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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Idec critica relatório da Anvisa sobre resíduos de agrotóxico em alimentos

Fonte: IDEC

Versão 2016 divulgada na semana passada tem vários pontos questionáveisOssos, Perigo, Morte, Pirata, Venenosos
Foto Pixabay

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou, em 25 de novembro, o relatório que apresenta os resultados do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) de 2013 a 2015. Foram analisados mais de 12 mil amostras de 25 tipos de alimentos provenientes de todo o País. O último relatório do PARA havia sido divulgado em 2012.

O Idec notou que neste ano os resultados foram apresentados de forma diferente dos anos anteriores, dificultando a comparação dos dados. Além disso, pela primeira vez, foi incluído o risco de intoxicação aguda, ou seja, o risco de ocorrerem problemas de saúde até 24 horas após a ingestão do alimento. “Tivemos de recalcular diversos resultados para chegar aos indicadores de irregularidades e podermos comparar com os resultados anteriores”, diz Mariana Garcia, nutricionista do Idec.

Se a quantidade de resíduos de agrotóxicos em um alimento exceder o Limite Máximo de Resíduos (LMR) e/ou se houver resíduos de agrotóxicos não autorizados para aquele alimento, existe uma irregularidade. O relatório afirma que se há irregularidades, não necessariamente o consumidor estará em risco. “Doenças como câncer, distúrbios endócrinos, distúrbios neurológicos, malformações fetais, entre outros, são de natureza crônica. Portanto, não apresentar risco agudo não significa que o alimento não possa causar problemas à saúde. Dessa forma, o relatório pode confundir o consumidor”, critica Garcia.

Principais resultados
Ao comparar os resultados atuais com os de 2012, o Idec constatou que as irregularidades permanecem preocupantes: o pimentão continua o mais “problemático”, com 89% das amostras irregulares (agrotóxicos acima do limite permitido e/ou proibido para essa cultura). Depois vem a abobrinha, com 78% (em 2012 eram 48%), e a uva, com 75% (em 2012 eram 29%). Já quando se considera apenas a presença de resíduos de agrotóxicos acima do LMR, o morango é o “campeão”, seguido do abacaxi e da uva.

Outro resultado que merece ser destacado é o número de agrotóxicos diferentes presente em um mesmo alimento. Nas amostras de pimentão foram encontrados 88 tipos, nas de abobrinha, 78, e nas de uva, 72. Isso é muito preocupante, porque entre os agrotóxicos encontrados, muitos não são permitidos para o cultivo daquele alimento. E em todos os alimentos foram encontradas essas substâncias não autorizadas. O agrotóxico mais utilizado indevidamente foi o acefato, encontrado em 18 dos 25 alimentos testados. A própria Anvisa afirmou em 2009 que essa substância possui acentuada neurotoxicidade e que há suspeitas de que seja cancerígena, tanto que é proibido em vários países.

Orientações insuficientes
A Anvisa disponibilizou uma síntese do documento na qual orienta os consumidores a higienizar bem os alimentos com água corrente, escovinha ou uma bucha, sem mencionar, como fez na síntese do relatório anterior, que vários agrotóxicos penetram no interior das folhas e na polpa de frutas e hortaliças, de modo que a simples lavagem não é capaz de eliminá-los. “Essa orientação para higienização dos alimentos pode causar ao consumidor uma falsa impressão de segurança. Além disso, sentimos falta da recomendação do consumo de alimentos orgânicos, como já foi feita anteriormente”, diz Mariana Garcia.

Medidas a serem tomadas
O Idec defende que é fundamental avançar no monitoramento do uso de agrotóxicos e na transparência na divulgação dos resultados do estudo para os consumidores, já que a maioria dos brasileiros os consome diariamente. 

O Ministério da Saúde lançou em setembro um relatório que confirma o uso ostensivo de agrotóxicos no Brasil e aponta que entre 2007 e 2013 houve um aumento desproporcional da comercialização em comparação com a área plantada. 

Os dados sugerem que houve uma intensificação na aplicação de agrotóxicos na produção e, consequentemente, maior risco de exposição de quem trabalha no campo e da contaminação do meio ambiente, da água e dos alimentos. “Além da transparência e da adoção de medidas para reduzir o uso de agrotóxicos no País, deve-se estimular os modelos alternativos, como a agroecologia e a produção orgânica, como é proposto no Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos, entregue recentemente, pela sociedade civil, à Câmara dos Deputados”, finaliza a nutricionista do Idec.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pessoal de Recife: Pesquisa revela que produtos orgânicos custam menos que convencionais

Fonte: TV Jornal


Reprodução/TV Jornal

As feirinhas de produtos orgânicos estão se tornando cada dia mais populares. No Recife, já são 28 cadastradas pela Secretaria de Agricultura de Pernambuco. Tanta oferta está fazendo cair um mito: o de que produto orgânico é mais caro que os produzidos na agricultura convencional com o uso de agrotóxicos.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Federal Pernambuco junto com Centro Sabiá, legumes, verduras e frutas orgânicas comercializadas nas feiras são em média 56% mais baratas que os convencionais vendidos nos mercados. Comparado com os produtos de feiras populares, os orgânicos ainda custam 19% menos.

Percorrendo as bancas de uma feirinha é fácil comprovar. As folha de uma maneira geral custam R$ 1,50, o quilo do repolho custa R$ 3, a porção da vagem R$ 2 e o rabanete que nem é tão fácil encontrar nos supermercados também é vendido por R$ 1,50.

A explicação para a diferença dos preços é a eliminação da figura do atravessador. Os produtores vendem diretamente para os consumidores. Além da vantagem no bolso e da ausência de veneno, os orgânicos trazem uma série de vantagens nutricionais que a longo prazo podem significar menos doenças.

"O Orgânico ou agroecológico é mais rico em micro nutrientes. Passa o tempo certo no solo. Não existe acelerador do processo, respeitando a natureza. Já há pesquisas da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) de um conjunto de doenças que vem por conta de alimento com agrotóxicos. O próprio câncer. Só 10% dos casos são relacionados a fatores genéticos e 90% fatores externos, o estilo de vida. A alimentação é um desses fatores", avalia a agrônoma Maria Cristina Aureliano, coordenadora pedagógica do Centro Sabiá.

Saiba onde encontrar esses produtos

Feira Agroecológica da Juventude do Cordeiro
Avenida Caxangá, 2200 – Madalena.
Ás sextas-feiras, das 5h às 11h

Feira do Colégio Fazer Crescer
Av. Santos Dumont, 167 - Graças
Ás quintas e sábados, das 5h às 12h

Espaço Agroecológico do Sítio da Trindade
Sítio da Trindade - Estrada do Arraial, 3129 - Casa Amarela
Aos sábados, das 5h às 11h

Feira de Economia Solidária e Agroecológica UFPE/CCSA
Campus da Universidade Federal de Pernambuco, ao lado do prédio do Centro de Ciências Sociais Aplicáveis – CCSA - Cidade Universitária
Ás quartas-feiras, das 5h às 13h

Feira Gervásio Pires
R. Gervásio Píres, 436-470 - Santo Amaro, Recife – PE
Às quartas-feiras, pela manhã

Feira Agroecológica Chico Mendes
Praça Farias Neves, em frente ao LAFEPE - Dois Irmãos
Quartas-feiras, das 6h às 12h

Feira Orgânica do Condomínio Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste)
Praça Ministro João Gonçalves de Souza - Engenho do Meio
Sextas-feiras, das 13h às 16h

Feira do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
Av. Mário Melo, 343 - Santo Amaro
Quintas-feiras, quinzenalmente das 6h às 10h

Feira do Tribunal Regional do Trabalho – 6a região
Caminho do Apolo, 925 - Bairro do Recife
Quarta-feiras, das 7h às 12h

Feira de Orgânicos do Shopping Recife – Projeto Pernambuco Agroecológico
Rua Padre Carapuceiro , 777 (Área C do estacionamento, próximo à entrada P) - Boa Viagem
Sábados, das 5h às 10h

Feira do Fúrum des. Rodolfo Aureliano
Av. Des.Guerra Barreto, S/N - Ilha Joana Bezerra
Quintas-feiras, das 10h às 16h

Feira Agroecológica do Espinheiro
Rua do Espinheiro, 26 - Graças
Sextas-feiras, das 10h às 17h

Espaço Agroecológico das Graças
Graças Recife, em frente ao Colégio São Luiz, Sem número - Graças
Sábados, das 5h á 11h

Feira Agroecológica da Justiça Federal
Av. Recife, 6250 - Jardim São Paulo
Sextas-feiras, das 10h ás 15h

Espaço Agroecológico de Boa Viagem
Praça Jules Rimet, por trás do 1º Jardim de Boa Viagem - Boa Viagem
Sábados, das 6h ás 11h

Feira Agroecológica da Praça de Casa Forte
Praça de Casa Forte - Casa Forte
Sábados, das 5h ás 10h

Feira Agroecológica de Olinda
Rua do Bonfim – Carmo
Aos sábados, das 5h ás 12h

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Audiência pública une atores para novo Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos

Fonte: AAO - Associação da Agricultura Orgânica - 30/08/2016 17:23



A gravidade dos impactos decorrentes do uso de agrotóxicos e os instrumentos para a atuação da sociedade sobre o tema ficaram claros na Audiência Pública “Exposição aos agrotóxicos e gravames à saúde a ao meio ambiente”, realizada em 29 e 30 de agosto na Faculdade de Saúde Pública da USP.

Uma variedade de atores do Ministério Público Federal, Conselho de Secretários Municipais de Saúde, pesquisadores e representantes das organizações que atuam em prol da agroecologia, como a AAO – Associação de Agricultura Orgânica reafirmaram o compromisso de trabalhar por um novo modelo produtivo, que não implique em danos à saúde e ao meio ambiente como os do atual o modelo do cultivo monocultor, baseado no uso de agrotóxicos e substâncias químicas.

E como principal resultado do encontro, foi criado o pioneiro Fórum Paulista de Combate ao Impacto dos Agrotóxicos e Transgênicos, com representantes de diversas entidades e regiões do Estado, o qual irá fiscalizar a atuação do legislativo e buscar compromissos do poder público para uma verdadeira segurança alimentar e nutricional,

“Estamos vivendo hoje uma ‘guerra tóxica’ e como cidadãos devemos nos responsabilizar pelo que está acontecendo, buscando divulgar os dados aqui expostos, participar politicamente das decisões e, finalmente, buscar a alimentação sem agrotóxico. Por que nos alimentamos sempre segundo os padrões internacionais, por que não buscamos a riqueza de nossa biodiversidade?”, indagou Susana Prizendt, do MUDA-SP e da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida.

Entre os estudos apresentados, foi possível saber que há presença preocupante de glifosato, substância comprovadamente cancerígena, na água do abastecimento da população. Aliás, pesquisas mostraram que há uma epidemia de câncer no país, com cerca de 600 mil novos casos em 2016, sabendo-se que 90% deles têm causas ambientais e não genéticas.

A professora Marcia Sarpa de Campos Melo, da Unidade Técnica da Exposição Ocupacional, Ambiental e Câncer do INCA, mostrou a relação direta entre agrotóxicos e queda de imunidade, com alterações celulares que levam à depressão e outros problemas sérios de saúde.

Desde 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior consumidor de agrotóxicos do mundo, em um mercado que movimenta cerca de R$11 bilhões de reais por ano no mundo.
Categoria(s): Agrotóxicos

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

7 motivos para se preocupar com os agrotóxicos:


Fonte: Ministério Público Federal


1) Em 10 anos, o número de agrotóxicos que chega ao consumidor final no Brasil dobrou
2) Cada brasileiro consome, em média, 5,5kg de defensivos agrícolas por ano
3) De cada 3 vegetais consumidos, pelo menos um possui níveis inaceitáveis de agrotóxicos
4) Os 5 alimentos mais contaminados: pimentão, morango, pepino, alface e cenoura
5) 64% dos agrotóxicos utilizados no Brasil foram considerados como produto perigoso
6) O glifosato é o mais utilizado no Brasil e a OMS reconheceu características cancerígenas do produto
7) Os agrotóxicos contaminam alimentos, a água que você bebe e também o leite materno

Em várias ações pelo país, o Ministério Público Federal vem pedindo a suspensão ou o banimento do uso de certos produtos agrotóxicos. Em uma dessas ações, a Justiça determinou que a Anvisa precisa concluir estudos sobre 6 herbicidas utilizados no Brasil. Entre eles está o glifosato, considerado produto perigoso. http://bit.ly/1LIJCNF

Relatório da Anvisa: http://bit.ly/1ekn7R5
Dossiê Abrasco: http://bit.ly/1NloI33
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2012 (IBGE): http://bit.ly/1Noo0Xd

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Central de abastecimento no ABC paulista começa a monitorar agrotóxicos em alimentos


Fonte: ORGANICSNET
07/01/2016


Resultado de duas análises feitas em tomates detectou 17 resíduos de defensivos diferentes; um era proibido no Brasil

Desde o início do ano, a Central de Abastecimento de Santo André (Craisa), cidade do ABC paulista (SP), monitora a quantidade de agrotóxicos presentes nos legumes, frutas e verduras distribuídos por seus concessionários. O objetivo do trabalho, pioneiro, é incentivar a fiscalização por parte de produtores e distribuidores, além de tornar o consumidor mais consciente sobre a qualidade dos alimentos que ingere.

Em entrevista à repórter Vanessa Nakasato da TVT, o engenheiro agrônomo do Craisa, Fábio Vezzá, explica que o resultado de duas análises feitas em tomates deram o alerta para que a central de Santo André passasse a monitorar os produtos vendidos. “Encontramos 17 resíduos de defensivos diferentes. Dois dos pesticidas estavam acima do limite permitido e um outro, não era permitido. A gente tem o projeto de fazer 15 amostras por mês a partir de 2016.”

“A gente quer um alimento seguro pro consumidor, pro ambiente e pro agricultor que produziu”, conclui.

O atacadista Pedro Albuquerque de Campos considera que vende alimentos com “muito veneno”, e explica que os produtos chegam com mais toxinas do que o necessário, pois há um período – não respeitado – de carência entre a aplicação do agrotóxico e a colheita do alimento, para que o pesticida não prejudique a saúde do consumidor. “Tem muito agrotóxico, é bastante mesmo. Tem que ter um tempo determinado para tirar, mas o lavrador é ganancioso e não espera.”

Fábio explica que quanto mais difícil o cultivo e mais fora de época, maior a carga de pesticida que o produto recebe “Por exemplo, quando eu era criança, lembro que só tinha morango no inverno, hoje, durante o verão tem morango, então ‘é natural’ que a gente encontre mais pesticida.”

A Central de Abastecimento de Santo André vai repassar os resultados dos produtos ao Ministério de Agricultura e à Anvisa.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O relatório recente do Inca aponta que o país consome um milhão de toneladas ao ano, ou seja, cada brasileiro consome 5,2 quilos de agrotóxicos por ano.

A alternativa para o consumidor são os alimentos orgânicos, preço dos alimentos orgânicos inibe o consumo, já que eles custam cerca de 30% a mais do que os produtos tradicionais.

Márcio Stanziani, integrante da Associação dos Agricultores Orgânicos, reivindica incentivo do governo para a produção livre de agrotóxicos. “O governo investe no produto tradicional e subsidia os agroquímicos, e as políticas públicas que existem para a agricultura orgânica são pequenas (sic). O consumidor não tem consciência que esse produto barato não vai reverter na sua saúde, que provavelmente terá de gastar no futuro por causas dos problemas de saúde.”

Rede Brasil Atual

domingo, 1 de novembro de 2015

Transgênicos não são alimentos, são mercadorias, diz médico argentino

FONTE: Vermelho
1 de novembro de 2015 - 8h26

O médico argentino e membro da Rede Popular de Médicos da Argentina, Javier Balbea, esteve no Brasil para participar do seminário “A realidade dos agrotóxicos e transgênicos no Brasil e seus impactos sobre a saúde humana e ambiente”, que ocorreu durante Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

"As tecnologias não são neutras. Elas são instrumentos políticos e algumas servem a determinados poderes para implementar determinadas ações"

Em entrevista ao Saúde Popular, Balbea critica o uso dos transgênicos e agrotóxicos, pois acredita que eles são uma tecnologia que serve ao propósito de dominar os territórios dos países produtores.

Para o médico, o ato de comer e produzir alimentos está ligado diretamente à cultura dos povos, e isso está sendo ameaçado. “A produção transgênica é de mercadoria, não de alimentos. Isso vai na contramão da cultura dos povos”.

Confira abaixo a entrevista de Javier Balbea ao Saúde Popular:

Qual o propósito de uma tecnologia como os transgênicos?
As tecnologias não são neutras. Elas são instrumentos políticos e algumas servem a determinados poderes para implementar determinadas ações.

Se uma tecnologia tem apoio de toda a indústria, vai ser criado um processo de legitimação social para que as pessoas a aceitem.

No caso dos transgênicos, eles servem para a dominação de alguns territórios pela produção de commodities [produtos primários] a favor do capital.

Você disse que comer é um ato cultural. Como os transgênicos mudam nossa forma de comer e produzir?

O alimento é muito mais que nutrientes. Às vezes, comemos sem ter fome, por uma relação social que se estabelece ao redor de produzir e preparar os alimentos.

Quando deixamos de produzir alimentos e passamos aos produtos transgênicos, que são mercadorias, não existe essa relação, porque é uma produção que vai na contramão da cultura dos povos.

Na Argentina, por exemplo, não temos a cultura de comer soja, mas temos uma expansão da fronteira agrícola baseada no cultivo de soja. No Brasil é o mesmo. É uma produção feita, especialmente, para a exportação, que atende ao interesse de outras nações.

Além disso, vários estudos mostraram que ingerir produtos transgênicos gera doenças, como mudanças no tubo digestivo, além da química associada ao produto geneticamente modificado: não há transgênico que não tenha em sua composição agrotóxicos.
Por que países como Brasil e Argentina continuam a usar agrotóxicos comprovadamente perigosos, que foram banidos em outros países?

Esses países, principalmente na Europa, decidiram por pressões populares e outros motivos que esses venenos causam danos à saúde. Mas em países como Brasil e Argentina, onde é mais fácil manipular a política, o uso continua.

São países que não são verdadeiramente soberanos, não podem articular suas próprias políticas; eles respondem às políticas que se desenvolvem nos países capitalistas centrais. Dependem dessa economia que se decide em outro lugar e é aplicada nos seus territórios. Há uma liberdade e impunidade que permite atravessar o direito dos povos.

Por que há um silêncio da comunidade científica sobre muitas denúncias e questionamentos em relação aos transgênicos?
Acredito que por é falta de conhecimento, pelo tipo de formação que existe, que naturaliza essas tecnologias como algo indispensável para a economia e a sociedade.

É o paradigma de que a economia pesa mais que a vida. Toda nossa vida passa pelo consumo. O econômico tem um valor que está acima de qualquer outro direito, é a forma de funcionar da sociedade.

E quando se pensa que não há alternativa, é uma vitória para essa forma de pensar dominante, que não nos deixa acreditar que há formas de produzir sustentáveis e que a saúde é algo utópico.

Mas, cada vez mais, o debate se vai dando de forma maior, em lugares mais importantes. O acúmulo de informação e o mal estar social que vai se gerando através desse tema já não permite que alguns olhem para o outro lado [e ignorem o assunto].

E como a rede de médicos da Argentina contribui para esse debate?
Quando os cientistas vão contra os interesses da indústria, eles são perseguidos, deixados de lado de cargos e carreiras, apenas por publicar o que acreditam ser correto.

É preciso ter um espaço onde os médicos, os profissionais da saúde e outras disciplinas se sintam seguros de poder investigar e compartilhar a informação.

Já realizamos três congressos de saúde ambiental, com pessoas que participaram de discussões sobre transgênicos, agrotóxicos, de modelos produtivos diferentes.

Esse processo criou uma união de cientistas comprometidos com a saúde e a natureza da América Latina. A rede tem sido um espaço que permite criar e contestar, sem que essas pessoas se sintam perseguidas pela indústria, tenham apoio e espaço para pensar outra ciência que esteja a favor dos interesses do povo.

Fonte: MST

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Crianças estão entre as principais vítimas dos efeitos nocivos dos agrotóxicos no Brasil

Dados inéditos da USP indicam que entre 2007 e 2014 foram notificadas 2.150 intoxicações somente na faixa etária de 0 a 14 anos de idade; número pode ser 50 vezes maior
Fonte: Rede Brasil Atual - por Cida de Oliveira publicado 04/09/2015 11:18ELIANA DE SOUZA LIMA/EMBRAPA


Adoecimento: é comum a pulverização de veneno sem equipamento de proteção

São Paulo – Crianças e adolescentes estão entre as principais vítimas dos efeitos nocivos dos agrotóxicos. Um estudo do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), com base em dados do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que entre 2007 e 2014 foram notificadas em todo o país 2.150 intoxicações somente na faixa etária entre 0 e 14 anos de idade. O dado, alarmante, não reflete o real, que pode ser 50 vezes maior. Isso porque de cada 50 casos de intoxicação por esses venenos, apenas um é notificado no serviço de saúde.

Os dados, inéditos, foram apresentados pela professora Larissa Mies Bombardi, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) durante o seminário Impacto dos Agrotóxicos na Vida e no Trabalho, realizado quarta-feira (2) na Câmara dos Vereadores de São Paulo.

Promovido pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, entre outros parceiros que lutam pelo banimento agrotóxicos e das sementes transgênicas no Brasil, o evento integra a programação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que está divulgando a atualização de seu Dossiê Impactos dos Agrotóxicos na Saúde.

Estudiosa do tema, a professora conta que só entre 1999 e 2009, o Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que foram registradas 62 mil intoxicações por agrotóxicos no país.

"São 5.600 intoxicações por ano, 15,5 por dia, uma a cada 90 minutos. Nesse período houve 25 mil tentativas de suicídio com uso de agrotóxico. O dado é alarmante, representando 2.300 casos por ano. São seis por dia”, afirma Larissa, reforçando para o fato que o dado pode ser 50 vezes maior.

Para o presidente do Consórcio de Segurança Alimentar do Sudoeste Paulista e dirigente da Federação da Agricultura Familiar de São Paulo, José Vicente Felizardo, as crianças sempre estiveram expostas a esses venenos no campo, principalmente na plantação de tomates, que predomina em sua região. Ele conta que até o ano 2000 a contaminação na faixa etária entre 5 e 14 anos ocorria durante o trabalho, quando essas crianças manuseavam agrotóxicos, "temperando a calda" – fazendo a diluição. "Eram comuns mortes de crianças", conta.

Conforme ele, as denúncias não surtiam efeito. Até que em 2000 uma criança de 5 anos morreu depois de beber agrotóxico. "Ela estava na roça com a mãe. Bebeu agrotóxico. Conseguimos mobilizar a imprensa, mostrando as embalagens. Desde então, a coisa começou a caminhar."

No entanto, pouca coisa mudou. Segundo Felizardo, crianças pequenas ainda são levadas às roças de tomate pelas mães. "Elas ficam dormindo na sombra enquanto a mãe trabalha. E na hora de pulverizar, a criança é pulverizada junto. Por isso, os números não surpreendem.”

Os venenos afetam também a saúde dos mais velhos. Conforme Felizardo, nos acampamentos de tomate é comum os trabalhadores, ainda adolescentes, desenvolverem depressão e alcoolismo. "Não são raras as tentativas de suicídio, todas sem registro. Na região de Jaú, se a gente ver as pessoas que estão fazendo tratamento de câncer, a maioria está exposta aos agrotóxicos", conta Felizardo.

O dirigente chama ainda a atenção para o assédio, desleal, da indústria do veneno. Em sua região há poucos técnicos. "Se reunir todos os agrônomos do poder público, temos em torno de 40 técnicos para assistência técnica. Uma empresa na cidade vizinha tem, sozinha, 36 agrônomos, cada um com um carro, que sai a cada propriedade vendendo os agrotóxicos. E a cada 15 dias fazem palestra, faz churrasco e bebida e chama os agricultores para fazer propaganda. É muito diferente a atenção. É desleal."

Desde 2009, o Brasil lidera o consumo mundial desses venenos, utilizando sobre suas lavouras um quinto de todo o agrotóxico produzido no mundo. Tamanho consumo está provocando uma verdadeira epidemia, silenciosa e violenta, colocando em risco a vida e saúde dos camponeses, trabalhadores rurais e seus familiares, em contato direto com o produto, e a população da cidade, que consume alimentos cada vez mais encharcados.

Cancerígeno, glifosato não é detectado por testes da Anvisa em alimentos

Em março passado, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou o glifosato, presente em herbicidas como o Roundup – um dos mais utilizados no mundo – como cancerígenos prováveis para o homem.

"Porém, a presença do veneno não é avaliada pela Anvisa em seu monitoramento de agrotóxicos nos alimentos", alerta a professora da Universidade Estadual do Rio do Janeiro (Uerj) e pesquisa da Fiocruz Karen Friedrich, que está entre os 44 autores do Dossiê da Abrasco.

De acordo com a Anvisa, as amostras dos alimentos são encaminhadas aos laboratórios, cuja análise é realizada pelo método analítico de “multirresíduos”. O método rápido, utilizado em outros países, analisa simultaneamente diferentes ingredientes ativos de agrotóxicos em uma mesma amostra.

Porém, esse método não se aplica à análise de alguns ingredientes ativos, como o glifosato, o 24D e o etefon, entre outros, que demandam metodologias específicas e onerosas. Considerando o cenário atual relativa à larga utilização do glifosato e de reavaliação deste ingrediente ativo, a Anvisa está trabalhando para pesquisar o glifosato em algumas culturas agrícolas a partir de 2016, principalmente nas transgênicas e nas culturas em que ocorre o uso como dessecante antes da colheita.

Segundo Karen, isso é grave, já que os alimentos podem conter doses elevadas do veneno. "Se não há limite de segurança, ou seja, o agrotóxico é nocivo à saúde em qualquer quantidade, imagine em grandes doses." Segundo a própria Anvisa, 70% dos alimentos têm agrotóxicos, alguns deles com quantidades bem acima do tolerado.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Exposição a pesticidas X Hábitos alimentares

Fonte: Informativo Acadêmico
By Polyteck - Vai além da sala de aula on 20/05/2015Polyteck Saúde

Estudo mostra que indivíduos que ingerem alimentos orgânicos apresentam menor exposição a organofosforados do que aqueles que consomem alimentos cultivados de maneira convencional.

As práticas de agricultura atuais empregam, em sua maioria, o uso de pesticidas para garantir o crescimento da lavoura. Eles trabalham destruindo, prevenindo ou pelo menos reduzindo a proliferação de pragas como insetos, ratos, ervas daninhas e microrganismos.

Dentro de uma variedade de pesticidas disponíveis no mercado, os organofosforados (OFs) são os mais utilizados. A sua utilização crescente se deve, em parte, à substituição de outra classe de pesticidas, os organoclorados. Por serem altamente tóxicos, cancerígenos e apresentarem alto poder de acúmulo na cadeia alimentar, compostos como o DDT e o BHC foram banidos no Brasil e em outros países há cerca de 30 anos. O princípio de funcionamento dos OFs é a inibição das colinesterases, enzimas responsáveis pela hidrólise da acetilcolina, um neurotransmissor que controla os impulsos nervosos para os músculos. Os efeitos sobre indivíduos expostos ocupacionalmente (agricultores regularmente expostos aos compostos) são conhecidos, e caracterizam-se principalmente por lacrimejamento, salivação, sudorese, diarreia, tremores e distúrbios cardiorrespiratórios (sendo os últimos consequências de broncoconstricção). 

Pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, vem desenvolvendo pesquisas há mais de 20 anos sobre os efeitos e possíveis antídotos para intoxicações por OFs.

Orgânicos X Convencionais
O cultivo do produto orgânico não utiliza nenhum tipo de herbicida, fertilizante ou pesticida, durante o cultivo. Sementes geneticamente modificadas e aditivos químicos e sintéticos são proibidos. Já nos convencionais, o uso de herbicidas, fertilizantes e pesticidas é frequente durante o plantio.

Muitas pessoas podem entender os benefícios de incluir frutas e vegetais nas suas dietas, mas, em geral, não podem mensurar a quantidade de pesticidas que elas ingerem junto com vitamina C e fibras. 


Já que a maioria da população não entra em contato direto com pesticidas, a sua exposição a OFs deve ser influenciada principalmente pelo consumo de alimentos tratados com estes compostos. Por isso um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Washington, de Harvard e do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas na revista Environmental Health Perspectives associou a exposição de uma pessoa a OFs com base em informações sobre suas dietas usuais.

Os pesquisadores analisaram a exposição dietária à organofosforados de aproximadamente 4.500 pessoas de seis cidades americanas. Os cientistas queriam descobrir se a ingestão de produtos orgânicos diminuiria a concentração de metabólitos de 14 OFs na urina dos participantes.

O estudo incluiu dados dietários coletados de participantes do Estudo Multiétnico de Aterosclerose (MESA), um projeto multi-institucional financiado pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA, além do Departamento de Agricultura dos EUA sobre níveis de resíduos de pesticidas em cada tipo de alimento.

Os pesquisadores conseguiram predizer a exposição de cada participante a pesticidas OFs ao cruzar informações sobre o tipo e quantidade de alimentos que cada participante ingere com medidas dos níveis de resíduos de pesticidas encontrados nestes alimentos. 

Os participantes foram subdivididos em três subgrupos de acordo com o nível de exposição calculado com base na dieta: 
  • Consumidores convencionais, que afirmaram raramente ingerir produtos orgânicos;
  • Consumidores medianos, que consumiam orgânicos às vezes; e
  • Consumidores frequentes de alimentos orgânicos. 
As previsões foram comparadas aos níveis de dialquil-fosfato (DAF), metabólito dos OFs comumente utilizados como biomarcadores de OFs, em amostras de urina de um subgrupo de 720 pessoas participantes do MESA.

Os resultados mostram que, entre indivíduos que ingerem quantidades semelhantes de frutas e vegetais, aqueles que afirmam comer apenas alimentos orgânicos têm níveis de exposição a OFs significativamente menores do que os que consumem frutas e vegetais cultivados de maneira convencional. 

Além disso, consumir alimentos tipicamente tratados com OFs durante, incluindo maçãs, nectarinas e pêssegos, foi associado com níveis maiores de exposição. A análise revelou diferenças significativas entre eles: a concentração média de DAF nos consumidores convencionais foi de 163 nmol DAF por grama de creatinina e nos consumidores medianos foi de 121 nmol DAF por grama de creatinina. Enquanto isso, os consumidores frequentes apresentaram concentração média de 106 nmol DAF por grama de creatinina na urina.

Este estudo não é o primeiro a relacionar alimentos orgânicos à exposição reduzida a pesticidas, mas o método utilizado pode ter implicações significativas em pesquisas futuras. Ao combinar informações sobre o consumo típico de alimentos com medidas do Departamento de Agricultura dos EUA, os pesquisadores poderão conduzir pesquisas sobre a relação entre a ingestão de pesticidas e os efeitos sobre a saúde de grandes populações, sem a necessidade de realizar testes de urina. Os cientistas ainda salientam a necessidade do desenvolvimento de melhores métodos de detecção de OFs, já que os metabólitos encontrados na urina têm curta duração.

Como estão associados a uma concentração mais baixa de DAF, os orgânicos podem ser comprovados como reais aliados à saúde. Uma maneira de reduzir a exposição a pesticidas é trocar os alimentos que contém mais resíduos de OFs pelas suas versões orgânicas. Ou seja, aquele tomate orgânico lindo – e mais caro – pode ser a melhor opção. No entanto, os cientistas explicam que mesmo os indivíduos com maiores concentra- ções de DAF não apresentam níveis inaceitáveis de contaminação, compatíveis com estado de intoxicação.
10 alimentos com mais pesticidas

O Grupo de Trabalho Ambiental (EWG, na sigla em inglês) analizou dados do Departamento de Agricultura dos EUA sobre níveis de resíduos de pesticidas em cada tipo de alimento e organizou um guia de compras para alimentos com pesticida. Entre os alimentos que apresentam maiores concentrações de pesticidas estão a maçã, morango e a uva. Os alimentos que apresentaram os menores níveis são abacaxi, milho verde e abacate.
Metodologia

O guia classifica 48 frutas e vegetais populares com base na análise de mais de 32 mil amostras coletadas pelo Departamento de Agricultura dos EUA e pelo Food and Drug Administration (órgão semelhante à Anvisa). 

Os alimentos não são testados todos os anos, por isso o EWG utilizou a amostragem mais recente para cada produto. Quase todos os testes que servem de base para o guia foram realizados pelo Departamento de Agricultura, onde os alimentos foram lavados ou descascados para replicar as práticas dos consumidores. É razoável assumir que alimentos não lavados provavelmente terão maiores concentrações de resíduos de pesticidas.

Para conseguir comparar os alimentos, o EWG analisou seis métricas de contaminação por pesticida:

• Porcentagem de amostras com algum pesticida detectável;

• Porcentagem de amostras com dois ou mais pesticidas detectáveis;

• Número médio de pesticidas em uma única amostra;

• Quantidade média de pesticidas por amostra, medido em partes por milhão;

• Número máximo de pesticidas em uma única amostra;

• Número total de pesticidas no alimento.

Classificação:  Confira no site da Polyteck

■ Fontes:

» Cynthia L. Curl et al., Environmental Health Perspectives (2015)

» Kathleen Tuck, Boise State University 05/02/2015

» USA Environmental Protection Agency

»“Shopper’s Guide to Pesticides in Produce”, Environmental Working Group (2014)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Relatório revela uso de agrotóxicos nas lavouras do Brasil



FONTE: CONSEA

O telejornal “Bom Dia, Brasil”, veiculado pela Rede Globo, exibiu na manhã desta quarta-feira (08/04) uma reportagem de 4 minutos sobre os efeitos dos agrotóxicos – e também dos transgênicos – no Brasil.


Chamo a atenção para alguns dados:
  • 42 milhões de hectaresdas terras brasileiras são plantados com sementes geneticamente modificadas.
  • Os transgênicos aumentam o uso de agrotóxicos
  • 93% da soja plantada no Brasil é transgênica
  • 82% do milho plantado no Brasil é transgênico
  • 65% do algodão plantado no Brasil é transgênico

A reportagem revela dados de um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Câncer, o Inca. O relatório mostra o Brasil como maior consumidor desses produtos no planeta – mais de 1 milhão de toneladas em 2009, uma proporção de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante.

Veja também: Em 2014, cada brasileiro consumiu 7,3 litros de agrotóxicos

De acordo com o Inca, as atuais práticas de uso de produtos químicos sintéticos usados para matar insetos ou plantas no ambiente rural e urbano oferecem risco à saúde. A instituição afirma que essas substâncias geram grandes problemas como poluição ambiental e intoxicação de pessoas, como trabalhadores e moradores dos arredores de plantações e criações.

"As intoxicações agudas são caracterizadas por efeitos como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões e morte", explica a nota do instituto.

"Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos de agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer", destaca o documento.

Citando análises realizadas por órgãos oficiais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, o Inca afirma que a presença de agrotóxicos "não ocorre apenas em alimentos 'in natura', mas também em muitos produtos alimentícios processados pela indústria, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas e outros que têm como ingredientes o trigo, o milho e a soja, por exemplo".

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em suas instâncias internas e fóruns como a conferência nacional, tem deliberado sobre o assunto, pedindo a proibição dos produtos já banidos de outros países e um maior controle do Estado sobre o comércio e o uso dos agrotóxicos no país, em sintonia com os estudos realizados pela Anvisa, INCA e Abrasco - Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Além disso, para aprofundar o debate, a partir da pluralidade de opiniões e ideias sobre o assunto, o Consea promoveu recentemente duas "mesas de controvérsias" - uma sobre agrotóxicos e outra sobre transgênicos. Ao final desses encontros, o Consea elaborou relatórios sobre os eventos, nos quais foram listadas as propostas em relação a esses temas.

Para baixar o relatório da Mesa de Controvérsias sobre Agrotóxicos, clique aqui.
Para o relatório da Mesa de Controvérsias sobre Transgênicos, clique aqui.
Para assistir a reportagem exibida Bom Dia, Brasil - TV Globo , clique aqui.


Fonte: Mundo Virtual

quinta-feira, 7 de maio de 2015

:: Saúde Pública em Alerta :: Uso de agrotóxicos no Brasil aumenta 162% em 12 anos, aponta estudo

Desde 2009 o Brasil assumiu a posição de primeiro consumidor mundial de agrotóxico. Consumo daria 5,5 quilos por brasileiro/ano
Fonte: Jornal Araxá



Dados, preocupantes, são da Associação Brasileira de Agroecologia. Reprodução

O setor agrícola brasileiro comprou, no ano de 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos, sendo que muitos deles são proibidos em outros países. De 2000 a 2012, o aumento em toneladas compradas foi 162,32%. Os dados estão no Dossiê Abrasco – Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde, divulgado recentemente pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

“Desde 2009 o Brasil assumiu a posição de primeiro consumidor mundial de agrotóxico. O consumo daria 5,5 quilos por brasileiro por ano”, disse o diretor da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Paulo Petersen.

Petersen explica que o aumento está diretamente relacionado à expansão da monocultura e dos transgênicos. “Ao contrário do que vinha sendo propagandeado quando eles [transgênicos] foram lançados, que permitiriam que o uso de agrotóxico diminuísse, porque seriam resistentes às pragas, o que se verificou foi o oposto. Não só está usando mais, como está usando agrotóxicos mais poderosos, mais fortes. Nós fomos levados a importar em regime de urgência determinados agrotóxicos que sequer eram permitidos no Brasil para combater pragas na soja e no algodão transgênicos, que foram atacados por lagartas”.

Segundo Petersen, 22 dos 50 princípios ativos mais empregados em agrotóxicos no Brasil estão banidos em outros países, além de haver uso além da necessidade técnica e métodos menos tóxicos e eficientes para o controle de pragas. “Estamos em uma situação de total descontrole, o Estado não cumpre o processo de fiscalização como deveria e a legislação para o uso de agrotóxicos também não é cumprida”, disse.

O Brasil registrou, entre 2007 e 2014, 34.147 casos de intoxicação por agrotóxico, de acordo com o presidente da ABA. Entre os problemas causados por esse tipo de intoxicação estão mal formação de feto, câncer, disfunção fisiológica, problemas cardíacos e neuronais.

Desde a primeira edição, o debate sobre a questão foi ampliado na sociedade civil e também no governo e levou à criação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), cuja minuta está pronta mas ainda aguarda lançamento oficial pelo governo.

“Nesse debate, nós sustentamos a ideia, já confirmada por vários órgãos oficiais, de que é possível haver uma redução bastante significativa no consumo de agrotóxico no Brasil sem que isso comprometa em nada a eficiência econômica da agricultura brasileira”, afirma o pesquisador.

O dossiê é uma revisão da versão publicada em 2012. O trabalho deste ano tem mais de 600 páginas e teve o acréscimo de acontecimentos marcantes, estudos científicos e decisões políticas que envolvem os agrotóxicos. A publicação reúne, por exemplo, informações sobre a relação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde, como os que foram divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A edição de 2015 do dossiê traz um quarto capítulo inédito que aponta o caminho da agroecologia como forma sustentável e saudável de produção no longo prazo. “Esse capítulo apresenta várias experiências, de diferentes regiões do Brasil, que demonstram que é perfeitamente possível ser economicamente viável, ambientalmente sustentável, benéfico à saúde pública e produzindo em quantidade e qualidade”.

O dossiê propõe dez ações urgentes, como priorizar a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia no lugar do financiamento público ao agronegócio; impulsionar debates internacionais e enfrentar a concentração do sistema alimentar mundial; banir os agrotóxicos já proibidos em outros países; rever os parâmetros de potabilidade da água, para limitar o número de substâncias químicas aceitáveis e diminuir os valores máximos permitidos e proibir a pulverização aérea de agrotóxicos.

C/ Agência Brasil

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Agrotóxico está escondido até em lasanhas e biscoitos

Fonte: A Tribuna
EGLE CISTERNA - 15/04/2015 - 19:46 - Atualizado em 15/04/2015 - 19:47


Relatório do Inca aponta que o Brasil se tornou o maior consumidor mundial do produto

É comum imaginar a presença de agrotóxicos em alimentos in natura,como verduras e hortaliças, mas eles podem estar escondidos em vários outros produtos processados pela indústria. A lista vai de biscoitos, salgadinhos, pães e cereais matinais a lasanhas e pizzas – e a todos os outros produtos que têm o trigo, o milho e a soja, como ingredientes. Nem a carne ou o leite estão livres dos agrotóxicos.

De acordo com relatório apresentado na última semana pelo Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), o uso de agrotóxicos no Brasil saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$ 8,5 bilhões, entre 2001 e 2011. Em 2009, o País se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com mais de um milhão de toneladas – o equivalente a um consumo médio de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante.

Contaminação e saúde

Segundo o levantamento, o uso de sementes transgênicas foi um dos responsáveis por essa realidade, uma vez que exigem grande quantidade de agrotóxicos em sua produção. Parte dessa química fica nos alimentos, mas parte acaba depositada no solo e pode até atingir o lençol freático, o que facilita a contaminação dos animais.

A exposição a esses produtos em alimentos e no ambiente, ainda que em doses baixas, pode causar intoxicações crônicas e afetar toda a população. Segundo o Inca, os efeitos adversos decorrentes da exposição crônica aos agrotóxicos podem aparecer muito tempo após a exposição e causar, entre outros problemas, infertilidade, impotência, abortos, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer.

Nas feiras

Uma alternativa para os produtos repletos de inseticidas e outros químicos são os alimentos orgânicos. Apesar de já contarem com feiras específicas em Santos, ainda são pouco conhecidos pela população.

“Os fregueses associam muitas vezes o orgânico com a hortaliça que “tem bicho” e preferem os com agrotóxico. Trocam aquilo que está com alguma sujeirinha, que pode ser facilmente limpo, por um produto com veneno”, diz a feirante Jaqueline Fernandes.




Os consumidores preferem ver preço a saber se o alimento possui ou não agrotóxico

Outra feirante, Eloisa Guida, vai além. “Aqui, as pessoas nem perguntam sobre agrotóxicos. Querem saber o que é mais barato, das frutas da estação”.

A dona de casa Sidneia Maria Rael afirma levar em consideração o preço na hora de escolher o produto. “Esses aí (orgânicos) eu não encontro em todos os lugares e são muito caros. Só levo para casa quando estão em promoção”.

Para o feirante Paulo Sergio Padovesi, aos poucos, a cultura dos fregueses da feira livre está mudando. “Na feira de sábado, na Pompeia, por exemplo, já compensa levar produtos orgânicos, pois há saída. Mas a produção ainda é pouca; são pequenos produtores que se juntam para vender uma quantidade menor. Isso faz com que o preço seja 50% maior do que aqueles que utilizam agrotóxicos”.

Evite danos

Para reduzir possíveis danos à saúde de produtos com agrotóxico, a dica é lavar bem o alimento. “Deve-se lavar em água corrente, usando até uma escovinha macia, em alguns casos”, ensina o nutricionista Cézar Henrique Azevedo. Ele orienta que algumas frutas, como o morango, não devem ficar muito tempo de molho. “A casca pode se dissolver e o defensivo agrícola entra no alimento”.

Azevedo aconselha também a lavar apenas a quantidade de frutas que for consumir na sequência, não deixar os produtos de molho na geladeira e não utilizar água quente para a limpeza. Deixar verduras de molho em uma solução de hipoclorito de sódio com água também é eficiente.

Nota do Blog Alimento Puro: Agrotóxico está dentro do alimento, não sai com nenhum produto ou com lavagem a quente ou frio. O que sai é o que está por fora que é uma quantidade mínima.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Da série " A melhor maneira de ajudar uma pessoa é ensiná-la a pensar - Praticidade ou qualidade, saúde ou doença? Vc escolhe.

"Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes. Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo. Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem. Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores pois...

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO. Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA. "

Eu tenho mania de ler coisas e ligá-las com a alimentação, é um vício já. Isso também aconteceu com este texto do Roberto Shinyashiki.


Vou explicar. Ao tomarmos consciência da importância da alimentação que escolhemos, o que esse alimento representa na nossa saúde, nos impactos ao Meio Ambiente, na vida do Agricultor, na vida da nossa família. Que podemos escolher se nossos filhos terão ou não lembranças de sabores e aromas vindos da nossa cozinha, refletindo cuidados e carinhos. Ao optarmos por um alimento mais puro, sem os malefícios dos agrotóxicos, transgênicos, aditivos químicos, o caminho certamente será mais árduo, seremos diferentes da maioria, enfrentaremos dificuldades e críticas.

Teremos que planejar onde comprar este alimento, procurar feiras especializadas, conversar com os agricultores, relembrar gostos e cheiros. Teremos que criar o hábito de ler os ingredientes nos rótulos, descobrir o que realmente está dentro das embalagens e que aquelas marcas “mães”, tradicionais, são as mais envenenadas de aditivos, açúcares, sódio e gorduras ruins.

Comida de verdade não vem dentro de pacotes ou saquinhos. Exige mais da nossa atenção, mas também nos brinda com sabores e saberes especiais, que estarão presentes em nossa memória pelo resto de nossas vidas.

A indústria alimentícia sabe muito bem disso, usam imagens lúdicas e palavras doces para nos fazer cair nessa estranha teia alimentícia, que nos faz pensar em um chocolate “pensado para crianças” ou sucos industrializados, cheios de açúcar e aditivos, que representam tanto o carinho de uma mãe, que faz com que a criança queira ser igual à ela quando crescer.

Caímos nessas armadilhas que criaram alimentos para crianças e alimentos para adultos. Alimento infantil é leite materno. Quando a criança começa a se alimentar come comida de adulto, ou o que deveria ser chamado de comida: frutas, verduras, legumes, grãos, etc. Não parece óbvio?


Então porque servimos refrigerantes nas mamadeiras? Porque premiamos as crianças com quilos de sódio, açúcar, gordura e conservantes disfarçados em pirulitos, biscoitos recheados, salgadinhos, gelatinas coloridíssimas, chocolates com tudo menos cacau, achocolatados, sorvetes, e outras calorias vazias de nutrientes e que só fazem mal aos pequenos? “E depois, reclamamos: meu filho não come, só gosta de besteiras”!

Alimentar é nutrir, é cuidar, é gerar saúde e energia. Tenho visto algumas mães cuidadosas que são criticadas porque dão frutas às crianças: “Nossa sua filha gosta de melancia?” Ou porque dão água em vez de refrigerante e ainda ouvem “ela vai ficar aguada, com vontade!” Vontade de que se ela nunca experimentou? Ah dá um docinho para ele, afinal é uma criança! Por isso mesmo, é uma criança que ainda não sabe escolher.

Temos o poder de formar o paladar de nossos filhos e optamos pela praticidade. Papinhas industrializadas são mais rápidas do que cozinhar alguns legumes, amassar e servir uma comida fresca, rica em nutrientes e que sabemos de onde veio e como foi feita. Espremer uma laranja também é muito complicado, melhor abrir uma latinha ou uma caixinha longa vida, com a vantagem de que aquele líquido não estraga, não é? Aí para os biscoitinhos cheios de gordura vegetal é um salto e terminamos no fast food, afinal todo mundo faz assim!

Pois é, e neste ponto retornamos lá no texto acima: “para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso”.


Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO. Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA. 

É por isso que escrevo este Blog Alimento Puro que esclarece o que é alimento de verdade e o que é produto alimentício, as armadilhas dos agrotóxicos, transgênicos, industrializados. 

Não sabe como colocar em prática? Leia as receitas no meu outro Blog BioCulinária, pesquise, crie faça diferente, mas faça. 

Alimentar é nutrir a vida de VIDA.







sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Calendário Agrícola - Saiba o que está na época e se proteja um pouco dos agrotóxicos



Ferramenta essencial para quem quer se alimentar melhor e saber os alimentos típicos da época. Clique aqui

Os alimentos da época nãoprecisam de tanto agrotóxico é uma maneira de se proteger quando não achamos alimentos orgânicos.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mais doenças, mais lucro



Foto: Reprodução/Internet

Fonte: Envolverde Jornalismo e Sustentabilidade

À medida que o mundo moderno continua a consumir doenças – toxicidade ambiental, alimentos geneticamente modificados, gordura TRANS, excesso de sódio, açúcar, farináceos industrializados, conservantes, agrotóxicos, corantes etc. – as consequências à saúde se tornam mais prevalecentes e difíceis de se ignorar. Para a indústria farmacêutica , entretanto, não poderia ser melhor. A escalada de doenças colocou as fabricantes de remédios como uma das mais rentáveis do planeta. Com dúzias de escolhas de drogas para cada tipo de sintoma existente ou doença crônica, a indústria se equilibrou no fato de produzir bilhões de dólares mesmo com a saúde continuando a declinar vertiginosamente. O mais irônico de tudo isso é que a imensa maioria dos medicamentos fabricados é designada para tratar doenças que podem ser corrigidas por simples mudanças no estilo de vida, tais como adoção de métodos corretos de exercícios físicos e dieta alimentar.

No caso do Diabetes, por exemplo, a indústria farmacêutica tem estudos que prevêem faturamento de mais de 23 bilhões de dólares nos próximos 20 anos nos tratamentos dos estimados 280 milhões de novos pacientes diagnosticados com a doença.

Um estudo da American Heart Association estima que em 2030, cerca de 40% dos adultos americanos apresentarão algum tipo de doença cardíaca, incluindo comprometimento de artérias coronárias (angina, infarto), hipertensão arterial e acidente vascular cerebral (derrame), entre outras. O estudo não leva em conta mudanças no estilo de vida e que poderiam ser suficientes para evitar o surgimento dos problemas. O custo dos procedimentos médicos (medicamentos, cirurgia, tratamentos específicos etc) serão três vezes maiores do que os de hoje, no mínimo. A estimativa é que doenças cardíacas passem a custar cerca de US$ 1 trilhão por ano. Não é dificil se imaginar para onde vai a maioria desses recursos. Logicamente os principais premiados são os fabricantes dos remédios.

Não surpreendentemente, existe forte ligação entre doenças coronarianas e diabetes do tipo II. Estudos já bem documentados mostram que adultos portadores de diabetes são de duas a quatro vezes mais propensos a desenvolverem doenças cardíacas do que a população sem diabetes. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desses problemas incluem o tabagismo, obesidade, sedentarismo e dieta alimentar desregrada. Ora, se a indústria alimentícia produz grandes “venenos” para se comer, usando a mídia para incentivar o aumento de peso, a indústria do tabaco continua a todo o vapor e nada se faz para educar a população quanto à adoção de hábitos de vida salutar, como imaginar que a SAÚDE venha a prevalecer? É claro que muitos lucram com a indústria da doença. …e que se danem os outros.

* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

** Publicado originalmente no site Mercado Ético.

(Mercado Ético)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Feiras comercializam produtos orgânicos em Belém


Fonte G1
Veja o calendário das feiras na Praça Batista Campos e Praça Brasil.
Entre os produtos estão hortaliças, cosméticos e plantas ornamentais.



Feiras orgânicas de Belém garantem alimentação saudável. (Foto: Divulgação/ Ascom Secon)

Produtores de Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara, Santô Antônio do Tauá, Santa Bárbara, Santa Luzia, Acará e Barcarena comercializam nas feiras da capital uma variedade de produtos sem agrotóxicos, cultivadas nas próprias comunidades desses agricultores. Ordenados pela Secretaria de Economia (Secon), as feiras ocorrem na Praça Batista Campos e na Praça Brasil ao longo do ano.

Entre os produtos comercializados nas feiras orgânicas nas praças estão: hortaliças folhosas, cosméticos, óleos naturais, condimentos e temperos, adubos e plantas ornamentais, além dos mais variados gêneros de frutas e verduras. “Além da qualidade dos produtos, gosto desse contato direto com o produtor, assim, conheço a origem dos alimentos e tiro algumas dúvidas sobre o consumo”, comenta a dona de casa e cliente fiel da feira na Praça Brasil, Rosilene Vergolino.

O consumo de produtos orgânicos caiu no gosto dos belenenses e a procura por frutas, legumes e especiarias sem agrotóxicos tem movimentado as feiras. “Como a venda é feita nas calçadas, em frente à praça, os produtores precisam da autorização de uso do espaço e contínuas orientações para não atrapalhar a área reservada aos pedestres”, explica a técnica da Secon, Sandra Simões.

A partir do ano de 2014, a Associação de Produtores Orgânicos do Pará optou por fixar no calendário todas as quartas-feiras na Praça Brasil e em sábados alternados na mesma praça e em frente à Praça Batista Campos.

Veja o calendário para julho e os próximos meses:

Julho
Sábados: dias 05 e 19
Quartas: 02, 09,16, 23 e 30
Sábados: 12 e 26

Agosto
Sábados: 02 e 16
Quartas: 06, 13, 20 e 27
Sábados: 09, 23 e 30

Setembro
Sábados: 06 e 20
Quartas: 03,10, 17 e 24
Sábados: 13 e 27

Outubro
Sábados: 04 e 18
Quartas: 01, 08, 15, 22 e 29
Sábados: 11 e 25

Novembro
Sábados: 01 e 15
Quartas: 05, 12, 19 e 26
Sábados: 08, 22 e 29

Dezembro
Sábados: 06 e 20
Quartas: 03, 10, 17, 24 e 31
Sábados: 13 e 27.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O doce veneno nos campos do senhor

No Conexão Repórter desta quarta-feira, 18 de junho, Roberto Cabrini comandou uma investigação exclusiva e revelou as graves consequências do uso indiscriminado de agrotóxicos. No sertão nordestino, o programa encontrou trabalhadores desprotegidos que se contaminam todos os dias. Uma região onde a incidência de câncer chega a ser 30% maior do que o normal. Assista na íntegra: www.sbt.com.br/conexaoreporter/reportagens/?id=61279

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Teste mostra presença de glifosato em leite materno nos EUA‏



Testes realizados em mães estadunidenses mostraram a presença do herbicida glifosato, comercializado pela Monsanto sob a marca Roundup, no leite materno.

Os testes foram encomendados pelas ONGs Moms Across America e Sustainable Pulse e mostraram altos níveis do veneno em 3 das 10 amostras coletadas (76 ug/l, 99 ug/l and 166 ug/l): de 760 a 1.600 vezes maiores que o limite máximo permitido para a água potável na Europa.

Foram também analisadas amostras de urina e de água potável nos EUA para detecção de glifosato. Os níveis do herbicida encontrados nas amostras de urina foram mais de 10 vezes maiores que aqueles encontrados em testes similares realizados na Europa em 2013 pela ONG Friends of the Earth. A presença do glifosato também foi detectada em 13 das 21 amostras de água potável, algumas em níveis superiores ao limite permitido na Europa.

Os testes foram realizados pelo laboratório Microbe Inotec, em St. Louis, Missouri (EUA), sem, inicialmente, a pretensão de constituir um estudo científico completo. O objetivo da iniciativa, ao contrário, foi o de inspirar e estimular a realização de estudos científicos aprofundados por agências reguladoras e cientistas independentes em todo o mundo.

Zen Honeycutt, fundadora e diretora da ONG Moms Across America, informou que “as mães que doaram amostras de leite para análise eram informadas a respeito do glifosato e dos alimentos transgênicos, e a maioria delas vinha buscando evitar o consumo de transgênicos e de glifosato durante vários meses. Isso sugere que os níveis de glifosato no leite de outras mães que não estão atentas a essa questão deve ser ainda muito maior”.

Por outro lado, segundo informou Honeycutt, os resultados também mostraram que as mulheres que vinham consumindo estritamente alimentos orgânicos e não transgênicos no período de vários meses até dois anos não continham glifosato no leite materno em níveis detectáveis.

As lavouras transgênicas tolerantes à aplicação de glifosato são largamente cultivadas nos EUA – e também no Brasil – e são responsáveis por um correspondente extensivo uso do herbicida. Não existe em nenhum país um limite estabelecido para a presença de glifosato no leite materno, uma vez que, conforme defendido pela Monsanto (primeira fabricante do veneno), os órgãos reguladores em todo o mundo elaboraram as normas baseados na suposição de que o glifosato não é bioacumulativo – o que, segundo apontam os testes recentes, parece não ser verdadeiro.

No Brasil, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Mato Grosso já havia encontrado resíduos de seis tipos de agrotóxicos em amostras de leite materno de 62 mães do município de Lucas do Rio Verde (MT), um dos cinco maiores produtores de grãos do estado. Em todas as amostras foi encontrado ao menos um tipo de agrotóxico (em todas as mães foram encontrados resíduos de DDE, um metabólico do DDT, agrotóxico proibido no Brasil há mais de dez anos).

Com informações de:

- World’s number 1 herbicide discovered in US mothers’ breast milk - Sustainable Pulse, 06/04/2014

- Glyphosate Testing Full Report: Findings in American Mothers’ Breast Milk, Urine and Water - Moms Across America, 07/04/2014

- Glyphosate Detected in Breast Milk of American Mothers – Third World Network, 15/04/2014

Fonte: Boletim AS-PTA
10/05/2014

Rotulagem dos transgênicos ainda corre risco no Congresso

No Boletim 672 alertamos sobre o PL Heinze, que dispensa a rotulagem de alimentos que possuem ingredientes transgênicos, e dorisco de ele ser votado na Câmara dos Deputados nesta semana.

O PL não foi votado, mas é possível que ele volte à pauta de votações na próxima semana.

É importante, assim, que todos continuem enviando mensagens aos deputados utilizando a ferramentainstalada no site do Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.

Mesmo quem já enviou pode mandar novamente, quantas vezes quiser!

domingo, 27 de abril de 2014

PESTICIDAS :: UM PROBLEMA PÚBLICO

Pesticidas
... em nossa alimentação, mesmo após a lavagem;
... em nossos corpos, por anos,
... e em nosso ambiente, que viajam muitos quilômetros em vento, água e poeira.

O que está na minha comida? é um banco de dados pesquisável projetado para tornar o problema público da exposição a pesticidas visível e mais compreensível.

Como é que esta ferramenta funciona? Ligamos dados de resíduos de alimentos de pesticidas com a toxicologia para cada produto químico, tornando essas informações facilmente pesquisáveis ​​pela primeira vez.pesticidas são um problema de saúde pública que exige compromisso público de resolver.

Use a ferramenta, compartilhá-lo com os outros: nós o construímos para ajudar a mover a conversa pública sobre agrotóxicos em uma arena onde você não tem que ser um especialista para participar. 

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Especialista indica que pelo menos 30% de 20 alimentos analisados não poderiam estar na mesa do brasileiro

Fonte: Último Segundo IG

Os indicadores que apontam o pujante agronegócio como a galinha dos ovos de ouro da economia não incluem um dado relevante para a saúde: o Brasil é maior importador de agrotóxicos do planeta. Consome pelo menos 14 tipos de venenos proibidos no mundo, dos quais quatro, pelos riscos à saúde humana, foram banidos no ano passado, embora pesquisadores suspeitem que ainda estejam em uso na agricultura.



National Geographic
Foto mostra a diferença entre um solo cultivado organicamente (esquerda) e outro que recebeu a adição de adubos químicos ou agrotóxicos

Em 2013 foram consumidos um bilhão de litros de agrotóxicos no País – uma cota per capita de 5 litros por habitante e movimento de cerca de R$ 8 bilhões no ascendente mercado dos venenos.

Assista: Agrotóxicos afetam a saúde de 12 milhões na Argentina

Dos agrotóxicos banidos, pelo menos um, o Endosulfan, prejudicial aos sistemas reprodutivo e endócrino, aparece em 44% das 62 amostras de leite materno analisadas por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) no município de Lucas do Rio Verde, cidade que vive o paradoxo de ícone do agronegócio e campeã nacional das contaminações por agrotóxicos. Lá se despeja anualmente, em média, 136 litros de venenos por habitante.

Na pesquisa coordenada pelo médico professor da UFMT Wanderlei Pignati, os agrotóxicos aparecem em todas as 62 amostras do leite materno de mães que pariram entre 2007 e 2010, onde se destacam, além do Endosulfan, outros dois venenos ainda não banidos, o Deltametrina, com 37%, e o DDE, versão modificada do potente DDT, com 100% dos casos. Em Lucas do Rio Verde, aparecem ainda pelo menos outros três produtos banidos, o Paraquat, que provocou um surto de intoxicação aguda em crianças e idosos na cidade, em 2007, o Metamidofóis, e o Glifosato, este, presente em 70 das 79 amostras de sangue e urina de professores da área rural junto com outro veneno ainda não proibido, o Piretroides.

Veja também: Agrotóxico contamina leite materno

Na lista dos proibidos em outros países estão ainda em uso no Brasil estão o Tricolfon, Cihexatina, Abamectina, Acefato, Carbofuran, Forato, Fosmete, Lactofen, Parationa Metílica e Thiram.

Chuva de lixo tóxico

“São lixos tóxicos na União Europeia e nos Estados Unidos. O Brasil lamentavelmente os aceita”, diz a toxicologista Márcia Sarpa de Campos Mello, da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional e Ambiental do Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde. Conforme aponta a pesquisa feita em Lucas do Rio Verde, os agrotóxicos cancerígenos aparecem no corpo humano pela ingestão de água, pelo ar, pelo manuseio dos produtos e até pelos alimentos contaminados.

Mais: Estudante morre após tomar agrotóxico vendido como emagrecedor

Venenos como o Glifosato são despejados por pulverização aérea ou com o uso de trator, contaminam solo, lençóis freáticos, hortas, áreas urbanas e depois sobem para atmosfera. Com as precipitações pluviométricas, retornam em forma de “chuva de agrotóxico”, fenômeno que ocorre em todas as regiões agrícolas mato-grossenses estudadas. Os efeitos no organismo humano são confirmados por pesquisas também em outros municípios e regiões do país.

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo a pesquisadora do Inca, mostrou níveis fortes de contaminação em produtos como o arroz, alface, mamão, pepino, uva e pimentão, este, o vilão, em 90% das amostras coletadas. Mas estão também em praticamente toda a cadeia alimentar, como soja, leite e carne, que ainda não foram incluídas nas análises.

O professor Pignati diz que os resultados preliminares apontam que pelo menos 30% dos 20 alimentos até agora analisados não poderiam sequer estar na mesa do brasileiro. Experiências de laboratórios feitas em animais demonstram que os agrotóxicos proibidos na União Europeia e Estados Unidos são associados ao câncer e a outras doenças de fundo neurológico, hepático, respiratórios, renais e má formação genética.

Câncer em alta

A pesquisadora do Inca lembra que os agrotóxicos podem não ser o vilão, mas fazem parte do conjunto de fatores que implicam no aumento de câncer no Brasil cuja estimativa, que era de 518 mil novos casos no período 2012/2013, foi elevada para 576 mil casos em 2014 e 2015. Entre os tipos de câncer, os mais suscetíveis aos efeitos de agrotóxicos no sistema hormonal são os de mama e de próstata. No mesmo período, segundo Márcia, o Inca avaliou que o câncer de mama aumentou de 52.680 casos para 57.129.

Na mesma pesquisa sobre o leite materno, a equipe de Pignati chegou a um dado alarmante, discrepante de qualquer padrão: num espaço de dez anos, os casos de câncer por 10 mil habitantes, em Lucas do Rio Verde, saltaram de três para 40. Os problemas de malformação por mil nascidos saltaram de cinco para 20. Os dados, naturalmente, reforçam as suspeitas sobre o papel dos agrotóxicos.

Pingati afirma que os grandes produtores desdenham da proibição dos venenos aqui usados largamente, com uma irresponsável ironia: “Eles dizem que não exportam seus produtos para a União Europeia ou Estados Unidos, e sim para mercados africanos e asiáticos.”

Apesar dos resultados alarmantes das pesquisas em Lucas do Rio Verde, o governo mato-grossense deu um passo atrás na prevenção, flexibilizando por decreto, no ano passado, a legislação que limitava a pulverização por trator a 300 metros de rios, nascentes, córregos e residências. “O novo decreto é um retrocesso. O limite agora é de 90 metros”, lamenta o professor.

“Não há um único brasileiro que não esteja consumindo agrotóxico. Viramos mercado de escoamento do veneno recusado pelo resto do mundo”, diz o médico Guilherme Franco Netto, assessor de saúde ambiental da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Na sexta-feira, diante da probabilidade de agravamento do cenário com o afrouxamento legal, a Fiocruz emitiu um documento chamado de “carta aberta”, em que convoca outras instituições de pesquisa e os movimentos sociais do campo ligados à agricultura familiar para uma ofensiva contra o poder (econômico e político) do agronegócio e seu forte lobby em toda a estrutura do governo federal.

Reação da Ciência

A primeira trincheira dessa batalha mira justamente o Palácio do Planalto e um decreto assinado, no final do ano passado, pela presidente Dilma Rousseff. Regulamentado por portaria, a medida é inspirada numa lei específica e dá exclusividade ao Ministério da Agricultura _ histórico reduto da influente bancada ruralista no Congresso _ para declarar estado de emergência fitossanitária ou zoossanitária diante do surgimento de doenças ou pragas que possam afetar a agropecuária e sua economia.

Essa decisão, até então era tripartite, com a participação do Ministério da Saúde, através da Anvisa, e do Ministério do Meio Ambiente, pelo Ibama. O decreto foi publicado em 28 de outubro. Três dias depois, o Ministério da Agricultura editou portaria declarando estado de emergência diante do surgimento de uma lagarta nas plantações, a Helicoverpa armigera, permitindo, então, para o combate, a importação de Benzoato de Emamectina, agrotóxico que a multinacional Syngenta havia tentado, sem sucesso, registrar em 2007, mas que foi proibido pela Anvisa por conter substâncias tóxicas ao sistema neurológico.

Na carta, assinada por todo o conselho deliberativo, a Fiocruz denuncia “a tendência de supressão da função reguladora do Estado”, a pressão dos conglomerados que produzem os agroquímicos, alerta para os inequívocos “riscos, perigos e danos provocados à saúde pelas exposições agudas e crônicas aos agrotóxicos” e diz que com prerrogativa exclusiva à Agricultura, a população está desprotegida.

A entidade denunciou também os constantes ataques diretos dos representantes do agronegócio às instituições e seus pesquisadores, mas afirma que com continuará zelando pela prevenção e proteção da saúde da população. A entidade pede a “revogação imediata” da lei e do decreto presidencial e, depois de colocar-se à disposição do governo para discutir um marco regulatório para os agrotóxicos, fez um alerta dramático:

A Fiocruz convoca a sociedade brasileira a tomar conhecimento sobre essas inaceitáveis mudanças na lei dos agrotóxicos e suas repercussões para a saúde e a vida.”
Para colocar um contraponto às alegações da bancada ruralista no Congresso, que foca seu lobby sob o argumento de que não há nexo comprovado de contaminação humana pelo uso de veneno nos alimentos e no ambiente, a Fiocruz anunciou, em entrevista ao iG, a criação de um grupo de trabalho que, ao longo dos próximos dois anos e meio, deverá desenvolver a mais profunda pesquisa já realizada no país sobre os efeitos dos agrotóxicos – e de suas inseparáveis parceiras, as sementes transgênicas – na saúde pública.

O cenário que se desenha no coração do poder, em Brasília, deve ampliar o abismo entre os ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento, de um lado, e da Saúde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, de outro. Reflexo da heterogênea coalizão de governo, esta será também uma guerra ideológica em torno do modelo agropecuário. “Não se trata de esquerdismo desvairado e nem de implicância com o agronegócio. Defendemos sua importância para o país, mas não podemos apenas assistir à expansão aguda do consumo de agrotóxicos e seus riscos com a exponencial curva ascendente nos últimos seis anos”, diz Guilherme Franco Netto. A queda de braços é, na verdade, para reduzir danos do modelo agrícola de exportação e aumentar o plantio sem agrotóxicos.

Caso de Polícia

“A ciência coloca os parâmetros que já foram seguidos em outros países. O problema é que a regulação dos agrotóxicos está subordinada a um conjunto de interesses políticos e econômicos. A saúde e o ambiente perderam suas prerrogativas”, afirma o pesquisador Luiz Cláudio Meirelles, da Fiocruz. Até novembro de 2012, durante 11 anos, ele foi o organizador gerente de toxicologia da Anvisa, setor responsável por analisar e validar os agrotóxicos que podem ser usados no mercado.

Meirelles foi exonerado uma semana depois de denunciar complexas falcatruas, com fraude, falsificação e suspeitas de corrupção em processos para liberação de seis agrotóxicos. Num deles, um funcionário do mesmo setor, afastado por ele no mesmo instante em que o caso foi comunicado ao Ministério Público Federal, chegou a falsificar sua assinatura.

“Meirelles tinha a função de banir os agrotóxicos nocivos à saúde e acabou sendo banido do setor de toxicologia”, diz sua colega do Inca, Márcia Sarpa de Campos Mello. A denúncia resultou em dois inquéritos, um na Polícia Federal, que apura suposto favorecimento a empresas e suspeitas de corrupção, e outro cível, no MPF. Nesse, uma das linhas a serem esclarecidas são as razões que levaram o órgão a afastar Meirelles.

As investigações estão longe de terminar, mas forçaram já a Anvisa – pressionada pelas suspeitas –, a executar a maior devassa já feita em seu setor de toxicologia, passando um pente fino em 796 processos de liberação avaliados desde 2008. A PF e o MPF, por sua vez, estão debruçados no órgão regulador que funciona como o coração do agronegócio e do mercado de venenos.

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