crianças e adultos, cada vez mais pesados e doentes.

* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atua em São Paulo na área de medicina preventiva, é professor de pós-graduação em Bioquímica Aplicada à Medicina, pela Universidade Fernando Pessoa, em Portugal, e professor visitante da Universidade de Estudos de Siena, na Itália. Possui inúmeros trabalhos científicos e livros publicados. Também ministra palestras nas áreas de medicina preventiva e medicina ambiental. É comentarista e consultor de saúde na TV Climatempo, produtor e apresentador do programa Saúde no Mundo Tóxico e edita o sitewww.sergiovaisman.med.br.

** Publicado originalmente no blog de Sérgio Vaisman no site Mercado Ético.

terça-feira, 8 de março de 2011

Mitos da Alimentação

Manteiga ou Margarina: A margarina é um aglomerado de substâncias cremosas e químicas (leia os ingredientes da embalagem) enquanto que a manteiga vem do leite.

Mas tenho colesterol alto, como posso comer manteiga? Os Hindus utilizam muita manteiga e não tem problemas de colesterol. Sabem porque? Colocam a manteiga em banho Maria, ela vai derretendo e soltando uma espuma esbranquiçada, que é retirada. Coloca-se então de novo na geladeira e ela retorna à sua consistência normal, pronto seu colesterol está protegido. ( As margarinas depois de derretidas, não retornam, pois substâncias químicas em contato com o calor sofrem alterações). Ainda temos os problemas dos hormônios das vacas, mas pelo menos diminuímos um pouco a química.

Lavar frutas, verduras e legumes não tira o agrotóxico que foi colocado na terra, este faz parte da constituição da seiva que formou o alimento.Lavar ou tirar a casca apenas minimiza o inseticida que foi pulverizado sobre ele. Como a nossa pele a casca dos alimentos também possui poros por onde é absorvido o veneno.

Produtos Naturais sem Conservantes não são Orgânicos: muitas vezes encontramos produtos com esses dizeres e compramos achando serem orgânicos. Sem conservantes não quer dizer sem agrotóxico. TODO PRODUTO ORGÂNICO É OBRIGATORIAMENTE CERTIFICADO E TEM OS DIZERES: PRODUTO ORGÂNICO.

Alimentação Vegetariana: a escolha de restaurantes vegetarianos como opção de saúde nem sempre é uma boa idéia senão houver a certeza de estarem oferecendo alimentos orgânicos, isentos de agrotóxicos.

Óleo ou azeite? O azeite de oliva é rico em gorduras monoinsaturadas, que fazem muito bem ao coração. Sempre que possível, substitua o óleo pelo azeite. Quanto necessitar do óleo prefira o de canola, girassol ou gergelim que possuem menos gorduras polinsaturadas, e você não corre o risco de usar produtos transgênicos, como no caso do óleo de soja ou milho.

Alimentos Integrais: se não forem orgânicos, acumulam agrotóxicos nas cascas. Observe se possuem o selo de certificação.
Alimentos Light e Diet
Um produto é light quando contém, no mínimo, 25% menos calorias ou 25% menos de algum nutriente comparado ao seu similar convencional. Mas é diet sempre que exclui algum ingrediente: pode ser o açúcar, o carboidrato, o glúten, a proteína ou a gordura.

Assim, existem diets que são lighs e vice-versa. 'A legislação é abrangente e facilita muitos equívocos: se um refrigerante isento de açúcar se diz diet e outro, também sem açúcar, é light, é compreensível que o consumidor deduza que light é igual a diet', explica a advogada Patricia Fukuma, presidente do Instituto Brasileiro de Educação para o Consumo de Alimentos e Congêneres (IBCA). E não é: um diet pode ser ingerido por qualquer pessoa que não tenha problemas de saúde. Mas um diabético já não pode consumir um diet que contenha açúcar.

O Mundo dos Refinados: passam por vários processos químicos e perdem suas propriedades nutricionais e fazem mal à saúde,como no caso do sal. Prefira sal marinho que é um alimento e já temos disponíveis no mercado, com certificação de orgânicos: arroz, açúcar, farinhas diversas, milho para pipoca, feijão, achocolatado, sucos, molhos.

Carnes: O problema das carnes atualmente é o alto teor de hormônios de crescimento e antibióticos utilizados nos animas. No caso do frango, por exemplo, uma ave demora para chegar em ponto de corte em média 90 dias. Os frangos comercializados atualmente são abatidos com 28 dias, o que dá para imaginar a quantidade de hormônios utilizados. Se não forem abatidos nessa época, morrem devido à grande quantidade de química no organismo. Prefira os frangos e ovos caipiras. A carne orgânica já é encontrada em São Paulo nos supermercados Carrefour.

Batatas com "Olhos" são de má qualidade: sabem aqueles pontinhos pretos que tanto reclamamos quando descascamos a batata? São os brotos dela, portanto essa batata tem muito mais vitalidade e nutrientes que aquela outra lisinha.

Produtos Hidropônicos: como são produzidos sem a força e os nutrientes do solo, esses nutrientes são colocados quimicamente na água. A única vantagem que levam sobre os convencionais é que como são cultivados em estufas não necessitam de inseticidas

Problemas escondidos nas Embalagens


Embalagens

Quais os problemas escondidos nas embalagens?







Latas


FERRUGEM – transporte e armazenamento em condições inadequadas
ESTUFAMENTO- contaminação microbiológica e produto alterado
AMASSAMENTO- choque mecânico, provoca perda de vácuo e torna o alimento impróprio para consumo. Pode ocasionar até morte.


Vidros (conteúdo)

ESPUMA OU LÍQUIDO TURVO E OPACO – contaminação
TAMPAS ENFERRUJADAS E AMASSADAS- facilitam a entrada de ar, provocando alteração no alimento

Embalagens Longa Vida

Tem seu interior revestido por alumínio que liberado causa esclerose cerebral e câncer


Nota – Pratos pintados à mão: Liberam o Bário da tinta causam perda de memória.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O supermercado é político




Por: Samantha Buglione - Jurista e professora/ buglione@antigona. org.br


Falar que o "supermercado é político" é dizer que o mais privado dos atos, o de buscar alimento e garantir necessidades primárias, não se encerra na hora de pagar a conta. A escolha do produto até pode se dar por razões econômicas, busca de qualidade ou, ainda, ideologia. Contudo, ao escolher um produto também se escolhe, querendo ou não, uma forma de produção, um tipo de relação de trabalho, um determinado impacto ambiental. Em suma, comprar algo é trazer para casa, além do produto, a sua cadeia de fabricação e as conseqüências. Ignorar esses fatores é se proteger de dois elementos do conhecimento: liberdade e responsabilidade.

Dados de recentes pesquisas demonstraram que produtos orgânicos possuem mais nutrientes que os alimentos da produção linear. Ou seja, não é apenas uma questão de quantidade, mas de qualidade. Pode até ser que a agricultura orgânica não produza tanto quanto a linear, mas alimenta mais. O artigo "Comparação da qualidade nutricional de frutas, hortaliças e grãos orgânicos e convencionais”, publicado no "Jornal de Medicina Alternativa”, relata que produtos orgânicos, em média, contêm 29,3% mais magnésio, 27% mais vitamina C, 21% mais ferro, 26% mais cálcio, 11% mais cobre, 42% mais manganês, 9% mais potássio e 15% menos nitratos. Indo mais além, conforme relatório do "Environmental Group", atualmente, ao completar um ano de vida uma criança já recebeu, por conta do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela Organização Mundial de Saúde de oito pesticidas altamente carcinogênicos para uma vida inteira.

Além das questões nutricionais, alimentos orgânicos e de agricultura familiar contribuem para a empregabilidade no campo. O que evita o êxodo rural, e, por conseqüência, o aumento de favelas em centros urbanos.

Um outro dado importante é que quem produz alimento para o brasileiro não é a produção convencional ou linear ou o agronegócio, mas a agricultura familiar e orgânica. Mais da metade do feijão vem da produção familiar; no caso do arroz, mais de um terço; e, da mandioca, 90%. Essas são algumas informações que demonstram a importância do setor na economia brasileira, um setor responsável por uma média de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

E, mais, o que realmente alimenta é a produção de grãos, vegetais e hortaliças. A carne de suínos, aves e bovinos não é o alimento mais completo em nutrientes ou que vai estar na mesa de todos os brasileiros. O Brasil é campeão de exportações. E Santa Catarina orgulha-se dos seus números. No entanto, ao exportar a carne produzida por aqui também se exportam a água potável, os milhões de hectares utilizados para alimentar os animais, as florestas queimadas. A única coisa que fica são os resíduos. A Epagri de SC revela que as fezes dos 5,6 milhões de suínos que existem no Estado produzem 9,7 toneladas de dióxido de carbono por dia. Para 1 kg produzido de carne de suíno ou bovino é gerado o equivalente a 8 kg de excremento. Imagine levar tudo isso para casa ao comprar um inocente pacotinho de presunto para o sanduíche? Não levamos.

Desde 2005, no Brasil, há mais bois e vacas que homens e mulheres, 200 milhões de bovinos ocupam um espaço três vezes maior do que toda a área cultivada no País e consome quatro vezes mais água.

Se for uma questão de aumento da riqueza nacional e de estratégia para matar a fome dos brasileiros, a nossa matemática não está bem certa. Afinal, o agronegócio nem emprega tanta gente assim e os custos ambientais com a poluição de rios, solo, mananciais e emissão de metano são revertidos ou para o preço final do produto ou para o Estado, que terá mais gastos com saúde e políticas para despoluição. Aí, quem paga a conta somos todos nós, querendo ou não, sabendo ou não.

Foi-se o tempo em que comprar mandioquinha, feijão ou ovos era só comprar mandioquinha, feijão ou ovos. Quando se leva ovo para casa, o da produção convencional, se está chancelando, incentivando e financiando um processo que trata animais como coisa; que ignora que sentem dor e que possuem uma forma própria de viver a vida. Além de fazê-los viver de forma confinada e sendo alimentados com uma ração que contêm tantos aditivos que os transformam mais em uma pasta química do que em um ser vivo.

Nem o peitinho de frango se salva.

Ir ao supermercado é fazer política. É fazer escolhas. É dizer que tipos de produção de alimentos querem e que tipos de empregos querem financiar. O ato de escolher e comprar o que se vai consumir pode ser silencioso, mas é muito poderoso.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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