quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Alimentos ultraprocessados são tema de revista científica



Fonte: Aliança pela alimentação


Editada pela Sociedade Britânica de Nutrição, publicação traz artigos de pesquisadores de todo o mundo

Há cerca de um mês, a revista especializada Public Health Nutrition, editada pela Sociedade Britânica de Nutrição, publicou um número especial dedicado a estudos científicos sobre alimentos ultraprocessados e sua influência na saúde humana. São 26 artigos, publicados em 252 páginas e assinados por pesquisadores de diversos países, incluindo Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Nova Zelândia, Líbano e Uruguai.

Entre o temas tratados estão educação nutricional para crianças e jovens, transmissão entre gerações de hábitos alimentares, sobrepeso gestacional e amamentação, máquinas de vendas de alimentos saudáveis, introdução alimentar, dentre outros. Parte desses artigos é produto do projeto “Consumo de alimentos ultraprocessados, perfil nutricional da dieta e obesidade em sete países” do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP) e apoiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O conceito relativo ao ultraprocessamento de alimentos foi desenvolvido por pesquisadores do NUPENS/USP no âmbito de uma nova classificação de alimentos baseada na extensão e propósito do processamento industrial a que o alimento é submetido. O conceito e a classificação (denominada NOVA) foram propostos pela primeira vez em artigo publicado em 2009 pela mesma revista Public Health Nutrition.

Desde então, conceito e classificação vêm sendo amplamente utilizados em estudos sobre sistema alimentar, dieta e saúde, em documentos técnicos de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (FAO/ONU) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), na orientação de políticas públicas em alimentação e nutrição e na construção de guias nacionais para a promoção da alimentação saudável e sustentável.

O número especial da revista Public Health Nutrition pode ser consultado aqui.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Nestlé e Gloria são multadas por informação enganosa nos rótulos de produtos

Foto: Google

FONTE: ALIANÇA PELA ALIMENTAÇÃO


No Peru, empresas estavam vendendo produtos lácteos como se fossem leite

Nestlé e Gloria, duas grandes empresas de alimentos no Peru, foram multadas no último mês de dezembro em 13 milhões de soles, o equivalente a 4 milhões de dólares, pela comercialização de produtos lácteos com informações enganosas nos rótulos.

A ação ocorreu após uma denúncia de que produtos da marca Nestlé estavam sendo vendidos como leite evaporado. Já os produtos da marca Glória eram vendidos como leite evaporado parcialmente desnatado. Porém, todos os produtos se tratavam de compostos lácteos, pois continham ingredientes que substituem parcialmente o leite.

A nutricionista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Laís Amaral explica que compostos lácteos são produtos à base de leite, porém adicionados de outros ingredientes, como óleos vegetais, açúcares e probióticos.

“Esses produtos não devem ser vendidos como leite, uma vez que se trata de propaganda enganosa. Além disso, esses ingredientes não costumam ser indicados para crianças pequenas, pois podem levar ao ganho de peso excessivo, à alteração do paladar e, consequentemente, à formação de hábitos alimentares não saudáveis”, afirma.

Vitória dos consumidores

A denúncia sobre as informações enganosas foi feita em junho de 2017 pela organização peruana Asociación de Protección al Consumidor (Aspec) ao Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la Propiedad Intelectual (Indecopi), que em dezembro sancionou as empresas.

Amaral explica que ainda é possível recorrer, mas destaca que a ação representa uma grande vitória para as organizações de consumidores e serve de exemplo para os países vizinhos.

“O Idec e a Aliança apoiam que denúncias como essa sejam feitas também no Brasil e que os atores responsáveis pelo julgamento e penalização das empresas cumpram com o seu papel de fiscalizar e garantir o direito à informação clara e adequada aos consumidores”, afirma.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Sebastião Pinheiro: ‘O agronegócio transformou-se em algo que não é mais agricultura’

FONTE: JORNAL GGN
TER, 09/01/2018 - 08:24

Sebastião Pinheiro: “Quando a agricultura virou agronegócio, o agrotóxico deixa de ser um problema da vítima e passa a ser a ideologia do dominador”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)


do Sul21

Sebastião Pinheiro: ‘O agronegócio transformou-se em algo que não é mais agricultura’

Marco Weissheimer

Em um texto publicado em sua página no Facebook, no último dia de 2017, o engenheiro agrônomo e florestal Sebastião Pinheiro escreveu: “Comer é algo que precisamos fazer várias vezes ao dia e muitas vezes fora de nossa casa para garantir a saúde, qualidade de vida e cultura. No entanto, dia a dia há uma escalada no medo e terror com consumo de alimentos venenosos, tóxicos e de alto risco a longo prazo. É a maior ameaça à humanidade e à evolução”. 

Ao longo das últimas décadas, em espaços como o Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos do Meio Ambiente e do Núcleo de Economia Alternativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sebastião Pinheiro dedica sua vida a estudar as relações entre agricultura, saúde e meio ambiente e a alertar a sociedade para as graves consequências de um modelo agrícola baseado no uso intensivo de agrotóxicos, transgênicos e outros insumos químicos.

Em entrevista ao Sul21, Sebastião Pinheiro fala sobre o processo de transformação da agricultura em agronegócio que, para ele, foi progressivamente deixando de ser agricultura propriamente dita. “Agricultura é uma das palavras mais lindas que existe e não significa cultivo somente. Ela envolve uma cultura que tem uma espiritualidade, uma religiosidade, valores e a natureza associadas a ela. A agricultura passou a ser agronegócio. Isso foi um baque tremendo. Saiu a cultura e entrou o negócio. ? Foram retirados valores da agricultura e agronegócio passou a significar só dinheiro”, afirma. O pesquisador também avalia o crescimento da agroecologia nas últimas décadas, reconhece avanços, mas alerta para oportunidades que foram perdidas:

“A velocidade da evolução foi prejudicada pelo freio de mão puxado. Essa evolução teria que ser baseada, em primeiro lugar, em educação, não em mercado. A obrigação não é a de produzir orgânicos para uma elite. O princípio deve ser: a hortaliça orgânica tem que ser mais barata porque é melhor e é para todos. Não é para uma elite. Isso é o revolucionário”.

Sul21: Qual a avaliação que faz do cenário da agricultura hoje no Brasil, especialmente no que diz respeito à sua relação com o meio ambiente?

Sebastião Pinheiro: Aconteceram alguns fenômenos interessantes no Brasil que, na minha visão, a gente não tem ainda capacidade de analisar. A economia mudou de uma forma que assusta. O meu campo de trabalho sempre foi a agricultura no meio ambiente e o meio ambiente na agricultura. O que me interessa é só isso. Essa relação também mudou muito. Tudo passou a ser diferente. Eu não estou falando de injunções políticas, de resultado de eleições, deste ou daquele partido. Estou falando de uma ideologia que passou a dominar essas relações. Diante desse cenário eu decidi me retirar. Avisei o pessoal: pulem fora porque a coisa vai ficar pior que na época entre 68 e 73. As perseguições agora são muito maiores, mas elas não são visíveis. Você sente que elas estão acontecendo mas não as vê.

Sul21: É um processo mais difuso…

Sebastião Pinheiro: Sim. Estão acontecendo coisas muito estranhas e estamos meio perdidos. A própria agricultura mudou de nome. É uma das palavras mais lindas que existe e que não significa cultivo somente. Ela envolve uma cultura que tem uma espiritualidade, uma religiosidade, valores e a natureza associadas a ela. A agricultura passou a ser agronegócio. Isso foi um baque tremendo. Saiu a cultura e entrou o negócio. O que é um negócio? Do ponto de vista etimológico, significa a negação do ócio. “Agro negação do ócio” é uma coisa meio estranha, né? Foram retirados valores da agricultura e agronegócio passou a significar só dinheiro.

No agronegócio, a alienação vai para um nível quase infinito e a consciência retrocede a zero, ou menos alguma coisa. Quando a agricultura virou agronegócio, o agrotóxico deixa de ser um problema da vítima e passa a ser a ideologia do dominador. A FIESP, em São Paulo, tem hoje um departamento de meio ambiente com cerca de 80 especialistas em agronegócio. Conheço pelo menos uns seis deles. Todos eles são especialistas em agrotóxicos.

Sul21: Certamente não são especialistas no impacto dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente…

Sebastião Pinheiro: São especialistas em vendas, em comércio e em detonar aqueles que denunciam os impactos. Essa é uma luta justa, em igualdade de condições? Não é. Esse é um dos problemas mais sérios que enfrentamos.

Sul21: Essa troca de palavras (agricultura por agronegócio) e dos conceitos associados a elas ocorreram em que período exatamente?

Sebastião Pinheiro: Em meados da década de 80. A palavra “agronegócio” começou a ser usadas nos Estados Unidos como “agrobusiness”. No Brasil, o “agrobusiness” será traduzido como agronegócio. Quem trouxe essa palavra dos Estados Unidos foi Ney Bittencourt, um agrônomo paulista, que era diretor de uma multinacional criada no Brasil por cientistas norte-americanos para vender sementes de milho híbrido. Ele escreveu um livro sobre o “agribusiness”, publicado pela sucessora da Fecotrigo, aqui do Rio Grande do Sul, chamada de Fundação da Produtividade, de Carazinho. Tive a oportunidade de ler esse livro na época e pude me vacinar antes do veneno vir.

A partir daí tudo começou a mudar. Collor de Mello assume o governo no início dos anos 90 com a ordem de consolidar esse cenário, o que acabou acontecendo. Tornou-se um processo irreversível que chegou ao que temos hoje. Há uma leitura dura e difícil a ser feita sobre esse processo. Quanto o Rio Grande do Sul se desindustrializou nos últimos vinte anos? Quanto a indústria representava do PIB gaúcho há vinte anos e quanto representa hoje? Nossa economia depende hoje de um agronegócio que não é agricultura e que está concentrado nas mãos de três grandes grupos transnacionais, sendo a Monsanto o principal deles por causa da soja. Hoje, uma safra ruim significa PIB negativo, pois não temos mais industrialização. Vivemos uma realidade na agricultura tão dramática e absurda que a mim assusta. Eu estudei e vive na Argentina e vi o que aconteceu lá. Estou sempre no México e vejo o que acontece. E estou vendo o que está acontecendo aqui no Brasil também.

Sul21: Em que sentido, exatamente, o agronegócio deixa de ser agricultura?

Sebastião Pinheiro: Para falar sobre isso, gostaria de contar um pouco da história da soja que está muito ligada ao automóvel. Não conhecemos essa história. Quem introduziu a soja nos Estados Unidos foi Henry Ford que desenvolveu o sistema de produção de automóveis em série. Henry Ford detestava a turma do petróleo de Rockfeller e procurou um agrônomo, pois queria começar a produzir combustível a partir do amendoim. Esse agrônomo disse que o amendoim não era a melhor escolha, pois não permitia o uso de máquinas e era um cultivo utilizado basicamente como alimento. Ao invés do amendoim, ele sugeriu que Ford introduzisse nos Estados Unidos esse feijão cultivado em países asiáticos, chamado de soja. Ford promove, então, a introdução nos Estados Unidos de dez mil variedades coreanas, chinesas e de outros países asiáticos. Ele não queria ficar na dependência do petróleo.

Já no caso do Brasil, a soja ingressou, de modo mais significativa como uma doação da Fundação Rockfeller. As primeiras variedades têm nomes americanos como Jackson, Lee, Kent. O Instituto Agronômico de Campinas vai se encarregar de desenvolver a grande produção de soja no país. Em 1956, o Rio Grande do Sul praticamente não tinha soja. Em 1960, o Estado passou a ter cerca de 100% da soja nacional. Hoje tem 12%. Se chegou a ter 100 e hoje tem 12 o que aconteceu? Ela se expandiu pelo Brasil e é preciso estudar essa expansão. O fato é que a soja acabou se tornando um instrumento do capital financeiro. Em torno dela, gira um esquema muito poderoso e difícil de ser enfrentado. Hoje, ser ambientalista tornou-se algo dolorido.

Sul21: Há quantos anos você já está nesta luta como ambientalista e como avalia a evolução, neste período, do debate sobre o uso de agrotóxicos?

Sebastião Pinheiro: Eu comecei em 71, ainda na faculdade. Em 67 eu saí do Brasil e fui para a Argentina. Na faculdade, um livro chamado “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, teve muita influência naquela época. É um livro fabuloso e revolucionário para quem vai trabalhar com agricultura. Sobre o tema dos agrotóxicos e de outros produtos usados na agricultura, gostaria de fazer uma digressão. Em 1893, a Bayer desenvolveu um produto, feito a partir de extrato de esterco bovino fermentado, que evitava doenças e pragas, aumentando a produção. Em 1915, vinte e dois anos depois portanto, o cientista alemão Fritz Haber desenvolveu uma arma para ser utilizada na Primeira Guerra Mundial, que, como se sabe, foi uma guerra de trincheiras. Era um grande ventilador na frente do qual eram abertas garrafas com uma substância que ficou conhecida como gás mostarda. Haber também foi o responsável pela descoberta da síntese do amoníaco, utilizada para a fabricação de fertilizantes e explosivos

A partir deste período, a ideologia militarista tornou-se dominante na indústria química, estabelecendo uma relação sombria com a agricultura. Não há nenhum agrotóxico que não seja, na sua origem e na sua função principal, uma arma militar. Vou dar outro exemplo envolvendo a borracha sintética. Toda borracha sintética tem que ter dentro dela, para não fermentar. Esse fungicida é o mais utilizado em hortaliças e frutas. Eu pergunto: é possível fazer uma campanha de conscientização junto aos agricultores contra o uso do fungicida quando este é sustentado por uma ideologia militarista? Não. Toda campanha que nós fizemos era uma campanha de dar murro em ponta de faca. Conseguimos muitas coisas, mas adiantou? Qual foi o efeito? É de ficar meio desacorçoado, para usar uma palavra antiga.

Em 2016, a Bayer lança o mesmo produto que lançou em 1893, com outro nome. Ele agora se chama Serenade e é vendido como um produto ecológico, propaganda que não havia lá em 1893. É o mesmo produto feito a partir do Bacillus subtilis. Quanto custa o litro de esterco fermentado? 80 dólares. Em 1980, nós ensinamos esse processo aos agricultores, sem apoio de ninguém, a não ser de alguns padres ligados à Teologia da Libertação e de movimentos sociais como o MST, o MPA e Mulheres Camponesas. Não houve nenhuma política pública de apoio a esse trabalho.

Nos anos 80 muito se falou e escreveu sobre o baculovirus. Deixamos de usar vários venenos baseados nele. Por que paramos de utilizar? Quem fez o bloqueio? Hoje todo o conhecimento sobre o baculovirus está na mão de grandes empresas de biotecnologia, como Syngenta, Bayer e Monsanto. Como é que a gente vai brigar com uma máfia dessas? Não estou falando do ponto de vista do conhecimento, mas das estratégias de enfrentamento. São estruturas corruptoras que impedem qualquer possibilidade de avançar.

Sul21: E ainda temos o capítulo dos transgênicos. Recentemente, alguns artigos publicados na imprensa internacional afirmam que essas grandes corporações estariam começando a desistir desta tecnologia, pois não estaria dando os resultados esperados. Isso está ocorrendo de fato?

Sebastião Pinheiro: É verdade. Há coisas muito estranhas e desconhecidas pela maioria das pessoas sobre esse tema. Vou dar um exemplo. Estados Unidos, Grã Bretanha, Austrália e Canadá são gigantes que detém o monopólio de trigo no mundo. Esses países têm um pacto para não usar trigo transgênico, criado há mais de vinte anos. Nunca foi plantada uma grama. A Monsanto requereu ao USDA, o ministério da Agricultura americano, autorização para plantar. O pedido foi negado. Por quê? Pelo acordo firmado pela Câmara de Comércio Internacional do Trigo.

Sul21: Por que esse acordo foi firmado?


Sebastião Pinheiro: Porque a União Europeia é o grande comprador do trigo deles e não aceita esse tipo de tecnologia. Antes de ser uma briga relacionada à saúde, é uma briga econômica e de tecnologia. O problema mais sério é esse. Você sabe quem é o maior produtor de soja não transgênica hoje? Estados Unidos e Inglaterra. A quem pertence a cadeia do algodão orgânico no mundo? Aos peruanos ou cearenses que plantam algodão? Não. A cadeia do algodão orgânico é dominada pela Alemanha que não planta um pé de algodão. E a cadeia do café orgânico? Pertence aos mexicanos, peruanos, bolivianos ou nicaraguenses. Não. Pertence aos mesmos norte-americanos, alemães, ingleses e franceses.

Sul21: Aqui, no Rio Grande do Sul, há um relativo crescimento da agroecologia nos últimos anos. Temos a experiência do MST que se tornou o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. Como avalia essa capacidade de resistência e de criação de um modelo de agricultura diferente deste hegemonizado pelo agronegócio?

Sebastião Pinheiro: Entre os anos 70 e 2000 nós tivemos o maior centro de agricultura orgânica do planeta. As maiores autoridades alemãs estiveram aqui em Porto Alegre e em várias cidades do interior. Lutz (José Lutzenberger) acompanhou um catedrático alemão por essas andanças e eu fui junto. Quando ele viu, num sábado, a feirinha ecológica da José Bonifácio, olhou para o Lutz e disse: ‘Nós não temos isso na Alemanha’. Então o Elemar Schmitt, dos moranguinhos, disse para ele em seu alemão colonial: ‘Nem vão ter nunca. Vocês não têm mais futuro’. Eu só ri. É uma grande verdade. Eles não têm como sair daquilo.

Naquele momento, nós tínhamos não só a pretensão e a vontade, mas o exercício para sair. No entanto, nós perdemos grandes oportunidades e enfraquecemos por falta de visão. Tínhamos a cooperativa da Coolmeia, o pessoal da Agapan, técnicos dentro do Ministério da Agricultura e muitas outras pessoas trabalhando em outros espaços. Nós começamos a trabalhar com o projeto de arroz orgânico do MST. Nós idealizamos com eles o projeto da Bionatur Sementes Agroecológicas. Dizíamos na época: dentro de 20 ou 30 anos, quem tiver uma semente agroecológica terá uma importante trincheira de resistência. Só que aí vieram aquelas coisas nossas gaúchas. Há sementes que só nascem no Sul, assim como há sementes que só se multiplicam no Nordeste. Aqui na zona sul do Estado, onde está a Bionatur, temos as sementes mais complexas que são as de hortaliças. Desenvolver sementes de cebola e cenoura, por exemplo, é uma coisa muito complicada. Mas o ideal é que essa capacidade que o gaúcho tem de se organizar socialmente seja levada para outras regiões do país. Poderíamos ter cinco bases brasileiras de produção de sementes agroecológicas. Mas aí se decidiu fazer tudo aqui.

Sul21: Você não acha que houve uma evolução nos projetos de agroecologia nos últimos anos?

Sebastião Pinheiro: Posso ser radical na resposta? Serei radical. A velocidade da evolução foi prejudicada pelo freio de mão puxado. Essa evolução teria que ser baseada, em primeiro lugar, em educação, não em mercado. Em segundo lugar, a organização teria que ser estendida em nível nacional e não ficar restrita a uma região. O Brasil tem 25 mil hectares de arroz orgânico que é destinado para a merenda escolar. Uma das últimas aberturas da colheita foi feita com a presença da presidente da República. Mas o ideal seria que todo o Brasil fizesse isso. Este projeto já tem mais de 20 anos. Posso estar sendo radical, mas creio que deveríamos ter isso como pauta prioritária.

Sul21: Para fazer essa expansão nacional tem que haver políticas públicas de apoio, não?

Sebastião Pinheiro: Sim. Essas políticas públicas deveriam ser a primeira exigência de quem é organizador, o que não aconteceu. Se fizessem isso, aqui no Rio Grande do Sul por exemplo, teria como enfrentar o Irga (Instituto Riograndense do Arroz), que é um posto da Farsul, a Embrapa e todo o agronegócio.

Sul21: Você coloca a Embrapa neste pacote?

Sebastião Pinheiro: Sim, não é brinquedo. A Embrapa como instituição ideológica é uma estrutura de poder muito forte. Na Embrapa tem gente boa, assim como o Exército e a Igreja, mas o poder está na mão de quem? Esse é o problema.

Sul21: Falando em estruturas de poder, o agronegócio, enquanto conjunto de crenças e valores, representa uma ideologia muito forte e enraizada na sociedade. Agora mesmo, temos uma campanha publicitária na mídia dizendo que o “agronegócio é pop”. Quais ideias e valores, na sua opinião, têm força para se contrapor a essa ideologia na sociedade?

Sebastião Pinheiro: Uma das coisas mais importantes que existiu no Rio Grande do Sul, no trabalho da agricultura orgânica, foi a participação de técnicos junto à sociedade como educadores. Isso é fundamental. Se você pretende sensibilizar para elevar a consciência, precisa ter em mente que isso envolve um projeto pedagógico. Sem isso não adianta. Se você conseguir transformar essa sensibilização em consciência, ganha a guerra. Não há poder no mundo que consiga parar uma sociedade consciente. Nós não fomos capazes de fazer isso. É lógico que o poder das grandes transnacionais é muito grande. O que eles gastaram de dinheiro nos últimos 30 anos em propaganda na mídia é algo espantoso.

Para quebrar a espinha dorsal deste modelo é preciso priorizar a agroecologia, não para o mercado, mas para a saúde de todos. Esse é o biopoder camponês que o MST tem a obrigação de criar. A obrigação não é a de produzir orgânicos para uma elite. O princípio deve ser: a hortaliça orgânica tem que ser mais barata porque é melhor e é para todos. Não é para uma elite. Isso é o revolucionário. Mas se você disser isso hoje na feirinha da José Bonifácio, corre o risco de ser apedrejado. A consciência, de um modo geral, passou a ser o bolso. O MST tem aí um exemplo para dar não ao Rio Grande do Sul ou Brasil, mas para o mundo, tanto para os indígenas latino-americanos e de outras regiões do mundo como para os europeus.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Não existe comida ruim, e, sim, maus hábitos

Fonte: Folha PE

Estudos apontam que orgânicos podem não ser mais nutritivos que processados
Por: Juliana Almeida, de Diversão & Arte em 01/01/18 

Questionamentos sobre itens industrializados são recorrentes Foto: Da editoria de Arte

Se somos aquilo que comemos, é melhor escolher bem o que vamos ingerir. Com essa preocupação em mente, muitas pessoas têm procurado um estilo de vida mais natural, consumindo menos produtos industrializados e procurando mais os orgânicos.

Segundo o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), os alimentos orgânicos correspondem a 1% do mercado no Brasil. “É um mercado que vem crescendo 10% ao ano. É um incremento expressivo, porém sobre uma base pequena”, comenta o pesquisador e geneticista do ITAL, Airton Vialta.

O grupo, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, realizou uma pesquisa recente que aponta que os alimentos orgânicos, embora mais caros, não apresentam maior valor nutricional do que os demais. “De maneira geral, do ponto de vista científico, não podemos dizer que os alimentos orgânicos são mais nutritivos ou saborosos que os convencionais”, afirmou.

Porém, a produção com defensivos naturais foi defendida pela nutricionista Isis Graziela. “Sabe-se que agrotóxicos estão ligados ao aumento do risco de câncer e outros males. Então, se você pode escolher, é melhor optar pelo mais natural possível”, argumenta.
Para Vialta, nenhum é melhor que o outro desde que sejam feitas de acordo com as boas normas. “Não comparamos um produto com outro, mas o universo dos orgânicos com o universo dos produtos convencionais. E, se forem produzidos com normas de segurança, tanto um quanto o outro servem ao consumidor”, defende. ?!?!?

“Há uma tendência de as pessoas se polarizarem, mas não tem como produtores de orgânicos produzirem em larga escala a ponto de suprirem a demanda toda”, pondera.

O instituto lançou um site que defende os benefícios dos alimentos processados. No portal, eles afirmam que até 2050, 70% dos alimentos mundiais vão ser produzidos através de melhorias tecnológicas.

Para Graziela, devido à possibilidade permanente de irregularidades na fiscalização, uma defesa do consumidor é conhecer de perto os produtores, saber como ocorre o processo. “No mais, num mercado, é fundamental olhar as embalagens.

Procure aqueles que têm nomes de ingredientes que você conheça. Os nomes mais complicados costumam ser químicos, corantes e aditivos”, ensina.

Nota do Blog Alimento Puro:
"Não apresentam maior valor nutricional do que os demais". Supondo, eu disse, SUPONDO, que isso seja verdade, e o não envenenamento do solo? E a saúde dos agricultores? E a água, os animais, a biodiversidade que é protegida? E a saúde do consumidor? Tudo isso não vale a pena?

Mais caros? Nos supermercados é claro! As feiras orgânicas estão aí com preços bem competitivos e ainda por cima com produtos bem fresquinhos.
Vamos pensar melhor sobre essas pesquisas que nos levam a pensar torto?

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Vídeo busca estimular a inclusão de alimentos orgânicos na alimentação escolar

Fonte:FNDE
Escrito por Assessoria de Comunicação Social do FNDE
Terça, 19 Dezembro 2017 15:57


Presidente do Conselho Federal de Nutricionistas orienta agentes do Pnae sobre a importância da compra de produtos sem agrotóxicos

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) publicou vídeo, nesta semana, com o intuito de estimular a inclusão de alimentos orgânicos na alimentação escolar. No vídeo, o presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Élido Bonomo, orienta os nutricionistas envolvidos com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) sobre como proceder para impulsionar a compra desses produtos.

Segundo Bonomo, o primeiro passo é conhecer o mercado produtivo local, para então colocar esses alimentos nas chamadas públicas de aquisição da agricultura familiar e, posteriormente, inserir os produtos orgânicos ou agroecológicos nos cardápios da alimentação escolar. O presidente do CFN também busca mostrar a importância dessa compra para a educação alimentar, o desenvolvimento local das comunidades e a preservação da biodiversidade.

O vídeo atende a compromisso firmado pelo FNDE com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), instituída por meio do Decreto nº 7.794/2012. A política deu origem ao Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), no qual a autarquia se responsabiliza pela gestão de iniciativas para a promoção da inclusão de alimentos orgânicos nos cardápios da alimentação escolar e pelo monitoramento dos recursos investidos na aquisição de gêneros alimentícios orgânicos para o Pnae.

CI ORGÂNICOS ENTREVISTA AGROINDÚSTRIAS ORGÂNICAS DO RJ E SP

Assista aos vídeos com as entrevistas no Armazém Sustentável, agroindústria localizada na região do Brejal (RJ), e com o Sítio Catavento no estado de São Paulo.



Os produtores entrevistados, Gustavo Aronovick e Luiz Henrique Fonseca, do Armazém Sustentável, e Fernando Ataliba, do Sítio Catavento, explicam o que é produção agroecológica e orgânica e mostram os desafios de cada setor.

1) As origens do Sítio Catavento

2) Como começar a produzir alimentos orgânicos?

3) A produção profissional dos alimentos

4) Agricultura de qualidade.

5) Agricultura orgânica e sistêmica

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Chocolate orgânico equatoriano é considerado o melhor do mundo

Fonte: ORGANICS NET

11/12/2017


Loja da Pacari em Quito, no Equador. Imagem: Reprodução/Site Oficial

Santiago Peralta, 45, fundou em 2002 a empresa Pacari (natureza em quéchua), produtora de cacau orgânico e biodinâmico. Mais de 3.000 famílias de agricultores – em sua maioria, equatorianas, embora suas redes também abarquem plantações no Peru e na Colômbia – fornecem o fruto que a empresa transforma em chocolate. A fábrica,

Startup lança aplicativo para venda de orgânicos em SP

Fonte: Organics Net
07/12/2017


No aplicativo é possível comprar um kit padrão com diversos alimentos orgânicos por R$ 53,10 (Imagem: Reprodução/Plural)

Lançado recentemente, o Plural Bio, disponível para IOS e Android, é o primeiro aplicativo de São Paulo para compras de produtos orgânicos certificados diretamente dos produtores. No aplicativo é possível comprar frutas, verduras, queijos, azeites, grãos, chás e cafés, além de pratos congelados sem glúten ou lactose. A plataforma também pretende ser referência em vida saudável, produzindo artigos com especialistas sobre saúde, bem estar e desenvolvimento sustentável.

Há um planejamento para que a startup chegue ao setor de cosméticos, produtos de limpeza orgânicos e bioorgânicos em breve. Um verdadeiro market place de produtos livres de agrotóxicos, cujo processo de produção respeita a saúde e o meio ambiente. “Estamos aumentando o leque de parcerias com produtores orgânicos. A ideia é facilitar o acesso às pessoas, incentivar produtores locais e contribuir efetivamente com um planeta mais sustentável”, é o que afirma André Pereira, um dos sócios da startup.

“Nós aceitamos somente produtores credenciados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos”, afirma Thiago Libanore, Diretor de Marketing da Viva Vida, holding detentora da marca. O grupo também possui uma fazenda própria, onde se pratica a agricultura orgânica. “A ideia não é competir com outros produtores. Queremos fomentar o mercado e oferecer a maior variedade possível de produtos, serviços e informações do segmento”, completa.

A Plural Bio, além de fazer a venda sem intermediários, garante a logística e evita o desperdício, uma vez que o produto só é retirado da horta quando a compra é efetivada. Inicialmente, as entregas são feitas apenas em São Paulo, Alphaville e redondezas, mas já existe um plano de expansão para outras capitais do Brasil.

Sobre a Certificação Orgânica:

Na Legislação Brasileira de 2007, a certificadora, credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura a procedência orgânica de determinado produto, processo ou serviço que obedece os princípios de: sustentabilidade das propriedades agrícolas, benefícios sociais aos agricultores e menor dependência de energias não renováveis na produção.

Serviço:
http://www.pluralbio.com.br
Telefone: (11) 3842- 1825
Email: suporte@pluralbio.com.br
Fonte: A Tarde – Uol

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Transgênicos estão com os dias contados, diz professor da Unicamp

Fonte: SUL 21
dezembro 2, 2017



Detentores da tecnologias transgênicas enfrentam resistência popular em muitos países, como o Canadá. A Monsanto, dos Estados Unidos, que também fabrica agrotóxicos, está sendo comprada pela alemã Bayer | Foto: Marcha contra a Monsanto Canadá

Cida Oliveira
Da RBA

Para o professor e ex-diretor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib, o setor de biotecnologia – que basicamente projeta e desenvolve organismos geneticamente modificados, os transgênicos – está em decadência,

Ministros do Ambiente de todo o mundo reunidos para combater a poluição

Fonte: TVI 24 iol
2017-12-04

O encontro, chamado UNEA3, que começou esta segunda-feira de manhã na capital do Quénia, pretende encontrar soluções para o impacto que a contaminação do ambiente tem na vida humana

Poluição em Nova Deli

Poluição em Nova Deli. Reuters
Mais de 100 ministros do Ambiente de todo o mundo estão reunidos em Nairobi, no âmbito da terceira Assembleia das Nações Unidas para esta área, tentando alcançar uma declaração para combater a poluição.

O encontro, chamado UNEA3, que começou esta segunda-feira de manhã na capital do Quénia, pretende encontrar soluções para o impacto que a contaminação do ambiente tem na vida humana já que

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Tem certeza que é canela?

Por Nadia Cozzi
04/12/17

Hummmm cheirinho de canela! Cheirinho de mãe, de avó, de mingau, de arroz doce, de quitutes caseiros. Quem nunca tomou um leite quente com açúcar queimado e polvilhado com canela quando a gripe e a dor de garganta chegam? Não sei se é o leite ou o amor de quem prepara, mas que cura rapidinho, cura!

Mas, como tudo hoje em dia, o que temos à venda por aí não é canela, tem cara de canela, cheirinho de canela, mas não é canela.

Você sabe diferenciar canela verdadeira da falsa?

Elas são muito parecidas, tem o mesmo aroma, mas propriedades distintas. Vamos conhecer para não sermos mais enganados?


Canela verdadeira: CANELA DO CEILÃO

Canela falsa: CÁSSIA OU CANELA DA CHINA
Nomes: Cinnamomum zeylanicum,  Cinnamomum verum
 Nomes: Cinnamomum cassia, Cinnamomum aromaticum, Burmannii Cinnamomum, Aromaticum Cinnamomum, Cinnamomum burmannii .
Origem: Sri Lanka, Índia, Madagascar, Brasil
Origem: China, Indonésia, Japão, Coréia, Vietnam
Mais cara e difícil de ser encontrada
Mais barata e encontra em qualquer lugar
Mais fácil de triturar, cortar em pedaços
Mais dura
Mais clara e suave, com um toque picante
Mais escura e sabor forte
Aparência:



Aparência:



Mas a diferença principal entre elas é a quantidade de Cumarinas
As Cumarinas são

França quer 50% de alimentos orgânicos nas cantinas escolares

Fonte: rfi - as vozes do mundo
03-12-2017 


Governo quer incentivar produtores de orgânicos para valorizar o setor.MYCHELE DANIAU / AFP

Até 2022, 50% dos alimentos servidos nas cantinas escolares da França devem ser orgânicos e produzidos nas proximidades, garantiu neste domingo (3) o ministro da Agricultura do país, Stéphane Travert. A medida faz parte de um amplo plano de política alimentar, que deve virar lei até

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Mapa de Feiras aproxima consumidores e produtores orgânicos

Pesquisa realizada pelo Idec constata que 40% dos participantes encontraram locais de venda que buscavam

Fonte: IDEC
17/11/2017



Um mês após lançar a nova versão do Mapa de Feiras Orgânicas, o Idec realizou uma pesquisa com os usuários para saber qual a opinião sobre os novos conteúdos e funcionalidades disponíveis, além de avaliar para qual finalidade o site é utilizado.

Das 280 pessoas participaram da avaliação, 40% afirma ter encontrado no Mapa uma iniciativa que frequentam ou que já conheciam, o que indica que parte significativa dos participantes já tem proximidade com a temática ou com o consumo de alimentos orgânicos.

A pesquisa também constatou que

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Briga bilionária opõe alimentos orgânicos e hidropônicos: entenda a diferença


Para desespero de produtores de orgânicos, órgão regulador americano concede certificação orgânica para concorrentes que utilizam hidroponia e aquaponia.



Alface é um a das culturas mais cultivadas pela hidroponia
CPOrg/SP - 03/11/2017 |
Da redação, com informações do The Washington Post

Os alimentos que levam o selo “orgânico” movimentam nos Estados Unidos US$ 50 bilhões por ano. É o maior mercado do mundo. E está pegando fogo. Produtores, indústria e órgãos de regulamentação não se entendem no debate para estabelecer claramente o que pode e o que não pode ser considerado alimento orgânico.

De um lado

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Embrapa quer desmistificar uso de transgênicos, mas especialistas apontam riscos da tecnologia

Fonte: Jornal Floripa
01/11/17

Para o pesquisador da Embrapa Alexandre Nepomuceno, os transgênicos podem trazer soluções para a agricultura, como plantas adaptadas às mudanças climáticas e mais tolerantes à seca. Ele participou de audiência pública nesta terça-feira (31) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara para discutir os impactos positivos e negativos dessa tecnologia.

Nepomuceno lembrou que os transgênicos já são utilizados desde a década de 70 em várias áreas, como produção de bebidas, vacinas e laticínios. "Nós da Embrapa temos pesquisado muito plantas mais eficientes na absorção de nutrientes, que é um problema sério na agricultura brasileira já que importamos a maior parte dos fertilizantes", informou
.




Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Especialistas relacionam aumento do uso de agrotóxicos ao uso de transgênicos e alertam para doenças advindas da contaminação dos alimentos

O representante da Campanha Permanente contra Agrotóxicos e pela Vida, Francisco Dal Chiavon, avaliou, entretanto, que muitas promessas do uso de transgênicos na agricultura não foram cumpridas. “A diminuição no uso de agrotóxicos, por exemplo. Na prática, houve nos últimos anos um aumento de 218% na sua utilização no Brasil, com o uso de substâncias que já são proibidas em outros países”, lamentou.

O vice-reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul, Antônio Andrioli, afirmou que o uso de transgênicos na agricultura traz consequências graves ao meio ambiente. "Quando mais transgênicos nós tivermos, mais problemas técnicos e para resolver esses problemas técnicos, mais agrotóxicos. Eu poderia dizer que esse caminho ainda não se encerrou aí, porque depois dos agrotóxicos vêm as doenças e os medicamentos, e são as mesmas empresas que produzem tudo isso", alertou.

Autor do requerimento para a realização da audiência pública, o deputado Nilto Tatto (PT-SP), quer manter o debate sobre transgênicos na pauta da Câmara.

"O aumento do cultivo dos transgênicos vem associado com o aumento do uso de agrotóxicos na agricultura e isso tem impacto no meio ambiente e na contaminação dos mananciais e dos alimentos. Começam a aparecer estudos mostrando o aumento de câncer e outras doenças decorrentes da alimentação da população brasileira", ponderou.


O advogado Néri Perin defendeu a alteração das leis sobre patentes e cultivares como forma de libertar os produtores da dependência das multinacionais que produzem sementes transgênicas e cobram royalties pela sua utilização por 15 anos.







segunda-feira, 30 de outubro de 2017

CASA DO ANCIÃO: Horta orgânica garante alimentação saudável aos internos


A Prefeitura de Porto Velho lançou nesta sexta-feira (27), a unidade experimental de horta orgânica que integra o projeto “Não Queime o seu Filme, Reaproveite seus Resíduos”, desenvolvido pela Subsecretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). 


A primeira unidade a receber o projeto-piloto foi o Instituto de Longa Permanência para Idosos São Vicente de Paula, a 'Casa do Ancião'. 

O lançamento do projeto teve a participação do prefeito Hildon Chaves, do secretário Robson Damasceno, da Secretaria Municipal de Integração (Semi) e subsecretário da Sema, do presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, vereador Maurício Carvalho (PSDB), da diretora da Casa do Ancião, Ione Braga, além de funcionários, internos e parceiros do Instituto de Longa Permanência para Idosos São Vicente de Paula.

A horta é formada por sete canteiros suspensos construídos com madeira apreendida pelo Ibama, e foram adaptados para atender as necessidades físicas. Além da horta, foi instalado também no local uma pequena estação de captação de águas das chuvas para regar os alimentos plantados e um aparelho de compostagem que será manipulado por servidores da Subsecretaria de Meio Ambiente.

'Esse é um trabalho sustentável oferecido pela Sema em parceria com a Emater e o Governo do Estado. A intenção aqui a sustentabilidade e qualidade de vida dos idosos que moram na Casa do Ancião. Queremos, por meio de práticas alimentares, promover a saúde desses idosos, garantindo segurança alimentar e nutricional a eles', explicou o subsecretário da Sema, Robson Damasceno.

Terrenos baldios

Na avaliação do prefeito Hildon Chaves, apesar de não dispender de muitos recursos, a horta orgânica pode ser considerada um grande projeto pelo benefício que propiciará às pessoas. “Não tenho dúvida de que aqui está nascendo um grande projeto, não em termos de investimentos, mas pela grandiosidade da importância do impacto na nossa sociedade. A partir daqui vamos estender o projeto para dezessete escolas”, adiantou.

A horta orgânica, para o prefeito, representa também um avanço por incentivar a mudança de hábito, um quebra de paradigma, uma mudança cultural na vida dos porto-velhenses. “Queremos expandir essa ideia pela cidade para que ela não fique restrita aos órgãos públicos. Temos a intenção de transformar os terrenos baldios abandonados em hortas orgânicas. Tudo isso exige uma mudança de postura”, disse.

Com relação a utilização de terrenos baldios para implantação de hortas orgânicas, recentemente a Câmara Municipal de Porto Velho aprovou um projeto do Executivo municipal, já transformado em lei, que permite ao município desapropriar terrenos baldios para serem transformados em horta. A medida visa dar uma utilização social a esses espaços que ficam tomados de mato e acumulando lixo.

'Essa questão dos terrenos baldios é um problema sério na cidade. E dar um uso adequado a esses espaços urbanos é importante porque esses locais hoje só acumulam lixo, com isso, eles contribuem não só para a proliferação de doenças, mas também para a insegura das pessoas. O que queremos com esse projeto é transformar esses espaços, hoje sem utilização, em locais de produção de alimentos', afirmou.

Da solenidade de lançamento do projeto da prefeitura também participaram os vereadores Maurício Carvalho, presidente da Câmara Municipal, Edésio Fernandes e Joelma Holder. A próxima instituição a ser beneficiada será a escola João Ribeiro, no bairro Igarapé. A solenidade ocorrerá na próxima semana. Outros 16 estabelecimentos de ensinos já foram cadastrados pela Sema.

Fonte: Comunicação - Prefeitura de Porto Velho

sábado, 21 de outubro de 2017

Empresas de orgânicos se fundem e criam grupo de R$ 9 milhões

Para 2018, a expectativa é chegar aos 15 milhões em faturamento.
Fonte: Exame Abril
Por Mariana Desidério


São Paulo – O mercado de produtos orgânicos no Brasil tem crescido mesmo em tempos de crise econômica. Porém, a maioria das empresas do setor é muito pequena, o que dificulta a competição com gigantes da alimentação tradicional.

Para se fortalecerem nesse cenário, duas empresas tradicionais do segmento resolveram juntar as escovas de dentes: a Monama, que produz snacks orgânicos, e o Empório da Papinha, que, como o nome já diz, é focada em comida para crianças feita com ingredientes orgânicos. Segundo o grupo, essa é a maior fusão do setor no Brasil.

Juntas, as empresas devem fechar 2017 com um faturamento de 9 milhões de reais. Para 2018, a expectativa é chegar aos 15 milhões. O plano super otimista se deve ao histórico da Monama, que chegou a faturar 11 milhões de reais em 2015, mas no ano passado fechou com 7 milhões e deve faturar não mais que 5 milhões neste ano, após problemas de gestão.

“Estamos com um plano bem agressivo de marketing, para retomar o faturamento que a Monama já teve no passado”, afirma Rafael Mendonça, agora CEO das duas empresas, que por enquanto mantém seus nomes originais. Ele já estava à frente do Empório da Papinha e agora assume a gestão também da Monama.

Ambas as empresas foram fundadas em 2008, quando os alimentos orgânicos ainda não tinham a popularidade que possuem hoje no Brasil.

Criada pela empresária Camila Fortes, a Monama se especializou em oferecer ao cliente opções de snacks como barras de cereal e cookies, além de buscar trazer novidades para o consumidor brasileiro, como o óleo de coco (que virou moda entre os amantes da comida saudável há algum tempo). A novidade mais recente da marca é o leite de coco em pó, que serve de opção para quem quer substituir o leite de vaca.

Já o Empório da Papinha foi fundado por Maria Fernanda de Rizzo, que teve a ideia do negócio depois que se tornou mãe e percebeu que não havia opções de papinhas orgânicas no mercado. A marca tem hoje 41 lojas licenciadas e oferece produtos para crianças de 6 meses a 8 anos. Em 2017, espera faturar 4 milhões.

Com a fusão, os produtos Monama também devem ser oferecidos nessas lojas, e a marca de snacks deve produzir itens focados especialmente em crianças e mães em busca de uma alimentação mais saudável.

Do outro lado, o Empório da Papinha vai passar a fabricar seus produtos na fábrica da Monama, que fica em Itupeva (SP). “Isso deve diminuir nossos custos. Também fizemos um corte de funcionários e fornecedores”, afirma o CEO. Após a fusão o grupo passou de 67 para 55 funcionários.

Estimativas do setor de orgânicos no Brasil indicam que o segmento tem crescido a taxas de 30% ao ano por aqui, mas não existem números confiáveis a respeito por aqui. Nos Estados Unidos, os orgânicos movimentaram nada menos que 50 bilhões de dólares no ano passado.

“Aqui não existe muita organização entre as empresas de orgânicos. Acreditamos que com a fusão vamos ter mais força para bater de frente com o mercado de alimentos convencionais”, afirma o CEO.

sábado, 14 de outubro de 2017

Saúde: Doentes com Alzheimer requerem cuidados redobrados com a alimentação



Marcelo Rebelo de Sousa visita Associação Alzheimer Portugal Foto: Divulgação

Fonte: LUX PT

Redação Lux em 14 de Outubro de 2017

A Alzheimer Portugal alerta para os cuidados que as pessoas com demência devem ter com a sua alimentação, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Alimentação, que se assinala a 16 de outubro.

“A desnutrição é um dos graves problemas que afeta as pessoas com demência porque muitas vezes têm falta de apetite ou esquecem-se de comer ou beber, esquecem-se de como mastigar ou engolir, ou não conseguem reconhecer um alimento ou bebida”, explica o Presidente da Alzheimer Portugal, José Carreira. E acrescenta que “por vezes, pode ser útil um relógio com um alarme ou um simples telefonema de um familiar para recordar a hora das refeições. Sempre que possível, recomenda-se que a pessoa com demência coma ao mesmo tempo que os familiares ou amigos”.

Para explicar a importância da nutrição na pessoa com demência, a Alzheimer Portugal vai promover um workshop, no dia 4 de dezembro, entre as 14h e as 17h, em Lisboa.

Para saber mais informações consulte o site: http://alzheimerportugal.org/ptou entre em contacto através do email geral@alzheimerportugal.org

A Alzheimer Portugal é a única organização em Portugal, de âmbito nacional, especificamente constituída com o objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas com doença de Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores. Pode consultar o site da associação através do endereço www.alzheimerportugal.org.

A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47.5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um lugar de destaque, representando cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência (World Health Organization [WHO], 2015).

Europa teme entrada de “salmonstro”, o salmão transgênico canadense

Fonte: RFI BR
Por Lúcia Müzell Publicado em 12-10-2017



Canadá foi o primeiro país a aprovar tecnologia do salmão transgênico, em agosto de 2017.


Desde que o CETA, o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá, passou a valer, organizações ambientalistas europeias estão preocupadas. Os ecologistas temem a entrada de um produto indesejado no menu: o salmão transgênico canadense.

O país se tornou o primeiro do mundo a autorizar a comercialização de um animal geneticamente modificado, para o consumo humano. 


O salmão, apelidado de “salmonstro” ou “Frankensalmão” pelos detratores dos transgênicos, cresce bem mais rápido do que um peixe tradicional. Ele é produzido pela companhia americana AquaBounty, especializada em biotecnologia, e chega à idade ideal para o consumo em 18 meses, em vez dos habituais 30 meses que leva um salmão selvagem.

O CETA flexibiliza barreiras alfandegárias e, desta forma, abre o caminho para que o produto entre na União Europeia, onde a produção de transgênicos é rigidamente enquadrada. Organizações como a Fundação para a Natureza e o Homem, da França, pressionam Bruxelas para que as regras de fiscalização previstas no acordo sejam revistas.

“Por enquanto, não podemos saber se há riscos desse salmão para o consumo humano. E o principal é que a União Europeia fez uma escolha de sociedade que é se recusar a comer produtos transgênicos e, em especial, os animais. Essa escolha precisa ser respeitada e devemos adotar uma fiscalização eficiente, para termos a certeza de que não haverá salmão transgênico no nosso prato”, explica o porta-voz Samuel Leré. 

“O CETA não oferece mecanismos para proibir a entrada ilegal desse tipo de produto., e a fiscalização atual é insuficiente.”

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A diretora de pesquisas da Unidade de Biologia do Desenvolvimento e da Reprodução do Instituto Francês de Pesquisas Agronômicas (Inra), Corinne Cotinot, afirma que, hoje, não é possível garantir que o consumo de animais transgênicos seja inofensivo ao homem. Ela nota que, na Europa, a regra é seguir o princípio da precaução, enquanto as pesquisas não trazem a certeza sobre os efeitos no homem e na natureza, a longo prazo.

“A cada vez, é um gene diferente e o método para obtê-lo é diferente, por isso não podemos generalizar. Cada caso é distinto, portanto cada problema que o organismo geneticamente modificado pode trazer é diferente de um animal para o outro”, diz a pesquisadora.

Embalagens pouco claras

Cotinot constata que, no caso do salmão canadense, é a falta de transparência que mais gera insegurança. “A reticência das pessoas é ligada ao fato de que, pelo que eu sei, esse salmão não é identificado claramente como salmão transgênico. Acho que o consumidor deve poder fazer as suas escolhas com conhecimento de causa, ou seja, decidir se ele quer comer um salmão transgênico ou não”, assinala. “Se isso não está claro na embalagem, o consumidor vira refém - algo que provoca reações extremamente negativas sobre o produto.”

COMPARAÇÃO DE SALMÃO TRANSGÊNICO

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O impacto ambiental também é uma preocupação. O salmão transgênico é produzido em piscinas gigantescas no Panamá, distantes do mar. Porém, acidentes ambientais não podem ser descartados, por erro humano ou uma ação intencional.

“O que é certo é que os transgênicos, sejam plantas ou animais, criam riscos para a natureza. Se salmões transgênicos escaparem do local onde eles são produzidos, haveria riscos para a população selvagem de salmões, afinal não temos certeza sobre como seria a interação e a reprodução entre eles”, indica Samuel Leré.

Independência das pesquisas

A diretora de pesquisas do Inra é mais cética sobre a hipótese de os salmões transgênicos irem parar na natureza. Mas ela levanta a questão dos interesses por trás das companhias privadas que realizam esse tipo de produção.

“Em matéria de animais geneticamente modificados, é preciso avançar com prudência e ter todas as cartas na mão antes de tomar decisões. É muito importante que os organismos públicos possam fazer pesquisas independentes – e, para isso, eles precisam de recursos financeiros suficientes, para que os testes e estudos sejam realmente independentes”, ressalta a cientista.


O salmão está longe de ser o único animal visado pelas pesquisas genéticas. Os estudos para aumentar a resistência de frangos à gripe aviária avançam no Reino Unido, enquanto os canadenses aprimoram as modificações genéticas em porcos para que emitam menos fosfato na atmosfera. Por enquanto, os resultados obtidos não liberam os animais para o consumo humano.

Fazenda cria ‘porcos mutantes’ para o abate


Fonte: Yahoo finanças


Reprodução/Facebook

Fotos divulgadas no Facebook por uma fazenda no Camboja chamaram a atenção e chocaram usuários da rede social. 


As imagens revelam porcos extremamente musculosos, confinados em um pequeno espaço. Alguns deles não conseguem nem se mover direito. 

O Peta, organização não governamental que trabalha com a defesa dos animais, enviou um comunicado reprovando as cenas divulgadas e indicando que os animais podem ter sido geneticamente modificados. 

“Porcos mutantes criados para ficarem enormes só para serem assassinados e depois comidos? Não, não estamos falando da sinopse do filme Okja, da Netflix, mas do horror real que parece estar ocorrendo em uma fazenda no Camboja.


Reprodução/Facebook

Mutação genética
Segundo a revista Galileu, essa não seria a primeira vez que a mutação genética é usada para a criação de animais modificados. 

Um estudo publicado em 2015 mostra que pesquisadores da Universidade Nacional de Seul realizaram a alteração para que os porcos ganhassem mais músculos. O processo incluiu o aumento da miostatina, uma proteína que aumenta os músculos e, segundo eles, poderia ser utilizada para “aumentar os lucros de produtores ao vender animais”. 

A mudança poderia acontecer ‘naturalmente’ em décadas, de acordo com um dos responsáveis pela experiência, com o passar de gerações.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Salsichas e outros embutidos podem ser proibidos nas escolas e creches de São Paulo

Fonte: Metro Jornal
quinta, 05 outubro 2017

Criança come merenda escolar no Grajaú, em São Paulo | - Folhapress

Um projeto de lei que proíbe a oferta de alimentos embutidos nas escolas e creches públicas do município de São Paulo foi aprovado pela Câmara e seguiu para sanção do prefeito João Doria nesta quarta-feira (4).

De autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), o PL 587/2015 quer retirar do cardápio das crianças e adolescentes alimentos como salsichas, linguiças, salames, mortadelas e chouriços, sejam eles defumados ou não.

"A ideia é proteger a saúde dos alunos e para isso a alimentação precisa ser mais saudável", explica o vereador Natalini.

Segundo ele, os efeitos do consumo excessivo de embutidos podem causar obesidade, diminuir a expectativa de vida, aumentar a incidência de doenças coronárias e diabetes. Tudo isso devido ao alto teor calórico e da presença de substâncias tóxicas, do tipo cancerígenas, como o nitrito e nitrato.

O projeto chega após um outro PL de Natalini que prevê a inclusão de alimentos orgânicos na merenda escolar. "Essa lei começou a ser implementada e ainda está caminhando", diz.
Multa

Em caso de descumprimento da lei, primeiro haverá uma advertência e, em seguida, será cobrada uma multa de R$500. Se houver reincidência, haverá cassação da licença quando as empresas que prestarem serviços forem terceirizadas.

"A multa vai caber a quem infringir a lei, sejam as próprias escolas ou empresas terceirizadas", diz. O projeto também prevê a apreensão do material pela Vigilância Sanitária.

Segundo Natalini, caso o projeto seja sancionado, os alimentos que entrarão como substitutos dos embutidos serão escolhidos pelo serviço de nutrição da Secretaria de Educação.

Algo semelhante já é feito nas escolas e creches do município de Atibaia, interior de São Paulo, que proíbe o uso de embutidos na alimentação escolar desde 2016.

Se sancionado por Doria, o PL entra em vigor após 60 dias.


Quer saber mais sobre a salsicha? Leia Desrotulando 

Nenhum texto alternativo automático disponível.


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

OS 10 PIORES INGREDIENTES QUE VOCÊ NUNCA DEVERIA COMER NOVAMENTE

Fonte: Yogui.Co

Você sabia que 90% dos produtos que vemos nas prateleiras do supermercado são carregados de ingredientes processados?

A dura realidade é que estes ingredientes estão nos causando diversas doenças modernasque antes não existiam e nos matando a cada mordida.

Eles são viciantes e geralmente mascarados com uma série de publicidades criativas, mas enganosas.

No entanto, há um fato surpreendente sobre a nossa saúde, que esquecemos de vez em quando.

Todos nós temos o poder de escolher os alimentos que vamos colocar em nossos corpos. É um fato simples e poderoso, mas que precisamos relembrar antes de jogar algo para dentro.

Imagine que seu corpo é um templo sagrado, você deve ver e analisar claramente o que entra pelas portas deste templo.

É difícil? Sim, é.

Porque necessita-se muita disciplina para analisar quais ingredientes contém naquele alimento.

Quando você entra no supermercado e vê uma comida que tem duração de 1 ano por exemplo, algo está errado, como um alimento pode ter validade de 1 ano, 2 anos?

É possível se ele for bombardeado de conservantes e diversos ingredientes químicos para manter sua bela aparência.

Veja a lista dos 10 piores ingredientes para sua saúde.

Você sabe a quantidade de açúcar que tem nos achocolatados em pó?


O açúcar está no topo da pirâmide alimentar o que significa que seu consumo deve ser reduzido. Uma colher de chocolate em pó pode atingir o limite diário de consumo de açúcar de uma criança

Fonte: UAI

por Valéria Mendes 25/03/2014 



Não é segredo. A informação está na embalagem e a constatação no fundo do copo. Quem nunca terminou de tomar um leite com achocolatado e notou a sobra de açúcar? Mas será que o consumidor tem a exata noção do excesso de sacarose nesse produto alimentício? Em tempos de redes sociais, nada é perdoado. E com o avanço da obesidade entre crianças e adolescentes brasileiros, a mobilização também é crescente. O movimento Infância Livre de Consumismo publicou na internet imagens que desvendam a quantidade de açúcar presente no alimento e assustou muita gente.

Resultado da pesquisa 'Marcas Líderes de Vendas Nielsen/SuperHiper' da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de 2014 revela que o Nescau/Nestlé é o mais vendido seguido do Toddy/Pepsico. Na sequência, aparecem o Ovomaltine/AB Foods, Nesquik/Nestlé e Santa Amália/Santa Amália. Seguindo o critério de marcas mais vendidas no Brasil, o Saúde Plena mostra a quantidade de açúcar presente em cada um dos produtos da categoria achocolatados.

Para se ter uma ideia, 75% dos componentes de uma embalagem de Nescau são açúcares. Na de Toddy, o percentual é de 90% Veja gráfico:



A escolha de alimentos é livre e nenhum especialista em criança quer cercear esse direito. O que se faz necessário em tempos de epidemia de obesidade, como vem alertado a Organização Mundial de Saúde (OMS), é informação para que a decisão seja consciente. A nutricionista Cláudia Guimarães, que trabalha com educação e reeducação alimentar há 18 anos, faz um primeiro alerta: “Assim como o café, o achocolatado também diminui a absorção do cálcio”. Para ela, a presença desse pó nas mamadeiras e copos de meninos e meninas é um hábito familiar que vem sido passado de geração a geração. Além disso, funciona, em muitas situações, como um facilitador para que a criança tome o leite “exatamente pelo sabor bastante adocicado”, diz Cláudia. A nutricionista sequer considera o produto industrializado como um alimento. “É algo que dá sabor, mas como tem indicação de energia, as pessoas acham que é bom. Mas qual energia? O açúcar simples que está no topo da pirâmide alimentar”, responde a própria especialista.

Pirâmide alimentar é um gráfico que distribui os grupos alimentares e as proporções que cada um deles deve ser ingerido e serve como um roteiro para uma alimentação saudável. “O açúcar está no topo e o espaço desse topo é reduzido. Isso quer dizer que o consumo deve ser reduzido”, explica Cláudia.


A nutricionista Karine Durães diz o açúcar branco não é necessário na vida da criança antes dos 2 anos. Acima dessa idade, o ideal é que esse carboidrato venha de outras fontes como cereais, tubérculos e frutas. Arte: Soraia Piva

Nutricionista especializada em pediatria, Karine Durães concorda. “O achocolatado é dispensável por conta do excesso de açúcar. A sacarose ou o açúcar branco não são necessários na vida da criança. Esse carboidrato simples, de alto índice glicêmico, não tem nutrientes. O ideal é que esse carboidrato viesse de outras fontes como cereais, tubérculos e frutas”, recomenda. A especialista lembra ainda que o excesso de consumo de açúcar predispõe a criança a doenças crônicas como diabetes, colesterol alto e obesidade. “Para proteger a criança, o consumo de açúcar deve ser limitado. Acontece que uma colher de achocolatado muitas vezes já é o máximo de açúcar que a criança deve consumir durante o dia”, explica. Para piorar, de acordo com ela, o açúcar está presente também em outros alimentos consumidos diariamente pelos pequenos como bisnaguinhas, biscoitos, doces, alguns molhos de tomate, sucos industrializados. Ou seja, em apenas uma refeição como o café da manhã, por exemplo, é muito provável que meninos e meninas estejam ingerindo açúcar em porções superiores às que precisam.


Karine Durães, nutricionista: "O excesso de consumo de açúcar predispõe a criança a doenças crônicas como diabetes, colesterol alto e obesidade" (foto: Arquivo Pessoal )Karine observa, no entanto, que algum açúcar pode sim, ser consumido por crianças maiores de 2 anos. “Mas é necessário escolher o açúcar que essa criança irá consumir. Se optar por tomar achocolatado uma vez ao dia, não cabe mais açúcar na dieta dessa criança. A pirâmide alimentar infantil sugere até uma porção ao dia, que representa uma colher de açúcar refinado”, reforça.

Cláudia Guimarães acredita que a facilidade pode ser também uma das razões para as famílias optarem pelo achocolatado no leite das crianças. “Pensar a saúde da criança significa ir além da praticidade. Será que esse pai ou essa mãe pararam para pensar ou estão repetindo um hábito? Nutricionalmente, o achocolatado não é interessante por causa da quantidade de açúcar. Além disso, as crianças ficam habituadas a sabores muito doces”, alerta.

Vice-presidente do Comitê de Nutrologia da Sociedade Mineira de Pediatra, Joel Alves Lamounier explica que o gosto adocicado é algo que o ser humano tem mais predileção. “Nossa cultura valoriza muito o açúcar. O costume de alimentos muito adocicados é um hábito e deveria ser combatido desde a infância. Mas para que isso aconteça, precisa-se também da ajuda dos pais em mudar os seus próprios hábitos e reduzir a quantidade de alimentos doces ou de açúcar nos alimentos”, diz. Para ele, a informação seria uma das formas para provocar mudanças.

O pediatra afirma que os achocolatados não são exclusividade do cardápio das crianças. “As características sensoriais e nutricionais do produto, assim como a conveniência e praticidade, fazem com que o alimento seja bem aceito”, pondera. Lamounier ressalta, entretanto que “na apresentação mais simples, o achocolatado contém cerca de 70% de sacarose ou de outros açúcares e cerca de 30% de cacau em pó. Outros ingredientes típicos usados na formulação de achocolatados comerciais incluem extrato de malte, açúcar e glicose, vitaminas e sais minerais como suplementos. A fortificação de achocolatados com sais de ferro vem sendo realizada com o intuito de diminuir o índice de anemia. Eles são consumidos por pessoas de todas as idades e no rótulo dos produtos estão descritas as quantidades dos nutrientes que compõem os achocolatados”, alerta.

No caso específico das crianças, o especialista aponta o impacto do excesso de açúcar na alimentação de meninos e meninas. “Podemos começar pelas cáries dentárias, fato já bastante comprovado. O excesso de açúcar pode levar ao excesso de peso, pois no metabolismo se transforma em gordura”, enumera. Além disso, o pediatra reforça que o consumo exagerado açúcar pode desencadear o diabetes. “Neste caso, cuidado maior devem ser tomados em casos de história de diabetes na família”, fala.
Cláudia Guimarães, nutricionista: "Pensar a saúde da criança significa ir além da praticidade" (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)Quero mudarA mudança de hábito alimentar não é uma tarefa fácil. Se não é para os adultos, imagine para os pequenos. Culinarista infantil, estudante de gastronomia e mãe de Eduardo, de 3 anos, Thais Ventura é autora do blog ‘As delícias do Dudu’. Foi um texto dela que gerou a mobilização do Infância Livre de Consumismo para alertar pais e mães sobre a quantidade de açúcar presente nos achocolatados. Ela acredita que muitas famílias têm no leite o refúgio da boa alimentação infantil, mas lembra que existem crianças com alergia ao alimento que crescem saudáveis. “O leite não pode ser o principal alimento de uma criança depois de um ano de idade. O cálcio é um nutriente que não pode faltar para a criança, mas existe uma infinidade de alimentos que podem suprir essa necessidade diária”.

Uma dica que ela dá para os casos das crianças que já se acostumaram com o leite com o chocolate em pó é tentar o caminho reverso. “A família pode começar com o cacau em pó para manter a cor da bebida e acrescentar açúcar mascavo. Com o tempo, vai diminuindo a quantidade de açúcar até que o paladar da criança se acostume”, indica.

Cláudia Guimarães sugere o leite batido com fruta. “É rico em fibra e sais minerais”, afirma. A nutricionista diz que os pais podem começar com uma brincadeira associando a cor da fruta com o resultado do leite batido para entusiasmar meninos e meninas para a mudança.

O pediatra Joel Alves Lamounier afirma que o leite é uma das melhores fontes de cálcio que a criança tem na alimentação. “Sua importância está principalmente na formação de ossos e dentes, além de outras funções no organismo”.

Outras fontes de cálcio
Vale lembrar ainda que o leite não é o único alimento rico em cálcio. “Iogurtes, queijos, algumas verduras verde-escuras, gergelim, coentro, peixes, crustáceos e bebidas vegetais fortificadas também são ricos em cálcio”, enumera Karine Durães.

Lamounier cita o brócolis, espinafre, agrião. Entre os peixes, salmão, bacalhau e sardinha também são ricos em cálcio, além dos cereais e dos próprios derivados de leite. “É importante lembrar que a vitamina D exerce papel fundamental na fixação do cálcio nos tecidos duros e a principal fonte de vitamina D é o sol, pelo menos 15 minutos diariamente. Mas alimentos como ovos, óleos vegetais, manteiga e vísceras animais também contêm a vitamina. A absorção do cálcio pode ser prejudicada pela presença de fibras na dieta e deve ser evitado cafeína e proteína em excesso”, completa.

Segundo o pediatra, a Academia Americana de Pediatria passou a recomendar maiores quantidades de cálcio de acordo com as faixas etárias (veja tabela). “É importante lembrar também que o cálcio está relacionado com a osteoporose, e, portanto, a preocupação de uma boa ingestão desse nutriente na alimentação”, informa.

O Ministério da Saúde recomenda o consumo de 1.000 miligramas de cálcio ao dia para adultos e de 700 miligramas para crianças de 7 a 10 anos, segundo Lamounier. Para as mulheres que já passaram pela menopausa, o consumo deve ser de 1.300 miligramas por dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “A ingestão do mineral também deve ser aumentada no crescimento, durante a gravidez e no período da lactação”, diz o especialista.
O leite não é o único alimento rico em cálcio.

Atenção na hora de escolher o leite
Outra preocupação que as famílias precisam ter é na hora de escolher o leite. “Sugiro o consumo de leite tipo A, que tem uma cadeia de processo mais controlada, portanto, mais passível de ser livre de contaminação”, indica Karine Durães. Cláudia Guimarães recomenda também o leite de soja suplementado.

E uma última dica: trocar o leite com achocolatado por iogurte de morango não resolve. “Iogurtes prontos já são adoçados. O ideal é o iogurte natural batido com fruta”, afirma Karina Durães. Além disso, Cláudia Guimarães reforça que o iogurte de boa qualidade que tem lactobacilos ajuda ainda a equilibrar a flora intestinal.

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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