segunda-feira, 25 de junho de 2018

PROJETO DE LEI DOS AGROTÓXICOS


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A lei brasileira de agrotóxicos é de 1969. Havia na Câmara dos Deputados diversos projetos de lei (PL) para modificá-la. Recentemente, o deputado Luiz Nishimori, do PR, reuniu todos aqueles PL em um só, que está em discussão na Câmara. É um projeto que, se aprovado, substituirá a atual lei de agrotóxicos.

A Comissão de Agricultura da Câmara não convocou audiência pública para discutir este PL, apesar das várias propostas e tentativas de realizar a audiência. Em vez disso, deputados favoráveis ao PL queriam votar logo, sem muita discussão, e constituíram uma Comissão Especial que dispensa a apreciação nas demais comissões (de Saúde, Meio Ambiente e outras), passando só pela Comissão de Constituição e Justiça.

Alguns deputados integrantes da Comissão Especial resistiram à manobra e, usando brechas permitidas pelo Regulamento da Câmara, têm conseguido ganhar tempo, já que a maioria dos deputados da Comissão é ligada à bancada ruralista e favorável ao PL. Note-se que muitos deputados dessa Comissão sequer leram o Projeto de Lei – votam segundo acordos mantidos com os deputados favoráveis ao PL.

Apesar da resistência de alguns deputados contrários ao PL, a Comissão Especial pode convocar uma reunião “relâmpago” e aprovar o Projeto, e por isso é preciso vigilância permanente da parcela da sociedade que se opõe ao texto do deputado Nishimori – a Comissão pode aproveitar a distração causada pela Copa do Mundo, pelos caminhoneiros, por algum fato marcante relativo à eleição presidencial deste ano.

PONTOS IMPORTANTES DO PL CONTRÁRIOS À AGRICULTURA FAMILIAR E À AGROECOLOGIA:


· Pretende mudar a palavra agrotóxico, que inclusive está na Constituição brasileira, para “pesticida”. Agrotóxico é um termo claro e avisa aos usuários diretos – produtores e trabalhadores rurais – e aos consumidores, que sem saber podem ingerir resíduos, de que o produto é venenoso e apresenta perigo.

· O PL quer eliminar a palavra “perigo” e adotar apenas os termos “risco aceitável” e “risco inaceitável”, o que torna muito mais difícil proibir qualquer coisa relativa aos produtos e à sua aplicação, como tem ocorrido na legislação sobre os produtos transgênicos.

· No PL em questão, a área da Saúde, representada pela Anvisa, e a área de Meio Ambiente, representada pelo Ibama, ficariam de fora de qualquer avaliação e parecer sobre os agrotóxicos, deixando tudo a cargo do Ministério da Agricultura, o que facilitaria aprovar muita coisa contrária a essas duas importantes áreas.

· O PL determina que o prazo máximo para registro dos agrotóxicos seja de 12 meses, o que não ocorre em nenhum país do mundo; leva-se pelo menos dois anos para realizar os testes. Pior: depois de 12 meses, o fabricante de agrotóxicos poderia passar a vendê-lo ao público, mesmo sem registro.

· Uma medida claramente danosa é a proibição de produzir na propriedade rural qualquer produto para controle de pragas e doenças: quem tem uma árvore de Nim não poderia usar as suas folhas para fazer um chá para controlar pragas. Nem mesmo a calda bordalesa, tradicional na agricultura convencional da França desde o século 19, e agora na agricultura orgânica em todo o mundo, poderia ser preparada na propriedade, como ocorre hoje no Brasil e no mundo. Microrganismos benéficos não poderiam ser reproduzidos, os produtores teriam de comprá-los. A pena para quem produzisse os seus próprios defensivos biológicos seria de 9 anos de prisão, enquanto que a lei 10.831, dos produtos orgânicos, incentiva a produção própria.

· Este PL transforma em lei muitos pontos regulamentados por decretos, o que tiraria a flexibilidade de alterar e aperfeiçoar normas de produção, que exatamente por isso constam de decretos regulamentadores das leis. Levá-los para a lei engessaria modificações necessárias, que sempre surgem no decorrer de meses ou anos de prática.

· Os produtos destinados à Agroecologia têm hoje um preço menor para registro que os agrotóxicos. Os produtos biológicos têm composição muito mais simples que os agrotóxicos, e por isso testes são mais simples e mais baratos. O PL pretende equiparar o preço de registro dos biológicos ao preço pago pelas multinacionais para registrar os seus agrotóxicos, mas essas empresas são incomparavelmente mais ricas que os produtores de defensivos biológicos, que não teriam recursos para registrar – e assim poder comercializar – os seus produtos.

· Os deputados favoráveis ao PL são a maioria da Comissão Especial. Deputados contrários, em acordo firmado com o presidente Rodrigo Maia, conseguiram instalar outra comissão, para discutir a diminuição do uso de agrotóxicos e assim criar um ambiente favorável às práticas ecológicas. Mas os deputados favoráveis ao PL dos agrotóxicos entraram em peso nessa nova comissão e não dão quórum para ela se reunir.

Conclamamos a todos a se dirigirem aos deputados da Comissão Especial e às organizações que possam defender posições favoráveis aos agricultores familiares e à agroecologia, pressionando os parlamentares a não votarem o PL da forma em que se encontra.

José Pedro Santiago
Engº Agrônomo

CPOrg/SP

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quarta-feira, 20 de junho de 2018

Copa sem Coca

Fonte: Aliança pela alimentação
Por: Juliana Waetge



A Copa do Mundo é um dos maiores eventos esportivos que existem. Como sabemos da importância que a atividade física tem para a saúde, era de se esperar que o mais importante torneio de futebol do mundo fosse relacionado apenas a hábitos saudáveis, certo? Mas não é isso que acontece.

O patrocínio de empresas de produtos não saudáveis, como a Coca-Cola e o Mcdonalds, está presente no evento há anos. Para chamar a atenção para esta contradição, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável está apoiando uma campanha regional em parceria com organizações da sociedade civil de vários países da América Latina.

Contexto

Já se sabe que as bebidas com adição de açúcar são muito prejudiciais para a saúde. Dentre essas bebidas, incluem-se os refrigerantes. Elas contribuem para o surgimento de problemas como a obesidade e o diabetes, e até mesmo o câncer. Além disso, são completamente supérfluas e não trazem nenhum benefício em termos de saúde e nutrição.

Mas, ainda assim, elas estão presentes em eventos esportivos como a Copa do Mundo. Por meio do estabelecimento de parcerias e patrocínios, empresas como a Coca-Cola tentam associar seus produtos a um estilo de vida saudável – o exato oposto do que eles são na realidade.

E o problema não para por aí: com o patrocínio da Copa, a Coca-Cola consegue uma plataforma para fazer propaganda de seus produtos e aumentar suas vendas. Em um mundo que sofre com o aumento constante dos índices de obesidade e sobrepeso (e problemas relacionados a eles), estabelecer parcerias que promovam produtos que contribuem para esse aumento, como faz a Fifa (Federação Internacional de Futebol), é, no mínimo, uma grande irresponsabilidade.

Campanha: Queremos uma #CopaSemCoca!

Pelos motivos descritos acima, organizações de saúde da América Latina se reuniram para pedir que a Fifa retire o patrocínio de produtos não saudáveis de seus eventos.

Faça parte desse movimento! Foi disponibilizada uma página para participação, na qual é possível enviar mensagens ao presidente da Fifa e aos membros do Conselho de Direitos Humanos da entidade solicitando o fim da parceria.

Pela saúde de nossas crianças, devemos exigir à Fifa que esses produtos não sejam propagandeados em seus eventos esportivos! Queremos uma #CopaSemCoca!

Juliana Waetge é membro da Aliança e parte da equipe de Comunicação da ACT Promoção da Saúde.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

São Paulo ganha nova feira orgânica – e por que isso é muito importante

Fonte: Revista Boa Forma
Quanto maior o número de adeptos dos alimentos sem defensivos, menor o risco da liberação de novos agrotóxicos
Por Eliane Contreras
6 maio 2018

(a_namenko/Thinkstock/Getty Images)

Prepare a sacola sustentável: a partir desta sexta-feira (18/05), o mapa de feiras orgânicas de São Paulo ganha mais um novo endereço – desta vez, no espaço da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). As barracas de pequenos produtores certificados serão montadas uma vez por semana, sempre às sextas, das 7 da manhã às 13 horas.

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A promessa é de preços acessíveis para desmistificar a ideia de que os orgânicos são necessariamente mais caros. “Queremos que mais pessoas conheçam os alimentos orgânicos e queiram entrar nesse estilo de vida“, diz André Pereira, um dos sócios da Plural Bio e da Só Orgânicos – empresas parceiras na criação e organização da feira.

Por coincidência, a Feira Orgânica Ceagesp surge no momento em que os adeptos da alimentação livre de defensivo agrícola se mobiliza contra a PL dos Venenos – Projeto de Lei 6299/2002 em curso na Câmara Federal que defende a liberação de mais substâncias nocivas no cultivo agrícola. E várias delas são proibidas há anos nos Estados Unidos e na Europa pelos prejuízos comprovados à nossa saúde e à natureza.

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Os ativistas alertam para mais um retrocesso na legislação dos defensivos agrícolas, a PL3200, que sugere alterar o nome de “agrotóxico” para “defensivos fitossanitários”. “A mudança de nome desinforma e mascara o risco que esses venenos trazem para a nossa saúde e o meio-ambiente. As pessoas podem achar que não é perigoso e que existe um uso seguro, o que é absolutamente falso”, ressalta a especialista em agricultura e alimentação Marina Lacôrte, do Greenpeace Brasil. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) já afirmaram que não há nível de consumo seguro para essas substâncias.

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Só para constar: por causa da economia baseada no agronegócio (monoculturas), desde 2008 o Brasil é o primeiro no ranking de países que mais empregam agrotóxicos nas plantações. Que venham mais feiras orgânicas para que essa história possa ser mudada e a nossa comida de todo o dia chegue à mesa livre de substâncias nocivas.

Endereço Feria Orgânica Ceagesp: Av. Dr. Gastão Vidigal, Vila Leopoldina (Zona Oeste), portão 7, entrada gratuita.


Nota:

Previamente divulgada para dia 11/5 e, posteriormente, para 18/5, a inauguração da 1ª Feira de Orgânicos da CEAGESP de São Paulo foi suspensa por tempo indeterminado por conta de atrasos na análise da documentação dos agricultores participantes para legalização da feira orgânica.

“Queremos finalizar os trâmites legais para que a feira esteja em pleno funcionamento o mais rápido possível. Assim que a data for definida, haverá ampla divulgação. Pedimos desculpas por qualquer inconveniente”, diz porta-voz da Plural, uma das empresas organizadoras da feira.

A primeira Feira Orgânica da CEAGESP é uma iniciativa de pequenos produtores orgânicos certificados e acontecerá semanalmente, às sextas-feiras, no Varejão da CEAGESP.

Fonte: Plural
Telefone: (11) 2977-4304
Site: www.pluralbio.com.br

Irlanda anuncia tributação de bebidas adoçadas

Fonte: ALIANÇA PELA ALIMENTAÇÃO




Entrou em vigor no início do mês de maio, na Irlanda, um novo imposto sobre bebidas adoçadas. O intuito, a exemplo do que acontece em outras partes do mundo, é o de reduzir o consumo de produtos que sabidamente contribuem para a crise de obesidade e doenças relacionadas.

O imposto eleva o preço de qualquer produto com base de água ou suco e que seja adoçado artificialmente. O valor varia de 20 centavos de euro para as bebidas que contenham entre 5g e 8g de açúcar em 100ml a 30 centavos de euro para quantidade superiores de açúcar na mesma quantidade de mililitros. Além dos refrigerantes, o imposto afetará algumas águas aromatizadas, bebidas energéticas e esportivas e sucos elaborados a partir de concentrados.

A medida precisa ser celebrada. Ela amplia a lista dos países que assumiram o compromisso de enfrentar a complexa questão de desestímulo a produtos não saudáveis. A tributação é uma política recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

No mês de abril entrou em vigor no Reino Unido um imposto semelhante, anunciado há dois anos. A taxa varia de acordo com a quantidade de açúcar por cada 100ml de bebida. Os refrigerantes mais populares e tradicionais do mercado, como a Coca-Cola e a Pepsi, contêm entre 10g e 11g de açúcar por 100 ml, e podem sofrer um aumento de cerca de 40% em relação ao que se paga hoje.

No México, a tributação sobre bebidas adoçadas existe desde 2014. De acordo com a revista especializada The Lancet, houve uma redução de 17% no consumo desse tipo de produto entre as famílias mexicanas de menor poder aquisitivo. Um levantamento da Universidade da Carolina do Norte (UNC), aponta, também, para um aumento na venda de bebidas não taxadas, como a água.

Não se trata apenas de reduzir o consumo, mas do efeito adicional de estimular a própria indústria de alimentos a rever suas fórmulas. No Reino Unido, por exemplo, informações da imprensa local apontam que mais da metade dos fabricantes anunciou mudanças nas fórmulas de seus produtos para cortar o açúcar e evitar a cobrança.

E o Brasil, quando pretende avançar nessa discussão?

Leia aqui a reportagem da agência de notícias EFE sobre o novo imposto irlandês.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Supermercados optam por agricultor local para rastrear melhor orgânicos

FONTE: DCI

Varejo de todos os portes monitora cada vez mais o trajeto dos alimentos e foca no desenvolvimento de marcas próprias de produtos livres de agrotóxicos para maior disseminação
JOÃO VICENTE RIBEIRO • SÃO PAULO
Publicado em 30/04/18 às 05:07



A fim de garantir a devida origem e pureza de alimentos classificados como orgânicos, redes varejistas de diversos tamanhos têm elevado o esforço no monitoramento do trajeto que o produto percorre até as gôndolas e, para isso, priorizam mais negócios com produtores locais.

Redes como Carrefour, Pão de Açúcar e – de menor porte – Savegnago apostam no discurso em favor da saudabilidade alimentícia e gama de produtos orgânicos dentro de suas marcas próprias e descentralizam seus fornecedores do eixo Rio-São Paulo.

Para o superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, os orgânicos estão mais disseminados e a tendência é que apresentem incremento nos próximos anos, por motivos que vão além da saudabilidade.

“A preocupação com a saúde ainda é a que mais impulsiona o consumo [destes produtos] no Brasil. Porém, para um determinado grupo de consumidores, a principal motivação para o consumo destes produtos são questões ligada ao meio ambiente”, destaca Milan.

“Acredito que o mercado de orgânicos nacional vá crescer substancialmente dentro de cinco anos e, em torno de dez anos, chegaremos ao patamar de produção de países como Inglaterra e regiões da França”, afirma o diretor de sustentabilidade do Carrefour, Paulo Pianez. Segundo a empresa, a descentralização de fornecedores, com o surgimento de produtores locais próximos às unidades da rede, já pode ser vista nas regiões Centro-Oeste e Sul.

De acordo com ele, no Brasil, a rede varejista francesa está investindo em um movimento para converter seus distribuidores tradicionais em produtores mais engajados na produção “agroecológica” – conhecida também como uma prática agrícola ligada à sustentabilidade.

“Não basta fazer essa conversão, isso também tem que ser visto em valores mais acessíveis e competitivos dos nossos produtos orgânicos”, afirma Pianez, destacando que a popularização dessa categoria de alimentos acarretaria em uma diminuição dos preços.

O diretor afirma que a variação do preço dos alimentos orgânicos é de 20% a 50% em relação aos itens tradicionais. O Carrefour começou há dez anos a trabalhar por meio de sua marca própria nessa categoria de produtos sem agrotóxico. Atualmente, o sortimento de hortifruti “natural” da rede varejista corresponde a mais de 12% de toda a variedade de frutas, legumes e verduras do negócio.

Em 2017, a empresa foi eleita – pelo Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama) – como a rede que melhor rastreou seus alimentos no Brasil. Com 46 varejistas participantes, a iniciativa tem como objetivo supervisionar, por meio de análises técnicas, que o limite legal da aplicação de defensivos agrícolas nos produtos seja respeitado.

Também com marca própria de orgânicos – batizada há dez anos como Taeq –, a rede de supermercados Pão de Açúcar vislumbra um aumento no número de produtores cadastrados caso haja um incremento na demanda por essa categoria de alimento. Hoje, o negócio conta com mais de 1,6 mil itens deste tipo.

“Inicialmente contávamos com uma variedade menor de produtos – bastante concentrada em frutas, verduras e legumes. Porém, nos últimos anos, o mercado cresceu e hoje já é possível encontrar alternativas orgânicas em quase todas as categorias como palmito, azeite, sucos, biscoitos, massas, energéticos e vinhos”, disse o Grupo GPA por meio de comunicado.Portes menores

A disseminação dos produtos orgânicos também se dá em redes menores. É o caso da Savegnago, que tem como principais fornecedores pequenos agricultores e cooperativas locais. Para o gerente comercial, Belchior Martins, porém, um dos principais desafios a ser enfrentados está relacionado a acessibilidade. “Os valores variam muito, mas geralmente está em torno de 30% a 50% mais caro. Com maior produtividade e tecnologia os valores tendem a ficar mais acessíveis”, comenta.


Pessoal de São Paulo - CEAGESP terá feira orgânica a partir de maio

FONTE: ORGANICS NEWS BRASIL
Por EquipeONB
-28/04/2018

(Foto: Pixabay)

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo irá inaugurar o Varejão da CEAGESP, feira orgânica que reunirá pequenos produtores todas as sextas-feiras, a partir do dia 11 de maio.

Frutas, verduras, grãos e outros alimentos sem agrotóxicos, seja in natura ou minimamente processados, serão vendidos na feira, com preço justo.

O Varejão é a primeira iniciativa do gênero feita em parceria entre pequenos produtores orgânicos, a CEAGESP, o Rancho Biju, produtor de queijo e hortifrúti orgânicos, o supermercado digital Plural Bio, e a franquia Só Orgânicos.

A iniciativa tem como objetivo desmistificar a ideia de que os alimentos orgânicos são necessariamente mais caros, mostrar o custo-benefício para a saúde e incentivar o consumo de orgânicos.

Serviço – Nova Feira De Produtos Orgânicos em São Paulo no Varejão da CEAGESP
Início 11 de Maio de 2018 – Todas as sextas-feiras, das 7h às 13h
Entrada franca
Entrada pelo portão 7 da Av. Dr. Gastão Vidigal, Vila Leopoldina – Estacionamento grátis

** Com informações do Plural Bio

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Shopping Cidade Jardim passa a promover Feira de Orgânicos semanalmente

Fonte: NOVO NOTÍCIAS


A população está cada vez mais em busca de hábitos saudáveis e o Shopping Cidade Jardim se adapta para oferecer praticidade ao público fitness consumidor de produtos naturais. A partir agora, o mall promoverá semanalmente, uma Feira de Orgânicos. A prática inicia neste sábado, dia 03 de março, das 9h às 13h, no espaço próximo a loja "Mundo Verde".

Esta primeira edição contará com sete expositores microempreendedores que possuem certificado no Ministério de Agricultura. O evento permite ao público experimentar, consumir e aprender um pouco mais sobre produtos como temperos e especiarias, pães e geleias artesanais, queijo mineiro recheado e queijos tradicionais, pimentas, plantas ornamentais e orgânicos (frutas e legumes).

Entre os expositores da Feira de Orgânicos do Cidade Jardim estão marcas consolidadas como Sertão Jucurutu e Del Conde Queijos Gourmet. Todos os itens comercializados são produzidos localmente. "Estamos apostando nessa nova experiência. O shopping além de ter um ótimo público, possui um ambiente tranquilo que nos permite atender com mais calma e tirar todas as dúvidas dos clientes", defende a organizadora da Feira, Nayara Christine

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Mudança de hábito abala gigantes dos alimentos . Procura por comida saudável reduz receita de Kraft Heinz, Coca-Cola e Danone




Orgânicos

Fonte: Folha de SP

Fabricantes de bebidas açucaradas e alimentos industrializados estão sofrendo para elevar as vendas, diante de consumidores mais conscientes sobre saúde e preços, o que os força a reduzir custos para elevar lucros e buscar aquisições para melhorar os resultados.

Os desafios ficaram evidentes na sexta (16) quando três gigantes dos alimentos -- Kraft Heinz, Coca-Cola e Danone -- anunciaram resultados para o quarto trimestre que mostram o abandono pelos consumidores de produtos que deliciavam gerações anteriores -- de queijo industrializado fatiado a refrigerantes com teor de açúcar de 39 gramas --, em favor de alternativas mais saudáveis.

Nosso desempenho financeiro em 2017 não refletiu nosso potencial, disse Bernardo Hees, presidente da Kraft Heinz, que teve queda de vendas de 1,1% nos EUA -- sétima queda consecutiva.

A mudança no gosto do consumidor movimentou os maiores fabricantes de alimentos e bebidas do planeta.

A Coca-Cola, que reportou suas mais baixas vendas de refrigerantes em 31 anos, anda assim conseguiu alta de 6% nas vendas orgânicas, com a ajuda de água vitaminada, chás e similares e de outras bebidas que incluiu em sua linha, em boa parte por aquisições.

Hees, da Kraft Heinz, deu a entender que o principal acionista da empresa -- o grupo 3G, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles -- poderia buscar novas aquisições, depois de uma queda de 20% nos preços das ações.

Se houver mais consolidação no setor, Hees afirmou, "queremos ser parte disso".

Desde a fusão de US$ 100 bilhões da Kraft com a Heinz, a 3G vem seguindo o manual de corte de custo. A margem de lucro bruta subiu a 37%, ante 27% quando da formação da companhia, em 2015.

Na quinta (15), ela anunciou que atingiu meta de redução de custos. A receita líquida subiu a US$ 8 bilhões, refletindo o benefício da reestruturação tributária nos EUA.

A Coca-Cola planeja economizar US$ 3 bilhões até o ano que vem em seu plano de cortes de custos.

SOPA

Outras empresas de alimentos e bebidas se saíram pior. A Campbell Soup reportou queda de 2% nas vendas orgânicas no quarto trimestre, devido à baixa demanda por suas tradicionais sopas na América do Norte.

A Nestlé revelou que as vendas do ano passado cresceram em seu ritmo mais lento em duas décadas.

A Danone, de iogurtes e água mineral, disse que as vendas de suas linhas de produtos estabelecidas há pelo menos um ano haviam crescido 2,9% em 2016, expansão mais lenta em 20 anos.

Para analistas, a consolidação será inevitável neste ano, como resultado da batalha por vendas entre as empresas estabelecidas.

Mark Schneider, presidente da Nestlé, avisou que a tendência de abandono das supermarcas de alimentos industrializados chegou para ficar. Houve um padrão em 2017 no setor de alimentos e bebidas, disse. O setor todo demorou um pouco a reconhecer o fato, mas agora está em nossa mira.

Tradução de PAULO MIGLIACCI.
FINANCIAL TIMES

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Tireoide e alimentação

Fonte: BAIRRADA INFORMAÇÃO



A tiróide atua diretamente no crescimento e no desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação do ciclo menstrual, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e na regulação emocional.

A glândula tiróide segrega as hormonas tiróideias, que controlam a velocidade das funções químicas do corpo (velocidade metabólica). Estas hormonas têm dois efeitos sobre o metabolismo: estimulam quase todos os tecidos do corpo a produzir proteínas e aumentam a quantidade de oxigénio que as células utilizam.

Para produzir hormonas tiróideias, a glândula tiróide precisa de iodo, um elemento que os alimentos e a água contêm.

No caso do hipotiroidismo, há uma produção insuficiente de hormonas e tudo passa a funcionar mais lentamente. Ocorre também a diminuição da capacidade de memória, cansaço, dores musculares e nas articulações, sonolência, pele seca, ganho de até 4 kg, aumento nos níveis de colesterol e, em alguns casos, depressão, podendo haver ainda frio, queda de cabelo e infertilidade.

No hipertiroidismo, a produção de hormonas é excessiva e as funções do corpo aceleram. Muitos doentes com hipertiroidismo sentem calor mesmo numa habitação fria, a sua pele torna-se húmida, já que tendem a suar profundamente, e as mãos podem tremer. Sentem-se nervosos, cansados e fracos, aumentam o seu nível de atividade e de apetite (embora percam peso), dormem pouco e evacuam frequentemente, algumas vezes com diarreia.

Assim, entre as principais causas de problemas na tiróide está uma alimentação desequilibrada, relacionada principalmente com o consumo inadequado de minerais, como o iodo, o cálcio, o ferro e o selénio, mas também o excesso de peso e a obesidade.

Desta forma, existem alimentos que contribuem para o correto funcionamento da tiróide: algas (clorela e spirulina), mariscos, sal iodado, peixes do mar, feijão, carne vermelha magra, levedura de cerveja, cereais integrais, amêndoa, carne de aves, bivalves, cenoura, abóbora, fruta, gema de ovo, óleo de linhaça, azeite e fibras.

Por outro lado, existem alimentos a utilizar com moderação, nomeadamente as crucíferas cruas ou mal cozinhadas, como brócolos, couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor, espinafres, nabo, rabanete e milho. Estes vegetais crucíferos contêm glucosinatos que são metabolizados em tiocianatos, que inibem o transporte de iodo e a sua incorporação na tiroglobulina, aumentando a produção da hormona estimulante da tiróide e a proliferação das células tiróideias.

Contudo, há ainda alimentos que devem ser evitados: açúcar e alimentos refinados com farinha de trigo e açúcar (aumentam a necessidade de insulina e a sua libertação pelo pâncreas obriga a uma boa coordenação com outras glândulas, nomeadamente as supra-renais e a tiróide); cafeína em excesso e chá verde (diminuem a absorção do medicamento levotiroxina); sementes de linhaça (dão origem a tiocianatos); soja (diminui a absorção do fármaco levotiroxina no intestino e é capaz de suprimir parcialmente a atividade da tiróide, para a proporção de 30g ou mais de soja por dia).

Por isso, quer tenha hiper ou hipotiroidismo, procure um nutricionista para um melhor apoio e orientação nutricional, pois a individualidade e as condições de cada indivíduo necessitam de uma abordagem personalizada.

Carina Ferreira
Nutricionista 2984N

Alimentos ultraprocessados são tema de revista científica



Fonte: Aliança pela alimentação


Editada pela Sociedade Britânica de Nutrição, publicação traz artigos de pesquisadores de todo o mundo

Há cerca de um mês, a revista especializada Public Health Nutrition, editada pela Sociedade Britânica de Nutrição, publicou um número especial dedicado a estudos científicos sobre alimentos ultraprocessados e sua influência na saúde humana. São 26 artigos, publicados em 252 páginas e assinados por pesquisadores de diversos países, incluindo Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Nova Zelândia, Líbano e Uruguai.

Entre o temas tratados estão educação nutricional para crianças e jovens, transmissão entre gerações de hábitos alimentares, sobrepeso gestacional e amamentação, máquinas de vendas de alimentos saudáveis, introdução alimentar, dentre outros. Parte desses artigos é produto do projeto “Consumo de alimentos ultraprocessados, perfil nutricional da dieta e obesidade em sete países” do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP) e apoiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O conceito relativo ao ultraprocessamento de alimentos foi desenvolvido por pesquisadores do NUPENS/USP no âmbito de uma nova classificação de alimentos baseada na extensão e propósito do processamento industrial a que o alimento é submetido. O conceito e a classificação (denominada NOVA) foram propostos pela primeira vez em artigo publicado em 2009 pela mesma revista Public Health Nutrition.

Desde então, conceito e classificação vêm sendo amplamente utilizados em estudos sobre sistema alimentar, dieta e saúde, em documentos técnicos de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (FAO/ONU) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), na orientação de políticas públicas em alimentação e nutrição e na construção de guias nacionais para a promoção da alimentação saudável e sustentável.

O número especial da revista Public Health Nutrition pode ser consultado aqui.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Nestlé e Gloria são multadas por informação enganosa nos rótulos de produtos

Foto: Google

FONTE: ALIANÇA PELA ALIMENTAÇÃO


No Peru, empresas estavam vendendo produtos lácteos como se fossem leite

Nestlé e Gloria, duas grandes empresas de alimentos no Peru, foram multadas no último mês de dezembro em 13 milhões de soles, o equivalente a 4 milhões de dólares, pela comercialização de produtos lácteos com informações enganosas nos rótulos.

A ação ocorreu após uma denúncia de que produtos da marca Nestlé estavam sendo vendidos como leite evaporado. Já os produtos da marca Glória eram vendidos como leite evaporado parcialmente desnatado. Porém, todos os produtos se tratavam de compostos lácteos, pois continham ingredientes que substituem parcialmente o leite.

A nutricionista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Laís Amaral explica que compostos lácteos são produtos à base de leite, porém adicionados de outros ingredientes, como óleos vegetais, açúcares e probióticos.

“Esses produtos não devem ser vendidos como leite, uma vez que se trata de propaganda enganosa. Além disso, esses ingredientes não costumam ser indicados para crianças pequenas, pois podem levar ao ganho de peso excessivo, à alteração do paladar e, consequentemente, à formação de hábitos alimentares não saudáveis”, afirma.

Vitória dos consumidores

A denúncia sobre as informações enganosas foi feita em junho de 2017 pela organização peruana Asociación de Protección al Consumidor (Aspec) ao Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la Propiedad Intelectual (Indecopi), que em dezembro sancionou as empresas.

Amaral explica que ainda é possível recorrer, mas destaca que a ação representa uma grande vitória para as organizações de consumidores e serve de exemplo para os países vizinhos.

“O Idec e a Aliança apoiam que denúncias como essa sejam feitas também no Brasil e que os atores responsáveis pelo julgamento e penalização das empresas cumpram com o seu papel de fiscalizar e garantir o direito à informação clara e adequada aos consumidores”, afirma.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Sebastião Pinheiro: ‘O agronegócio transformou-se em algo que não é mais agricultura’

FONTE: JORNAL GGN
TER, 09/01/2018 - 08:24

Sebastião Pinheiro: “Quando a agricultura virou agronegócio, o agrotóxico deixa de ser um problema da vítima e passa a ser a ideologia do dominador”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)


do Sul21

Sebastião Pinheiro: ‘O agronegócio transformou-se em algo que não é mais agricultura’

Marco Weissheimer

Em um texto publicado em sua página no Facebook, no último dia de 2017, o engenheiro agrônomo e florestal Sebastião Pinheiro escreveu: “Comer é algo que precisamos fazer várias vezes ao dia e muitas vezes fora de nossa casa para garantir a saúde, qualidade de vida e cultura. No entanto, dia a dia há uma escalada no medo e terror com consumo de alimentos venenosos, tóxicos e de alto risco a longo prazo. É a maior ameaça à humanidade e à evolução”. 

Ao longo das últimas décadas, em espaços como o Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos do Meio Ambiente e do Núcleo de Economia Alternativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sebastião Pinheiro dedica sua vida a estudar as relações entre agricultura, saúde e meio ambiente e a alertar a sociedade para as graves consequências de um modelo agrícola baseado no uso intensivo de agrotóxicos, transgênicos e outros insumos químicos.

Em entrevista ao Sul21, Sebastião Pinheiro fala sobre o processo de transformação da agricultura em agronegócio que, para ele, foi progressivamente deixando de ser agricultura propriamente dita. “Agricultura é uma das palavras mais lindas que existe e não significa cultivo somente. Ela envolve uma cultura que tem uma espiritualidade, uma religiosidade, valores e a natureza associadas a ela. A agricultura passou a ser agronegócio. Isso foi um baque tremendo. Saiu a cultura e entrou o negócio. ? Foram retirados valores da agricultura e agronegócio passou a significar só dinheiro”, afirma. O pesquisador também avalia o crescimento da agroecologia nas últimas décadas, reconhece avanços, mas alerta para oportunidades que foram perdidas:

“A velocidade da evolução foi prejudicada pelo freio de mão puxado. Essa evolução teria que ser baseada, em primeiro lugar, em educação, não em mercado. A obrigação não é a de produzir orgânicos para uma elite. O princípio deve ser: a hortaliça orgânica tem que ser mais barata porque é melhor e é para todos. Não é para uma elite. Isso é o revolucionário”.

Sul21: Qual a avaliação que faz do cenário da agricultura hoje no Brasil, especialmente no que diz respeito à sua relação com o meio ambiente?

Sebastião Pinheiro: Aconteceram alguns fenômenos interessantes no Brasil que, na minha visão, a gente não tem ainda capacidade de analisar. A economia mudou de uma forma que assusta. O meu campo de trabalho sempre foi a agricultura no meio ambiente e o meio ambiente na agricultura. O que me interessa é só isso. Essa relação também mudou muito. Tudo passou a ser diferente. Eu não estou falando de injunções políticas, de resultado de eleições, deste ou daquele partido. Estou falando de uma ideologia que passou a dominar essas relações. Diante desse cenário eu decidi me retirar. Avisei o pessoal: pulem fora porque a coisa vai ficar pior que na época entre 68 e 73. As perseguições agora são muito maiores, mas elas não são visíveis. Você sente que elas estão acontecendo mas não as vê.

Sul21: É um processo mais difuso…

Sebastião Pinheiro: Sim. Estão acontecendo coisas muito estranhas e estamos meio perdidos. A própria agricultura mudou de nome. É uma das palavras mais lindas que existe e que não significa cultivo somente. Ela envolve uma cultura que tem uma espiritualidade, uma religiosidade, valores e a natureza associadas a ela. A agricultura passou a ser agronegócio. Isso foi um baque tremendo. Saiu a cultura e entrou o negócio. O que é um negócio? Do ponto de vista etimológico, significa a negação do ócio. “Agro negação do ócio” é uma coisa meio estranha, né? Foram retirados valores da agricultura e agronegócio passou a significar só dinheiro.

No agronegócio, a alienação vai para um nível quase infinito e a consciência retrocede a zero, ou menos alguma coisa. Quando a agricultura virou agronegócio, o agrotóxico deixa de ser um problema da vítima e passa a ser a ideologia do dominador. A FIESP, em São Paulo, tem hoje um departamento de meio ambiente com cerca de 80 especialistas em agronegócio. Conheço pelo menos uns seis deles. Todos eles são especialistas em agrotóxicos.

Sul21: Certamente não são especialistas no impacto dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente…

Sebastião Pinheiro: São especialistas em vendas, em comércio e em detonar aqueles que denunciam os impactos. Essa é uma luta justa, em igualdade de condições? Não é. Esse é um dos problemas mais sérios que enfrentamos.

Sul21: Essa troca de palavras (agricultura por agronegócio) e dos conceitos associados a elas ocorreram em que período exatamente?

Sebastião Pinheiro: Em meados da década de 80. A palavra “agronegócio” começou a ser usadas nos Estados Unidos como “agrobusiness”. No Brasil, o “agrobusiness” será traduzido como agronegócio. Quem trouxe essa palavra dos Estados Unidos foi Ney Bittencourt, um agrônomo paulista, que era diretor de uma multinacional criada no Brasil por cientistas norte-americanos para vender sementes de milho híbrido. Ele escreveu um livro sobre o “agribusiness”, publicado pela sucessora da Fecotrigo, aqui do Rio Grande do Sul, chamada de Fundação da Produtividade, de Carazinho. Tive a oportunidade de ler esse livro na época e pude me vacinar antes do veneno vir.

A partir daí tudo começou a mudar. Collor de Mello assume o governo no início dos anos 90 com a ordem de consolidar esse cenário, o que acabou acontecendo. Tornou-se um processo irreversível que chegou ao que temos hoje. Há uma leitura dura e difícil a ser feita sobre esse processo. Quanto o Rio Grande do Sul se desindustrializou nos últimos vinte anos? Quanto a indústria representava do PIB gaúcho há vinte anos e quanto representa hoje? Nossa economia depende hoje de um agronegócio que não é agricultura e que está concentrado nas mãos de três grandes grupos transnacionais, sendo a Monsanto o principal deles por causa da soja. Hoje, uma safra ruim significa PIB negativo, pois não temos mais industrialização. Vivemos uma realidade na agricultura tão dramática e absurda que a mim assusta. Eu estudei e vive na Argentina e vi o que aconteceu lá. Estou sempre no México e vejo o que acontece. E estou vendo o que está acontecendo aqui no Brasil também.

Sul21: Em que sentido, exatamente, o agronegócio deixa de ser agricultura?

Sebastião Pinheiro: Para falar sobre isso, gostaria de contar um pouco da história da soja que está muito ligada ao automóvel. Não conhecemos essa história. Quem introduziu a soja nos Estados Unidos foi Henry Ford que desenvolveu o sistema de produção de automóveis em série. Henry Ford detestava a turma do petróleo de Rockfeller e procurou um agrônomo, pois queria começar a produzir combustível a partir do amendoim. Esse agrônomo disse que o amendoim não era a melhor escolha, pois não permitia o uso de máquinas e era um cultivo utilizado basicamente como alimento. Ao invés do amendoim, ele sugeriu que Ford introduzisse nos Estados Unidos esse feijão cultivado em países asiáticos, chamado de soja. Ford promove, então, a introdução nos Estados Unidos de dez mil variedades coreanas, chinesas e de outros países asiáticos. Ele não queria ficar na dependência do petróleo.

Já no caso do Brasil, a soja ingressou, de modo mais significativa como uma doação da Fundação Rockfeller. As primeiras variedades têm nomes americanos como Jackson, Lee, Kent. O Instituto Agronômico de Campinas vai se encarregar de desenvolver a grande produção de soja no país. Em 1956, o Rio Grande do Sul praticamente não tinha soja. Em 1960, o Estado passou a ter cerca de 100% da soja nacional. Hoje tem 12%. Se chegou a ter 100 e hoje tem 12 o que aconteceu? Ela se expandiu pelo Brasil e é preciso estudar essa expansão. O fato é que a soja acabou se tornando um instrumento do capital financeiro. Em torno dela, gira um esquema muito poderoso e difícil de ser enfrentado. Hoje, ser ambientalista tornou-se algo dolorido.

Sul21: Há quantos anos você já está nesta luta como ambientalista e como avalia a evolução, neste período, do debate sobre o uso de agrotóxicos?

Sebastião Pinheiro: Eu comecei em 71, ainda na faculdade. Em 67 eu saí do Brasil e fui para a Argentina. Na faculdade, um livro chamado “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, teve muita influência naquela época. É um livro fabuloso e revolucionário para quem vai trabalhar com agricultura. Sobre o tema dos agrotóxicos e de outros produtos usados na agricultura, gostaria de fazer uma digressão. Em 1893, a Bayer desenvolveu um produto, feito a partir de extrato de esterco bovino fermentado, que evitava doenças e pragas, aumentando a produção. Em 1915, vinte e dois anos depois portanto, o cientista alemão Fritz Haber desenvolveu uma arma para ser utilizada na Primeira Guerra Mundial, que, como se sabe, foi uma guerra de trincheiras. Era um grande ventilador na frente do qual eram abertas garrafas com uma substância que ficou conhecida como gás mostarda. Haber também foi o responsável pela descoberta da síntese do amoníaco, utilizada para a fabricação de fertilizantes e explosivos

A partir deste período, a ideologia militarista tornou-se dominante na indústria química, estabelecendo uma relação sombria com a agricultura. Não há nenhum agrotóxico que não seja, na sua origem e na sua função principal, uma arma militar. Vou dar outro exemplo envolvendo a borracha sintética. Toda borracha sintética tem que ter dentro dela, para não fermentar. Esse fungicida é o mais utilizado em hortaliças e frutas. Eu pergunto: é possível fazer uma campanha de conscientização junto aos agricultores contra o uso do fungicida quando este é sustentado por uma ideologia militarista? Não. Toda campanha que nós fizemos era uma campanha de dar murro em ponta de faca. Conseguimos muitas coisas, mas adiantou? Qual foi o efeito? É de ficar meio desacorçoado, para usar uma palavra antiga.

Em 2016, a Bayer lança o mesmo produto que lançou em 1893, com outro nome. Ele agora se chama Serenade e é vendido como um produto ecológico, propaganda que não havia lá em 1893. É o mesmo produto feito a partir do Bacillus subtilis. Quanto custa o litro de esterco fermentado? 80 dólares. Em 1980, nós ensinamos esse processo aos agricultores, sem apoio de ninguém, a não ser de alguns padres ligados à Teologia da Libertação e de movimentos sociais como o MST, o MPA e Mulheres Camponesas. Não houve nenhuma política pública de apoio a esse trabalho.

Nos anos 80 muito se falou e escreveu sobre o baculovirus. Deixamos de usar vários venenos baseados nele. Por que paramos de utilizar? Quem fez o bloqueio? Hoje todo o conhecimento sobre o baculovirus está na mão de grandes empresas de biotecnologia, como Syngenta, Bayer e Monsanto. Como é que a gente vai brigar com uma máfia dessas? Não estou falando do ponto de vista do conhecimento, mas das estratégias de enfrentamento. São estruturas corruptoras que impedem qualquer possibilidade de avançar.

Sul21: E ainda temos o capítulo dos transgênicos. Recentemente, alguns artigos publicados na imprensa internacional afirmam que essas grandes corporações estariam começando a desistir desta tecnologia, pois não estaria dando os resultados esperados. Isso está ocorrendo de fato?

Sebastião Pinheiro: É verdade. Há coisas muito estranhas e desconhecidas pela maioria das pessoas sobre esse tema. Vou dar um exemplo. Estados Unidos, Grã Bretanha, Austrália e Canadá são gigantes que detém o monopólio de trigo no mundo. Esses países têm um pacto para não usar trigo transgênico, criado há mais de vinte anos. Nunca foi plantada uma grama. A Monsanto requereu ao USDA, o ministério da Agricultura americano, autorização para plantar. O pedido foi negado. Por quê? Pelo acordo firmado pela Câmara de Comércio Internacional do Trigo.

Sul21: Por que esse acordo foi firmado?


Sebastião Pinheiro: Porque a União Europeia é o grande comprador do trigo deles e não aceita esse tipo de tecnologia. Antes de ser uma briga relacionada à saúde, é uma briga econômica e de tecnologia. O problema mais sério é esse. Você sabe quem é o maior produtor de soja não transgênica hoje? Estados Unidos e Inglaterra. A quem pertence a cadeia do algodão orgânico no mundo? Aos peruanos ou cearenses que plantam algodão? Não. A cadeia do algodão orgânico é dominada pela Alemanha que não planta um pé de algodão. E a cadeia do café orgânico? Pertence aos mexicanos, peruanos, bolivianos ou nicaraguenses. Não. Pertence aos mesmos norte-americanos, alemães, ingleses e franceses.

Sul21: Aqui, no Rio Grande do Sul, há um relativo crescimento da agroecologia nos últimos anos. Temos a experiência do MST que se tornou o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. Como avalia essa capacidade de resistência e de criação de um modelo de agricultura diferente deste hegemonizado pelo agronegócio?

Sebastião Pinheiro: Entre os anos 70 e 2000 nós tivemos o maior centro de agricultura orgânica do planeta. As maiores autoridades alemãs estiveram aqui em Porto Alegre e em várias cidades do interior. Lutz (José Lutzenberger) acompanhou um catedrático alemão por essas andanças e eu fui junto. Quando ele viu, num sábado, a feirinha ecológica da José Bonifácio, olhou para o Lutz e disse: ‘Nós não temos isso na Alemanha’. Então o Elemar Schmitt, dos moranguinhos, disse para ele em seu alemão colonial: ‘Nem vão ter nunca. Vocês não têm mais futuro’. Eu só ri. É uma grande verdade. Eles não têm como sair daquilo.

Naquele momento, nós tínhamos não só a pretensão e a vontade, mas o exercício para sair. No entanto, nós perdemos grandes oportunidades e enfraquecemos por falta de visão. Tínhamos a cooperativa da Coolmeia, o pessoal da Agapan, técnicos dentro do Ministério da Agricultura e muitas outras pessoas trabalhando em outros espaços. Nós começamos a trabalhar com o projeto de arroz orgânico do MST. Nós idealizamos com eles o projeto da Bionatur Sementes Agroecológicas. Dizíamos na época: dentro de 20 ou 30 anos, quem tiver uma semente agroecológica terá uma importante trincheira de resistência. Só que aí vieram aquelas coisas nossas gaúchas. Há sementes que só nascem no Sul, assim como há sementes que só se multiplicam no Nordeste. Aqui na zona sul do Estado, onde está a Bionatur, temos as sementes mais complexas que são as de hortaliças. Desenvolver sementes de cebola e cenoura, por exemplo, é uma coisa muito complicada. Mas o ideal é que essa capacidade que o gaúcho tem de se organizar socialmente seja levada para outras regiões do país. Poderíamos ter cinco bases brasileiras de produção de sementes agroecológicas. Mas aí se decidiu fazer tudo aqui.

Sul21: Você não acha que houve uma evolução nos projetos de agroecologia nos últimos anos?

Sebastião Pinheiro: Posso ser radical na resposta? Serei radical. A velocidade da evolução foi prejudicada pelo freio de mão puxado. Essa evolução teria que ser baseada, em primeiro lugar, em educação, não em mercado. Em segundo lugar, a organização teria que ser estendida em nível nacional e não ficar restrita a uma região. O Brasil tem 25 mil hectares de arroz orgânico que é destinado para a merenda escolar. Uma das últimas aberturas da colheita foi feita com a presença da presidente da República. Mas o ideal seria que todo o Brasil fizesse isso. Este projeto já tem mais de 20 anos. Posso estar sendo radical, mas creio que deveríamos ter isso como pauta prioritária.

Sul21: Para fazer essa expansão nacional tem que haver políticas públicas de apoio, não?

Sebastião Pinheiro: Sim. Essas políticas públicas deveriam ser a primeira exigência de quem é organizador, o que não aconteceu. Se fizessem isso, aqui no Rio Grande do Sul por exemplo, teria como enfrentar o Irga (Instituto Riograndense do Arroz), que é um posto da Farsul, a Embrapa e todo o agronegócio.

Sul21: Você coloca a Embrapa neste pacote?

Sebastião Pinheiro: Sim, não é brinquedo. A Embrapa como instituição ideológica é uma estrutura de poder muito forte. Na Embrapa tem gente boa, assim como o Exército e a Igreja, mas o poder está na mão de quem? Esse é o problema.

Sul21: Falando em estruturas de poder, o agronegócio, enquanto conjunto de crenças e valores, representa uma ideologia muito forte e enraizada na sociedade. Agora mesmo, temos uma campanha publicitária na mídia dizendo que o “agronegócio é pop”. Quais ideias e valores, na sua opinião, têm força para se contrapor a essa ideologia na sociedade?

Sebastião Pinheiro: Uma das coisas mais importantes que existiu no Rio Grande do Sul, no trabalho da agricultura orgânica, foi a participação de técnicos junto à sociedade como educadores. Isso é fundamental. Se você pretende sensibilizar para elevar a consciência, precisa ter em mente que isso envolve um projeto pedagógico. Sem isso não adianta. Se você conseguir transformar essa sensibilização em consciência, ganha a guerra. Não há poder no mundo que consiga parar uma sociedade consciente. Nós não fomos capazes de fazer isso. É lógico que o poder das grandes transnacionais é muito grande. O que eles gastaram de dinheiro nos últimos 30 anos em propaganda na mídia é algo espantoso.

Para quebrar a espinha dorsal deste modelo é preciso priorizar a agroecologia, não para o mercado, mas para a saúde de todos. Esse é o biopoder camponês que o MST tem a obrigação de criar. A obrigação não é a de produzir orgânicos para uma elite. O princípio deve ser: a hortaliça orgânica tem que ser mais barata porque é melhor e é para todos. Não é para uma elite. Isso é o revolucionário. Mas se você disser isso hoje na feirinha da José Bonifácio, corre o risco de ser apedrejado. A consciência, de um modo geral, passou a ser o bolso. O MST tem aí um exemplo para dar não ao Rio Grande do Sul ou Brasil, mas para o mundo, tanto para os indígenas latino-americanos e de outras regiões do mundo como para os europeus.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Não existe comida ruim, e, sim, maus hábitos

Fonte: Folha PE

Estudos apontam que orgânicos podem não ser mais nutritivos que processados
Por: Juliana Almeida, de Diversão & Arte em 01/01/18 

Questionamentos sobre itens industrializados são recorrentes Foto: Da editoria de Arte

Se somos aquilo que comemos, é melhor escolher bem o que vamos ingerir. Com essa preocupação em mente, muitas pessoas têm procurado um estilo de vida mais natural, consumindo menos produtos industrializados e procurando mais os orgânicos.

Segundo o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), os alimentos orgânicos correspondem a 1% do mercado no Brasil. “É um mercado que vem crescendo 10% ao ano. É um incremento expressivo, porém sobre uma base pequena”, comenta o pesquisador e geneticista do ITAL, Airton Vialta.

O grupo, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, realizou uma pesquisa recente que aponta que os alimentos orgânicos, embora mais caros, não apresentam maior valor nutricional do que os demais. “De maneira geral, do ponto de vista científico, não podemos dizer que os alimentos orgânicos são mais nutritivos ou saborosos que os convencionais”, afirmou.

Porém, a produção com defensivos naturais foi defendida pela nutricionista Isis Graziela. “Sabe-se que agrotóxicos estão ligados ao aumento do risco de câncer e outros males. Então, se você pode escolher, é melhor optar pelo mais natural possível”, argumenta.
Para Vialta, nenhum é melhor que o outro desde que sejam feitas de acordo com as boas normas. “Não comparamos um produto com outro, mas o universo dos orgânicos com o universo dos produtos convencionais. E, se forem produzidos com normas de segurança, tanto um quanto o outro servem ao consumidor”, defende. ?!?!?

“Há uma tendência de as pessoas se polarizarem, mas não tem como produtores de orgânicos produzirem em larga escala a ponto de suprirem a demanda toda”, pondera.

O instituto lançou um site que defende os benefícios dos alimentos processados. No portal, eles afirmam que até 2050, 70% dos alimentos mundiais vão ser produzidos através de melhorias tecnológicas.

Para Graziela, devido à possibilidade permanente de irregularidades na fiscalização, uma defesa do consumidor é conhecer de perto os produtores, saber como ocorre o processo. “No mais, num mercado, é fundamental olhar as embalagens.

Procure aqueles que têm nomes de ingredientes que você conheça. Os nomes mais complicados costumam ser químicos, corantes e aditivos”, ensina.

Nota do Blog Alimento Puro:
"Não apresentam maior valor nutricional do que os demais". Supondo, eu disse, SUPONDO, que isso seja verdade, e o não envenenamento do solo? E a saúde dos agricultores? E a água, os animais, a biodiversidade que é protegida? E a saúde do consumidor? Tudo isso não vale a pena?

Mais caros? Nos supermercados é claro! As feiras orgânicas estão aí com preços bem competitivos e ainda por cima com produtos bem fresquinhos.
Vamos pensar melhor sobre essas pesquisas que nos levam a pensar torto?

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Vídeo busca estimular a inclusão de alimentos orgânicos na alimentação escolar

Fonte:FNDE
Escrito por Assessoria de Comunicação Social do FNDE
Terça, 19 Dezembro 2017 15:57


Presidente do Conselho Federal de Nutricionistas orienta agentes do Pnae sobre a importância da compra de produtos sem agrotóxicos

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) publicou vídeo, nesta semana, com o intuito de estimular a inclusão de alimentos orgânicos na alimentação escolar. No vídeo, o presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Élido Bonomo, orienta os nutricionistas envolvidos com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) sobre como proceder para impulsionar a compra desses produtos.

Segundo Bonomo, o primeiro passo é conhecer o mercado produtivo local, para então colocar esses alimentos nas chamadas públicas de aquisição da agricultura familiar e, posteriormente, inserir os produtos orgânicos ou agroecológicos nos cardápios da alimentação escolar. O presidente do CFN também busca mostrar a importância dessa compra para a educação alimentar, o desenvolvimento local das comunidades e a preservação da biodiversidade.

O vídeo atende a compromisso firmado pelo FNDE com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), instituída por meio do Decreto nº 7.794/2012. A política deu origem ao Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), no qual a autarquia se responsabiliza pela gestão de iniciativas para a promoção da inclusão de alimentos orgânicos nos cardápios da alimentação escolar e pelo monitoramento dos recursos investidos na aquisição de gêneros alimentícios orgânicos para o Pnae.

CI ORGÂNICOS ENTREVISTA AGROINDÚSTRIAS ORGÂNICAS DO RJ E SP

Assista aos vídeos com as entrevistas no Armazém Sustentável, agroindústria localizada na região do Brejal (RJ), e com o Sítio Catavento no estado de São Paulo.



Os produtores entrevistados, Gustavo Aronovick e Luiz Henrique Fonseca, do Armazém Sustentável, e Fernando Ataliba, do Sítio Catavento, explicam o que é produção agroecológica e orgânica e mostram os desafios de cada setor.

1) As origens do Sítio Catavento

2) Como começar a produzir alimentos orgânicos?

3) A produção profissional dos alimentos

4) Agricultura de qualidade.

5) Agricultura orgânica e sistêmica

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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